JUROS APARAM EXAGEROS ANTES DO COPOM, ENQUANTO BOLSA E DÓLAR TERMINAM DE LADO

Blog, Cenário
Os ativos brasileiros oscilaram, durante todo o dia, de olho no que ocorrerá depois do fechamento dos mercados: a decisão do Copom sobre a Selic e, possivelmente, a votação da PEC dos Precatórios. Isso resultou em correção de baixa para os juros futuros antes desses dois eventos importantes, em direção a apostas mais contidas na aceleração do ritmo de aperto monetário. Isso significa que o mercado passou a precificar chances levemente majoritárias de a Selic subir 1,75 ponto, com o restante indicando alta de 1,50 ponto. Ontem, havia apostas de aperto de até 2 pontos porcentuais. Não houve nada além de um ajuste técnico aos exageros que justificasse essa mudança, junto com a leitura de que a dose de aperto pode ser menor se o comunicado do BC for mais duro. No caso do câmbio e da Bolsa, o dia foi de volatilidade, com o investidor reagindo a fatores externos e locais de forma mais pontual, mas guardando certa cautela em relação ao término da reunião do Copom e à votação da PEC, que abrirá espaço no teto de gastos para financiar o Auxílio Brasil de R$ 400. Afinal, no caso da Selic, um aperto maior ou menor pode ter efeito distinto sobre dólar, que terminou a R$ 5,5551 (-0,33%), e ações. Ao mesmo tempo em que o juro mais alto pode atrair operações de carry trade, o que significa entrada de recursos no Brasil e tendência de queda para a moeda americana, também pode competir com a Bolsa no direcionamento de dinheiro. Mais do que isso: torna alguns setores menos atrativos, por encarecer o crédito, e elevar o custo de financiamento das empresas. Por isso, os bons resultados corporativos conhecidos hoje foram insuficientes para segurar o Ibovespa, que subiu em boa parte do dia, mas encerrou com leve baixa de 0,05%, aos 106.363,10 pontos, alinhado aos pares externos. Lá fora, após sucessivos recordes por parte de S&P 500 e Dow Jones, houve alguma correção em baixa, tida como realização de lucros. Mesmo assim, os balanços conseguiram deixar o Nasdaq estável. O mercado aguarda, agora, a reunião do Banco Central Europeu (BCE), amanhã.
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JUROS A curva de juros manteve o movimento de flattening visto nos últimos dias, mas hoje com as taxas todas em baixa, refletindo uma correção de exageros nas apostas mais agressivas para o Copom desta noite, especialmente nos vértices curtos e intermediários. A curva limpou as de alta de até 2 pontos porcentuais da Selic e a de aumento de 1,75 ponto é levemente majoritária, com a de 1,5 ponto como alternativa. A percepção é de que a dose de aperto não precisaria ser tão expressiva se combinada a um comunicado hawkish o suficiente para sustentar a confiança do mercado de que o Banco Central será capaz de resgatar as projeções de inflação. Além da espera pelo Copom, agentes estão na expectativa pela PEC dos Precatórios, que poderá ser votada ainda hoje na Câmara. Em reposta à piora do cenário fiscal e de inflação, os juros vinham subindo há nove sessões, com mais força nos de médio e curto prazo, que hoje foram os que mais caíram. O alívio, contudo, é mínimo diante do grau de abertura das taxas desde meados do mês. A do DI para janeiro de 2023 por exemplo, símbolo do nervosismo dos agentes, saiu de 9,05% no dia 13 para quase 12%, fechando hoje em 11,51%, de 11,609% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2027 caiu de 11,965% ontem para 11,90%. O DI para janeiro de 2022 passou de 8,552% para 8,422% e a do DI para janeiro de 2025, de 11,927% para 11,81%. Para o estrategista-chefe da CA Indosuez Brasil, Vladimir Caramaschi, alguns "calls", de elevação de até 3 pontos, para a Selic estavam exagerados, na medida em que, segundo ele, não é a política monetária que está sendo questionada, e sim a fiscal. "Faz pouco sentido dar um choque de juros agora, pois não há desconfiança de que o BC não vá seguir no movimento de aperto, ainda que haja discordância sobre o ritmo", afirmou. Nos cálculos da Greenbay Investimentos, a curva precificava nesta tarde 165 pontos-base de avanço para a Selic nas reuniões de hoje e de dezembro, o que representa 60% de probabilidade de alta de 1,75 ponto e 40% de chance de aumento de 1,5 ponto. É consenso entre os analistas que esta, que é uma das reuniões mais difíceis, exigirá um comunicado muito bem montado para limitar os efeitos negativos nos ativos, dada a elevada dispersão das apostas. "O desafio do BCB é manter seu plano de voo e isto está mais na comunicação do que na taxa em si. Se o BCB subir muito a taxa isso pode criar pânico, se subir pouco pode criar mais confusão. Uma equação que só pode ser resolvida dinamicamente, ou seja, via comunicação amarrando uma série de ajustes futuros ao anúncio de hoje", comentou o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito. Para Caramaschi, o essencial é manter a postura do "whatever it takes" para trazer a inflação às metas. "Deve colocar algumas palavras de 'calma' para o mercado, algum parâmetro que seja razoável, sem se amarrar com decisões futuras. Mas também não pode deixar o cenário muito aberto." O presidente Jair Bolsonaro chamou nesta tarde o mercado de "nervosinho" em entrevista ao programa Pânico, da rádio Jovem Pan, a qual abandonou inesperadamente após ser questionado sobre rachadinha e em meio a uma confusão entre os apresentadores do programa. "Qualquer negocinho aumenta taxa de juros de longo prazo, perde R$ 50 bilhões, é assim que acontece", afirmou. Enquanto aguardam o Copom, os agentes acompanham a movimentação em Brasília, com a PEC dos Precatórios no radar. Segundo apurou o Broadcast, os parlamentares querem R$ 16 bilhões em emendas de relator e R$ 5 bilhões para o fundo eleitoral, aproveitando a folga que será aberta no Orçamento de 2022 após mudanças na regra do teto de gastos. Hoje, a movimentação é em torno de um acordo que retire o precatório do Fundef do teto de gastos. O relator, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que a "ideia é votar hoje de todo jeito". (Denise Abarca - [email protected]) 17:23 Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 7.70 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 6.15 Over Selic (%a.a) 6.15 CÂMBIO À espera da decisão do Copom, o dólar à vista experimentou certa volatilidade na sessão desta quarta-feira, com trocas de sinais especialmente pela manhã. A amplitude das oscilações, contudo, foi bastante reduzida, de apenas cerca de seis centavos entre a mínima (R$ 5,5375) e a máxima (R$ 5,5920) - um sintoma clássico de cautela e falta de apetite por posições mais contundentes. A expectativa amplamente majoritária no mercado é que o BC acelere o ritmo de aperto e eleve a Selic em ao menos 1,50 ponto porcentual, para 7,75% ao ano, e que o comunicado da decisão seja duro. A tese é que um BC mais agressivo serviria de contraponto à perda da âncora fiscal, com a mudança na regra de cálculo do teto de gastos embutida na PEC dos Precatórios, que pode ser apreciada ainda hoje no plenário da Câmara. Operadores chegaram a atribuir parte da oscilação do dólar ao longo do dia hoje a rumores sobre qual será, de fato, a postura do BC. A avaliação é que qualquer aumento da Selic inferior 1,50 ponto ou dubiedade no comunicado pode levar a taxa de câmbio rapidamente a flertar com o patamar de R$ 5,70. Em meio a idas e vindas, no fim do dia prevaleceu o sinal negativo e o dólar fechou em queda de 0,33%, a R$ 5,5551. Depois de subir 3,16% na semana passada, a moeda americana acumulou baixa de 1,28% nos últimos três pregões. Em outubro, ainda avança 2%. No exterior, o índice DXY - que mede a variação do dólar frente a seis moedas fortes - operou em leve queda ao longo do dia, na maior parte do tempo abaixo dos 94 pontos. Mas o dólar subiu em relação a divisas emergentes consideradas pares do real, como o peso mexicano (+0,53%), o peso chileno (+0,16%) e o rand sul-africano (+1,58%). Para Thomas Giuberti, sócio da Golden Investimentos, o dólar já está em um valor "bem esticado" e reflete "prêmio de risco elevado", dada a questão fiscal. "O BC tem o argumento perfeito agora para não ficar atrás da curva. Pode compensar os erros do passado com a decisão de subir a Selic em pelo menos 1,50 ponto com um comunicado mais forte. Isso ajudaria a segurar um pouco o câmbio", diz Giuberti, em referência ao aumento da atratividade das taxas de juros locais para investidores estrangeiros. "Se o BC não agir agora, podemos ver o mercado estressar com mais força novamente. Tudo depende da decisão e do comunicado do Copom". O sócio e economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, argumenta que o ideal seria um "choque maior ou igual a 200 pontos bases, com Selic mínima de 8,25%, para desacelerar o impacto do dólar e estabilizar as expectativas de inflação. Velho não vê espaço, porém, para um movimento amplo de apreciação do real, já que o risco-País (medido pelo CDS de 5 anos) está na casa de 200 pontos, por causa da piora fiscal, e haverá uma deterioração sazonal do resultado da conta corrente no quarto trimestre. "As pressões por mais gastos públicos seguem no Congresso. Desejam aumentar o valor do fundo eleitoral, emendas parlamentares dentro da PEC dos Precatórios e ainda prorrogar a desoneração fiscal da folha de pagamentos para 2022", afirma Velho, em relatório. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro, em entrevista a Jovem Pan News, se disse confiante na aprovação da PEC dos Precatórios e afirmou que não avaliou o eventual impacto político do Auxílio Brasil no valor de R$ 400 neste momento. "Muita gente diz para eu passar para R$ 600 que estou garantido na reeleição. Imagina se eu falo em R$ 600 do Bolsa Família, o que acontece com a bolsa e o dólar? Bagunça na economia não interessa para ninguém". À tarde, ao participar do programa Pânico, da rádio Jovem Pan, Bolsonaro vou a chamar o mercado financeiro de "nervosinho". O presidente também arriscou um diagnóstico para a depreciação recente do real, ao dizer que o "Brasil está vivendo uma insegurança jurídica, aí o dólar não baixa". Entre os indicadores do dia, dados do Banco Central divulgados à tarde mostram que o fluxo cambial está negativo em US$ 211 milhões em outubro (até o dia 22). O saldo no canal financeiro, contudo, foi positivo em US$ 1,131 bilhão, revelando apetite dos investidores por ativos locais. Quem pesou no resultado do fluxo foi o saldo negativo de US$ 1,342 bilhão no comércio exterior. No acumulado de outubro, destaque para o resultado da semana passada (de 18 a 22 ), quando o saldo foi positivo em US$ 1,573, graças sobretudo a entrada líquida de US$ 1,160 bilhão pelo canal financeiro. Na B3, o dólar futuro para novembro recuava 0,26%, a R$ 5,5560, com giro de US$ 13,5 bilhões (Antonio Perez - [email protected]) 17:24 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.55510 -0.3283 5.59200 5.53750 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5549.500 -0.37699 5595.000 5539.500 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5591.000 -0.44516 5624.000 5577.000 BOLSA Assim como outras classes de ativos brasileiros, o Ibovespa aguarda com expectativa a definição desta noite do Copom sobre o nível de juros adequado à situação atual, de desancoragem de expectativas inflacionárias ante a perda da referência sobre o teto de gastos em 2022, em meio a revisões contínuas do mercado nas projeções de fatores como câmbio e PIB para o ano eleitoral. Hoje, com impulso proporcionado pela manhã por uma série de balanços positivos, como os de Marfrig (ON +2,68%) e Santander Brasil (Unit -0,03%) - que mais cedo dava suporte ao setor de maior peso no índice (financeiro) -, o Ibovespa conseguiu sustentar recuperação parcial até o meio da tarde, mas perdeu fôlego em direção ao fechamento, em leve baixa de 0,05%, a 106.363,10 pontos, entre mínima de 106.044,68 e máxima de 108.224,47 pontos, saindo de abertura a 106.432,87 na sessão. O giro financeiro ficou em R$ 32,2 bilhões nesta quarta-feira. Na semana, o Ibovespa avança apenas 0,06%, ainda cedendo 4,16% no mês - em 2021, a perda acumulada está em 10,63%. "A expectativa maior é para o Copom, obviamente, e é fundamental que o BC traga de volta uma ancoragem nas expectativas, com o mercado muito pessimista com relação à inflação. Deve dar um choque um pouco maior, de no mínimo 1,5 ponto (na Selic), onde estão concentradas as apostas (para esta reunião), mas há casas, talvez de forma exagerada, precificando até mais de 2 (pontos porcentuais de alta, hoje). Deve ficar entre 1,5 e 2", diz Rodrigo Marcatti, economista e CEO da Veedha Investimentos. "Em um primeiro momento, o Copom pode até trazer algum alívio. Se o mercado entender que o Banco Central está sendo bastante diligente com a questão inflacionária, e não com a atividade - que, de fato, não é parte do seu mandato -, isso pode trazer as curvas de juros mais longas um pouco para baixo, aliviando a pressão de mercado. E com juros subindo, o câmbio deve se valorizar, atraindo fluxo estrangeiro", conclui Marcatti, ressalvando as dificuldades para a "economia real" em ciclo de elevação de juros, que afeta também a atratividade da renda variável quando contraposta à fixa. Ainda assim, o impacto pode vir a ser neutro, "quiçá positivo", considerando os prós e contras de um avanço mais forte da Selic. Neste contexto ambivalente, de aspectos positivos e negativos para a renda variável, a Pesquisa XP de Sentimento, realizada pela corretora com assessores de investimentos e escritórios autônomos filiados, constatou uma piora das perspectivas para a Bolsa. Entre setembro e outubro, a média dos palpites para o Ibovespa no fim de 2021 caiu 5,4%, de 126.319 pontos para 119.533 pontos. Entre as 570 respostas únicas obtidas pela XP Investimentos entre os dias 20 e 25 de outubro, 41% avaliaram que o Ibovespa deve ficar entre 120 mil e 130 mil pontos no fim do ano, a previsão mais citada. Em seguida, apareceram as apostas em um nível entre 110 mil e 120 mil pontos (37%); abaixo de 110 mil pontos (13%); entre 130 mil e 140 mil pontos (7%) e acima de 140 mil pontos (3%). "Hoje houve balanços positivos, como o da Gerdau (PN -2,50% no fechamento), com forte distribuição de dividendos. Enquanto os resultados das empresas mostram uma realidade diferente, a preocupação com o macro, com a política de forma geral, continua a preocupar, trazendo volatilidade", diz Alexandre Brito, sócio da Finacap Investimentos. "Aumento de juros maior, como o que está se projetando agora para o Copom, impacta a renda variável, com migração para a renda fixa, especialmente entre os institucionais, mais propensos a isso. É natural um rebalanceamento, na medida em que a renda fixa impacta também a modelagem de valuation das empresas", acrescenta Brito. "Os ativos em geral já estão bem precificados porque a gente já vem num cenário de quatro meses de muita volatilidade, de muita incerteza em relação ao fiscal, de piora também na dinâmica geral dos mercados globais. E de antecipação da corrida eleitoral, com um discurso já mais populista, o que coloca a Bolsa aqui em posição mais desvalorizada em relação a outros emergentes, assim como nosso câmbio", observa Marcatti, da Veedha Investimentos. Na ponta do Ibovespa nesta quarta-feira, destaque para Cogna (+5,58%), Eztec (+4,99%), Multiplan (+4,57%), Raia Drogasil (+4,17%) e Iguatemi (+4,05%). Na face oposta, PetroRio (-6,63%), Méliuz (-4,55%) e Getnet (-4,41%). (Luís Eduardo Leal - [email protected], com Cicero Cotrim) 17:19 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 106363.10 -0.05303 Máxima 108224.47 +1.70 Mínima 106044.68 -0.35 Volume (R$ Bilhões) 3.22B Volume (US$ Bilhões) 5.78B 17:24 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 107540 0.03721 Máxima 109165 +1.55 Mínima 106895 -0.56 MERCADOS INTERNACIONAIS As bolsas de Nova York fecharam na maioria em baixa, com investidores atentos a balanços, mas também fôlego contido após recordes históricos recentes. Os retornos dos Treasuries tampouco firmaram sinal único, em dia de leilão, e no câmbio o dólar recuou, sem impulso, com o euro próximo da estabilidade na véspera de decisão do Banco Central Europeu (BCE). Já o petróleo caiu mais de 2%, após alta acima do esperado nos estoques semanais dos EUA e também da notícia de que devem ser retomadas negociações nucleares com o Irã, que poderiam resultar em mais oferta à frente. Na política, o governo americano tentava avançar nas negociações de sua agenda econômica, enquanto na Europa Portugal caminha para eleição antecipada, após o governo local não ter conseguido aprovar o orçamento do próximo ano no Parlamento. Resultados corporativos continuavam a concentrar atenções nas bolsas de Nova York, mas o fôlego era contido por máximas históricas recentes dos índices. Entre ações em foco hoje, Alphabet subiu 4,96% após balanço, apoiando o Nasdaq, mas o índice perdeu fôlego na reta final. Boeing chegou a subir após publicar resultados, mas terminou em baixa de 1,53%, enquanto Coca-Cola avançou 1,93% e General Motors recuou 5,42%. O Dow Jones fechou em queda de 0,74%, em 35.490,69 pontos, o S&P 500 caiu 0,51%, a 4.551,68 pontos, e o Nasdaq ficou estável, em 15.235,84 pontos - este na mínima do dia. O setor de energia esteve entre as quedas no mercado acionário americano, em jornada negativa para o petróleo. O contrato do WTI para dezembro recuou 2,35%, a US$ 82,66 o barril, na Nymex, e o Brent para janeiro caiu 2,08%, a US$ 83,87 o barril, na ICE. Além da alta acima do previsto nos estoques dos EUA, foi monitorada a notícia de que o Irã deve retomar negociações sobre seu programa nuclear, que poderiam, em caso de acordo, significar mais oferta do país no mercado da commodity. Apesar do movimento de hoje, porém, o TD Securities continua a avaliar que há viés de alta para o óleo, no quadro atual, considerando que a demanda no inverno do Hemisfério Norte e a oferta ainda com dificuldades para avançar pode levar o Brent a US$ 100 o barril. Entre os Treasuries, os juros não tiveram sinal único, com queda dos de vencimento mais longo. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 0,492%, o da T-note de 10 anos recuava a 1,540% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 1,946%. À tarde, o Tesouro americano informou que um leilão de US$ 61 bilhões em T-notes de 5 anos teve juros de 1,157% e demanda acima da média recente, segundo o BMO Capital. Além disso, o BMO fala em "globalização da normalização" na política monetária, após o Banco Central do Canadá manter os juros, mas anunciar o fim de seu programa de relaxamento quantitativo (QE). Para o Wells Fargo, o BC canadense foi "bem mais hawkish que o esperado" hoje, sinalizando que pode elevar os juros antes do esperado, mesmo que tenha mantido sua taxa básica em 0,25%. No horário citado, o dólar recuava a 1,2361 dólar canadense, com esta moeda puxada pela postura do BC local. O dólar ainda caía a 113,77 ienes, o euro subia a US$ 1,1605 e a libra tinha queda a US$ 1,3739. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,16%, a 93,802 pontos. O euro, por sua vez, estava bem perto da estabilidade, na véspera da decisão de política monetária. Analistas citados em reportagem do Broadcast (leia mais na nota das 13h33) acreditam em geral que o BCE deve resistir à pressão por aperto monetário e manter os juros e o QE inalterados. Ainda na Europa, o governo de centro-esquerda de Portugal não conseguiu hoje o aval do Legislativo para seu orçamento, o que deve levar a uma eleição antecipada. O Morgan Stanley comenta que isso implicaria uma mudança da aprovação do orçamento para abril de 2022 "e também coloca em risco os prazos para o fundo de recuperação" da União Europeia destinados para o país. Também na frente política, a governo de Joe Biden continuava tentando avançar em sua agenda econômica nos EUA. A porta-voz da Casa Branca disse que Biden pode ir ao Congresso para negociar, se preciso, e a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, afirmou que estaria "próximo" um acordo sobre as prioridades nos pacotes de gastos almejados. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])
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