COPOM DIRECIONA QUEDA DE DIS E ALTA DE DÓLAR E BOLSA, MAS RISCO FISCAL SEGUE NO RADAR

O comunicado que acompanhou a decisão do Copom na noite de ontem, quando a Selic foi cortada em 0,25 ponto porcentual, acabou sendo um driver para os ativos domésticos, ainda que o exterior também tenha dado sua contribuição. A autoridade monetária, apesar de externar preocupações com a política fiscal, decidiu manter a porta aberta para mais um corte da taxa básica, o que trouxe ajuste de baixa para os juros curtos e intermediários, pressionou ainda mais o real e favoreceu os ganhos da Bolsa. Na curva a termo de juros, bem como entre os economistas, as apostas de Selic estável em 2% em setembro continuam, mas a possibilidade de um novo afrouxamento voltou ao jogo. Os vencimentos longos também caíram, só que em intensidade muito menor, elevando ainda mais a inclinação da curva e mostrando que a preocupação com a política fiscal segue no radar. Essa possibilidade de Selic ainda menor voltou a mexer com o câmbio e o real só não foi novamente a divisa com pior desempenho porque a lira turca despencou para nível recorde de baixa, em meio a desconfiança do mercado sobre a recuperação econômica do país. No fim, o dólar à vista subiu 0,95% no mercado à vista, a R$ 5,3432. O Ibovespa, por outro lado, se aproveitou do corte do juro e da porta aberta para novas reduções e amealhou mais interesse, subindo 1,29%, aos 104.125,64 pontos, na segunda sessão consecutiva no azul. Bancos, apesar da possibilidade de aprovação da proposta que limita juros no cartão e no cheque especial, foram destaque de alta, influenciados pelo bom resultado do Banco do Brasil. Em Nova York, após uma manhã vacilante, as bolsas ganharam força à tarde, com papéis de tecnologia e serviços de comunicação levando o Nasdaq a novo recorde histórico intraday. O anúncio do Facebook de que lançará globalmente um recurso similar ao TikTok fez a ação saltar. E os papéis de companhias aéreas foram sustentados pela decisão dos EUA de relaxar alertas de viagem. Mas com a cautela em relação ao avanço da covid-19 e da recuperação econômica ainda presente, o ouro também subiu e renovou recorde.

 

 

 

JUROS

A leitura do comunicado do Copom e o leilão do Tesouro com oferta menor de títulos derrubaram os juros futuros até os vértices intermediários e inflaram o volume de contratos negociados hoje na B3. As taxas longas também caíram, mas menos que as demais, o que levou a curva a inclinar mais um pouco, dando sequência à trajetória vista nos últimos dias. As taxas, em especial as curtas, se ajustaram à sinalização do Banco Central de que a porta continua aberta a um eventual novo corte da Selic, ainda que a autoridade monetária tenha subido a régua para voltar a reduzir, contrariando a expectativa de que o comunicado indicaria interrupção no processo de distensão monetária.

 

Na curva a termo, as apostas de Selic em 2% em setembro continuam, assim como já eram nos últimos dias, amplamente majoritárias, mas, dada a surpresa do comunicado, a aposta de novo corte de 25 pontos-base na taxa reconquistou o espaço perdido nas últimas sessões. No fechamento, a curva projetava 25% de probabilidade para esta opção, ante 20% ontem no fim do dia.

 

Já os vencimentos do miolo reagiram à indicação do comunicado de um ciclo longo de Selic estável depois que for encerrada a atual sequência de cortes que começou em julho de 2019. Não por acaso, o orçamento de alta para a taxa básica em 2021 embutido na curva caiu em cerca de 30 pontos, segundo o Haitong Banco de Investimento.

 

O destaque da sessão foi o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 que fechou com taxa de 2,57% ante 2,772% ontem no ajuste, queda de 20 pontos e cerca de 480 mil contratos negociados, bem acima da média diária de 283,4 mil registrada nos últimos 30 dias. A taxa do DI para janeiro de 2021 fechou a 1,865%, de 1,953% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2023 encerrou com taxa de 3,64%, de 3,813% ontem no ajuste, e a taxa do DI para janeiro de 2027 caiu de 6,273% para 6,20%.

 

O Copom referendou o consenso de queda da Selic para 2%, mantendo na linguagem do comunicado algum grau de abertura para seguir cortando, o que surpreendeu boa parte do mercado que, em função da piora do risco fiscal, esperava a porta fechada a novas flexibilizações. Tanto que apostas de corte para setembro vinham caindo nos últimos dias, saindo de 30% de chances no fim da semana passada para 20% ontem. Pela manhã, ainda caíram um pouco mais, para 15%, mas à tarde já estavam em 25%.

 

De todo modo, a curva segue apontando nada menos do que 75% de probabilidade de manutenção da taxa em setembro. Também nos Departamentos Econômicos, a maioria dos economistas acredita que o ciclo de queda acabou. Pesquisa relâmpago do Projeções Broadcast sobre o Copom mostrou que 27 entre 32 instituições veem Selic estável no mês que vem.

 

No Banco Inter, a percepção é de que, ainda que o Copom não tenha fechado a porta, a evolução do cenário e a discussão sobre o ajuste fiscal devem ser impeditivos para futuras reduções. “A volta do crescimento de gastos fiscais permanentes poderia implicar aumento dos juros estruturais da economia impactando o crescimento de longo prazo”, afirma a economista-chefe Rafaela Vitória, que assina relatório do banco. Por outro lado, destaca, o Copom não antevê reduções no grau de estímulo enquanto a expectativa de inflação se mantiver abaixo da meta em 2021 e em menor grau em 2022. “Ou seja, podemos ter uma Selic baixa por um prazo mais longo, até meados de 2021, um prazo maior que atualmente precificado pelo mercado”, diz o texto.

 

O recuo das taxas, com mínimas em toda a curva, foi ampliado após leilão do Tesouro, cuja oferta de LTN caiu drasticamente, de 28,5 milhões na semana passada para 8,5 milhões hoje e absorvida integralmente. A oferta menor é atribuída ao chamado “período de hiato” no qual os dealers do Tesouro não precisam negociar nos leilões, que vai até 10 de agosto. Mesmo sem essa demanda cativa, profissionais nas mesas afirmam que houve muito apetite pelos papéis, mas a oferta menor não conseguiu atender a todos, que, nesse caso, acabaram por montar suas posições aplicadas em DI.

 

O Tesouro dobrou a oferta de prefixados longos, de 300 mil NTN-F na semana passada para 600 mil hoje, mas conseguiu vender somente 340 mil, dado que o interesse maior dos players parecia estar mesmo nos vértices intermediários.

 

Com Copom e leilão, a Pnad Contínua hoje ficou em segundo plano, mas amanhã a agenda de indicadores pode mexer com as taxas. Logo na abertura, o mercado já conhecerá o IPCA de julho, para o qual a mediana das estimativas é de alta de 0,36%, ante 0,26% em junho. (Denise Abarca – [email protected])

 

 

17:30

 

Operação   Último

CDB Prefixado 32 dias (%a.a) 1.90

Capital de Giro (%a.a) 7.02

Hot Money (%a.m) 0.82

CDI Over (%a.a) 1.90

Over Selic (%a.a) 1.90

 

 

 

 

 

 

CÂMBIO

O dólar ganhou força hoje ante moedas emergentes e o real só não foi novamente a divisa com pior desempenho porque a lira turca despencou para nível recorde de baixa, em meio a desconfiança do mercado sobre a recuperação econômica do país e após o governo turco gastar bilhões para tentar conter a sangria de sua moeda. No mercado doméstico, o fato de o Banco Central ter deixado a porta aberta para futuro corte da taxa básica de juros ajudou a pressionar o câmbio, assim como o aumento da preocupação com a questão fiscal brasileira. A expectativa agora é para o relatório de emprego da economia americana, que será divulgado nesta sexta-feira.

 

No mercado comercial, o dólar à vista fechou em alta de 0,95%, cotado em R$ 5,3432. No mercado futuro, o dólar para setembro subia 0,93%, cotado em R$ 5,3495 às 17h. O giro de negócios hoje foi o menor dos últimos dias, ficando em US$ 10,7 bilhões.

 

Na avaliação do gestor da Kinea Investimentos, Marco Freire, há chance de novo corte de juros se o governo sinalizar que vai honrar o teto da dívida. Ele avalia que a atividade ainda estará enfraquecida no final do ano, com desemprego alto e inflação abaixo da meta. “Nesse cenário, se honrar o teto, tem hipótese razoável de novo corte”, disse ele em live do BTG Pactual hoje, ressaltando que o fiscal do Brasil está “muito desafiador”. Para Freire, o governo não vai conseguir equacionar de uma vez todo o esforço fiscal feito este ano para contornar os efeitos da pandemia do coronavírus. Ele acredita que o auxílio emergencial deve ser prolongado.

 

Para o gestor da Absolute Investimentos, Fabiano Rios, a tendência é que o BC mantenha os juros na próxima reunião, mas pode cortar novamente até final do ano. Sobre o real, ele observa que os participantes do mercado se acostumaram a ver, durante muito tempo, a moeda brasileira muito valorizada, mas por causa da taxa de juros elevada no Brasil. “O real está desvalorizado, mas os fatores que fizeram com que ele se desvalorizasse ainda estão presentes”, disse Rios na live do BTG, destacando que o ponto de equilíbrio do câmbio é com a divisa brasileira um pouco mais valorizada do que agora, mas não muito.

 

Com a Selic em nível histórico de baixa e o juro real ao redor de zero, gestores alertam para a chance de saída de capital do Brasil dos próprios brasileiros, em busca de maior retorno no exterior, o que vai contribuir para pressionar ainda mais o câmbio.

 

Na avaliação do sócio e economista-chefe da Apex Capital, Alexandre Bassoli, a taxa de juros é baixa de forma inédita, ao mesmo tempo em que o Brasil tem que conviver com nível elevado de risco fiscal. “De fato, podemos ter uma dinâmica de investidores brasileiros decidindo alocar parte do patrimônio fora do Brasil.”

 

No exterior, o dólar teve hoje leve queda ante moedas fortes, ainda refletindo a falta de um acordo entre democratas e republicanos para aprovar um pacote de socorro fiscal em Washington. Nos emergentes, o dólar operou em alta, chegando a subir mais de 3% na Turquia, atingindo níveis recordes no país.

 

Os analistas do banco americano Brown Brothers Harriman (BBH) comentam que em meio a forte deterioração do mercado turco, voltou a discussão de possível alta de juros na Turquia. Só ontem o governo gastou US$ 1 bilhão para tentar conter a desvalorização e hoje os volumes foram ainda maiores. (Altamiro Silva Junior – [email protected])

 

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17:30

 

Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima

Dólar Comercial (AE) 5.34320 0.9484 5.37180 5.32270

Dólar Comercial (BM&F) 5.3106 0

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5334.000 0.64151 5377.000 5327.500

DOLAR COMERCIAL 5377.000 1.07143 5377.000 5377.000

 

 

BOLSA

Tendo mantido sem interrupções a faixa de seis dígitos desde o último dia 15, o Ibovespa sacolejou um pouco, por dinâmica própria, entre as duas últimas sessões de julho e as duas primeiras de agosto. Com a porta deixada aberta ontem pelo Copom para juros abaixo de 2% após este corte de 0,25 ponto porcentual, o índice volta a ganhar alguma força, emendando hoje a segunda sessão de retomada, embora em grau inferior ao observado no início da tarde, quando alcançou a marca de 104.523,28 pontos na máxima da sessão.

 

Ao fim, o índice de referência da B3 apontava ganho de 1,29%, aos 104.125,64 pontos, saindo de mínima a 102.794,76 pontos na abertura. Invertendo a lógica que prevalecia até o comunicado de ontem à noite do Copom, o Ibovespa operou à frente do exterior na maior parte da sessão, com Nova York mostrando indecisão entre perdas e ganhos mais cedo, embora sustentando alta no fim, com Nasdaq em nova máxima histórica, após sessões negativas na Europa e na Ásia. A incerteza sobre o ritmo de recuperação global colocou o ouro, mais tradicional ativo de proteção, em nova máxima histórica, a US$ 2.064,4 por onça-troy, no fechamento de hoje da Nymex para os contratos de dezembro.

 

“O momento ainda pode apoiar uma mudança para US$ 2.150 na próxima semana”, observa em nota Edward Moya, analista de mercado financeiro da OANDA, em Nova York, chamando atenção para a “luta” travada pelos congressistas americanos para chegar a acordo sobre a renovação de estímulos, que deve ser alcançado, ainda que, possivelmente, não antes do prazo “autoimposto”.

 

Muito vinculadas ao cenário externo, as ações de commodities, que contribuíram para dar impulso ontem ao Ibovespa, perderam ímpeto hoje, assim como as de siderurgia, mas o desempenho positivo do índice nesta quinta-feira foi assegurado pelas ações do setor elétrico e de bancos. As ações de elétricas, em especial as de transmissoras, aceleraram alta no início da tarde, após a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovar edital do leilão de transmissão a ser realizado no mês de dezembro. Outro desdobramento positivo para o segmento foi o arquivamento da MP 950, ontem, na Câmara dos Deputados, o que contribui para diminuir a burocracia para liberação de ajuda ao setor, assunto já regulamentado pela Aneel.

 

Destaque para Copel, em alta de 5,19% no fechamento, à frente de Cemig (+4,01%), Eletrobras ON (+3,65%) e Cesp (+1,11%). Na ponta do Ibovespa, BR Malls (+11,20%), Totvs (+10,85%) e Cielo (+10,67%), após ter sido contida recentemente, como outras ações do setor financeiro, pelos ruídos em torno da recriação de um imposto como a CPMF e pela expectativa para a votação no Senado de proposta de tabelamento de juros para o cartão de crédito e o cheque especial até o fim de 2020, em 30% ao ano. A sessão começou às 16h20 e, até o fechamento da B3, a matéria não havia sido votada, mas a perspectiva é de que, ainda que seja aprovada, dependerá de aval da Câmara e da sanção presidencial – um percurso ao longo do qual pode ser alterada ou mesmo rejeitada.

 

Assim, em dia de balanço do Banco do Brasil, divulgado antes da abertura de hoje, o setor, de maior peso no índice, contribuiu para o avanço do Ibovespa. BB ON subiu 3,06%, à frente de Bradesco ON (+1,39%) e de Itaú PN (+1,40%), assim como da unit do Santander (+2,76%). Entre as baixas do Ibovespa, destaque para Gerdau PN (-2,48%), Gerdau Metalúrgica (-2,46%) e Via Varejo (-2,05%). Ao fim, Petrobras PN subiu 0,17% e a ON, 0,34%, com Vale ON ainda em baixa de 0,58%. O giro financeiro da sessão totalizou R$ 26,3 bilhões, e o Ibovespa passa a acumular ganho de 1,18% nesta primeira semana de agosto, após perda acumulada de 0,11% até ontem – no ano, cede agora 9,96%.

 

“Com o Ibovespa a 105 mil pontos, estamos a preço justo. Mas o índice pode ir além dos 120 mil pontos se houver percepção de melhora dos fundamentos, o que inclui a progressão de reformas, como a tributária, em meio ao fluxo propiciado pela redução de juros”, diz Eduardo Cavalheiro, sócio-gestor da Rio Verde Investimentos.

 

A questão fiscal permanece no centro da atenção dos investidores, em meio a sinais de que o governo pretende criar um novo mecanismo permanente de transferência de recursos à população, o Renda Brasil, mas reconhece dificuldades para estender ao fim do ano o auxílio emergencial de R$ 600, que tende a ser reduzido nos próximos meses. A transferência de renda aos mais pobres é considerada essencial para manter algum nível de funcionamento da economia, ante a progressão do desemprego, reiterada em novos dados divulgados hoje.

 

“Os gastos necessários feitos nesta época de pandemia demandam cortes de custos para o Estado, ou seja, reformas”, diz Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante. O cenário de riscos apontado ontem pelo BC foi “para os dois lados”, tanto a possibilidade de inflação muito baixa, por conta da ociosidade da economia, como de um descontrole de gastos e desequilíbrio fiscal, que, para serem evitados, dependem de reformas que resultem em redução de custos do Estado, observa o estrategista da Levante. (Luís Eduardo Leal, com Felipe Laurence – [email protected])

 

 

17:21

 

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 104125.64 1.2878

Máxima 104523.28 +1.67

Mínima 102794.76 -0.01

Volume (R$ Bilhões) 2.62B

Volume (US$ Bilhões) 4.91B

 

 

 

 

17:30

 

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 104205 1.21904

Máxima 104655 +1.66

Mínima 102100 -0.83

 

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York ganharam força à tarde, com papéis de tecnologia e serviços de comunicação levando o Nasdaq a novo recorde histórico de fechamento, acima dos 11 mil pontos pela primeira vez. O anúncio do Facebook de que lançará globalmente um recurso similar ao TikTok fez a ação saltar, fechando em alta de 6,49%. Além disso, papéis de companhias aéreas foram apoiados pelo fato de que os EUA relaxaram alertas de viagem. Investidores ainda monitoraram as negociações em Washington por um novo pacote de estímulos, bem como a pandemia, com a Organização Mundial de Saúde (OMS) voltando a apontar as Américas como epicentro da covid-19. Nesse quadro, o ouro renovou máxima histórica e os juros dos Treasuries caíram na maioria, em meio também a vários discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed). Entre as commodities, o petróleo chegou a subir em parte do dia, mas registrou quedas modestas, sem fôlego após altas recentes.

 

O Nasdaq continuou a se beneficiar do descolamento da percepção de investidores sobre a força de ações das chamadas giant techs, que conseguem bons resultados mesmo com as restrições impostas pela pandemia. Hoje, a notícia de que o Facebook lançará globalmente o recurso “Reels”, disponível no Instagram para usuários do Brasil desde dezembro de 2019, impulsionou a ação da rede social, já que a companhia pode abocanhar uma parcela de um mercado que tem se mostrado promissor nos últimos meses, enquanto o TikTok enfrenta uma investida do governo americano, segundo o qual o fato de o aplicativo ser chinês poderia significar ameaça para a segurança dos dados de cidadãos americanos. Apple ganhou 3,49%, Amazon subiu 0,62% e Microsoft, 1,60%.

 

As companhias aéreas também se saíram bem, após o governo americano relaxar alertas de viagens. Além disso, investidores monitoravam as negociações de um novo pacote de ajuda nos EUA, com relatos de avanços na busca por um acordo, mas ainda sem resultado final. O índice Dow Jones fechou em alta de 0,68%, em 27.386,98 pontos, o S&P 500 ganhou 0,64%, a 3.349,16 pontos, e o Nasdaq subiu 1,00%, a 11.108,07 pontos, com as bolsas apoiadas também pelo dado melhor do que o esperado de pedidos de auxílio-desemprego, divulgado pela manhã.

 

O ambiente, ainda assim, não era totalmente de otimismo nos mercados. Prova disso é que a segurança do ouro continua a ser demandada: o contrato do metal para dezembro fechou em alta de 0,98%, a US$ 2.069,40 a onça-troy, na Comex.

 

Mas o movimento do ouro também é explicado em parte pela queda recente nos retornos dos bônus. Hoje, os juros dos Treasuries voltaram a cair na maioria, com a covid-19 no radar e também em meio a discursos do Fed. Presidente da distrital de Richmond, Thomas Barkin disse que a recuperação nos EUA tem sido menos vigorosa do que o esperado e previu que a crise “será mais longa”. Já Robert Kaplan (Dallas) comentou que as pequenas e médias empresas do país devem precisar de mais assistência, no quadro atual. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 0,121% e o da T-note de 10 anos caía a 0,538% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 1,199%.

 

Ao analisar dados dos últimos dias na pandemia nos EUA, o Goldman Sachs diz que a maioria dos Estados americanos mostra agora “uma trajetória de baixa sustentada” nos novos casos confirmados da doença, o que deve continuar “pelo menos no curto prazo”. O banco adverte, porém, que o nível dos novos casos ainda continua alto na maioria dos Estados americanos. Em entrevista coletiva, o comando da OMS citou as Américas ainda como epicentro global da pandemia e disse que o fato de seis vacinas já estarem na fase 3 de ensaios clínicos não é garantia de que alguma delas funcionará.

 

No câmbio, o dólar oscilou perto da estabilidade boa parte do dia frente a outras moedas principais, perdendo um pouco de força à tarde. No horário citado, a divisa americana caía a 105,59 ienes, o euro subia a US$ 1,1871 e a libra tinha alta a US$ 1,3139. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de divisas fortes, caía 0,09%, a 92,787 pontos. Entre as emergentes, a lira tocou mínima histórica frente ao dólar hoje. O BBH comenta em relatório que as autoridades turcas parecem ter diminuído sua defesa da moeda, “o que é provavelmente o passo certo”. Para o banco, poderia haver uma “minicrise” na Turquia, com rápida desvalorização da moeda, seguida por altas nos juros. “Mas, diante da forte preferência por juros mais baixos, autoridades podem muito bem optar por buscar medidas regulatórias mais heterodoxas primeiro. É uma situação fluida, para dizer o mínimo”, adverte o BBH.

 

Entre as commodities, o petróleo chegou a subir, mas terminou em baixa, após atingir máximas em cinco meses. O contrato do WTI para setembro fechou em queda de 0,57%, a US$ 41,95 o barril, na Nymex, e o Brent para outubro caiu 0,18%, a US$ 45,09 o barril, na ICE. No noticiário do setor, a Saudi Aramco informou que cortará seus preços aos clientes de várias regiões, no mês de setembro. (Gabriel Bueno da Costa – [email protected])

 

 

 

 

 




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