CALIFÓRNIA FECHA RESTAURANTES, PIORA HUMOR DOS MERCADOS E BOLSA VOLTA AOS 98 MIL PTS

O humor dos mercados acionários mudou completamente na reta final desta segunda-feira, após a notícia de que o governo da Califórnia ordenou o fechamento de atividades em restaurantes, bares e outros estabelecimentos, diante do avanço da pandemia de covid-19 no Estado. Esse fato, considerando ainda o recorde de casos na Flórida registrado no fim de semana, suplantou o otimismo que prevalecia, até então, devido a informações positivas sobre vacinas e remédios contra a covid-19, bem como em relação às perspectivas favoráveis para a temporada de balanços. Em Wall Street, depois de os principais índices passarem parte do dia com alta entre 1% e 2%, apenas o Dow Jones resistiu com avanço bastante discreto, enquanto S&P500 e Nasdaq migraram para o vermelho, com queda firme. O Ibovespa, que já acompanhava esse avanço dos pares americanos com certa distância, depois de ter alcançado o nível de 100 mil pontos na sexta-feira, não resistiu e cedeu 1,33%, aos 98.697,06 pontos, encerrando na mínima do dia. Foram quase 1.500 pontos perdidos em cerca de uma hora, fazendo a marca psicológica não durar nem um pregão completo. Entre as ações, muitas reduziram ganhos e Petrobras, por exemplo, também migrou para baixo e terminou com perdas. Com tudo isso, o dólar, que já vinha em alta diante do real, após três queda consecutivas, apenas passou a renovar máximas, acompanhando a piora de sentimento externa. No fim, a divisa dos EUA encerrou o dia com valorização de 1,25% no mercado de balcão, a R$ 5,3885. Mesmo mais cedo, traders relatavam a continuidade da saída de capital externo da Bolsa, que já acumula retirada de R$ 4,1 bilhões este mês, até o dia 9. O câmbio pressionado já limitava a queda dos juros, mas a piora dos negócios na reta final fez as taxas encerrarem entre estabilidade e discreta alta. Mesmo assim, um dia antes do IBC-Br de maio, que pode dar mais um parâmetro sobre como foi o PIB do segundo trimestre, os investidores se mantêm divididos sobre os próximos passos do Copom, entre mais um ajuste de 0,25 ponto ou manutenção da Selic em 2,25% ao ano.

 

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York reverteram os ganhos no final do pregão e fecharam sem direção única, após o governador da Califórnia ordenar o fechamento de atividades em restaurantes e bares, diante do avanço da pandemia de covid-19 no Estado. Durante quase toda a sessão, no entanto, os investidores focaram em notícias sobre potenciais vacinas contra a covid-19 e o otimismo havia predominado. Além disso, há expectativa pelos balanços do setor bancário dos Estados Unidos e pelas perspectivas dos grandes bancos para o segundo semestre, com a avaliação de que o pior da crise já passou. Para o presidente do Federal Reserve de Dallas, Robert Kaplan, no entanto, o ressurgimento de casos de coronavírus no país está diminuindo o ritmo da recuperação. Na renda fixa, os juros dos Treasuries passaram a recuar após a notícia sobre a Califórnia. O dólar, porém, continuou em baixa ante outras moedas fortes. O petróleo, após uma sessão volátil, fechou em queda, com perspectiva de que a Opep+ reduza os cortes na produção.

 

A Califórnia deve fechar as operações internas de estabelecimentos como restaurantes, bares, teatros e museus, anunciou nesta tarde o governador do Estado americano, Gavin Newsom, em meio a um aumento do número de novos casos de covid-19. A notícia gerou cautela no mercado acionário e as bolsas de Nova York, que já vinham mostrando instabilidade, reduziram ganhos e fecharam sem direção única. O índice Dow Jones subiu 0,04%, a 26.085,80 pontos, o S&P 500 recuou 0,94%, a 3.155,22 pontos, e o Nasdaq caiu 2,13%, a 10.390,84 pontos. As ações da Amazon cederam 3,00%, as da Microsoft caíam 3,09% e as da Apple registraram baixa de 0,46%.

 

Ante dessa reversão, no entanto, o apetite por risco prevalecia no mercado, com os investidores otimistas após duas das vacinas para covid-19 que estão sendo desenvolvidas pela Pfizer e pela BioNTech receberem status de “fast track” de reguladores nos EUA, o que significa que o processo de revisão será mais rápido. Além disso, a companhia americana Biosig Technologies informou que testará o antiviral merimepodib em pacientes com coronavírus.

 

Em um evento virtual realizado hoje, Robert Kaplan disse que ressurgimento de casos de covid-19 em Estados americanos está diminuindo o ritmo da recuperação econômica. Embora o presidente do Fed de Dallas não espere que o país volte ao nível de abril em termos econômicos, ele alertou para a possibilidade de impacto na confiança do consumidor. Já o diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, reafirmou hoje que haverá um novo pacote de estímulos para mitigar os impactos da pandemia.

 

Depois de operarem perto da estabilidade durante quase toda a sessão, os juros dos Treasuries passaram a recuar com a notícia sobre o fechamento de atividades na Califórnia, com investidores migrando do mercado acionário para a renda fixa. No final da tarde em Nova York, o rendimento da T-note de 2 anos recuava a 0,137% e o da T-note de 10 anos, a 0,622%.

 

O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis rivais fortes, reduziu as perdas, mas ainda operava com queda de 0,12%, a 96,535 pontos, no final da tarde em Nova York. Na mesma marcação, a libra cedia a US$ 1,2557, mas o euro subia US$ 1,1349.

 

O petróleo também fechou em baixa, com a expectativa de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) reduzam os cortes na produção. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para agosto recuou 1,11%, a US$ 40,10 o barril. Na International Exchange (ICE), o Brent para setembro caiu 1,20%, a US$ 42,72 o barril.

 

Em uma semana com decisões de política monetária do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) e do Banco Central Europeu (BCE), além da divulgação do PIB da China no segundo trimestre de 2020, os investidores aguardam também os balanços corporativos do setor bancário dos EUA. “As perspectivas para o segundo semestre serão potencialmente mais relevantes na definição do tom das negociações [nos mercados]”, comenta o analista Ian Lyngen, do BMO Capital Markets, acrescentando que o mercado olhará o volume das provisões dos grandes bancos para perdas com empréstimos.

 

“Com tantos eventos impactando praticamente todos os ativos, esperamos uma semana volátil para os mercados”, afirmam profissionais do Brown Brothers Harriman (BBH). (Iander Porcella – [email protected])

Volta

 

BOLSA

O Ibovespa foi do vinho para a água entre a manhã e o fim da tarde, cedendo não apenas a linha de 100 mil mas também a de 99 mil pontos no fechamento desta segunda-feira, com vendas que se acentuaram após as 16h50, quando a piora observada em Nova York colocava o Nasdaq – que vinha de renovações de recordes históricos – em queda acima de 2% na sessão. Ao fim, o principal índice da B3 apontava perda de 1,33%, aos 98.697,06 pontos, na mínima do dia, após ter chegado a 100.857,68 pontos na máxima, pela manhã.

 

Mais cedo, com o bom humor externo em meio ao início da temporada de balanços do segundo trimestre nos EUA, o Ibovespa resistia acima dos 100 mil, mas, depois das 16h, perdeu de vez a linha em meio à piora observada em Nova York, que colocou S&P 500 e Nasdaq em terreno negativo no fechamento do dia. O sentimento mudou da manhã para o fim da tarde, com perda de desempenho nos mercados americanos após a notícia de que a Califórnia voltará a fechar atividades internas em bares, restaurantes e outros ambientes fechados. Assim, o índice da B3 se inclinou à realização de lucros.

 

Em dia negativo para os preços do petróleo, Petrobras PN cedeu 1,55% e a ON, 0,65%, contribuindo para o ajuste negativo do Ibovespa, assim como as ações de bancos, também com grande peso na composição do índice: Santander fechou em baixa de 2,20% e Bradesco ON, de 2,00%. Na ponta negativa do Ibovespa, Ambev cedeu 5,72%, seguida por Cyrela (-5,32%). No lado oposto, IRB subiu 5,65% e CSN, 3,92%. O giro financeiro totalizou R$ 28,1 bilhões e, no mês, o Ibovespa limita agora os ganhos a 3,83%, enquanto as perdas no ano vão a 14,66%.

 

“Os 100 mil eram uma importante linha divisória entre compra e venda, de forma que é natural que falte força para o índice neste momento. Muita coisa que constituía boa oportunidade já andou bem. O momento volta a ser de seletividade para o investidor”, diz Márcio Gomes, analista da Necton. “O início de semana já era cauteloso, mais devagar com o Ibovespa a 100 mil e ante fatores que podem fazer preço nos próximos dias”, diz um operador, reiterando como muitos que fluxo doméstico, mais do que fundamentos, reconduziu o Ibovespa ao nível de seis dígitos – pela sexta vez desde que a marca foi alcançada pela primeira vez, em 19 de junho de 2019, e que havia sido cedida pela última vez em 6 de março.

 

Após a fraca leitura sobre a atividade de serviços em maio, em contraponto ao otimismo suscitado pelas vendas do varejo em março, divulgadas respectivamente na sexta e quarta passadas, voltou a ganhar peso a expectativa por um corte “residual” da Selic no início de agosto, que a traria de 2,25% para 2,00% ao ano – em um contexto já marcado por migração de recursos da renda fixa para a variável.

 

Assim, a busca por retorno em ativos de risco, com juros historicamente baixos no Brasil, mantém o investidor doméstico como o eixo da recuperação dos preços na B3 – apesar dos receios em torno do grau de recuperação possível à economia, em meio à resiliência da pandemia. De acordo com os mais recentes dados disponíveis, o investidor estrangeiro já retirou R$ 80,65 bilhões da bolsa brasileira este ano – julho volta a ver saques líquidos de recursos alocados pelos estrangeiros, que em junho haviam reingressado na B3, com o primeiro mês de saldo positivo para o investimento de fora desde setembro de 2019.

 

Aqui, a semana reserva amanhã o IBC-Br, indicador antecedente sobre o PIB, que ajuda o mercado a auscultar o estado da economia. A expectativa para a leitura desta terça-feira é que confirme o início da recuperação econômica em maio, quando começaram a surgir sinais de afrouxamento do distanciamento social, implementado no início do mês seguinte em boa parte do país.

 

Em outro desdobramento do dia, o vice-presidente Hamilton Mourão defendeu hoje a retomada do debate sobre a criação da nova CPMF – assunto sensível para o mercado -, apesar da contrariedade do presidente Jair Bolsonaro. Segundo Mourão, “mais cedo ou mais tarde essa discussão vai ter que ser colocada na mesa”. Em setembro do ano passado, o então secretário da Receita Federal Marcos Cintra foi demitido por defender a retomada do tributo.

 

“A nossa proposta que vinha sendo costurada até a saída do Marcos Cintra era aquela proposta do IVA Dual e entrava aquela questão do imposto sobre transações financeiras que parece ser o grande satã da Reforma Tributária. Ninguém quer ouvir falar disso aí. Mas eu, na minha visão, inclusive têm vários deputados e senadores que defendem essa questão do imposto único, que também é defendido por empresas aqui no Brasil. Esse assunto tem que ser discutido sem preconceitos”, declarou Mourão em transmissão ao vivo promovida pela Genial Investimentos.

 

No exterior, além do início da temporada de balanços americanos com os números da PepsiCo – trazendo lucro ajustado acima do esperado -, houve nesta terça-feira notícia positiva sobre a Covid-19: Pfizer e BioNTech anunciaram que duas de quatro possíveis vacinas que estão desenvolvendo contra o novo coronavírus receberam status de “fast track” da FDA, a agência reguladora de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos. Hoje, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reiterou que o epicentro do vírus continua nas Américas. Ontem, a OMS havia informado que, de 230 mil novos casos de covid-19 reportados, 80% ocorreram em 10 países – o que mostra que a pandemia está se concentrando em certos pontos.

 

Nos EUA, o presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, disse que a proliferação de casos de covid-19 no país está diminuindo o ritmo da recuperação econômica. Ele estima que a taxa de desemprego deve terminar 2020 entre 9% e 10%, e, ao final de 2021, deve cair para a faixa de 7% a 8% – ainda alta pelo padrão americano. (Luís Eduardo Leal – [email protected])

 

 

17:21

 

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 98697.06 -1.33435

Máxima 100857.68 +0.83

Mínima 98697.06 -1.33

Volume (R$ Bilhões) 2.81B

Volume (US$ Bilhões) 5.25B

 

 

 

 

17:33

 

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 98720 -1.23062

Máxima 101040 +1.09

Mínima 98540 -1.41

 

 

 

CÂMBIO

O dólar operou em alta no Brasil nesta segunda-feira, após cair nos três últimos pregões. Em dia de liquidez reduzida, a moeda americana acelerou os ganhos perto do fechamento, com a notícia de que a Califórnia ordenou o fechamento de atividades internas em bares, restaurantes, academias e cinemas, entre outros, como estratégia para tentar conter os avanços do coronavírus. A decisão piorou os mercados rapidamente e fez o dólar ganhar força no exterior.

 

Até então, o dia havia sido marcado por otimismo no mercado internacional, por conta da aceleração do processo de análise por reguladores de duas vacinas contra a covid-19 nos Estados Unidos. Traders relataram ainda que contribuiu para pressionar o câmbio a continuidade da saída de capital externo da Bolsa, que já acumula retirada de R$ 4,1 bilhões este mês, até o dia 9.

 

O dólar à vista fechou com valorização de 1,25%, cotado em R$ 5,3885, maior valor desde 30 de junho. No mercado futuro, o dólar para agosto era negociado em alta de 1,21% às 17h, em R$ 5,3925. O volume de negócios neste contrato somava US$ 11,4 bilhões, a metade de um dia com bom giro financeiro.

 

“Os casos de coronavírus estão se disseminando de forma alarmante nos Estados Unidos”, ressalta o economista sênior do TD Bank, Sri Thanabalasingam, destacando que além da Califórnia, os outros dois estados mais críticos são Flórida e Texas. Os indicadores ainda não pegaram os efeitos deste avanço recente na atividade, mas como este processo está em curso, como no caso da Califórnia, que anunciou hoje sua decisão, os próximos números certamente vão mostrar algum impacto na atividade econômica.

 

“O surto renovado de casos de coronavírus nos estados do Sul e Oeste dos EUA apoia nossa previsão de que a economia dos EUA sofrerá uma recuperação muito mais lenta no segundo semestre”, avaliam os analistas da Capital Economics.

 

A decisão do governo da Califórnia fez o Ibovespa perder os 100 mil pontos. O sócio da Monte Bravo Investimentos, Bruno Madruga, ressalta que o fluxo de investidores estrangeiros na B3 tem sido de saída, e hoje não deve ter sido diferente, após o bom desempenho recente do Ibovespa. Esse movimento ajudou a pressionar o câmbio. Para os analistas da consultoria inglesa TS Lombard, o mercado de ações brasileiro “será sustentado pelo investidor doméstico no médio prazo”, na medida em que os juros vão continuar caindo e o estrangeiro tem reduzido exposição ao País. Eles preveem um corte adicional de 0,25 ponto porcentual em agosto.

 

As mesas de câmbio monitoraram ainda as discussões sobre a política ambiental do governo para a Amazônia, na medida em que fundos internacionais ameaçaram não mais comprar ativos brasileiros. “A primeira coisa é aceitar que passou do limite a questão do desmatamento”, disse o vice-presidente Hamilton Mourão.

 

Entre os fundos, o tom ainda é de ceticismo. “Esperamos ver mais ações e planos concretos daqui para a frente”, disse ao Broadcast, Eric Pedersen, responsável pela área de investimentos sustentáveis do grupo Nordea. Ele ressaltou que o banco não tem planos ainda de voltar a comprar títulos soberanos do governo brasileiro.

 

No mercado futuro da B3, investidores fizeram ajustes pontuais na sexta-feira. Os fundos domésticos, após alguns dias elevando posição vendida em dólar, ou seja, acreditando na queda da moeda americana, voltaram a reduzir estas apostas. Na sexta, diminuíram em 3,5 mil contratos (US$ 176 milhões), de acordo com dados da B3 monitorados pela corretora Renascença. Os estrangeiros, que vinham aumentando posição comprada em dólar futuro, que ganha com a alta da divisa, cortaram esta aposta em 1,227 mil contratos, o equivalente a US$ 61,4 milhões. (Altamiro Silva Junior – [email protected])

 

 

17:33

 

Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima

Dólar Comercial (AE) 5.38850 1.2533 5.39050 5.31020

Dólar Comercial (BM&F) 5.3347 0

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5397.000 1.28554 5399.500 5314.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5375.000 09/07

 

 

 

JUROS

Os juros futuros começaram a semana ao redor da estabilidade, tendo prevalecido um viés de baixa nos vencimentos mais longos durante boa parte do dia, mas que se apagou nos minutos finais da sessão regular, em linha com a piora generalizada nos demais segmentos. As taxas curtas também pouco se mexeram nesta segunda-feira de volume fraco de contratos, refletindo a ausência de vetores para conduzir os negócios. O mercado segue dividido em relação às apostas para o Copom de agosto, se haverá novo corte ou manutenção da Selic, à espera de gatilhos que possam fazer esse pêndulo andar e dar algum impulso à curva.

 

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 encerrou em 3,03%, de 3,022% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2021 passou de 2,064% para 2,065%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 5,57%, de 5,563% no ajuste anterior, e a do DI para 2027 passou de 6,37% para 6,39%.

 

Nos longos, as taxas vinham caindo de forma quase ininterrupta desde o começo o mês, o que deixou os prêmios mais magros e, com isso, é natural haver uma acomodação, na medida em que não se tem novidades no quadro fiscal. Durante boa parte do dia, chegaram a testar níveis ainda mais baixos, mas na reta final zeraram a queda discreta para fechar com viés de alta, após a informação de que o governo da Califórnia já está revendo protocolos de funcionamento do comércio em meio ao avanço da pandemia. Até então, os mercados internacionais tinham bom desempenho, amparados em notícias de avanços para o lançamento de vacinas contra o coronavírus, mas o fato é que os casos e mortes não param de crescer no mundo, sobretudo no Brasil e nos Estados Unidos.

 

Enquanto isso, os vencimentos curtos seguem na dependência de informações que possam levar a um consenso sobre o que deve fazer o Copom nesta reta final de ajuste da política monetária. Para a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitoria, as apostas para corte devem ser reduzidas gradualmente na medida em que os dados sigam mostrando recuperação da atividade, considerando também que as mensagens do Banco Central têm tido um viés mais otimista sobre a retomada. “O resultado do varejo trouxe uma visão positiva e temos sinais de aceleração da inflação. Hoje a pesquisa Focus já mostrou alta na previsão do IPCA”, disse. A mediana das estimativas para a inflação este ano no Boletim Focus subiu de 1,63% para 1,72% – ainda distante do piso da meta de 2,5% – e para o PIB subiu de -6,5% para -6,1%.

 

A conferir se o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), de maio, amanhã, será capaz de dar alguma dinâmica para a ponta curta, como deram os números conhecidos da semana passada. Na avaliação de Rafaela, esse indicador já está nos preços e o mercado estaria mais interessado agora nos de junho para confirmar se o pessimismo com o segundo trimestre estava mesmo superestimado. Pela pesquisa do Projeções Broadcast, a mediana das previsões para o IBC-Br é de alta de 4,4% ante abril, o que seria a maior expansão nessa base de comparação da série iniciada em 2003, depois das quedas históricas em abril (-9,73%) e março (-6,16%). (Denise Abarca – [email protected])

 

 

17:33

 

Operação   Último

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 2.12

Capital de Giro (%a.a) 7.02

Hot Money (%a.m) 0.82

CDI Over (%a.a) 2.15

Over Selic (%a.a) 2.15




Leave a Reply

Your email address will not be published.


Comment


Name

Email

Url