O clima favorável ao risco no exterior ajudou a interromper um sequência de quedas do Ibovespa, ao mesmo tempo em que manteve a tendência de baixa dos juros futuros. O real, por outro lado, passou por um processo de ajuste, após o bom desempenho dos últimos dias garantir recuo firme da moeda americana ante a brasileira na semana. Como pano de fundo do movimento de todos os ativos esteve a sanção ao Orçamento de 2021, na noite de ontem e publicada hoje no Diário Oficial da União. Ainda que analistas vejam fragilização da política fiscal na peça final, a leitura hoje e ao longo dos últimos dias foi de que a publicação do orçamento coloca um ponto final nas incertezas em relação ao tema e abre espaço para que o Congresso volte a discutir reformas. Não por acaso, tanto juros quanto câmbio tiveram desempenhos favoráveis na semana, ainda que a Bolsa tenha ficado descolada após três períodos consecutivos de ganhos. Nesta sexta, o dólar em alta do meio da tarde em diante acabou limitando a queda dos DIs, sobretudo de curto prazo, mas sem apagar a devolução de prêmios dos vencimentos mais longos. A divisa dos EUA terminou o dia com valorização de 0,78%, a R$ 5,4973 no mercado à vista. Ainda assim, além de seguir abaixo de R$ 5,50, teve queda de 1,6% desde a última sexta-feira. Na renda variável, as bolsas americanas e brasileira ganharam ainda mais fôlego à tarde, na medida em que a Casa Branca entendeu a contraproposta republicana para o pacote de infraestrutura como uma sinalização de boa vontade para negociar. Além disso, houve algum alívio com a informação do governo Joe Biden de que o aumento de impostos sobre ganho de capital atinge uma parcela muito pequena dos americanos. Ainda assim, alguns fatores de risco seguiram pesando, como o avanço da covid-19 pelo mundo. Isso não impediu, contudo, o forte desempenho dos principais índices em Wall Street, ajudando a acelerar o passo do Ibovespa para uma alta de 0,97%, aos 120.530,06 pontos, antes de uma semana recheada de balanços corporativos.
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