Sem Wall Street para fazer qualquer contrapeso, em virtude do feriado que manteve os mercados americanos fechados, os ativos locais reagiram, praticamente em uníssono, à deterioração do ambiente político. Com novas denúncias envolvendo o presidente Jair Bolsonaro, um dia depois de novas manifestações contra o governo, a leitura é de que haveria alguma perda de capital político, atrapalhando o avanço de agendas no Congresso. Além disso, segue pesando a proposta de reforma do Imposto de Renda enviada pelo governo, sobretudo na Bolsa e no câmbio. O dólar, por sinal, voltou a se aproximar de R$ 5,10 no pior momento do dia, pressionado por estes fatores locais e também de olho no movimento externo do mercado de moedas, até terminar com valorização de 0,68%, a R$ 5,0878. O Ibovespa, por sua vez, cedeu 0,55%, aos 126.920,05 pontos, com queda disseminada entre os papéis. Até mesmo Petrobras, que poderia ser beneficiada pelo avanço firme do petróleo e pelo reajuste que anunciou para os combustíveis, recuou pouco mais de 1%. Esse aumento de preços, que inclui a gasolina, é fator de pressão adicional sobre o IPCA e, num dia de noticiário negativo e alta do dólar, os juros futuros subiram ao longo de toda a curva, a ponto de as apostas em um aperto de 1 ponto porcentual da Selic em agosto voltar a ser precificada de forma unânime. Lá fora, diante do feriado da Independência nos EUA que tirou a liquidez dos mercados, o foco se voltou para a reunião da Opep, que terminou sem acordo sobre a produção de petróleo para os próximos meses e jogou os preços da commodity para cima levando o Brent a superar a marca de US$ 77 pela primeira vez desde outubro de 2018.
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