MERCADO APOSTA EM MAIA PARA MANTER VETO, BC SEGURA DÓLAR E JUROS VIRAM

Blog, Cenário
A perspectiva de que a Câmara reverta a derrubada do veto ao reajuste de servidores em 2021, que ocorreu na noite de ontem no Senado, trouxe alívio para os ativos durante a tarde, ainda mais após o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), dar entrevista coletiva para dizer ser favorável ao pleito do governo e que trabalhará para isso. Os investidores deram um voto de confiança ao deputado, que tem sido figura central na aprovação de matérias de interesse econômico. A aprovação do reajuste tem impacto estimado de, pelo menos, R$ 120 bilhões aos cofres públicos, justamente num momento de fragilidade fiscal do País. O real foi o ativo que se mostrou mais reticente a essa possibilidade de reviravolta na Câmara e, ainda que em intensidade menor, manteve comportamento negativo. Até que o Banco Central voltou a intervir, novamente com um leilão de venda de dólares à vista - o segundo do dia. A partir disso, o dólar voltou a ser negociado abaixo de R$ 5,60 e terminou com avanço bem mais contido, de 0,40%, a R$ 5,5522, depois de, na máxima pela manhã, ter batido em R$ 5,67. A acomodação das cotações ocorreu de forma concomitante à melhora externa, o que também garantiu o avanço do Ibovespa e leve queda dos juros futuros. As taxas dos DIs, que chegaram a incorporar mais de 30 pontos no caso dos mais longos, terminaram nas mínimas do dia, com viés de baixa a partir dos vértices intermediários. A Bolsa, por sua vez, pegou carona na alta dos pares em Nova York e reconquistou o nível de 101 mil pontos, depois de, pela manhã, quase ter perdido os 99 mil pontos. No fim, após oscilar mais de 2.500 pontos entre a mínima e a máxima, o Ibovespa subiu 0,61%, aos 101.467,87 pontos. Em Wall Street, a mudança de humor em relação à manhã, quando a cautela exibida pelo Fed e pelo Banco Central Europeu, entre ontem e hoje, prevalecia nos negócios, veio mais uma vez das empresas de tecnologia, o que levou o Nasdaq a renovar recorde. Os demais mercados, contudo, ainda seguiram precificando a possibilidade de uma retomada econômica mais lenta.  
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  CÂMBIO A intervenção do Banco Central, jogando US$ 550 milhões no mercado à vista na etapa vespertina dos negócios hoje, aliada à perspectiva mais positiva sobre a manutenção do veto da Presidência da República, que barra o aumento do salário do funcionalismo público, deixou o dólar mais comportado em seu desempenho frente ao real até o encerramento da sessão. A moeda spot, que chegou a tocar R$ 5,6727, no ponto mais nervoso do dia, encerrou a R$ 5,5522, em alta de 0,40%. No entanto, a falta de definição sobre a votação ainda mantinha a pressão.   Minutos antes de encerrar as negociações no mercado à vista, a notícia de que a bancada da bala pressionava por derrubada do veto impunha um impasse na Câmara dos Deputados, que pode adiar a sessão, estendendo a apreensão dos investidores. No entanto, o dólar futuro oscilava em baixa de 0,13%, cotado a R$ 5,5525, às 17h20.   Para Fernando Bergallo, CEO e fundador da FB Capital, dependendo da resposta da Câmara, é plausível pensar no dólar a R$ 6,00. "A cotação máxima do ano foi de R$ 5,90 em reação à fase mais aguda da pandemia. Agora, mesmo em um momento melhor, Nasdaq com recorde histórico, o Brasil não consegue surfar nele por conta das questões fiscais e domésticas", avalia.   "São necessários 257 votos ou mais para que o veto ao reajuste dos servidores seja mantido. Efeito dessa medida do Senado é muito relevante do ponto de vista prático, ou seja, do rombo fiscal a ser gerado, quando da sinalização de uma falta de comprometimento do Senado com a agenda do ministro da economia em um momento que o Guedes está balançando", disse ele, lembrando as baixas da equipe econômica.   Segundo Bergallo, a situação atual é "muito crítica" como poucas vezes se viu desde o início do governo Bolsonaro. "Já tivemos 38% de depreciação do câmbio neste ano. É muito. Nesse patamar, o câmbio é muito mais prejudicial do que eventualmente um ponto positivo. O câmbio oscilou 15 centavos entre máxima e mínima hoje. É uma amplitude muito grande", diz. Se a Câmara mantiver o veto, avalia ele, o mercado tende a desmontar as posições defensivas e aí o dólar pode voltar mais para perto dos R$ 5,30 e R$ 5,40.   Hoje o BC fez dois leilões no montante total de US$ 1,140 bilhão à vista em duas etapas. Pela manhã, vendeu US$ 590 milhões com taxa de corte de R$ 5,6401 e três propostas foram aceitas. Já à tarde, foram US$ 550 milhões a uma taxa de R$ 5,5720, aceitando cinco propostas.   Sobre os leilões do BC, o CEO da FB Capital diz que a postura do órgão está condizente com o que ele prega. "Nas palavras dele, o BC diz que atua no mercado para corrigir distorções pontuais de liquidez. É isso. BCs em nenhum lugar do mundo peitam o mercado. Ainda mais essa gestão atual do BC. Não tem política de banda cambial. O mercado vai para onde tiver de ir."   Na avaliação do estrategista-chefe da Infinity Asset, Otávio Aidar, o ambiente internacional já é difícil e o Brasil ainda volta em temas que já se imaginava superados. "O cenário internacional já vinha carregado pela ata da reunião do Fed, que sinalizou atividade mais fraca. Isso já leva as moedas emergentes a sofrerem, mas aí vem essa questão do veto, que não se viu de onde saiu, e o real segue sofrendo mais que seus pares."   No meio do dia, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) deu declarações no sentido de que tentaria manter o veto do presidente Jair Bolsonaro. A fala acalmou mercados como o acionário e de juros futuros, mas o dólar seguiu subindo forte. Segundo Aidar, aí entra novamente a questão técnica, dos investidores usando o real como hedge. "Os gestores apostam contra o real em duas frentes, quando compram bolsa e vendem real e também têm comprado moedas como peso mexicano e vendem real. Tudo porque a aposta é que nossa moeda não vai apreciar". (Aline Bronzati e Simone Cavalcanti - [email protected] e [email protected])     17:40   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.55220 0.3978 5.67270 5.54430 Dólar Comercial (BM&F) 5.4726 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5549.500 -0.18885 5675.000 5540.500 DOLAR COMERCIAL 5565.500 0.46029 5675.000 5565.500     JUROS O otimismo sobre a manutenção do veto ao reajuste a algumas categorias de servidores até o fim de 2021, pelos deputados, cresceu à tarde, trazendo alívio à curva de juros. O mercado foi ganhando confiança ao perceber a movimentação em Brasília e o esforço de parlamentares para resgatar o veto, com destaque para a declaração do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que líderes e aliados estariam trabalhando nesse sentido. Desse modo, as taxas reduziram significativamente a alta, à espera de um resultado desta vez favorável ao governo na sessão do Congresso desta quinta-feira, o que amenizaria o impacto da derrota ontem no Senado. A aprovação do reajuste tem impacto estimado em R$ 120 bilhões nos cofres públicos. Pela manhã, as taxas longas chegaram a subir mais de 30 pontos em reação à decisão dos senadores, mas terminaram o dia entre a estabilidade na ponta curta e viés de baixa nos demais trechos.   O volume de contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) negociados foi expressivo, com o giro acima da média nos principais vencimentos. O mais líquido hoje foi DI para janeiro de 2021 (748.300), que fechou com taxa de 1,935%, ante 1,910% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2022 encerrou com taxa de 2,79%, de 2,783% ontem no ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2023 terminou em 3,99%, de 4,004% ontem. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 5,80% (mínima), ante 5,834% ontem, e a do DI para janeiro de 2027 terminou em 6,82% (mínima), de 6,853%.   "As taxas subiram muito e agora há, pelas declarações de Maia, essa esperança de que vai se reverter a decisão do Senado, apoiando a agenda de austeridade fiscal", afirmou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno. A sessão estava marcada para começar as 15h, mas atrasou em função de negociação de bastidores, com início efetivo perto das 16h, ou seja, na reta final da sessão regular do mercado de juros.   A reação negativa ao Senado começou ontem mesmo na sessão estendida, quando as taxas ampliaram o avanço já visto na sessão regular. Ao longo desta manhã o estresse ganhou força, atingindo principalmente a ponta longa, que melhor capta a percepção de risco fiscal dos investidores. Nesse ambiente mais hostil, o Tesouro reduziu os lotes de prefixados do leilão, ofertando 8,5 milhões de LTN e 100 mil NTN-F, vendidos integralmente. Na semana passada, a oferta era de 38,5 milhões de LTN e 300 mil NTN-F.   O ministro da Economia, Paulo Guedes, classificou a derrubada do veto como um "crime" contra o País, enquanto Bolsonaro disse ser "impossível" governar se a Câmara mantiver a decisão do Senado. Uma das maiores pressões para a derrubada vem da chamada bancada da bala, que conta com 306 deputados. "O veto retira a contagem do tempo de serviço por 19 meses para os profissionais de saúde e de segurança pública que estão na linha frente no combate à pandemia", afirmou deputado Coronel Tadeu (PSL-SP).   Mais cedo, Maia havia dito que a derrubada poderia ter consequências incalculáveis, pois a economia estimada de R$ 120 bilhões com a medida faz parte do planejamento feito pelo Executivo junto ao Congresso. "A responsabilidade (fiscal) só estará garantida com a manutenção do veto. Sabemos que tem muita pressão contra, mas vamos continuar trabalhando", garantiu, ao lado dos líderes do governo e aliados.   Rostagno destaca ainda que, no exterior, o dia também é de abertura de curvas dos países emergentes, como Rússia, México, Índia e Chile, enquanto, nos Estados Unidos, os rendimentos dos Treasuries estão em queda, sinalizando aversão ao risco dos investidores.   A agenda do dia não trouxe impacto na dinâmica das taxas. A arrecadação de impostos e contribuições federais em julho, divulgada à tarde pela Receita, veio dentro do esperado. Somou R$ 115,990 bilhões, um recuo real (descontada a inflação) de 17,68% na comparação com o mesmo mês de 2019. As previsões iam de R$ 95,436 bilhões a R$ 121,70 bilhões, com mediana de R$ 116,40 bilhões. (Denise Abarca - [email protected])     17:40   Operação   Último CDB Prefixado 32 dias (%a.a) 1.91 Capital de Giro (%a.a) 7.02 Hot Money (%a.m) 0.82 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90   BOLSA O Ibovespa oscilou entre ganhos e perdas ao longo desta quinta-feira à espera da definição, pela Câmara, sobre o veto presidencial a aumentos ao funcionalismo até o fim de 2021, que havia sido derrubado no dia anterior pelo Senado. Após reagir bem à assertividade do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pela retomada do veto, o óbice colocado pela 'bancada da bala' esfriou a recuperação do Ibovespa no meio da tarde, mas, com o início da sessão, e a colocação do assunto como segundo item da pauta, houve alento à confiança do mercado de que o bom senso fiscal prevalecerá, apesar da iniciativa da oposição em obstruir a sessão, logo em seu começo.   Assim, com a ajuda de Nova York, que renovava máximas, em especial o Nasdaq (+1,06% no fechamento), o Ibovespa foi a 101.749,10 pontos no pico desta quinta-feira, perto do fim da sessão, saindo de mínima, pela manhã, a 99.131,40 pontos. Ao final da sessão, sem que a matéria tivesse ido à votação, o Ibovespa mostrava ganho de 0,61%, aos 101.467,87 pontos, avançando agora 0,11% na semana, mas ainda cedendo 1,40% no mês e 12,26% no ano. O giro financeiro totalizou R$ 28,4 bilhões na sessão.   "É uma característica brasileira: quando se parece estar à beira do precipício, o bom senso reaparece para evitar o suicídio. Isso está no DNA de nossa política, de nossa organização como Estado. O sentido de sobrevivência acaba prevalecendo quando parecemos estar bem perto do desastre. E o mercado aproveita a situação para realizar: há sempre um elemento de especulação sobre o desenlace", diz Shin-Lai, estrategista-chefe da Upside Investor Research. Ele aponta sinais de recuperação no nível de confiança da indústria, como a prévia para agosto da FGV, e do próprio nível de atividade como evidências de que o mercado passou a um nível de cautela e pessimismo descasado do estágio de recuperação da economia real.   "Há muito ainda a ser acompanhado sobre a evolução dos dados econômicos, dos resultados das empresas e também sobre quando se terá disponível um 'protótipo' confiável de vacina para Covid-19. Este último fator é especialmente importante para as ações de commodities, pelo peso que têm no Ibovespa e pela correlação mantida com preços e demanda externa, especialmente da China", observa o estrategista. Neste sentido, ele chama atenção para o avanço acumulado por Vale ON no ano (+18,11%), com a forte recuperação observada nos preços do minério de ferro. "Se a Petrobras reagir, dará impulso ao Ibovespa. Setores exportadores, vinculados a preços internacionais, costumam ter reação mais rápida, no valor de suas ações, ao aumento da demanda do que os domésticos. Há também setores que se beneficiam mais diretamente da queda de juros, como construção e consumo."   Ainda assim, a aparente falta de unidade de pensamento entre governo e Congresso, no momento em que se coloca o Centrão na costura política, lança dúvidas sobre a recorrência de "pautas-bomba", de triste lembrança na história recente.   "A inesperada derrubada pelo Senado do veto do presidente Bolsonaro sobre o reajuste dos servidores públicos gerou grande estresse logo na abertura, em vista da preocupação do mercado quanto ao rumo do fiscal", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. Apesar da "virada" proporcionada pela reiteração do compromisso com a responsabilidade fiscal pelo comando da Câmara, o revés colhido no dia anterior pelo governo no Senado, descrito pelo ministro Paulo Guedes como um "crime contra o País", contribui para que os investidores mantenham cautela, acrescenta Ribeiro. "Gera mais um alerta entre os investidores, já que existem outras discussões na mesa, como a continuação das reformas, o orçamento do ano que vem e como ficará a situação do teto de gastos."   Nesta quinta-feira, B3 (+4,65%), Multiplan (+3,90%) e Cyrela (+3,74%) dividiram a liderança do Ibovespa na sessão. Ontem, a operadora da Bolsa de Valores divulgou prévias operacionais referentes ao mês de julho, com aumento de 74,2% no volume financeiro médio diário em comparação com 2019, a R$ 29,112 bilhões. O número de investidores ativos cresceu 129,3% em um ano, para 2,854 milhões. Na comparação mensal, o aumento foi de 6,6%.   No lado oposto do Ibovespa, Magazine Luiza cedeu 2,62%, seguida por Sabesp (-2,39%) e Natura (-1,91%). Entre as blue chips, Petrobras PN fechou em baixa de 0,70% e a ON, de 1,06%, enquanto Vale ON avançou 0,90%, Desempenho misto para as ações de siderúrgicas, com Gerdau PN em alta de 1,25% e CSN, em baixa de 0,54%. Entre os bancos, o dia foi majoritariamente negativo, embora de forma moderada, com Bradesco ON em baixa de 0,67% e BB ON, em leve alta de 0,09%. (Luís Eduardo Leal, com Felipe Laurence - [email protected])     17:23   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 101467.87 0.60895 Máxima 101749.10 +0.89 Mínima 99131.40 -1.71 Volume (R$ Bilhões) 2.83B Volume (US$ Bilhões) 5.02B         17:40   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 101650 0.87328 Máxima 102040 +1.26 Mínima 98885 -1.87       MERCADOS INTERNACIONAIS Mais uma vez amparadas pelas techs em alta, ainda bem posicionadas por balanços fortes e crescimento nas vendas devido às medidas de isolamento social, as bolsas de Nova York conseguiram se descolar do pessimismo no exterior e encerraram a quinta-feira no azul. O índice Nasdaq, inclusive, chegou a renovar recorde intraday. Nos demais mercados, porém, o pé atrás com o processo de recuperação econômica pós-covid-19 deu o tom, levando petróleo, bolsas da Europa, juros dos Treasuries e dólar ante rivais para o negativo. A cautela com a retomada da atividade foi reforçada pela nova alta de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, bem como por alertas do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE). O impasse fiscal em Washington segue acompanhado pari passu.   Os setores de tecnologia e serviços de comunicação voltaram a se destacar nas bolsas de Nova York. Economista da XP Investimentos, Rachel de Sá lembra que essas empresas receberam um empurrão do isolamento social trazido pela pandemia e ressalta que algumas mudanças de comportamento vieram para ficar. "Quem passou a comprar online não vai deixar após a pandemia", disse ao Broadcast, ao avaliar o salto do setor. "Mas não podemos nos esquecer que o mundo está nadando em dinheiro, e essa liquidez precisa ser alocada", completa. Com ajuda das techs e dos serviços de comunicação - destaque para Apple (+2,22%) e Netflix (+2,76%) -, o índice Dow Jones fechou em alta de 0,17%, acompanhado pelo S&P 500 (+0,32%) e pelo Nasdaq (+1,06%).   Em outros mercados, contudo, acabou prevalecendo o "choque de realidade" trazido por dados econômicos e autoridades monetárias. Pela manhã, os EUA informaram que os novos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos tiveram um aumento inesperado de 135 mil na semana encerrada em 15 de agosto, superando 1,1 milhão de solicitações. "O dado oscilando em torno de um milhão mostra que a recuperação do mercado de trabalho ainda tem um longo caminho a percorrer", defende o Wells Fargo, em análise enviada a clientes.   O indicador reforçou a percepção de que a recuperação americana será mais lenta do que a europeia, prejudicando o dólar no exterior. Perto do fechamento do mercado em Nova York, o dólar caía a 105,78 ienes, euro subia a US$ 1,1859 e a libra tinha alta a US$ 1,3217. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis rivais, fechou em queda de 0,16%, a 92,793 pontos.   A cautela com o processo de recuperação econômica também foi vista nas atas das mais recentes reuniões de política monetária do Fed e do BCE, divulgadas ontem à tarde e hoje cedo, respectivamente. "O Fed fez o papel de colocar o pé [do investidor] no chão. Esse é o papel da autoridade monetária. A recuperação vai ser mais difícil do que muita gente está achando", disse Rachel de Sá à reportagem. "O mundo está vivendo sob um bomba de estrogênio fiscal e monetário. O grande desafio do mundo é achar uma forma de tirar essa bomba sem causar um impacto maior. A emenda não pode ser pior que o soneto", completa a economista da XP.   Fora das bolsas de Wall Street, o tom mais realista dos BCs mostrou correção de grande parte dos ativos ao longo da sessão. O índice FTSE 100, da Bolsa de Londres, por exemplo, fechou em queda de 1,61%, a 6013,34 pontos, enquanto o DAX, de Frankfurt, perdeu 1,14%, a 12830,00 pontos. No petróleo, o contrato do WTI para outubro, contrato mais líquido, fechou em baixa de 0,67%, a US$ 42,82 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês caiu 1,03%, a US$ 44,90 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).   O ajuste negativo também foi visto na renda fixa, com o juro da T-note de dois anos, próximo ao horário de fechamento das bolsas de Nova York, baixando a 0,141% e o da T-note de dez anos, a 0,648%. Ainda nos Estados Unidos, não deixa o radar o impasse entre governo e oposição por um novo pacote fiscal, considerado salutar para amenizar os impactos da covid-19 na economia. (Por Eduardo Gayer - [email protected])          
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