A aversão ao risco global encontrou no conturbado ambiente brasileiro o cenário ideal para prosperar e causar venda generalizada de ativos. E com o feriado no Estado de São Paulo que vai manter os mercados fechados amanhã, o investidor evitou qualquer posição mais firme em Brasil. Até porque, se lá fora o aumento de casos de covid com a variante Delta e sinais de política monetária acomodatícia na Europa e na China colocam em xeque a percepção sobre o ritmo firme de retomada da economia mundial, por aqui as incertezas políticas que tomaram conta de Brasília nos últimos dias exacerbam os movimentos. Não por acaso, o dólar engatou o oitavo pregão consecutivo de alta em relação ao real. E só não foi pior porque o Banco Central fez um leilão inesperado de swap e tirou a divisa de perto das máximas, a R$ 5,31. No fim, a moeda americana encerrou com valorização de 0,29%, a R$ 5,2554, acumulando alta de 4,16% na semana e de 4,39% no mês. A piora do câmbio e o clima de 'risk off' global puxou os juros futuros para cima desde o começo do dia, a despeito do IPCA de junho abaixo do previsto. E, ao contrário da lógica, a intervenção do BC que desacelerou o avanço do dólar serviu de combustível adicional para as taxas, por sinalizar a preocupação da autoridade monetária com os efeitos do câmbio na inflação. Assim, as apostas em um aperto monetário de 1 ponto porcentual em agosto voltaram a ganhar terreno. Já o Ibovespa seguiu os pares em Wall Street e foi além, num dia em que apenas sete papéis do índice não caíram. No fim, terminou com baixa de 1,25%, aos 125.427,77 pontos, totalizando perdas de 1,72% na semana e passando a ceder 1,08% no mês até agora. Em Nova York, após os recordes recentes, o movimento de correção foi intenso e os principais índices acionários chegaram a cair mais de 1%, ainda que tenham terminado com baixas um pouco inferiores a isso.
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