EXTERIOR POSITIVO E AJUSTES TÉCNICOS FAZEM DÓLAR CAIR MAIS DE 2%, ENQUANTO BOLSA SOBE

Notícias sobre mais uma vacina que pode ter efeito contra a covid-19 garantiram um pregão de algum apetite por risco nos mercados, ainda que ponderações sobre novos casos nos EUA e a retomada de medidas restritivas tenham, em alguns momentos, limitado o fôlego. Mas os ativos brasileiros tiveram comportamento até melhor do que os pares externos, refletindo também, em alguns casos, a correção aos movimentos da véspera, quando houve o fechamento de mês, trimestre e semestre. Com isso, o Ibovespa passou o dia em território positivo, enquanto o dólar cedeu mais de 2% ante o real e a curva de juros voltou a perder inclinação. Mas não foi apenas a notícia sobre a vacina, desta vez da Pfizer em parceria com a BioNTech, que animou os investidores. Dados melhores que o esperado também deram algum suporte e, no meio da tarde, o Fed renovou seu compromisso em fazer tudo que estiver ao alcance para apoiar a economia e sinalizou a adoção de algum tipo de diretriz (“forward guidance”) em sua política. Esse conjunto de informações abriu espaço para que os agentes corrigissem um pouco das altas recentes do dólar, com fatores técnicos também presentes. Ontem, os estrangeiros zeraram sua posição comprada em dólar futuro, o que reduz a pressão sobre a divisa dos EUA. Hoje, no mercado à vista, a moeda americana cedeu 2,24%, a R$ 5,3181, reduzindo o avanço no ano para 32,5%. De olho em Nova York, onde os principais índices terminaram em alta, com Nasdaq em recorde histórico de fechamento, e após ganhos de 8,76% em junho, 8,57% em maio e 10,25% em abril, o Ibovespa iniciou julho com avanço de 1,21%, aos 96.203,20 pontos. O ambiente global positivo fez os juros futuros de longo prazo completarem a terceira sessão seguida de queda, enquanto os vencimentos curtos pouco se mexeram, mantendo o mercado dividido entre corte e manutenção da Selic em agosto.

 

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

Além da renovação do compromisso em fazer tudo que estiver ao alcance para apoiar o quadro econômico e financeiro, o Federal Reserve (Fed) sinalizou que pode adotar algum tipo de diretriz (“forward guidance”) em sua política, mostrou a ata da última reunião. Os dirigentes, por outro lado, mostram-se mais divididos quanto à possibilidade de um controle da curva de juro, segundo o documento. Mantendo a promessa de que a política monetária seguirá acomodatícia por um bom tempo, o Fed considerou que houve melhora recente nas condições financeiras, em parte pelas medidas de apoio do próprio banco central. Nos mercados, os juros dos Treasuries se fortaleceram um pouco após a ata, mas o dólar continuou a recuar ante outras moedas principais. Nas bolsas de Nova York, notícias sobre avanços na busca por uma vacina eficiente contra a covid-19 garantiram pregão predominantemente positivo, com o Nasdaq renovando máxima histórica de fechamento, embora a Organização Mundial de Saúde (OMS) tenha alertado que não há garantias disso, enquanto o apetite por risco também levou o petróleo a subir.

 

Se a ata muitas vezes tem poucas novidades, diante da profusão de discursos e da própria entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, após a reunião, o documento divulgado nesta tarde trouxe ao menos mais algumas pistas sobre uma questão importante para os mercados neste momento: a possível adoção de forward guidance pelo Fed. Estrategista-chefe do Modalmais, Felipe Sichel destaca em comentário o fato de que os dirigentes favorecem esse instrumento com “métricas claras” em termos de indicadores para a retirada de estímulos. Os dirigentes consideraram opções de diretrizes baseadas na inflação, no mercado de trabalho ou mesmo no calendário, aponta Sichel. Na avaliação dele, o documento mostra que a preferência pende para indicadores de inflação, mas Sichel também nota que dois dirigentes alertaram para o fato de que o forward guidance pode “amarrar excessivamente as ações futuras do Fed ante os desenvolvimentos macroeconômicos”.

 

Na avaliação do BMO Capital, a ata da reunião dos dias 9 e 10 de junho “mostrou uma forte probabilidade” de que o forward guidance do Fed “é algo provável”. Por outro lado, ela também deixou expresso que um controle na curva de juros não é algo iminente, mas continua a ser estudado pelos formuladores da política, aponta o banco. Já a Capital Economics destaca que o Fed pretende esclarecer melhor suas intenções com respeito a decisões de política monetária futuras em suas próximas reuniões. “Mas, seja qual for a estratégia escolhida, está claro que os juros seguirão perto de zero por muitos anos”, diz a consultoria.

 

Em outro relatório, a Pantheon considera que o principal fato da ata é que “algum tipo de forward guidance substancialmente reforçado está por vir”, enquanto o controle da curva de juros “provavelmente não é iminente”. A Pantheon ainda destaca o fato de que o Fed continua a incentivar o Congresso americano a adotar mais estímulo fiscal, ressaltando a importância deste elemento para sustentar o quadro.

 

Nos mercados, o juro da T-note de 2 anos chegou a bater máxima intraday após a ata, mas sem grande impulso. Em dia de menor busca por segurança, os retornos subiram: no fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos avançava a 0,164% e o da T-note de 10 anos, a 0,675%.

 

No câmbio, o dólar caiu ante outras moedas principais. No final da tarde em Nova York, a divisa americana caía a 107,46 ienes, o euro subia a US$ 1,1258 e a libra avançava a US$ 1,2487. Na mesma marcação, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, recuava 0,25%, a 97,144 pontos.

 

A menor busca por segurança e o maior apetite por risco foram amparados por notícias de avanços na busca por uma vacina contra o novo coronavírus. O estudo preliminar da vacina da Pfizer mostrou resultados positivos, enquanto uma cientista responsável pela candidata da Universidade Oxford avaliou que houve uma resposta imune correta em suas pesquisas preliminares. Já o comando da OMS advertiu que o sucesso na obtenção de uma vacina “não é algo dado” e disse que “há trabalho duro pela frente” nessa busca.

 

Nas bolsas de Nova York, o tom positivo predominou, mas o Dow Jones caiu, com foco também nas novas ondas de casos em vários Estados. Riscos de que os EUA imponham sanção contra a China em breve também estiveram no radar, após Pequim avançar com a lei de segurança para Hong Kong. O presidente americano, Donald Trump, prometeu um anúncio nas próximas semanas sobre o salário mínimo, sem dar detalhes, e disse que agora está ficando “mais feliz” com o trabalho de Powell no Fed. O índice Dow Jones fechou em queda de 0,30%, em 25.735,45 pontos, o Nasdaq subiu 0,95%, a 10.154,63 pontos, renovando a máxima histórica de fechamento, e o S&P 500 avançou 0,50%, para 3.115,93 pontos. (Gabriel Bueno da Costa – [email protected])

 

 

CÂMBIO

O dólar começou julho em queda, em parte um movimento de ajuste após as altas recentes, em parte refletindo o enfraquecimento da moeda americana no exterior nesta quarta-feira. Otimismo com o desenvolvimento de uma vacina para combater o coronavírus, desta vez da Pfizer com a BioNTech, e indicadores melhores que o esperado nos Estados Unidos, Europa e Brasil ajudaram a estimular a busca por ativos de risco. O dólar à vista fechou em queda de 2,24%, cotado em R$ 5,3181. No mercado futuro, o dólar para agosto recuava 2,64% às 17h, em R$ 5,3190.

 

Na virada do mês, trimestre e semestre, ajustes técnicos de grandes investidores seguem tendo efeito. Ontem, os estrangeiros zeraram sua posição comprada em dólar futuro na B3, que ganha com a alta da moeda americana, somando 20,7 mil contratos, e passaram a ficar vendidos em 904 contratos, ou seja apostando na queda da divisa dos EUA, de acordo com números da B3 monitorados diariamente pela corretora Renascença.

 

Apesar de começar o segundo semestre em queda, a avaliação dos economistas para o real é de cautela. “O quadro está muito volátil. Nossa expectativa de final de ano é R$ 5,35, mas a incerteza é grande”, afirma o economista da Tendências, Silvio Campos Neto. Ele avalia que há espaço para um dólar mais baixo, conforme a pandemia for superada. “Mas os riscos fiscais internos são significativos”, disse ele, ao justificar sua visão mais conservadora para a moeda brasileira.

 

Campos Neto vê uma mudança de patamar que “parece mais definitiva” no câmbio, com o dólar deixando de operar próximo a R$ 4,00 antes da crise para algo próximo a R$ 5,00 a partir de agora.

 

No exterior, o dólar teve queda generalizada hoje, após os indicadores da indústria, incluindo o relatório dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês), mostrarem recuperação da atividade. Também ajudou o relatório ADP, que mede o emprego no setor privado nos EUA, surpreender, não pela criação de 2,4 milhões de vagas em junho, mas com revisão para cima nos números de maio.

 

O estrategista do banco canadense BMO Capital Markets, Ben Jeffery, ressalta que estes indicadores positivos ajudaram a aumentar ainda mais a expectativa pelo relatório oficial mensal de emprego (chamado de payroll), que teve divulgação antecipada para amanhã (2) por conta do feriado na sexta nos EUA. Após a surpresa com as 10 milhões de vagas criadas em maio, a dúvida é se haverá revisões neste dado e se o número de junho também será forte, embora Jeffery reconheça que está difícil agora nova surpresa como no relatório de maio.

 

A expectativa é de criação de 3 milhões de vagas e o estrategista do BMO ressalta que se for confirmada, ou superada, o dólar tende a se enfraquecer, pois vai estimular a busca por ativos de risco. O ADP mostrou criação de 2,4 milhões de vagas em junho, mas a surpresa veio com a revisão do dado de maio, que antes mostrava fechamento de 2,8 milhões de postos, para abertura de 3,1 milhões. Na ata do Federal Reserve divulgada na tarde de hoje, que não chegou a ter impacto no mercado de moedas, o BC americano reafirmou o comprometimento de usar todas as ferramentas necessárias para lidar com os efeitos da pandemia. Já o presidente Donald Trump prometeu anunciar mais medidas de estímulo, desta vez para os salários.

 

Em meio a liquidez elevada no mercado internacional, o fluxo de capital para o emergentes bateu em US$ 32 bilhões em junho, de US$ 3,5 bilhões em maio, de acordo com dados preliminares do Instituto Internacional de Finanças (IIF). O Brasil, porém, seguiu perdendo recursos. Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de US$ 4,007 bilhões no mês recém-terminado, até o dia 26. (Altamiro Silva Junior – [email protected])

 

 

Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima

Dólar Comercial (AE) 5.31810 -2.2444 5.47650 5.30660

Dólar Comercial (BM&F) 5.4354 0

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5321.500 -2.59015 5482.000 5305.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5324.500 -2.19508 5324.500 5324.500

 

 

BOLSA

O Ibovespa iniciou o novo mês com desempenho superior ao de Nova York, estendendo o padrão diário de idas e vindas que tem essencialmente trancado o índice na faixa estreita de 95-96 mil pontos desde a segunda quinzena de junho, nos melhores momentos chegando a superar a marca de 97 mil no intradia, mas sem conseguir sustentá-la nos fechamentos – isoladamente, no último dia 8, foi aos 97.644,67 naquele encerramento, o melhor desde 6 de março (97.996,77 pontos). Ainda assim, mesmo com a perda de fôlego observada nas últimas semanas, foi o melhor mês de junho desde o ano 2000, quando o Ibovespa registrou ganho de 11,84% no período.

 

Nesta quarta-feira, com nova rodada de otimismo sobre a possibilidade de vacina contra Covid-19 e de recepção positiva a novos dados de emprego nos EUA, o Ibovespa fechou em alta de 1,21%, aos 96.203,20 pontos, tendo oscilado entre mínima de 95.061,62 e máxima de 96.851,75 pontos, com giro financeiro a R$ 28,1 bilhões. Na semana, avança agora 2,52% e limita as perdas do ano a 16,81%. O dia foi de retomada do apetite por risco, com o dólar spot em baixa de 2,24% no fechamento e o CDS de cinco anos do Brasil no menor nível desde 10 de junho, no começo da tarde.

 

Após ganhos de 8,76% em junho, de 8,57% em maio e de 10,25% em abril, a extensão da retomada desde o tombo de 29,90% em março segue como questão-chave para os investidores, em um contexto de disponibilidade de liquidez no mundo e de Selic em mínima histórica no Brasil – como pano de fundo, incerteza quanto ao grau de retomada da atividade em meio à possibilidade de uma segunda onda do novo coronavírus.

 

“O mercado está otimista com a questão da vacina e a retomada da economia, mas deve seguir volátil até que haja mais clareza quanto a uma segunda onda, ou não, de Covid, e o efeito que poderá ter sobre a reabertura das economias”, diz Márcio Gomes, analista da Necton. “O viés é de alta, mas no curto prazo o índice deve permanecer entre os 93 e 98 mil, em uma faixa de volatilidade de 4,5%, até que surja uma novidade mais forte, seja para subir ou para corrigir”, acrescenta.

 

Chegando aos 98 mil, o passo seguinte seria atingir a linha de 100 mil, perdida no início de março – um desdobramento mais concreto sobre eventual vacina seria um bom indutor, aponta Gomes. Por outro lado, caso a segunda onda de Covid-19 se materialize, o Ibovespa tenderia para o suporte de 90 mil pontos que, uma vez perdido, encaminharia o índice da B3 para os 85 mil, observa o analista da Necton.

 

Em meio à busca dos investidores por retorno, em um cenário global de juros negativos ou de taxas reais próximas a zero, o Instituto Internacional de Finanças (IIF) informou hoje que o fluxo de capital externo para emergentes bateu em US$ 32 bilhões em junho, de US$ 3,5 bilhões em maio, na mais recente indicação de que o pior da aversão a risco pode ter ficado para trás. Outro desdobramento positivo foi a notícia de que a vacina experimental contra o novo coronavírus desenvolvida pela Pfizer em parceria com a BioNTech apresentou importantes respostas imunes em adultos saudáveis entre 18 e 55 anos.

 

Desde o exterior, o mercado também reagiu bem aos dados sobre o emprego no setor privado dos EUA em junho – na quinta-feira, será a vez dos dados oficiais sobre a geração de vagas e a taxa de desemprego na economia americana. De acordo com pesquisa mensal da ADP, foram criadas 2,369 milhões de vagas no setor privado em junho, um pouco abaixo do consenso, de 2,5 milhões. Mas o dado de maio foi muito revisado, de fechamento de 2,76 milhões de vagas para abertura de 3,065 milhões, o que animou os investidores. Além disso, o índice de atividade industrial dos EUA (PMI) subiu a 52,6 no mês passado, ante 43,1 em maio, ficando acima do esperado (49,5). Leituras acima de 50,0 indicam expansão da atividade, na margem.

 

Na B3, após o desempenho negativo do segmento no dia anterior, as ações de bancos tiveram recuperação nesta quarta-feira, liderada por Banco do Brasil ON (+2,86%). As ações de commodities tiveram desempenho misto, com Petrobras PN em alta de 0,74% e a ON, praticamente estável (+0,09%), enquanto Vale ON cedeu 2,47%. Na ponta do Ibovespa, destaque para Cyrela (+7,53%), Cosan (+5,67%) e Ecorodovias (+5,63%). No lado oposto, IRB cedeu 7,18%, BRF, 3,57%, e Gerdau PN, 3,31%. (Luís Eduardo Leal – [email protected], com Maria Regina Silva e Altamiro Silva Junior)

 

 

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 96203.20 1.20706

Máxima 96851.75 +1.89

Mínima 95061.62 +0.01

Volume (R$ Bilhões) 2.80B

Volume (US$ Bilhões) 5.23B

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 96470 1.53134

Máxima 97105 +2.20

Mínima 94400 -0.65

 

 

JUROS

Os juros futuros de longo prazo completaram hoje a terceira sessão seguida de queda, ainda sustentada pela melhora do apetite por ativos de risco no exterior e percepção de que os piores efeitos da pandemia sobre a economia ficaram para trás. A ata do Federal Reserve, destaque da agenda da quarta-feira, não chegou a influenciar diretamente as taxas locais. Os vencimentos de curto prazo, também a exemplo das últimas sessões, pouco se moveram, sem noticiário ou agenda domésticos que pudessem mexer com as apostas na Selic.

 

Algumas taxas renovaram mínimas históricas no fechamento. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 vem se sustentando abaixo dos 3% desde meados da semana passada e, desde então, renovando os pisos históricos, fechando hoje em 2,89%, de 2,922% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2025 caiu de 5,683% para 5,61%, novo piso histórico. O DI para janeiro de 2027 fechou com taxa de 6,54%, nível mais baixo desde 5 de março (6,53%), de 6,613% ontem.

 

A quarta-feira não teve fatores decisivos que pudessem explicar o comportamento mais tranquilo do mercado, que é atribuído a um sentimento geral de acomodação, proporcionado pelos recentes indicadores de atividade, que vêm surpreendendo, mesmo em meio ao crescimento do número de casos de Covid pelo mundo. O noticiário em torno do lançamento de vacinas em vários países contra a doença contribui para a melhora do humor e, internamente, a crise política parece ter dado trégua. Por fim, a queda do dólar hoje abriu espaço à continuidade do alívio dos prêmios, mas, dada a volatilidade que o câmbio tem mostrado, o movimento não é tido como confiável e a cotação acima de R$ 5,30 ainda é considerada muito elevada.

 

Nesse contexto, a ponta longa vem fechando desde segunda-feira, tendo devolvido desde então cerca de 25 pontos-base, já com risco de alguma realização de lucros. O spread entre o DI para janeiro de 2027 e janeiro de 2022, que na sexta-feira era de 384 pontos, hoje ficou em 365 pontos, o mais baixo desde o dia 17 (357 pontos).

 

Para Vitor Carvalho, sócio-gestor da LAIC-HFM, a perda de inclinação já deveria ter sido engatada desde o pós-Copom, na medida em que o Banco Central deixou claro que o espaço para novo corte da Selic é residual. “O DI longo já deveria vir caindo desde a ata, mas o mercado está insistindo na chance de queda da Selic em função da pandemia e da inflação bem comportada projetada para 2021”, disse, lembrando que algumas casas já estão com Selic perto de 1,5% no fim do ano e retração do PIB próxima a 10%.

 

Os vencimentos curtos continuam engessados, com oscilações de um ou dois pontos para cima e para baixo esta semana. “Este trecho não tem quase nada para cair. Temos sinais de melhora na atividade e uma política monetária já no modo superestimulativo. A única dúvida é mesmo quando será a virada da economia”, afirmou o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira.

 

Na B3, os investidores estrangeiros reduziram ontem, pela terceira sessão consecutiva, suas posições compradas em taxa de juro, em 8.798 contratos levando o estoque de contratos em aberto a 875.341. Os dados foram compilados pela Renascença DTVM.

 

A quarta-feira foi marcada ainda pelo vencimento de cerca de R$ 182 bilhões em Letras do Tesouro Nacional (LTN), o maior do ano, além pagamento de R$ 21,5 bilhões de cupom de NTN-F, papel bastante concentrado nas mãos de investidores estrangeiros. (Denise Abarca – [email protected])

 

 

Operação

CDB Prefixado dias (%a.a) 2.15

Capital de Giro (%a.a) 7.02

Hot Money (%a.m) 0.82

CDI Over (%a.a) 2.15

Over Selic (%a.a) 2.15

 

 




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