MERCADO RELEVA INFLAÇÃO DOS EUA, MAS PREÇOS LOCAIS E CHANCE DE SELIC MAIOR PUXAM DIS

Blog, Cenário
Se a inflação acima do previsto nos Estados Unidos foi relevada, o que significou bolsas com ganhos e yields dos Treasuries em queda, os ajustes em relação aos preços no Brasil tiveram prosseguimento, com novas revisões em alta para o IPCA e, por consequência, para a Selic no fim deste ano. Assim, o mercado de juros futuros continuou incorporando esse dinâmica, com o avanço generalizado das taxas e os vencimentos curtos indicando uma taxa básica perto de 7% no fim deste ano, acima do nível considerado neutro. O acúmulo de prêmios ocorreu a despeito do retorno dos Treasuries ter cedido ao menor nível em três meses e da taxa de câmbio acomodada. Até porque, em Nova York, mesmo com os preços ao consumidor na casa de 5% em bases anuais, analistas avaliam que o Federal Reserve manterá o argumento de que o avanço nos preços é transitório. E os investidores em títulos públicos parecem, ao menos por ora, ter cedido a essa visão do banco central americano. Como contrapartida, os principais índices acionários, após alguma oscilação inicial, se firmaram em alta, a ponto de o S&P 500 renovar máxima histórica de fechamento. Tal desempenho permitiu ao Ibovespa, mesmo que sem grande euforia, retomar a marca de 130 mil pontos, ao subir 0,13%, para 130.076,17 pontos. Enquanto isso, o real voltou a oscilar bastante ao longo do pregão, mas sempre perto da estabilidade, com profissionais das mesas de câmbio atribuindo a oscilação estreita ao bom desempenho da moeda nos últimos dias e à barreira psicológica dos R$ 5,00. Hoje, o dólar fechou o dia com leve queda de 0,07% no mercado à vista, a R$ 5,0658.
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JUROS Os juros voltaram a subir nesta quinta-feira, mesmo com o mercado de câmbio comportado e o rendimento dos Treasuries mantendo-se em baixa durante todo o dia. O IPCA acima do esperado ontem e os ajustes aos cenários de inflação e Selic continuaram pesando sobre as taxas, com o mercado apostando que o orçamento do aperto monetário será esticado. A curva já indica Selic fechando o ano em 7%, cada vez mais distante do que é visto como nível neutro (entre 6,25% e 6,5%), mas para a próxima semana está mantido o consenso de que o Copom subirá a Selic em 0,75 ponto porcentual. Instituições financeiras seguiram revisando para cima números de inflação, PIB e Selic, e uma mudança na comunicação do Copom para um tom mais hawkish é dada como certa, a começar pela retirada do termo "parcial" sobre na normalização da Selic. O CPI nos EUA foi o destaque do dia, mas por aqui noticiário e agenda estiveram esvaziados. O leilão de prefixados foi maior que o anterior em termos de volume e risco para o mercado, o que ajudou a trazer pressão para a curva. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 subiu de 5,233% para 5,305% e a do DI para janeiro de 2023, hoje o mais líquido, terminou com taxa de 6,92%, de 6,824% ontem. O DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 7,94% no fim da sessão regular, de 7,845% ontem, e a do DI para janeiro de 2027 subiu para 8,42%, de 8,334%. Pela manhã, as taxas rodavam perto da estabilidade, com viés de alta, absorvendo sem sustos a inflação ao consumidor norte-americano de maio, que superou a mediana das estimativas, e as mensagens do Banco Central Europeu (BCE), que hoje teve reunião de política monetária. À tarde, passado o leilão, o mercado começou a piorar, com aceleração do avanço e máximas renovadas na última hora de negócios. Não houve um gatilho específico a detonar o movimento, mas que não se via nos demais ativos. O economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano, credita a postura mais defensiva a ajustes na percepção sobre a sinalização do Copom. "Acho que é correção mais o IPCA de ontem. O mercado está megapressionado, especialmente os curtos, talvez temendo um BC mais hawk", disse. A leitura do IPCA de ontem, o otimismo com o desempenho da atividade e o risco de crise energética colocam em dúvida a interpretação do Banco Central de que os choques de preços são temporários e o mercado passou a trabalhar a ideia de mudança no discurso de que a normalização da Selic será parcial, diante do risco de descontrole das expectativas e para trazer o IPCA de 2022 de volta à meta. O Itaú Unibanco anunciou hoje uma série de revisões de indicadores, entre eles de Selic (5,5% para 6,0%) e IPCA (5,3% para 5,6%) no fim de 2021. Para o Copom da quarta-feira, a previsão é de aumento de 0,75 ponto, com mudança na comunicação. "Acreditamos que o Copom deva abandonar a menção, presente nos documentos recentes, a uma normalização 'parcial' do grau de estímulo monetário, dado o contexto de inflação ainda bastante pressionada e surpresa significativa com a retomada da economia", afirma o banco, em relatório. Em participação no Bradesco BBI 12th London Conference, o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore disse que se o BC tirar a menção de “ajuste parcial” de suas comunicações há chance de o IPCA convergir à meta, mas acredita que "juro acima do neutro não será o caso neste momento”. Para ele, a inflação é causada principalmente pelo real fraco e pelo risco fiscal. "A [recente] melhora fiscal é circunstancial, mas compra tempo para as reformas", disse. De acordo com Serrano, no geral, a curva precificava hoje quatro aumentos da Selic de 0,75 ponto e mais um de 0,50 ponto, o que levaria a taxa para 7% no fim do ano. O Tesouro Nacional elevou a oferta - vendida integralmente - de NTN-F de 4,5 milhões na semana passada para 5 milhões no leilão desta quinta-feira, sugerindo demanda de investidores não residentes, já que o papel é procurado especialmente por estrangeiros. O lote das LTN subiu de 12,5 milhões para 13 milhões, com venda efetiva de 12,7 milhões. O DV01 (risco) ficou em R$ 4,88 milhões, de R$ 4 milhões na operação anterior. (Denise Abarca - [email protected]) 17:30 DI DE 1 DIA   DI DE 1 DIA   DI DE 1 DIA 5.325 6.960 7.590 17:30 Operação   Último CDB Prefixado 32 dias (%a.a) 4.01 Capital de Giro (%a.a) 6.43 Hot Money (%a.m) 0.62 CDI Over (%a.a) 3.40 Over Selic (%a.a) 3.40 MERCADOS INTERNACIONAIS As bolsas de Nova York fecharam em alta e o S&P 500 renovou a máxima histórica, após ter ensaiado o recorde durante sucessivos pregões nas últimas semanas. A reação inicial do mercado à alta anual de 5% da inflação nos Estados Unidos se dissipou ao longo do dia. Os juros longos dos Treasuries, que chegaram a registrar máximas, voltaram ao menor nível em mais de três meses. O índice DXY, que mede o dólar contra seis pares, por sua vez, encerrou a sessão perto da estabilidade. Analistas avaliam que o Federal Reserve manterá o argumento de que o avanço nos preços é transitório, mas veem o banco central americano sob pressão. O petróleo, que chegou a ser impactado por uma retirada de sanções ao Irã por parte de Washington, recuperou as perdas e fechou com ganhos. "As ações dos EUA subiram para um novo recorde, depois que os investidores perceberam que o 'ponche' de estímulo [à economia] não vai acabar tão cedo", afirma o analista de mercado financeiro Edward Moya, da corretora Oanda. Segundo o profissional, os investidores "ignoraram" o índice de preços ao consumidor (CPI) americano, que subiu 0,6% em maio ante abril e 5% na comparação anual, acima das expectativas. Com a avaliação de que os dados não terão tanto impacto nas perspectivas do Fed, operadores de mercado compraram papéis nas bolsas de Nova York. No fechamento, o Dow Jones subiu 0,06%, a 34.466,24 pontos, o Nasdaq avançou 0,78%, a 14.020,33 pontos, e o S&P 500 registrou alta de 0,47%, a 4.239,18 pontos, na máxima histórica. O índice acionário ficou 14 pregões a menos de 2% do recorde. Na renda fixa, o juro da T-note de 2 anos caía a 0,140% no horário de fechamento em NY, enquanto o da T-note de 10 anos recuava a 1,450%, no menor nível desde o começo de março, e o do T-bond de 30 anos tinha queda a 2,136%. "A reação inicial [à inflação dos EUA] nos rendimentos foi de alta, no entanto, parece ter havido o suficiente no relatório para sugerir que os números podem muito bem começar a cair dos níveis atuais, mesmo se houver alguma persistência nos números mais amplos", afirma o analista-chefe de mercado da CMC Markets, Michael Hewson. Um número acima do esperado nos pedidos semanais de auxílio-desemprego também ficou no radar no mercado. Conforme mostrou o Broadcast, em reportagem publicada às 15h05 (de Brasília), economistas apontam fatores no CPI de maio que sugerem pressões inflacionárias mais disseminadas. A discussão, portanto, testa o argumento da maioria dos dirigentes do Fed de que o aumento de preços é transitório. O dólar também passou por uma reversão no movimento observado após a divulgação do CPI americano. Depois de ter operado em alta, o índice DXY recuou 0,05%, a 90,075 pontos, perto da estabilidade. No final da tarde em Nova York, a libra subia a US$ 1,4171 e o euro tinha leve queda a US$ 1,2174, após o Banco Central Europeu (BCE) manter os juros e o volume do programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês). Outro ativo que teve um pregão volátil foi o petróleo. Os preços da commodity energética subiam quando os EUA anunciaram um relaxamento nas sanções contra indivíduos ligados ao setor de energia do Irã. Os contratos, então, passaram a recuar, mas retomaram a alta após o Departamento de Tesouro americano informar que a medida não tem relação com as tratativas em torno do acordo nuclear. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para julho avançou 0,47%, a US$ 70,29 o barril, enquanto o Brent para agosto teve ganho de 0,42%, a US$ 72,52 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). O presidente americano, Joe Biden, por sua vez, confirmou que os EUA doarão 500 milhões de doses da vacina contra covid-19 da Pfizer a países pobres. Em Londres para a cúpula do G7, o democrata também assinou um documento com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que traça preceitos para as relações entre os dois países. (Iander Porcella - [email protected]) BOLSA Após ter fechado o dia anterior pouco abaixo dos 130 mil pontos, o Ibovespa retomou a marca nesta quinta-feira de CPI dos Estados Unidos a 5% ao ano em maio, no maior nível desde 2008, mas sem causar o rebuliço visto nos mercados na divulgação do índice de inflação ao consumidor em abril. Assim, em dia também positivo em Nova York, o índice da B3 emendou leve ganho de 0,13%, aos 130.076,17 pontos, o terceiro melhor nível de fechamento de que se tem registro na B3, entre mínima de 129.525,89 e máxima de 130.526,76, com giro financeiro moderado a R$ 28,5 bilhões na sessão. Na semana, o Ibovespa ainda mantém sinal negativo (-0,04%), deixando os ganhos do mês a 3,06% e os do ano a 9,29%. Com os índices acionários aqui e em Nova York ainda próximos a máximas históricas, renovadas de forma consistente nesta primeira metade do ano em meio à percepção de que os efeitos econômicos da pandemia estão ficando para trás, a atenção do mercado começa a se voltar para a calibragem dos estímulos, especialmente os monetários concedidos pelo Federal Reserve, na medida em que a política fiscal americana, com Janet Yellen no Tesouro e Joe Biden na presidência dos Estados Unidos, tende a se manter bem afrouxada. "A leitura que o mercado faz deste dado de inflação nos Estados Unidos é simples: se tem mais inflação, necessariamente o Fed vai ter que elevar a taxa de juros antes do que vinha projetando lá para 2023, 2024, o que resulta em apreciação do dólar. O governo Biden é pró-estímulos, então há essa liquidez não só da política monetária mas também da política fiscal", observa Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, destacando o progresso dos dados econômicos "apesar de o mercado de trabalho ter decepcionando recentemente", com a concessão de benefícios parecendo manter parte da mão de obra fora da busca por recolocação nos Estados Unidos, acrescenta a economista. Ainda assim, a apreciação do dólar ante o real foi bem discreta nesta quinta-feira, e anulada no fechamento, com a moeda à vista negociada em leve baixa de 0,07%, a R$ 5,0658, entre mínima de R$ 5,0338 e máxima de R$ 5,0920 na sessão. De forma geral, prevaleceu a leitura benigna, de que a inflação acima do esperado reflete a normalização da atividade americana, que já experimenta os benefícios proporcionados pela massificação da vacina - como atesta a fase decisiva da liga de basquete profissional, a NBA, com ginásios cheios de torcedores sem máscara, como na fácil vitória de ontem à noite do Phoenix Suns sobre o Denver Nuggets. Por aqui, apesar da dificuldade vista neste primeiro semestre para estabilizar o fluxo de produção e recebimento de vacinas, as antecipações prometidas no cronograma de imunização, pelos governos federal e paulista, contribui para melhorar a perspectiva para a metade final de 2021, com projeções de inflação, crescimento econômico e relação dívida/PIB tendo sido revisadas a partir de desempenho da atividade, da arrecadação e das contas públicas acima do que se esperava para o primeiro trimestre. Diante da expectativa de que a vacinação normalize a economia ainda neste ano, o Itaú Unibanco elevou a projeção para o PIB em 2021, de alta de 5,0% para 5,50% - para 2022, vê desaceleração, para 1,80%. O Copom deve elevar a taxa Selic para 6,00% até o fim de 2021, e não mais a 5,50%, de acordo com o Itaú. Em nota, a instituição aponta que a medida é necessária para conter os riscos de propagação da inflação mais alta para o horizonte relevante de política monetária, evitando deterioração adicional das expectativas e trazendo o IPCA para perto da meta em 2022. Na semana que vem, o Copom volta a deliberar sobre a política monetária brasileira, na mesma quarta-feira em que o Federal Reserve tomará sua decisão - até lá, a tendência é de que os ativos mantenham um grau de acomodação, na ausência de catalisadores tão importantes quanto estes. Conforme esperado, o Banco Central Europeu (BCE) conservou hoje a direção da política monetária, sem alterações nos estímulos, na medida em que a normalização econômica na zona do euro tem se mostrado mais lenta do que nos Estados Unidos, onde a vacinação tem avançado mais rápido. O dia positivo para os preços do petróleo - e especialmente do minério de ferro, que subiu pela terceira sessão seguida, a US$ 216,84 por tonelada em Qingdao, China - colocava as ações de commodities em direção única nesta quinta-feira, neutralizada ou devolvida ao final, com Petrobras PN e ON em alta de 0,07%, e Vale ON passando a terreno negativo (-0,33%) - a empresa foi condenada pela 5ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho de Betim (MG) a pagar indenização de R$ 1 milhão por dano moral por trabalhador morto na tragédia de Brumadinho, num total de R$ 137 milhões. A sessão foi moderadamente favorável para algumas ações de bancos, com ganhos até 0,78% (Unit do Santander). "Os investidores estão colocando na conta aumento acelerado da Selic entre 2021 e 2022, em vista dos últimos dados de inflação: dois setores, bancos e seguradoras, que são teoricamente beneficiados por este movimento", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. Na ponta do Ibovespa, destaque absoluto para Embraer (+15,61%), após a fabricante de aviões confirmar que a subsidiária integral Eve, de mobilidade aérea urbana, iniciou negociações para possível combinação de negócios com a Zanite Acquisition Corp, uma companhia de capital aberto dos Estados Unidos. Locaweb (+5,60%) e Braskem (+4,26%) completaram o pódio do Ibovespa na sessão. No lado oposto, Gol (-4,37%) e Via Varejo (-3,45%). (Luís Eduardo Leal - luis.leal@estadao, com Maria Regina Silva e Niviane Magalhães) 17:27 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 130076.17 0.13038 Máxima 130526.76 +0.48 Mínima 129525.89 -0.29 Volume (R$ Bilhões) 2.85B Volume (US$ Bilhões) 5.63B 17:30 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 130115 0.26972 Máxima 130655 +0.69 Mínima 129500 -0.20 CÂMBIO O real teve dificuldade de acompanhar seus pares hoje no mercado internacional. Mesmo com a inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) mais alta que o esperado em maio nos Estados Unidos, o dólar caiu na maioria dos emergentes, mas no mercado doméstico novamente operou volátil. Profissionais das mesas de câmbio destacam que a moeda brasileira teve desempenho bem melhor que outras divisas nas últimas semanas, e agora há um movimento de ajuste, em meio a dificuldade de romper a barreira psicológica dos R$ 5,00. Ao mesmo tempo, o Itaú já vê a moeda americana caindo abaixo desse nível, fechando o ano em R$ 4,75. Na mínima hoje, logo após o dado de inflação americana, o dólar caiu a R$ 5,03. No fechamento, acabou terminando em R$ 5,0658, com leve queda de 0,07%. No mercado futuro, o dólar para julho subia 0,12% às 17h10, cotado em R$ 5,0790. O CPI dos EUA superou as expectativas em maio, com alta de 0,6% e, no ano, chegando a 5%. Mas como ressaltam os estrategistas do banco americano Wells Fargo, o número é elevado, mas não o suficiente para tirar o Federal Reserve dos trilhos. Com essa visão, eles destacam que a moeda americana passou a cair, enquanto o euro ganhava força após o Banco Central Europeu (BCE) sinalizar manutenção dos estímulos e reforçar a visão de inflação transitória. Os juros longos americanos também caíram, com o papel de 10 anos seguindo abaixo de 1,5%. "O CPI veio bastante salgado, mas há uma unanimidade no Federal Reserve", destaca o chefe do Centro de Estudos Monetários do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), José Júlio Senna. Ele observa que há uma pressão importante na inflação dos EUA agora, mas que tende a se diluir, conforme a visão que predomina no Fed. "Acho que o fenômeno inflacionário nos EUA é temporário. Essa visão é compatível com que o Fed avalia. Não me lembro de ter visto tamanha unanimidade há anos", disse hoje em evento do Estadão. No Brasil, Senna destaca que o câmbio melhorou com a atividade econômica mostrando números acima do previsto, com forte arrecadação e cenário fiscal mais positivo. Com o risco fiscal fora das discussões por ora, não só o real ganhou força, mas a bolsa e as emissões corporativas tiveram forte alta. Apesar do otimismo, Senna observa que os problemas persistem e ele avalia ainda que o Banco Central vai acabar fazendo um ajuste total nos juros, e não apenas parcial. "O otimismo com a economia e a esperança de que o Banco Central deve fazer um ajuste mais do que parcial na taxa básica de juros tem ajudado a apreciar o real", comentam as analistas de moedas e emergentes do alemão Commezbank, Alexandra Bechtel e Melanie Fischinger. Apesar da melhora da moeda brasileira, elas seguem cautelosas, por conta de riscos específicos do Brasil, ligados à pandemia e ao processo de vacinação, além do ambiente político, na medida em que se aproxima das eleições de 2022. Neste ambiente, elas ainda veem o dólar acima de R$ 5,00 até ao menos o final do ano que vem. Já o Itaú reduziu sua projeção hoje e vê o dólar caindo a R$ 4,75 ao final do ano. Anteriormente, a estimativa era de R$ 5,30. O fortalecimento do real reflete a melhora da atividade, que ajuda a melhorar os indicadores fiscais, a alta dos preços das commodities e a elevação da taxa básica de juros, destaca relatório do banco. Em maio, o fundo Verde, do gestor Luis Stuhlberger, teve perdas apostando contra o real, embora tenha tido retorno com as bolsas, aqui e lá fora, e juros reais, segundo a carta mensal da gestora, que destaca a retomada do crescimento do Brasil em ritmo mais forte que o mercado esperava, mas que poderia ser ainda melhor se a vacinação estivesse mais rápida. "As perdas no mês vieram da posição comprada em Dólar contra o Real e da posição tomada em juros nos Estados Unidos", ressalta o relatório. (Altamiro Silva Junior - [email protected])
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