NY GANHA FORÇA, BOLSA RETOMA OS 104 MIL PONTOS E REAL TEM MELHOR DESEMPENHO DO DIA

O comportamento vacilante dos principais índices acionários dos EUA pela manhã deu lugar, na segunda metade do dia, a um otimismo mais consistente, o que amplificou os ganhos do Ibovespa, que retomou o nível de 104 mil pontos, e a queda do dólar ante o real. Além do noticiário positivo sobre vacinas contra a covid-19, que vinha desde cedo e ganhou corpo no começo da tarde, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, falou em uma vacina para “muito em breve”, os papéis da Amazon foram outro indutor positivo. As ações da gigante do comércio eletrônico dispararam depois que o Goldman Sachs elevou o preço-alvo, puxando o Nasdaq, que subiu 2,51%, em novo recorde de fechamento, aos 10.767,09 pontos. Também surgiu algum otimismo depois que o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, anunciou uma nova proposta para o fundo de recuperação do bloco e mostrou confiança com relação a um acordo. Se o conjunto de informações externas ajudou, o mesmo ocorreu no âmbito doméstico, o que ajuda a explicar o desempenho da Bolsa. Além da expectativa positiva sobre uma Reforma Tributária, que permeia os negócios desde a semana passada, notícias pontuais envolvendo algumas empresas, como TIM e Telefônica, que fizeram oferta pela Oi, deram fôlego ainda maior ao Ibovespa, que subiu 1,49%, aos 104.426,37 pontos, no maior patamar desde 4 de março e ampliando os ganhos no mês para quase 10%. Enquanto isso, no mercado de câmbio, o real teve o melhor desempenho em uma cesta de 34 divisas internacionais. Profissionais destacaram, ainda, que também ajudou a retirar pressão do câmbio o superávit comercial de US$ 1,759 bilhão registrado pelo Brasil na terceira semana de julho. Com isso, o dólar encerrou o dia com baixa de 0,72% no mercado à vista, a R$ 5,3417. Mas enquanto os demais ativos melhoraram, os juros futuros não sustentaram a devolução de prêmios vista desde cedo e apenas as taxas intermediárias ainda encerraram o dia em queda. Os agentes aguardam a entrega da proposta de Reforma Tributária do governo ao Congresso, prometida para amanhã.

 

 

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York ganharam mais força à tarde e fecharam o pregão em alta, após resultados promissores em testes para potenciais vacinas contra a covid-19. O índice acionário Nasdaq renovou recorde de fechamento, impulsionado pela ação da Amazon, que acelerou os ganhos depois que o Goldman Sachs elevou o preço-alvo do papel. Na Europa, continuam as negociações em torno do fundo de recuperação. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, anunciou uma nova proposta e mostrou otimismo em relação a um acordo. O maior apetite por risco no mercado beneficiou o petróleo, que fechou em alta, mas as dúvidas geradas pelo contínuo avanço do coronavírus também garantiram demanda por Treasuries – e os juros dos títulos recuaram. O dólar, por sua vez, se enfraqueceu mais ante outras moedas fortes, com o euro em compasso de espera pelo desfecho da reunião dos líderes europeus.

 

“Os mercados se concentram no achatamento da curva da covid-19, nas perspectivas de vacinas, nas negociações de estímulos e na temporada de balanços”, resumem analistas da corretora americana LPL Financial. Depois de terem operado sem direção única no começo do pregão, as bolsas de Nova York se firmaram em alta à tarde, enquanto o mercado avaliava os anúncios sobre testes de vacinas experimentais para o coronavírus.

 

No encerramento da sessão, o Dow Jones subiu 0,03%, a 26.680,87 pontos, o S&P 500 avançou 0,84%, a 3.251,84 pontos, e o Nasdaq registrou alta de 2,51%, a 10.767,09 pontos, nova máxima histórica de fechamento, impulsionado pela ação da Amazon, que registrou alta de 7,93%. A empresa de tecnologia, que divulga o balanço nesta quinta-feira, 23, acelerou os ganhos após um analista do Goldman Sachs elevar o preço-alvo do papel de US$ 3.000 por ação para US$ 3.800 por ação.

 

Vice-presidente executivo de pesquisa e desenvolvimento de produtos biofarmacêuticos da AstraZeneca, Menelas Pangalos afirmou que provavelmente serão necessárias duas doses da vacina contra a covid-19, quando ela estiver disponível. Os testes realizados pela empresa, em parceria com a Universidade de Oxford, induziram resposta imunológica nos participantes da fase inicial, segundo um artigo publicado na revista científica The Lancet.

 

Outro estudo que obteve resultados positivos foi o das farmacêuticas Pfizer e BioNTech, que desenvolvem juntas uma vacina contra a covid-19. Para o diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, os resultados das pesquisas são bons, mas ainda há um “longo caminho” até que uma imunização esteja disponível.

 

Na Europa, as negociações em torno do fundo de recuperação continuaram à tarde. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, entregou uma nova proposta e disse acreditar que um acordo possa ser alcançado. Segundo documento obtido pela Bloomberg, ele propôs 390 bilhões de euros em subsídios, abaixo dos 500 bilhões de euros do plano inicial, que havia gerado uma discordância.

 

No mercado cambial, o dólar se desvalorizou ante outras divisas fortes e o euro manteve os ganhos, à espera do desfecho do impasse europeu. “Por fim, provavelmente haverá algum tipo de acordo, os compradores do euro obviamente estão contando com um resultado positivo na cúpula da UE”, escreveu no Twitter o analista cambial Marc-André Fongern. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante seis rivais, caiu 0,11%, a 95,832 pontos. E, no final da tarde em Nova York, o euro avançava a US$ 1,1446.

 

Do outro lado do Atlântico, o governo americano também começou as tratativas para um novo pacote de estímulos. Segundo o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, a intenção é que o pacote seja aprovado no Congresso até o fim do mês.

 

O apetite por risco, que aumentou à tarde, beneficiou também o petróleo. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do WTI para setembro subiu 0,42%, a US$ 40,92 o barril. Já na International Exchange (ICE), o Brent para o mesmo mês avançou 0,32%, a US$ 43,28 o barril.

 

No entanto, também houve certa cautela no mercado e os investidores buscaram Treasuries, levando os juros a recuar. No final da tarde em Nova York, o rendimento da T-note de dois anos caía a 0,141% e o da T-note de dez anos recuava a 0,615%. (Iander Porcella – [email protected])

Volta

 

BOLSA

 

O Ibovespa emendou hoje a segunda sessão em alta e o quinto fechamento consecutivo na casa de seis dígitos, tendo permanecido acima dos 100 mil pontos em seis dos sete encerramentos desde o último dia 10, em sequência não vista desde a virada de fevereiro para março quando as ações na B3 acentuavam a correção iniciada na quarta-feira de cinzas, em momento no qual a disseminação do coronavírus fora da China passou a preocupar. Nesta primeira sessão da semana, o índice mostrou fôlego para fechar o dia bem perto da máxima, renovada nos minutos finais.

 

Assim, o índice escala um degrau novo em sua recuperação desde as mínimas de março, em alta nesta segunda-feira de 1,49%, aos 104.426,37 pontos, com máxima a 104.438,58 pontos. O nível de fechamento permanece como o melhor desde 4 de março, então aos 107.224,22 pontos – no intradia, a máxima de hoje se mantém como a maior desde 5 de março (107.216,56 na abertura daquela sessão). No mês, o Ibovespa acumula ganho de 9,86%, superando os avanços observados ao longo de junho (+8,76%) e de maio (+8,57%), aproximando-se agora do resultado de abril (+10,25%). No ano, as perdas caíram para a casa de um dígito (-9,70%).

 

Entre as referências de Nova York, o desempenho do Ibovespa nesta segunda-feira foi superado pelo Nasdaq, que apontava ganho de 2,51%, com Dow Jones em leve alta de 0,03% e o S&P 500, de 0,84% no fechamento. Em dia de vencimento de opções sobre ações, o giro financeiro foi moderadamente reforçado na B3, a R$ 39,2 bilhões no encerramento, com o Ibovespa tendo chegado na mínima a 102.744,25 pontos, saindo de 102.887,60 na abertura.

 

Destaque nesta segunda-feira para ações do setor de consumo, como Via Varejo (+7,35%) e Magazine Luiza (+6,10%), que dividiram a ponta do Ibovespa com ações de telecom – TIM (+7,35%) e Telefônica Brasil (+5,99%) -, após as duas empresas mais a Claro terem apresentado proposta para aquisição do negócio móvel do Grupo Oi, que está em recuperação judicial. No lado oposto, Sabesp cedeu hoje 1,99%, seguida por Fleury (-1,51%).

 

“Há uma combinação de quatro fatores que contribuem para sustentar as ações: sinais de progresso sobre as vacinas, especialmente a da Universidade de Oxford; o início positivo da temporada de balanços de empresas de tecnologia nos EUA; a retomada da discussão da reforma tributária no Congresso brasileiro; e a perspectiva de aprovação de novos estímulos fiscais no Congresso americano”, diz Renato Chain, economista da Parallaxis Economia. A expectativa de que a União Europeia consiga superar as divisões internas em direção a um entendimento sobre pacote de 1,8 trilhão de euros contra os efeitos econômicos da pandemia também contribuiu para o ânimo dos investidores nesta sessão, observa Chain.

 

Em desdobramento positivo anunciado nesta tarde, o presidente do Conselho da União Europeia, Charles Michel, disse que apresentará nova proposta para a criação do fundo de recuperação do bloco econômico, após o impasse que marcou a reunião de cúpula dos 27 líderes da UE no fim de semana em Bruxelas. Ontem, no jantar de encerramento, Michel fez um apelo à unidade do bloco para alcançar um acordo àquela altura, a que se referiu como “Missão Impossível”. (Luís Eduardo Leal – [email protected])

 

 

17:22

 

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 104426.37 1.49494

Máxima 104438.58 +1.51

Mínima 102744.25 -0.14

Volume (R$ Bilhões) 3.92B

Volume (US$ Bilhões) 7.31B

 

 

 

 

 

 

17:36

 

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 104450 1.21124

Máxima 104550 +1.31

Mínima 102760 -0.43

 

 

CÂMBIO

O real teve o melhor desempenho hoje em uma cesta de 34 divisas internacionais, em meio ao otimismo com o avanço da vacina para o coronavírus, da possível nova proposta para a criação de um fundo trilionário na Europa e da reforma tributária no Brasil, que levou o Ibovespa a superar os 104 mil pontos. Após uma manhã volátil, a moeda americana firmou queda nos negócios da tarde, sobretudo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que uma vacina sairá “muito em breve”.

 

Após subir 1,1% na semana passada, o dólar à vista fechou a segunda-feira em baixa de 0,72%, a R$ 5,3417. No mercado futuro, o dólar para agosto era negociado em queda de 0,69% às 17h, cotado em R$ 5,3510, com fraco volume de negócios, de apenas US$ 8,2 bilhões, valor que costuma ser negociado até o meio-dia em dias normais.

 

Traders destacam que também ajudou a retirar pressão do câmbio o superávit comercial de US$ 1,759 bilhão registrado pelo Brasil na terceira semana de julho (de 13 a 19). Com isso, o saldo positivo acumulado no mês atingiu US$ 4,7 bilhões. Com fuga de recursos estrangeiros do mercado financeiro, operadores ressaltam que é pelo canal comercial que tem entrado primordialmente dólares no Brasil e hoje houve novos relatos de fluxo positivo.

 

Nesse ambiente, o risco-país, medido pelo Credit Default Swap (CDS) de 5 anos, caiu a 223 pontos hoje, de 231 do fechamento da sexta-feira, de acordo com cotações da IHS Markit.

 

O operador e economista da Advanced Corretora de Câmbio, Alessandro Faganello, ressalta que o aumento da esperança para a vacina contra o covid aliado a expectativa do fundo europeu ajudam a estimular a busca por ativos de risco, na véspera do dia em que o governo prometeu entregar sua proposta de reforma tributária no Congresso.

 

Os analistas do banco americano JPMorgan avaliam que é positiva a tentativa do governo e Congresso de buscar algum avanço das medidas tributárias e que isso pode melhorar a “narrativa de curto prazo” para o Brasil. Mas o JP se mostrou cético de que o governo vai conseguir aprovar uma “ampla reforma” em 2020 e mesmo em 2021. Para a consultoria norte-americana Eurasia, a tributária pode andar na Câmara este ano, mas a aprovação no Senado deve ficar para 2021.

 

No mercado internacional de moedas, o dólar teve um dia de enfraquecimento quase que generalizado. O DXY, índice que mede o comportamento da moeda americana ante divisas fortes, chegou a testar os menores valores desde março, enquanto o euro, amparado pela perspectiva de criação do fundo europeu, subiu para as máximas em 19 semanas, de acordo com o banco Western Union. No meio da tarde, o presidente do Conselho da União Europeia, Charles Michel, disse que enviará nova proposta para a criação do fundo de recuperação do bloco econômico, após o impasse que marcou a reunião de cúpula dos 27 líderes da UE no fim de semana. A expectativa também é de avanço para um novo pacote fiscal nos Estados Unidos.

 

No câmbio brasileiro, os economistas do Rabobank mantiveram a projeção de real enfraquecido, com dólar em R$ 5,45 em dezembro e R$ 5,10 ao final de 2021. O banco destaca que indicadores têm sugerido que a atividade econômica brasileira pode estar se recuperando mais rapidamente, mas a previsão por enquanto foi mantida em contração de 7,3% este ano. (Altamiro Silva Junior – [email protected])

 

 

17:36

 

Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima

Dólar Comercial (AE) 5.34170 -0.7211 5.39040 5.32910

Dólar Comercial (BM&F) 5.3270 0

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5346.500 -0.77023 5395.000 5331.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5371.500 0.19586 5371.500 5371.500

 

 

 

 

JUROS

Em linha com o otimismo visto nos demais ativos, os juros futuros passaram boa parte desta segunda-feira em queda, mas o movimento, que não teve respaldo de liquidez, acabou perdendo força na reta final dos negócios e só as taxas intermediárias conseguiram terminar em baixa. As demais encerraram de lado. O bom humor que ditou o ritmo durante a sessão foi sustentado tanto pelo exterior, após notícias positivas sobre testes de vacinas contra o coronavírus e esperança de mais pacotes de estímulos de liquidez na Europa e nos Estados Unidos, quanto por fatores domésticos, nesta véspera de entrega da primeira parte do projeto de reforma tributária do governo ao Congresso.

 

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 caiu de 2,952% para 2,92%. Este vencimento, normalmente o mais líquido e que tem média diária de 283.396 nos últimos 30 dias, girou hoje cerca de 172 mil. A taxa do DI para janeiro de 2025 fechou estável em 5,49%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 6,31%, de 6,29% no último ajuste.

 

Com a agenda e noticiários locais relativamente fracos nesta segunda-feira, o investidor olhou para o exterior onde os testes de vacinas produzidos por diferentes laboratórios e Universidades têm mostrado resposta imunológica positiva, o que alimenta a esperança sobre um fim mais próximo do isolamento social e de reabertura das economias num prazo mais curto. “São notícias com potencial para afastar o risco de se prolongar as quarentenas e as medidas de expansão fiscal e, por isso, a curva está fechando”, afirmou o economista-chefe da Parallaxis, Rafael Leão, acrescentando que o câmbio menos pressionado também ajudou.

 

Como pano de fundo, o cenário político, embora não tenha tido novidades, ajudou no clima ameno diante da expectativa com o projeto de reforma tributária que o ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu para amanhã. “Há dúvidas sobre qual reforma será apresentada, se haverá de fato a simplificação de tributos e alta de impostos, mas só de o fato de o projeto estar caminhando e para ser apresentado já é algo muito positivo”, disse Leão.

 

O Executivo leva nesta terça-feira sua proposta ao Legislativo e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que amanhã mesmo está prevista reunião para analisar o texto. Ele reiterou que a discussão será feita em conjunto com os senadores. Segundo Maia, se apenas a proposta do governo tiver condições de avançar para ser votada já será um progresso. “O importante é que a gente avance e dê melhores condições tributárias para aqueles que querem investir no País.”

 

Ainda com relação a Brasília, há expectativa sobre a análise dos vetos presidenciais no Congresso esta semana, evento que está sendo visto como um termômetro sobre a “nova” base aliada do governo, após a aproximação do presidente Jair Bolsonaro com parlamentares do Centrão.

 

A ponta curta continua mostrando um mercado dividido sobre o que deve fazer o Copom na reunião de agosto. A precificação para a Selic nesta segunda-feira era de queda de 14 pontos-base, o que indicava 56% de chance de corte de 0,25 ponto porcentual na reunião do mês que vem. “As apostas de queda reconquistaram essa leve vantagem desde as menções feitas por Roberto Campos Neto (presidente do Banco Central) sobre a inflação”, disse um gestor, se referindo à participação dele em evento virtual do Itaú, no dia 16. Na ocasião, Campos Neto disse haver ainda “grau de conforto grande na inflação” e que o cenário do BC hoje é que a inflação “reaja bem menos”. (Denise Abarca – [email protected])

 

 

17:36

 

Operação   Último

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 2.09

Capital de Giro (%a.a) 7.02

Hot Money (%a.m) 0.82

CDI Over (%a.a) 2.15

Over Selic (%a.a) 2.15

 

 

 

 

 

 




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