A segunda-feira foi marcada por aversão generalizada ao risco, mas tal movimento não impediu que diversos ativos encerrassem novembro com a melhor performance mensal em anos - ou até décadas. O último pregão deste mês teve no recrudescimento das tensões entre Estados Unidos e China, com a imposição de sanções a empresas chinesas por parte dos norte-americanos, e nas incertezas em relação ao pós-Brexit, os principais fatores para a busca por segurança. Além disso, as últimas sessões majoritariamente positivas deixavam espaço para alguma correção. Com isso, as principais bolsas americanas cederam nesta segunda-feira, mas acumularam fortes ganhos em novembro, com o Dow Jones subindo quase 12% e registrando o melhor desempenho mensal desde 1987, segundo a mídia americana. Tal quadro foi propiciado pelo início da transição entre Donald Trump e Joe Biden nos EUA, bem como por avanços importantes em diversas vacinas contra a covid-19 - hoje foi a vez de notícia positiva sobre o imunizante da Moderna -, justamente no momento em que o mundo vive uma segunda onda da doença. Tal cenário abriu espaço para a volta dos estrangeiros aos mercados emergentes, incluindo o Brasil. E o efeito não poderia ser outro: dólar em queda ante o real e o Ibovespa voltando aos níveis pré-pandemia. Hoje, a moeda americana subiu 0,39% ante a brasileira, a R$ 5,3462, mas terminou o mês com queda de 6,83%, a maior para o período em mais de dois anos. Ao mesmo tempo, o Ibovespa, alinhado com os pares externos, cedeu 1,52%, aos 108.893,32 pontos, com o movimento agravado pela queda das varejistas, após decisão do governo de São Paulo de colocar todo o Estado na classificação amarela por causa do aumento de casos de covid, o que significa horários mais restritivos para o funcionamento de lojas, bares e restaurantes. Ainda assim, a Bolsa ganhou nada menos do que 15,90% em novembro, reduzindo as perdas no ano para "apenas" 5,84%. Nesse ambiente geral de aversão ao risco, os juros futuros também subiram, após quatro pregões seguidos de devolução de prêmios. Passada as eleições, os agentes aguardam sinalização do governo e do Congresso sobre o andamento da pauta fiscal no restante desse ano.
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