O bem sucedido leilão da Cedae, à tarde, foi insuficiente para mudar o humor dos investidores em relação aos ativos brasileiros. Até porque, o movimento preponderante de aversão ao risco esteve ligado, nesta sexta-feira, ao comportamento negativo dos mercados ao redor do globo, num misto de realização de lucros no fim de mês com reação cautelosa a alguns indicadores, sobretudo da zona do euro. O real foi o ativo que importou esse quadro externo de forma mais importante, com o dólar ganhando terreno ante a maioria dos pares. Por aqui, teve valorização firme de 1,79%, a R$ 5,4320, influenciado ainda pelo fechamento da Ptax e por uma realização de lucros. Até porque, no mês, o saldo é amplamente favorável à divisa brasileira, que viu a americana ceder 3,5%, maior perda mensal desde novembro do ano passado e bem mais do que em relação a outras emergentes. E tal desempenho foi possível em meio à retomada de captações externas, novos IPOs e expectativas por reformas e privatizações, como a da Cedae. O Ibovespa também registrou recuo hoje, de 0,98%, aos 118.893,84 pontos, mas praticamente zerou as perdas no ano com o desempenho mensal. Assim como o real, fechou abril com desempenho positivo, de 1,94%, ainda que abaixo dos ganhos acumulados pelos pares americanos no período, acima de 5% para S&P 500 e Nasdaq. Tal dinâmica, aliás, justifica a realização de lucros vista em Wall Street, onde os principais índices terminaram no vermelho. Por fim, na renda fixa, os juros futuros fecharam a sexta-feira em alta, de olho no dólar e resguardando certa cautela antes da reunião do Copom, marcada para a próxima quarta-feira. Hoje, por exemplo, o Itaú Unibanco disse esperar alteração "hawkish" na comunicação dos diretores e manutenção do ritmo de aperto na Selic em 0,75 ponto porcentual.
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