Os ativos brasileiros tiveram duplo impulso nesta terça-feira: o exterior amplamente positivo e, sobretudo, a vitória dos candidatos do governo para as presidências da Câmara e do Senado. A leitura dos investidores é de que, ao ter aliados no comando do Congresso, o Executivo pode ter maior facilidade em fazer andar a pauta liberal da equipe econômica, ainda que muitos analistas apostem em ritmo lento e caminho tortuoso para tal agenda. Mas tanto o real quanto os juros futuros precificaram, em alguma medida, uma redução do risco fiscal, a ponto de a moeda brasileira ter registrado o melhor desempenho dentro de uma cesta de 34 moedas. Assim, no fim do dia, o dólar teve queda de 1,74% no mercado à vista, a R$ 5,3548, reduzindo a valorização no ano para a casa de 3%. O alívio no dólar, o placar dilatado obtido pelo governo nas vitórias no Congresso, entendido como sinal positivo para eventual apoio à pauta econômica, e o bem-sucedido leilão de NTN-B de longo prazo, fizeram os juros futuros caírem em bloco, mas principalmente nos vértices mais distantes. Isso se traduziu em desinclinação na curva de juros, com o diferencial, em algumas medidas, no menor nível do ano. Mas os mercados internacionais também deram contribuição relevante. As Bolsas em Nova York subiram ao redor de 1,5%, com os agentes de olho nas negociações por estímulos fiscais nos EUA e a expectativa por balanços, como o de Amazon e Alphabet (Google). Além disso, o petróleo se beneficiou do maior apetite por risco e de sinalizações da Opep+ sobre o cumprimento dos cortes de produção. Por aqui, pode-se dizer que o Ibovespa acabou se descolando parcialmente desse tom generalizado de otimismo. Ainda que o índice tenha subido 0,61%, aos 118.233,81 pontos, ações importantes e de peso tiveram baixa significativa. No caso da Vale, o minério de ferro tombou quase 5% na China e os investidores aproveitaram para realizar ganhos, enquanto as ações do Itaú cederam após balanço em linha, mas com pontos que desagradaram.
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