PROMESSA DE PEC EMERGENCIAL ALIVIA JUROS, MAS REAL E BOLSA SEGUEM EXTERIOR NEGATIVO

Em um pregão de aversão ao risco, o mercado de juros “comprou” a informação de que a PEC Emergencial, que vai tratar do auxílio emergencial e das contrapartidas fiscais ao benefício, será pautada na próxima semana, com relatório sendo apresentado até segunda-feira. Com isso, as taxas devolveram os prêmios acumulados em boa parte do dia e terminaram entre estabilidade, no caso dos vencimentos curtos e intermediários, e viés de queda para os vencimentos longos, encerrando uma sequência de três pregões em alta. O movimento, contudo, foi limitado pelo dólar e pelo mau humor global. O investidor em câmbio segue reticente em relação ao real, que tem o pior desempenho de 2021 ante os pares emergentes, mesmo com a entrada líquida de US$ 5,5 bilhões no Brasil no ano. E hoje não foi diferente: o dólar à vista subiu 0,48% ante a moeda brasileira, a R$ 5,4410, acumulando, até agora, valorização de quase 5% em janeiro e em fevereiro. A notícia sobre a PEC Emergencial não serviu de alívio para o real, com os agentes de olho no exterior negativo e guardando cautela em relação à política fiscal brasileira. Até porque, uma série de instituições tem feito advertências sobre os efeitos negativos que uma eventual piora fiscal pode ter sobre a retomada da economia e sobre a inflação brasileiras. O Ibovespa, por sua vez, passou por uma correção em baixa após subir nas três últimas sessões, quando deixou a questão sobre as contas públicas do País em segundo plano. Hoje, com a volta do debate sobre o auxílio emergencial e Wall Street em queda, a Bolsa sucumbiu e terminou com recuo de 0,96%, aos 119.198.97 pontos. Enquanto isso, os principais índices acionários em Nova York até reduziram as perdas ao longo da tarde, mas ainda terminaram no vermelho. Após a série de recordes recentes, os investidores aguardam o andamento do pacote de estímulos de US$ 1,9 trilhão no Congresso americano. Hoje, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, disse que o projeto pode ser votado pela Casa no final da próxima semana. Em meio a isso, a pandemia de covid-19 segue recomendando cautela, após a OMS dizer que o ritmo de produção de vacinas é um gargalo para a imunização ganhar impulso pelo mundo.

 

 

JUROS

A retomada das discussões em torno do auxílio emergencial deu algum alívio para a curva de juros, mas limitado pelo comportamento negativo do câmbio e manutenção da pressão sobre o rendimento dos Treasuries. As taxas locais encerraram de lado, com viés de baixa nos vencimentos longos, estancando a sequência de três altas consecutivas até ontem, quando a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) elevou a cautela sobre um possível travamento da agenda econômica no Congresso. Por isso, a informação de que a PEC Emergencial, que vai tratar do benefício, será pautada na próxima semana, com relatório sendo apresentado até segunda-feira, abriu espaço para alguma devolução de prêmios. O leilão do Tesouro foi parecido com o anterior e não chegou a adicionar pressão sobre a curva.

 

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 3,40% (regular) e 3,405% (estendida), de 3,422% ontem no ajuste e a do DI para janeiro de 2023 encerrou em 5,06% (regular) e 5,04% (estendida), de 5,06% ontem. A do DI para janeiro de 2025 ficou em 6,63% (regular) e 6,58% (estendida), de 6,63% ontem, e a do DI para janeiro de 2027 caiu de 7,30% para 7,27% (regular) e 7,23% (estendida).

 

Adauto Lima, estrategista da Western Asset, atribuiu o desempenho dos DIs hoje a uma correção do que acredita ter sido um exagero ontem, assegurada pela melhora da perspectiva para o auxílio emergencial. “A curva já está muito pressionada, é preciso algo mais concreto e negativo para novas altas”, disse.

 

Numa tentativa de demonstrar consenso sobre a importância da agenda econômica, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, se reuniram em almoço nesta quinta. “Tratamos do encaminhamento do auxílio emergencial e de uma contrapartida, não como condição, mas de uma sinalização de que o Congresso tem responsabilidade fiscal”, afirmou Pacheco, após o fim do encontro, por volta das 14 horas.

 

Segundo o presidente do Senado, o relatório da PEC do senador Marcio Bittar (MDB-AC) sai até segunda e a proposta será pautada na Casa na próxima semana. Segundo apurou o Broadcast Político, já haveria um acordo de líderes para que ocorra no dia 25. O governo ainda não explicou qual o caminho para custear uma nova rodada do auxílio, mas Pacheco confirmou que haverá cláusula de “orçamento de guerra” para a retomada dos pagamentos. A sinalização sobre a PEC acabou por neutralizar a influência que o avanço do dólar chegou a exercer no começo da tarde quando, passado o leilão de prefixados os juros renovaram máximas.

 

“Os juros futuros sugerem que a prisão do deputado foi vista como fonte de incerteza (veja a volatilidade), mas sobrepujada pelas notícias sobre possível encaminhamento de alguma PEC na próxima semana”, afirma Banco Fator, em relatório elaborado pelo economista-chefe José Francisco Lima Gonçalves. Destaca, porém, que “o prejuízo do evento com o STF ainda não está definido: no tamanho e no destino”.

 

No exterior, a escalada recente dos yields dos Treasuries merece atenção, em meio ao debate sobre possível retorno das pressões inflacionárias. Nesta quinta, as taxas americanas voltaram a subir mesmo com a divulgação de dados mais fracos da economia dos EUA. Segundo Lima, da Western, no geral os indicadores têm surpreendido positivamente o que, somado ao ritmo rápido de vacinação contra a Covid nos Estados Unidos, traz dúvidas sobre a necessidade de um pacote fiscal tão robusto e, num horizonte mais distante, o quanto a política do Federal Reserve seguirá acomodatícia. “A T-Note e dez anos saiu de 1% para 1,30% num período muito curto. É algo que começa a exercer papel importante na dinâmica de todos os ativos”, disse. O rendimento do papel começou fevereiro na casa de 1% e hoje estava em 1,28%.

 

Internamente, a piora nas expectativas de inflação e aumentos recorrentes de preços de combustíveis, sem falar no risco fiscal, se contrapõem a sinais de alívio nos preços de alimentos e deterioração nas previsões sobre a atividade, ampliando o debate sobre o que deverá fazer o Copom na reunião de março. A curva embute 100% de chance de alta da Selic, mas o mercado se divide quanto à magnitude. Os 35 pontos-base precificados representam 60% de probabilidade de aumento de 0,25 ponto porcentual e 40% de chance de aperto de 0,25 ponto, segundo cálculos do Banco Mizuho.

 

Sobre o leilão do Tesouro, a instituição vendeu 13,898 milhões de LTN, ou quase tudo do lote de 14 milhões ofertado, que foi ligeiramente abaixo da operação anterior (16 milhões). A oferta de NTN-F, de 2 milhões, foi exatamente a mesma da semana passada. O DV01 (risco da operação) se manteve em R$ 3,4 milhões. (Denise Abarca – [email protected])

 

 

18:27

 

Operação   Último

CDB Prefixado 32 dias (%a.a) 1.99

Capital de Giro (%a.a) 5.17

Hot Money (%a.m) 0.56

CDI Over (%a.a) 1.90

Over Selic (%a.a) 1.90

 

 

 

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Volta

 

CÂMBIO

O dólar teve novo dia de alta no Brasil. Nem mesmo o forte fluxo externo tem conseguindo conter a piora do real. Dados divulgados hoje pelo Banco Central mostram que já entraram US$ 5,5 bilhões no país este ano, pelo comércio e canal financeiro, mas o dólar sobe quase 5%, o pior desempenho dos emergentes. Nesta quinta-feira, o exterior negativo, em meio a dados ruins dos pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, e a cautela com a retomada dos debates em Brasília sobre o auxílio emergencial fizeram a moeda americana bater em R$ 5,45 na máxima do dia.

 

No fechamento, o dólar à vista subiu 0,48%, a R$ 5,4410. No mercado futuro, o dólar para março era negociado com valorização de 0,32% às 18h12 cotado em R$ 5,4335.

 

Com várias ofertas de ações e aportes para a B3, o fluxo externo em fevereiro é positivo em US$ 3,9 bilhões pelo canal financeiro. No acumulado do ano, houve forte crescimento no fluxo cambial total, de mais de três vezes na comparação com o mesmo período de 2020, quando entraram US$ 1,5 bilhão. Mas o real segue pressionado, mesmo na comparação com moedas de economias mais vulneráveis, como África do Sul e Turquia.

 

Hoje o governo e o Congresso retomaram as discussões sobre o auxílio emergencial, em dia marcado também por alta do dólar na maioria dos emergentes, após a inesperada alta nos pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA, para 861 mil na semana encerrada no dia 13, a segunda semana de elevação.

 

Em Brasília, após almoço com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) confirmou que o relatório da PEC Emergencial será apresentado entre hoje e segunda-feira (22), incluindo uma cláusula de “orçamento de guerra” para a retomada dos pagamentos do auxílio.

 

Para o economista do Wells Fargo, Brendan McKenna, não é possível afastar neste momento o risco de o teto de gastos ser colocado de lado em meio às tentativas do governo de dar mais estímulo fiscal no Brasil. Em um cenário de manutenção do teto e disciplina fiscal, ele acredita que o real pode ter algum fortalecimento nos próximos 6 a 9 meses, na medida em que a economia mundial ganha fôlego com a vacinação e os fluxos de capital devem seguir aportando nos emergentes. A trajetória das contas públicas é fator crucial para os rumos do câmbio no Brasil, comenta McKenna.

 

O diretor financeiro (CIO) do banco suíço Julius Baer, Yves Bonzon, ressalta que a preocupação dos investidores com o Brasil diminuiria mesmo com a recriação do auxílio emergencial, mas desde que o governo consiga dar um empurrão na agenda de reformas. Assim, a aprovação das medidas ofuscaria o aumento temporário de gastos públicos, ressalta ele, em nota.

 

Por trás da persistente piora do real, o trader Jordan Lima argumenta que os juros muito baixos têm peso determinante. Ele ressalta que o rand da África do Sul, país também com problemas fiscais sérios, já é negociado em nível pré-pandemia. A taxa básica de juros no país, porém, está em 3,5%, acima dos 2% da brasileira. Em 2021, até hoje, o dólar acumula queda de 0,30% ante o rand. Em fevereiro, tem baixa de 3,7%.

 

No mercado futuro, estrangeiros seguiram ontem, mesmo em pregão reduzido, elevando posições compradas em dólar futuro ante o real, que ganham com o fortalecimento da moeda americana. Ontem elevaram em mais 23.740 mil contratos, o equivalente a US$ 1,2 bilhão, de acordo com números da B3 monitorados diariamente pela corretora Renascença. (Altamiro Silva Junior – [email protected])

 

 

18:27

 

Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima

Dólar Comercial (AE) 5.44100 0.4764 5.45300 5.38750

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5431.000 0.27696 5455.000 5388.500

DOLAR COMERCIAL 5452.500 0.50819 5452.500 5449.500

 

 

 

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Volta

 

BOLSA

 

Com moderada realização de lucros em Nova York após recentes máximas, o Ibovespa interrompeu hoje série de três ganhos ao fechar em baixa de 0,96%, aos 119.198,97 pontos, em sessão na qual voltaram a predominar preocupações sobre a situação fiscal doméstica, em meio ao encaminhamento da retomada do auxílio emergencial, o que contribuiu para levar o dólar a R$ 5,4530 na máxima do dia. Na B3, o índice de referência oscilou entre mínima de 118.514,98 e máxima de 120.845,47, com abertura a 120.360,70 pontos. Na semana, as perdas estão em 0,19%, colocando os ganhos do mês a 3,59% e limitando os do ano a 0,15%. Reforçado, o giro foi de R$ 40,6 bilhões na sessão.

 

“A retomada nos rendimentos dos títulos globais começa a preocupar investidores. Apesar do firme compromisso do Fed de que a política monetária permanecerá favorável, e (perspectiva) de gastos fiscais adicionais no governo Biden, as ações nos EUA estão prontas para uma retração se os rendimentos (dos títulos) continuarem subindo. Outra rodada de dados econômicos mistos confirma o que sabemos: a recuperação econômica está desequilibrada”, observa em nota Edward Moya, analista da OANDA em Nova York.

 

Nos Estados Unidos, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego atingiram máxima de quatro semanas, a 861 mil na leitura divulgada nesta quinta-feira, bem acima da estimativa de consenso para o período, de 773 mil, superando também a anterior, revisada para cima a 848 mil. Questionada hoje sobre o temor de disparada da inflação com a possível aprovação do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que os dados sobre emprego reforçam a necessidade do estímulo.

 

Em outro desdobramento, o epidemiologista Anthony Fauci, principal assessor médico da Casa Branca, avaliou que a sociedade americana deve voltar a ter algum grau de normalidade apenas por volta do Natal – e que tal previsão está sujeita a riscos, entre os quais a disseminação de variantes mais contagiosas do coronavírus.

 

Assim, mesmo com sinais de que a massificação da vacina nos EUA tem contribuído para deter a pandemia no país, a sensação é de que ainda se está a uma certa distância da normalização e que a massiva concessão de estímulos ao redor do mundo cobrará preço, mais cedo ou mais tarde, na forma de elevado endividamento público e de inflação, após anos de variações inferiores às metas perseguidas pelos principais bancos centrais – e sem que a economia mostre, até agora, resposta compatível com o grau de estímulo.

 

Neste contexto, as vulnerabilidades fiscais brasileiras, acentuadas pela necessidade de retomada do auxílio emergencial, ficam mais evidentes, transmitindo-se diretamente ao câmbio e ao fluxo de recursos estrangeiros para a Bolsa – o qual tem se mantido favorável desde novembro, embora com menos fôlego em fevereiro, positivo a R$ 2,649 bilhões no mês e a R$ 26,206 bilhões em 2021. “Inflação global é um fator de risco que não pode ser negligenciado”, observa já há algum tempo Roberto Attuch, CEO da Ohmresearch.

 

Nesta quinta-feira de ajuste negativo nos preços do petróleo, Petrobras PN e ON fecharam respectivamente em baixa de 1,08% e 0,84%, com Vale ON no campo positivo, em alta de 1,09% no encerramento, em dia no qual, após o longo feriado do Ano Novo Lunar, o minério de ferro teve avanço de 4,9% em Qingdao e de 7,1% em Dalian, na China. As siderúrgicas fecharam sem direção única na sessão, com destaque para alta de 1,12% em CSN ON, sexto maior ganho do Ibovespa na sessão – na ponta do índice, JHSF (+3,78%), Carrefour (+2,33%), Suzano (+2,28%), PetroRio (+1,49%) e Klabin (+1,47%). Os bancos cederam terreno, tendo Santander (-1,46%) e Bradesco ON (-1,35%) à frente. Entre as maiores perdas do Ibovespa nesta quinta-feira, destaque para Minerva (-4,37%), B2W (-3,91%) e TIM (-3,67%). (Luís Eduardo Leal – [email protected])

 

 

18:20

 

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 119198.97 -0.96117

Máxima 120845.47 +0.41

Mínima 118514.98 -1.53

Volume (R$ Bilhões) 4.06B

Volume (US$ Bilhões) 7.48B

 

 

 

 

18:27

 

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 119270 -1.18476

Máxima 121050 +0.29

Mínima 118615 -1.73

 

 

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York reduziram perdas à tarde, mas fecharam em baixa, com pouco fôlego após recordes recentes e foco em alguns balanços. Além disso, GameStop recuou 11,41%, piorando na reta final, em dia de audiência em comitê da Câmara dos Representantes sobre a volatilidade recente do papel e de outros no mercado acionário americano. O governo Joe Biden manteve o foco na aprovação de um pacote fiscal, com a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, mencionando que o projeto pode ser votado pela Casa no final da próxima semana. A covid-19, de qualquer modo, segue como preocupação, após a Organização Mundial de Saúde (OMS) citar a produção de vacinas ainda como um gargalo para a vacinação ganhar impulso pelo mundo e Anthony Fauci, principal assessor médico da Casa Branca, prever que a volta à normalidade nos EUA não deve ocorrer antes do Natal. Nesse quadro, o dólar recuou, também diante da força do euro após a ata do Banco Central Europeu (BCE), e os juros dos Treasuries não tiveram sinal único, mostrando-se mais estáveis depois de ganhos recentes. O petróleo, por sua vez, chegou a ser apoiado pelo dado de estoques dos EUA, mas terminou em baixa, após ter sido impulsionado nas últimas sessões pela nevasca no Texas, que afeta a oferta e a demanda no setor.

 

Um dia após ter renovado recorde histórico, o Dow Jones fechou em baixa de 0,38%, em 31.493,34 pontos. O S&P 500 caiu 0,44%, a 3.913,97 pontos, e o Nasdaq cedeu 0,72%, a 13.865,36 pontos. Entre algumas ações em foco, Walmart teve baixa de 6,41%, após balanço do quarto trimestre fiscal com prejuízo de US$ 2,09 bilhões, abaixo do esperado pelos analistas. GameStop também esteve em foco, durante audiência do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara. Deputados em Washington ouviram o CEO da Robinhood, Vlad Tenev, defender o modelo de negócios da corretora, focada em investidores de varejo, e justificar restrições recentes à negociação com alguns papéis por causa da volatilidade. A Stifel comenta em relatório que o episódio pode resultar em mudanças em regras, mas afirma que qualquer medida nesse sentido não deve vir da Câmara, mas da Securities and Exchange Comission (SEC).

 

Entre os setores em Nova York, o de energia mostrou a maior baixa. O movimento ocorre em parte graças à fraqueza do petróleo, sem fôlego após ganhos recentes com os problemas trazidos pela nevasca no Texas, que prejudica a produção local, com paralisação em poços e refinarias, mas também consequente queda na demanda por energia no Estado. A Casa Branca afirmou hoje que o número de pessoas sem energia vem diminuindo, mas admitiu que ainda há muitos nessa situação, renovando promessas de enviar auxílio federal.

 

O contrato do petróleo WTI para abril fechou em baixa de 1,03%, a US$ 60,53 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês recuou 0,64%, a US$ 63,93 o barril, na ICE. Nesse mercado, havia também foco nos diálogos entre potências sobre o acordo nuclear com o Irã, em meio a ameaças para que Teerã não recue em seus compromissos. No fim da tarde, EUA, Alemanha, Reino Unido e França divulgaram comunicado conjunto no qual concordam que o Irã não deve nunca desenvolver uma arma nuclear e veem como positiva a perspectiva de os EUA voltar a fazer parte do pacto.

 

Durante entrevista coletiva, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, também comentou sobre o dado mais fraco do que o esperado de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, publicado mais cedo. Segundo ela, o indicador reforça a necessidade de estímulo fiscal. Pelosi também voltou a defender a medida, dizendo que ela pode ser votada na Câmara mais para o final da próxima semana.

 

A Casa Branca também reafirmou compromisso de participar da iniciativa Covax para distribuir vacinas globalmente. A OMS, que tem insistido na necessidade de que os imunizantes atinjam todo o mundo, destacou hoje a produção de vacinas como um dos gargalos para que a vacinação ganhe fôlego no mundo, o que a entidade trabalha para resolver, em contatos com governos e empresas. Nos EUA, Anthony Fauci previu que a normalidade no país não deve vir antes do Natal. Já em Nova York, o governo estadual reportou queda nos casos, na mínima desde 23 de novembro, e estuda flexibilizar restrições para “aumentar a atividade econômica”, segundo o governador Andrew Cuomo.

 

No câmbio, o dólar mostrou fraqueza, em parte graças ao euro, apoiado pela leitura de que o BCE mostra menos temor com a força da moeda comum – para o Commerzbank, o banco central mostrou mais cedo em sua ata um “otimismo cauteloso”, enquanto a Capital Economics destaca o apoio unânime à decisão de dezembro entre os dirigentes. A Western Union atribui o movimento da divisa americana também ao dado fraco de pedidos de auxílio-desemprego. No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 105,65 ienes, o euro subia a US$ 1,2095 e a libra tinha alta a US$ 1,3976. O índice DXY, que mede o dólar ante outras moedas principais, caiu 0,39%, a 90,592 pontos.

 

Entre os Treasuries, os retornos não tiveram sinal único, após ganhos recentes. No horário citado, o juro da T-note de 2 anos caía a 0,100%, o da T-note de 10 anos operava estável, a 1,288%, e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 2,075%. O Julius Baer defende que manter bônus dos EUA ainda é um bom negócio, citando como argumento a proteção contra potenciais choques externos, ante a pandemia ainda em andamento; o potencial benefício com um eventual controle na curva de retornos; e os “méritos únicos de liquidez” desses bônus, o que pode ser útil adiante. (Gabriel Bueno da Costa – [email protected])

 

 

 

 

 




2 comments

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