Em meio ao debate sobre as pressões inflacionárias globais e o rumo da política monetária, sobretudo nos EUA, indicadores americanos abaixo do previsto reforçaram o tom de cautela. E enquanto as bolsas experimentaram uma correção em baixa, com o Ibovespa perdendo o nível de 123 mil pontos, e o dólar ganhou fôlego ante moedas emergentes, inclusive em relação ao real, os juros futuros cederam, alinhados aos yields dos Treasuries e, no caso dos curtos, em reação ao IPCA-15 de maio perto do piso das projeções. A queda das T-notes teve influência, também, de um leilão de títulos promovido pelo Tesouro americano, pois ocorreu mesmo após o discussão sobre o 'tapering' contar com mais um dirigente reconhecendo que a autoridade monetária deve iniciar o debate sobre redução das compras de ativos nas próximas reuniões. Nesse ambiente, os principais índices acionários de Wall Street firmaram baixa durante a tarde e todos acabaram em leve queda. Enquanto isso, a bolsa brasileira cedeu 0,84%, aos 122.987,71 pontos, com realização em alguns papéis, como Vale, siderúrgicas e Petrobras, além do recuo mais intenso de Banco do Brasil após o anúncio de renúncia do presidente da Previ, fundo de pensão dos funcionários do BB e cuja indicação é feita pelo banco estatal. No câmbio, o dólar à vista chegou a cair pela manhã, num dia marcado pela aprovação da reforma administrativa na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Mas a moeda passou a oscilar perto da estabilidade durante a tarde e, influenciada pelo exterior, firmou alta na reta final, até encerrar com valorização de 0,23%, a R$ 5,3371. Mas nem as cotações da divisa americana conseguiram segurar o recuo das taxas de DI, com os vencimentos mais curtos indicando consolidação das apostas em mais um aperto de 0,75 ponto porcentual na Selic, na reunião de junho do Copom. Vale notar que, mais cedo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a autoridade monetária pode sair de uma normalização parcial da Selic para buscar uma taxa de juros neutra se o cenário de inflação para 2022 mudar. Segundo ele, porém, o cenário atual continua indicando para um processo de normalização parcial.
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