O payroll decepcionou pelo segundo mês seguido em maio, mas o que indica um mercado de trabalho menos pujante do que o antecipado nos Estados Unidos também significa, por outro lado, que o Fed deve ter menos urgência em iniciar a retirada de estímulos por lá, diante do peso que costuma dar à variável emprego na sua comunicação. Assim, um dado negativo acabou resultando em apetite global por risco e a semana não poderia ter acabado melhor: Ibovespa em máxima histórica, dólar no menor nível ante o real em quase um ano e curva de juros voltando a perder inclinação. Em Wall Street, ainda que o S&P 500 tenha se aproximado de renovar recorde, o destaque de valorização do dia foi para o Nasdaq, que ganhou 1,47%. Por aqui, apesar do exterior positivo e do otimismo recente com a retomada da economia brasileira, o Ibovespa vacilou até o começo da tarde, sem firmar direção, ainda corrigindo um pouco dos movimentos da véspera, quando o mercado local fechou pelo feriado de Corpus Christi. Mas na medida em que os pares americanos ganharam fôlego, se consolidou no azul e ultrapassou rapidamente a marca dos 130 mil pontos, até terminar com avanço de 0,40%, aos 130.125,78 pontos, renovando o pico de fechamento pelo quinto pregão seguido. Na semana, teve forte valorização de 3,64%. Em meio a um movimento global de enfraquecimento do dólar, diante da possibilidade de farta liquidez por mais tempo, o real também se destacou. E, assim como o Ibovespa, depois de um dia de muita oscilação, definiu rumo à tarde. No fim, a moeda americana cedeu 0,95%, a R$ 5,0356 no mercado à vista, muito perto da mínima do dia e menor valor desde 10 de junho de 2020. No encerramento da semana, acumulou recuo de 3,39%. A combinação de dólar e juros dos T-notes em queda permitiu aos juros futuros mais um pregão de firme devolução de prêmios, sobretudo porque tal quadro ocorre num momento de melhora de perspectiva para as contas públicas. O comportamento recente das taxas longas, acompanhado da baixa de hoje, culminou na menor inclinação para a curva a termo desde 19 de março de 2020, se considerar o diferencial entre os contratos de janeiro 2022 e janeiro 2027.
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