Os investidores até ameaçaram, no meio da tarde, deixar o otimismo visto desde cedo de lado, diante do aumento de casos de coronavírus, que atingiram 1 milhão perto do fim do pregão, e dos impactos na economia, como a disparada dos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA. Prevaleceu, contudo, o efeito positivo da disparada dos preços do petróleo, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, citou a possibilidade de um corte de até 15 milhões de barris na produção da commodity, após um eventual acordo entre Arábia Saudita e Rússia. Os árabes, inclusive, convocaram a Opep+, grupo do qual os russos fazem parte, para uma reunião de urgência a fim de discutir o tema. Com isso, o petróleo registrou o maior ganho porcentual diário da história: o Brent fechou a sessão em alta de 21,02% e o WTI, de 24,67%. Com isso, as bolsas em Nova York, que chegaram a pisar no território negativo ao longo da tarde, terminaram com ganhos próximos a 2%. A queda momentânea dos índices em Nova York chegou a limitar os ganhos do Ibovespa, que retomou um pouco do fôlego posteriormente e subiu 1,81%, aos 72.253,46 pontos. Petrobras, com o maior peso do índice ao somar ON e PN, subiu mais de 8%. Em meio à melhora do humor global e à repercussão positiva das medidas anunciadas pelo governo, o dia foi de alívio nos prêmios de risco da curva a termo durante a sessão regular, ainda que, na reta final dos negócios, a ponta longa tenha zerado a queda e terminado com viés de alta, com o dólar, mais um vez, na contramão dos demais ativos. A cautela seguiu prevalecendo no mercado de câmbio, tanto devido ao cenário externo quanto doméstico. As perspectivas de forte recessão global, trazidas hoje pela Fitch, por exemplo, ganham cada vez mais adeptos. E a possibilidade de a economia americana ser uma das mais afetadas, com o número de casos por lá se aproximando de 240 mil, aumenta a busca por segurança, depreciando moedas emergentes como o real. No fim, o dólar teve alta de 0,06% no mercado à vista, a R$ 5,2662, o suficiente para renovar a máxima nominal histórica.
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