Notícias promissoras sobre a eficiência de mais uma vacina contra a covid-19, desta vez da americana Moderna, suplantaram as preocupações com o aumento de casos da doença ao redor do globo e consequentes medidas restritivas. A esperança é de que o momento negativo atual, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos, seja encurtado por algum imunizante que permita o retorno de alguma normalidade aos negócios. Até porque, Anthony Fauci, principal infectologista do governo americano, projetou que a vacinação em massa nos Estados Unidos começará por volta de abril de 2021. Com isso, as ações ligadas à retomada da economia foram, novamente, destaque positivo, o que explica o avanço mais pronunciado e novo recorde de fechamento do Dow Jones, onde esses papéis estão concentrados, em detrimento do Nasdaq, composto por ações de empresas de tecnologia, que se beneficiaram desse período de isolamento. O apetite por risco também favoreceu os ativos emergentes e, por aqui, o Ibovespa subiu 1,63%, aos 106.429,92 pontos. No Brasil, o destaque também ficou com as ações de empresas ancoradas na retomada da atividade, como as aéreas e a Petrobras, que pegou carona na alta firme do petróleo. Juros futuros e câmbio também tiverem um dia mais favorável. Neste último caso, o dólar chegou a cair para a casa de R$ 5,36 ante o real, com queda superior a 2%. Mas esse ímpeto perdeu força à tarde, na medida em que o noticiário doméstico ainda recomenda cautela. Líderes do governo no Congresso e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, admitiram que as votações mais importantes na casa ficam para após o segundo turno. E pior: Maia disse que os projetos relacionados ao ajuste fiscal, como a PEC Emergencial, ficam para 2021. Com esse movimento do câmbio e de olho nesse quadro para as contas públicas, os juros longos, que chegaram a cair pela manhã, terminaram perto dos ajustes, com viés de alta, enquanto os vencimentos curtos cederam, conferindo inclinação à curva. O comportamento das taxas mais próximas se deu a despeito de indicadores de inflação acima do previsto e de preocupações, relatadas por analistas em reunião com o Banco Central, sobre a trajetória dos preços.
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