A cena externa teve peso predominante nos negócios domésticos desta quinta-feira, em especial na etapa da tarde. O sentimento vindo de lá é misto, e causado por uma série de fatores. De um lado, o mercado de renda fixa digere os próximos passos da política monetária americana, neste dia seguinte à reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc). Apesar da menção ao gradualismo na véspera, emergiu hoje a visão mais hawkish do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, com a indicação do anúncio do tapering em novembro e as sinalizações - via gráfico de pontos, onde anonimamente os dirigentes do Fed indicam suas estimativas - de aperto monetário um pouco mais cedo e mais intenso. Desta forma, a curva de juros americana teve inclinação, com destaque para a T-note de 10 anos, que rompeu o nível técnico de 1,4%, voltando ao patamar visto em julho. Os retornos do DI foram no mesmo caminho, impulsionados ainda pelo mau humor com a cena fiscal brasileira, ante o impasse para financiamento do Auxílio Brasil e pagamento de precatórios, além dos movimentos, no trecho curto, pós-Copom e de cautela na véspera do IPCA-15. De volta à cena externa, o dia foi de empolgação nos mercados acionários globais. Papéis de bancos se destacaram nos ganhos em Nova York, com a perspectiva de aumento de juros dada pelo Fed. Mas da China veio o maior impulso. As provisões de liquidez pelo PBoC ao sistema financeiro local, em meio à crise de solvência da Evergrande, deram gás à tomada de risco, pelo entendimento de que os esforços serão para evitar maiores efeitos sistêmicos. Assim, as bolsas de Nova York e o Ibovespa subiram mais de 1%. O principal índice brasileiro avançou aos 114.064,36 pontos, valorização de 1,59%. A soma de fatores locais e internacionais fez o dólar encerrar quase na linha d'água, aos 5,3096, alta de 0,10%.
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