ÔMICRON, FISCAL E INFLAÇÃO TRAZEM ALTA DE JUROS E DÓLAR, COM BOLSA EM QUEDA

Cenário
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A quarta-feira foi de deterioração generalizada para os ativos brasileiros, com as incertezas domésticas se somando à incerteza externa com o avanço da variante Ômicron. Essa combinação resultou em dólar e juros em alta, com Bolsa em queda. Por aqui, a cautela começou logo cedo, depois que o IGP-M de dezembro e do ano veio acima do previsto, já adicionando viés de alta aos DIs.

Ao longo do pregão, outras questões foram surgindo, como a cautela fiscal provocada pelo aumento da pressão de servidores por reajustes, mesmo com surpresa positiva nas contas do Governo Central. Assim, em um dia de liquidez mais curta, de câmbio sem direção única lá fora e com remessas externas ainda em curso, o dólar ganhou força em relação ao real, até terminar com valorização de 0,95%, a R$ 5,6934. E na medida em que a moeda dos EUA ganhou corpo, houve pressão adicional sobre os juros futuros, sobretudo nos curtos, a ponto de esse trecho da curva terminar no maior patamar em quase um mês. E claro que tudo isso pesou negativamente na Bolsa. Afinal, com os pares externos tímidos, em meio ao aumento das preocupações globais com a explosão de casos de Covid-19, sobretudo na Europa, e a possibilidade de juros domésticos mais elevados, a fuga do risco se tornou natural, fazendo com que o Ibovespa, no pior momento do dia, regredisse ao nível de 103 mil pontos. No fim, encerrou com perdas menores, de 0,72%, aos 104.107,24 pontos, mas o suficiente para colocar a queda acumulada no ano em mais de 12%. Em Wall Street, o dia foi de volatilidade, com o avanço da Ômicron limitando o rali de fim de ano e impondo fechamento misto aos principais índices acionários, o suficiente para garantir recordes de fechamento para o S&P 500 e o Dow Jones. Além disso, o petróleo recuperou um pouco de terreno depois que os estoques da commodity nos EUA vieram abaixo do previsto.

 

  • JUROS
  • CÂMBIO
  • BOLSA
  • MERCADOS INTERNACIONAIS

 

JUROS

Mesmo com a surpresa positiva das contas do Governo Central em novembro, a piora na percepção de risco fiscal pelo aumento da pressão dos servidores por reajustes salariais e o comportamento negativo do câmbio impuseram alta aos juros futuros desde a abertura, afetando sobretudo os vértices curtos e intermediários, que concentram as apostas para o futuro da Selic. O exterior, onde as incertezas sobre os impactos da variante Ômicron do coronavírus limitaram o apetite pelo risco, ficou em segundo plano, enquanto o IGP-M acima da mediana das estimativas acabou entrando no rol de fatores a puxar as taxas para cima mais pelo clima geral pesado do mercado nesta quarta-feira.

 

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou a sessão regular em 11,81%, maior nível desde os 11,82% do último dia 1º de dezembro, de 11,68% no ajuste de ontem. Na estendida, subiu mais, a 11,825%. A do DI para janeiro de 2025 subiu de 10,592% para 10,69% (regular) e 10,685% (estendida) e a do DI para janeiro de 2027, de 10,501% para 10,59% (regular) e 10,58% (estendida). A liquidez seguiu abaixo do padrão recente, mas melhorou em relação aos últimos dias.

 

A apreensão com a cena fiscal já influenciava as taxas pela manhã, com o mercado na expectativa do desfecho das assembleias de servidores públicos por reajuste salarial e acompanhando a escalada do dólar. As taxas chegaram a ensaiar algum alívio em meio à informação, antecipada pelo Broadcast via fontes, de que, na reunião realizada hoje pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) foi definido calendário de mobilização da categoria, mas o que seria o pior dos mundos ainda não aconteceu - a decisão sobre uma eventual greve ficou para fevereiro. Na medida em que o dólar no começo da tarde acelerou até perto de R$ 5,70, as taxas também renovaram as máximas.

 

'Conseguimos obter o melhor resultado fiscal para meses de novembro desde 2013 e, mesmo assim, estamos preocupados', comentou o economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano, sobre o superávit de R$ 3,872 bilhões do Governo Central no mês passado. O número superou com folga a mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de saldo positivo de R$ 340 milhões.

 

A questão é que a melhora nas contas ficais pode estar com os dias contados se o governo ceder às pressões do funcionalismo, que se revolta com previsão orçamentária para reajustes apenas de policiais federais, e considerando ainda a expectativa de menor fôlego da atividade no ano que vem. 'Para 2022, a perda de ímpeto da economia e a redução da confiança dos empresários, motivada pelas mudanças no arcabouço fiscal, devem deteriorar o resultado', afirmam os profissionais do BTG Pactual.

 

O secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, afirmou hoje que o Orçamento para 2022 foi aprovado com R$ 1,7 bilhão para reajustes, mas que ainda não foram definidas as categorias. Disse ainda que o governo fará um corte nas despesas nos próximos dias para fazer frente ao texto aprovado no Orçamento.

 

Por outro lado, caso o governo resista às pressões pelos reajustes, 'abririam oportunidades na ponta de venda nos futuros de juros no início de 2022', avalia o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho.

 

Ainda que, no livro-texto, os vencimentos longos sejam normalmente os mais sensíveis aos eventos fiscais, a ponta curta tem reagido ferozmente às sinalizações para as contas públicas nos últimos meses, dado o peso da questão no desequilíbrio do balanço de riscos para a inflação e na deterioração das estimativas de preço, sendo um dos grandes responsáveis pela desancoragem ante as metas.

 

Cálculos da Greenbay mostram que a precificação de Selic para o Copom de fevereiro é de quase 95% de chance de nova alta de 150 pontos-base, como havia sinalizado o BC, contra 5% de probabilidade de aperto de 125 pontos. Para a reunião de março, as probabilidades são de 70% e 30%, respectivamente. E, por fim, a curva aponta Selic terminal de 12,50%.

 

Com relação ao IGP-M de dezembro, Serrano acredita que tenha tido algum efeito no mercado 'mais pelo dia ruim'. A inflação medida pelo indicador foi de 0,87% este mês, acima da mediana das projeções de 0,74% e também da taxa de 0,02% em novembro. 'Se não tivesse o fiscal, talvez passasse em branco', afirmou. Até porque o que mais pesou para a aceleração foi o IPA, que saiu de -0,29% para 0,95%. O IPC arrefeceu de 0,93% para 0,84%. (Denise Abarca - [email protected])

 

 

18:02

 

 DI DE 1 DIA   DI DE 1 DIA   DI DE 1 DIA 

9.140 11.825 11.070

 

 

 

 

18:30

 

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 9.16

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 9.15

Over Selic (%a.a) 9.15

 

 

 

CÂMBIO

Após andar de lado ontem, o dólar escalou hoje o patamar dos R$ 5,69 e terminou o dia em alta de 0,95% (R$ 5,6934). Com as informações sobre o aumento de casos de Covid-19 no mundo, o mercado opera cauteloso, ora preocupado com a alta nas infecções e o avanço da Ômicron, ora ponderando a falta de casos mais graves. A situação acaba gerando alguma busca por segurança, afastando o investidor da maior parte dos países emergentes. Aqui, desfavorece o real um cenário pouco animador para o ano que vem, que vê incertezas sobre o fiscal, sobre o crescimento e muita instabilidade com as eleições. Isso, num cenário de baixa liquidez e com pressão usual dessa época por moeda para remessas ao exterior, elevam a cotação.

 

'As informações sobre pandemia estão cada vez mais difusas. Muito investidor está em espera. O mercado está meio confuso querendo saber para que lado vai essa onda. Essa explosão de casos na pandemia, ninguém sabe se vai ter fechamento, se vai influenciar no crescimento mundial. Tanto que as commodities ferrosas foram todas para baixo', aponta Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora. Lá fora, a moeda operava em alta frente à maior parte dos emergentes, com exceção de peso chileno e mexicano.

 

Mais cedo, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afirmou que estar preocupado com o fato de a variante Ômicron, circulando ao mesmo tempo em que a Delta, gerar um 'tsunami' de casos de covid-19 e hospitalizações. Além disso, a Casa Branca informou que o número de casos de Covid-19 subiu 60% na comparação semanal. E Reino Unido, Itália e Austrália bateram recorde de infecções diagnosticadas nesta quarta-feira.

 

Nesse cenário, nem mesmo o petróleo em alta conseguiu ajudar o real, com o barril do WTI para fevereiro em avanço de 0,76% e o Brent, 0,69%.

 

Aqui dentro, os investidores já começam a pintar o cenário para o próximo ano. Já pela manhã, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) acima do esperado (em 0,87% em dezembro, ante expectativa de 0,74% e após 0,02% de alta em novembro) começou a inserir cautela no mercado. Os investidores também monitoram se a pressão dos servidores federais vai ganhar corpo, após reunião de hoje ter marcado para fevereiro uma discussão sobre possível mobilização.

 

Com as incertezas internas e um cenário de eleição à frente, com mais e mais pressões por gasto, o Brasil perde a atratividade, destaca Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos. Sobretudo em um contexto de sinais de recuperação da economia americana e com um tapering à vista.

 

'Você fala de um cenário mais estressado de Brasil, com eleições, escassez de dólar (pelo tapering, que enxuga liquidez global) e vai ter demanda por dólar, por ser uma moeda que vai gerar ainda mais atratividade, sobretudo se vermos índices americanos mostrando mais força', aponta, completando: 'Com os juros altos aqui, pode até gerar atratividade de entrada de fluxo, mas ele não é permanente. Com os critérios técnicos atuais, o dólar vai permanecer elevado (ante o real)'.

 

Dados do Banco Central divulgados hoje mostram que, neste ano até 24 de dezembro, o fluxo de entrada de dólares no país foi positivo em US$ 8,958 bilhões. No entanto, o desempenho positivo tem mais relação com o saldo do comércio exterior (+US$ 10,5 bilhões) do que com o canal financeiro, que teve saídas líquidas de US$ 1,596 bilhão no ano. O segmento financeiro reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.

 

Com o resultado de hoje, o dólar acumula uma alta de 9,73% no ano, 1,03% no mês e 0,54% na semana. O dólar para janeiro tinha, às 18h10, alta de 1,25%, a R$ 5,6980. A liquidez era baixa, de US$ 8,3 bilhões, como é natural nessa época do ano. (Bárbara Nascimento - [email protected])

 

 

18:32

 

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.69340 0.945 5.69940 5.62610

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 5701.000 1.29709 5710.500 5624.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5745.500 1.11756 5750.000 5670.000

 

BOLSA

Apesar do dia levemente positivo em Wall Street, com Dow Jones e S&P 500 em novas máximas de fechamento, o Ibovespa emendou a segunda perda nesta véspera de encerramento de ano para o mercado, com a referência da B3 perto de igualar a queda de 13,31% acumulada ao longo de 2015. Em 2021, o índice recua até aqui 12,53%, limitando a recuperação vista em dezembro a 2,15%, após uma primeira quinzena de mês mais promissora, em que chegou a acumular moderados 6,4 mil pontos até o dia 16 frente ao fechamento de novembro.

 

Nesta quarta-feira, o Ibovespa fechou em baixa de 0,72%, a 104.107,24 pontos, entre mínima de 103.850,81 e máxima de 105.190,32 pontos, saindo de abertura aos 104.862,93 pontos. Ainda mais fraco do que o das duas sessões anteriores, o giro financeiro ficou hoje em R$ 15,4 bilhões - bem abaixo da faixa superior a R$ 22 bilhões vista na mesma época em 2020, mas não tão distante do giro em torno de R$ 16 bilhões nos dias que precederam o fechamento de 2019. Nesta última semana do ano, o Ibovespa cede agora 0,75% no intervalo.

 

Entre as blue chips, Vale ON (+0,59%) teve leve recuperação nesta quarta-feira, mas a sessão foi majoritariamente negativa para as ações de maior liquidez e peso no índice, como bancos (Itaú PN -0,84%, Unit do Santander -1,30%) e Petrobras (ON -0,35%, PN -0,83%) - os investidores reagiram a diversas liminares concedidas pela Justiça contra aumento de gás da companhia. Na ponta do Ibovespa, Via (+1,41%), TIM (+1,02%) e Minerva (+0,66%). No lado oposto, Azul (-7,34%), CVC (-7,33%) e Gol (-6,72%).

 

'Na primeira quinzena, o Ibovespa chegou a ensaiar um rali de final de ano, mas murchou na segunda parte do mês, mais uma vez refletindo problemas domésticos, que nos deixa em situação mais grave do que as economias desenvolvidas. Há incerteza quanto às eleições do ano que vem, e até onde irá o ciclo de elevação da Selic e de quando a inflação começará a ceder. Os indicadores de níveis de atividade continuaram ruins no mês de dezembro, como os de confiança, vendas do varejo e IBC-Br, em toada bem fraca. Cenário de incerteza política, inflação ainda alta e dados de atividade ruins acabaram por fazer com que o rali do começo do mês não fosse adiante', diz Leonardo Milane, estrategista-chefe da VLGI Investimentos.

 

'Para o ano que vem, a Ômicron não deve ser a principal questão, mas sim a indefinição sobre a eleição e o que o governo fará para tentar se reeleger. A busca por recuperação de popularidade tende a levar Bolsonaro a alguma manobra populista que acabe elevando a percepção de risco pelo lado fiscal, como o aumento salarial para o funcionalismo, que pode ser levado para o ano que vem e que contribui para segurar a Bolsa neste patamar atual. Hoje, Bolsonaro está perdendo para Lula em qualquer cenário: ele vai fazer algo, mesmo que seja para morrer atirando, por assim dizer, para reconquistar eleitorado e ganhar tração nas pesquisas', acrescenta o estrategista.

 

Nesta quarta-feira, em reunião coordenada pelo Fórum Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate), foi aprovado um calendário de mobilização dos servidores públicos por reajuste salarial, incluindo dias nacionais de paralisação previstos para janeiro - o primeiro no dia 18 -, e assembleias em fevereiro para deliberar sobre uma greve geral.

 

Assim, com incerteza sobre o grau de pressão reivindicatória que o governo poderá enfrentar no começo do próximo ano, o bom desempenho das contas do Governo Central em novembro, divulgado nesta tarde, acima do esperado, não reverteu a trajetória negativa do Ibovespa, com o dólar, no pior momento desta quarta-feira, tendo se reaproximado da marca de R$ 5,70, a R$ 5,6994 - no fechamento, a R$ 5,6934 (+0,95%). Pela manhã, o desempenho de mais um indicador de inflação, o IGP-M, já contribuía para a cautela dos investidores.

 

'O IGP-M avançou 0,87% em dezembro, após alta de 0,02% em novembro, ficando acima da expectativa do mercado, de 0,74%. No ano, a inflação acumulada chegou a 17,74%, também acima do esperado (17,63%)', aponta Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, destacando o efeito da leitura sobre a curva de juros. 'Os investidores voltam a colocar na conta a probabilidade de o BC acelerar ainda mais o processo de alta da Selic no ano que vem', ante a falta de 'sinais de arrefecimento das expectativas', acrescenta o analista.

 

À tarde, o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, disse, na coletiva sobre o resultado do Governo Central, que o governo está bem posicionado para enfrentar 2022 em relação à dívida pública. Segundo Valle, o Tesouro tem caixa bastante confortável, em torno de R$ 1,1 trilhão, o correspondente a 10 meses de vencimento da dívida. 'O ano de 2022 não será tranquilo, mas estamos posicionados para dar continuidade à consolidação fiscal.'

 

Valle disse também que o Orçamento para 2022 foi aprovado com R$ 1,7 bilhão para reajuste, mas que ainda não foram definidas as categorias. 'É um assunto a ser definido. É cedo para falar sobre repercussão para demais categorias [para além das já contempladas]. Premissa até então era de não reajuste em 2022', completou.

 

Segundo o secretário do Tesouro, a queda de despesas verificada em 2021 só foi possível porque o teto de gastos vem segurando o crescimento das despesas obrigatórias. 'O teto é o grande responsável por manter despesas obrigatórias em nível estável', disse Valle. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

 

 

18:32

 

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 104107.24 -0.72182

Máxima 105190.32 +0.31

Mínima 103850.81 -0.97

Volume (R$ Bilhões) 1.54B

Volume (US$ Bilhões) 2.72B

 

 

 

 

18:32

 

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 105100 -0.77417

Máxima 106435 +0.49

Mínima 104920 -0.94

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

O avanço da variante Ômicron do coronavírus segue no radar dos operadores. Reino Unido, França, Itália e Estados Unidos registraram seus recordes no número de casos da covid-19 desde o início da pandemia, enquanto o vírus se dissemina também sobre outras nações, como Alemanha e Argentina. Em Wall Street, as bolsas operaram com volatilidade e fecharam sem sinal único, com S&P 500 e Dow Jones tendo renovado seus recordes históricos de fechamento, enquanto no mercado de Treasuries os juros também ficaram mistos. Já o dólar, que vinha se fortalecendo ante rivais, registrou baixa. O movimento no câmbio ajudou o petróleo a subir, apoiado também pelos dados de estoques dos EUA na última semana.

 

O número de infecções globais pelo coronavírus atingiu um novo recorde global nos últimos sete dias, de acordo com levantamento da Reuters. Entre os dias 22 e 28, foram cerca de 900 mil casos confirmados por dia. Só nos EUA, o número de casos subiu em 60% em relação à semana anterior, informou a Casa Branca.

 

Em coletiva à imprensa, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, disse estar preocupado com um possível 'tsunami' de casos, provocado pela circulação simultânea das cepas Ômicron e Delta do coronavírus. Ele ainda destacou a possibilidade de novas mutações se demonstrarem resistentes às vacinas existentes.

 

O tradicional rali de fim de ano foi percebido nos índices Dow Jones, que subiu 0,25%, a 36.488,63 pontos, e S&P 500, com alta de 0,14%, a 4.793,06 pontos. Com as ações de tecnologia em queda, porém, o Nasdaq recuou 0,10%, a 15.766,22 pontos. Já na renda fixa, os juros dos Treasuries ficaram sem sinal único. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos caía a 0,742%, o da de 10 anos subia a 1,550% e o do T-bond de 30 anos avançava a 1,956%.

 

Em relação ao câmbio, o índice DXY, que mede a força do dólar ante seis rivais virou para o negativo no início da tarde e acabou a sessão no vermelho, com baixa de 0,28%, a 95,929 pontos. No horário citado, o euro subia a US$ 1,1346 e a libra tinha alta a US$ 1,3487.

 

Impulsionado pela fraqueza na divisa americana e pelo recuo maior do que o previsto nos estoques de petróleo nos EUA, os ativos da commodity tiveram ganhos no mercado futuro. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI com entrega prevista para fevereiro subiu 0,76% (US$ 0,58), para US$ 76,56 o barril, enquanto na Intercontinental Exchange (ICE), o do Brent para março avançou 0,69% (US$ 0,54), a US$ 79,21 o barril.

 

Hoje, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que o gasoduto Nord Stream 2 está pronto para fornecer gás à Europa. Segundo o líder, 'tudo depende' dos consumidores europeus e do órgão regulador alemão, que exige que a Rússia cumpra toda a burocracia antes de retomar o processo de certificação do gasoduto. Amanhã, Putin terá um telefonema com o presidente dos EUA, Joe Biden, para tratar diversos pontos, como os conflitos com a Ucrânia, informou a Casa Branca.

 

Para 2022, nova pesquisa da CNBC mostrou que a inflação americana segue como principal temor para os investidores do país. Na opinião dos acionistas, os papéis devem ter retornos apenas contidos no próximo ano. Nesse quadro, aumentaram hoje as apostas de elevação de juros já em março pelo Federal Reserve, segundo o monitoramento do CME Group. (Ilana Cardial - [email protected])

 

 

 

 

 

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