A queda forte nos juros longos americanos serviu de catalisador para a busca por risco na maioria dos mercados, embora a questão orçamentária tenha sido um impeditivo para apostas mais firmes em ativos brasileiros. Ainda que a inflação ao consumidor nos Estados Unidos tenha surpreendido para cima, o mercado parece se alinhar à retórica do Federal Reserve, de que o efeito do choque de preços é temporário. Um leilão bem-sucedido de T-bonds de 30 anos, com demanda acima da média, coroou a sessão de alívio nas taxas dos Treasuries – o juro da T-note de 10 anos, por exemplo, chegou ao fim da tarde ao menor nível em quase um mês. Neste cenário, o índice S&P 500 renovou a máxima histórica de fechamento. Contudo, o Dow Jones terminou em queda, pressionado em boa medida pela baixa dos papéis da Johnson & Johnson, na esteira da interrupção do uso da vacina contra a covid-19 da farmacêutica. Aqui no Brasil, o Ibovespa subiu aos 119.297,13 pontos (+0,41%), maior nível desde meados de fevereiro, nesta véspera de vencimento dos contratos futuros sobre o índice. No mercado de juros futuros, pesaram mais os impasses na seara política brasileira, levando a taxa do DI para janeiro de 2027 ao nível de 9%, o maior em mais de um ano. A solução de uma PEC fura-teto para destravar o Orçamento de 2021, assim como bancar programas de recuperação econômica, foi mal recebida pelos agentes, que cobraram mais prêmios hoje. Há também tensão em torno da instauração da CPI da covid no Senado, com as tentativas de manobra de parlamentares alinhados ao governo Jair Bolsonaro para incluir prefeitos e governadores nas investigações. Neste contexto, o real seguiu os pares emergentes e engatou o movimento de valorização ante o dólar à tarde, após o resultado do certame do Tesouro americano. Mas chegou ao fim quase no zero a zero (R$ 5,7176, queda de 0,08%), com a questão política sendo ponderada.
- MERCADOS INTERNACIONAIS
- BOLSA
- JUROS
- CÂMBIO
MERCADOS INTERNACIONAIS
Os yields dos Treasuries ampliaram a queda após um leilão de T-bonds de 30 anos com demanda acima da média recente. No final da tarde, o juro da T-note de 10 anos recuava ao menor nível em três semanas. Apesar de a inflação ter acelerado mais do que o previsto nos Estados Unidos, analistas avaliam que a tendência não é suficiente para mudar a visão do Federal Reserve, cujos dirigentes sustentam que o aperto monetário não começará neste ano. Além disso, após a turbulência do primeiro trimestre, a renda fixa passa por um período de consolidação. A queda nos rendimentos também levou o dólar a se desvalorizar mais ante pares. As bolsas de Nova York fecharam sem sinal único, com o mercado avaliando a suspensão temporária do uso da vacina contra covid-19 da Johnson & Johnson no país, mas o S&P 500 renovou o recorde histórico. O petróleo, por sua vez, registrou ganhos após a Opep elevar a previsão para a demanda da commodity em 2021.
Após uma série de leilões com demanda abaixo da média ou em linha com resultados anteriores, o Departamento do Tesouro dos EUA ofertou hoje US$ 24 bilhões em T-bonds de 30 anos. A taxa bid-to-cover, um indicativo da procura pelos títulos, ficou em 2,47x, ante média recente de 2,39x, segundo o BMO. Analistas do banco canadense destacam que houve um rali dos Treasuries depois do leilão, com consequente queda nos rendimentos. A inclinação na curva de juros americana já havia ganhado força com a avaliação de que a alta mensal de 0,6% do índice de preços ao consumidor (CPI) em março não representa um risco para a postura acomodatícia da política monetária do Fed.
No final da tarde em NY, o retorno da T-note de 2 anos recuava a 0,141%, o da T-note de 10 anos caía a 1,619%, no menor nível desde 24 de março, e o do T-bond de 30 anos cedia a 2,999%. “O primeiro dominó da inflação caiu”, afirma o analista de mercado Edward Moya, da Oanda, ao comentar o CPI americano. Na visão dele, o mercado sabia que os preços subiriam e uma reação maior só virá se houver meses de altas consecutivas. “O aumento dos rendimentos dos Treasuries permanecerá limitado até descobrirmos se as pressões de preços que se aproximam nos próximos meses são exageradas”, ressalta.
Presidente da distrital da Filadélfia, Patrick Harker reiterou que não espera um descontrole na inflação. Com a ampliação da queda nos juros, o dólar também acelerou mais a depreciação antes pares à tarde. Recentemente, a moeda americana tem acompanhado os movimentos na renda fixa. O índice DXY, que mede a variação da divisa dos EUA contra seis rivais, teve perda de 0,31%, a 91,852 pontos.
No mercado acionário, as bolsas não mantiveram sinal único. Apoiados pela trégua na renda fixa e com o foco na recuperação da economia americana, o Nasdaq subiu 1,05%, a 13.996,10 pontos – com Tesla como destaque, em alta de 8,60% -, e o S&P 500 avançou 0,33%, a 4.141,59 pontos, na máxima histórica de fechamento. O Dow Jones, por outro lado, foi impactado pela incerteza em torno da aplicação da vacina da Johnson & Johnson (-1,29%) nos EUA e, com isso, recuou 0,20%, a 33.677,27 pontos. Após a suspensão do uso do produto, o presidente Joe Biden assegurou que há imunizantes suficientes para toda a população.
Dentre as commodities, o petróleo registrou ganhos, apoiado pela melhora na projeção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para a demanda da commodity. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI com entrega prevista para maio avançou 0,80%, a US$ 60,18, enquanto o do Brent para junho teve alta de 0,62%, a US$ 63,67, na Intercontinental Exchange (ICE).
Amanhã, os investidores acompanharão o começo da temporada de balanços nos EUA, com divulgações de grandes bancos. Diretor de Estratégia de Ações Globais do Julius Baer, Patrik Lang destaca em relatório que o mercado espera resultados “sólidos” para o primeiro trimestre do ano. Segundo o analista, o consenso aponta para alta anual de 24,5% no lucro médio das empresas que compõem o S&P 500.
A Capital Economics, contudo, destaca que os novos recordes no mercado acionário americano coincidiram com a estabilização no mercado de Treasuries. Como a consultoria britânica prevê que a escalada nos rendimentos de longo prazo retornará, os analistas estimam que os ganhos nas ações desacelerarão. (Iander Porcella – [email protected])
BOLSA
Na véspera do vencimento de contratos futuros sobre o índice, o Ibovespa retomou hoje a linha dos 119 mil pontos, no intradia e no fechamento, algo que não era visto desde meados de fevereiro. Nesta terça-feira, emendou segundo ganho ao fechar em leve alta de 0,41%, aos 119.297,13 pontos, acumulando avanço de 1,38% nestas duas primeiras sessões da semana, ampliando o do mês a 2,28% – no ano, passa agora a subir 0,24%. Hoje, o índice saiu de mínima a 118.041,14, com abertura a 118.809,35, para chegar na máxima aos 119.529,16 pontos, alcançando o maior nível intradia – e também de fechamento – desde 18 de fevereiro. Ainda moderado, o giro financeiro ficou em R$ 29,3 bilhões.
“O cenário externo não desanima [o investidor]. Está muito dependente do exterior, de commodities”, diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, acrescentando que esse quadro tende a continuar, dada a perspectiva proporcionada pelo pacote do governo Biden para infraestrutura. “A bolsa no Brasil, ainda muito atrasada no ano em dólar, tem buscado um ‘catch up’, embora não linear, com Nova York, que vem renovando máximas sucessivas. Algum noticiário específico de empresas, como vemos agora com Pão de Açúcar, tem ajudado, mas o quadro local permanece o mesmo, com indefinição sobre o Orçamento e o fiscal, combinação que tem se refletido no câmbio e nos juros”, diz Roberto Attuch, CEO da Ohmresearch.
Para Attuch, no exterior, três temas serão acompanhados de perto nas próximas semanas: o ritmo de vacinação na Europa, que começa a ganhar ímpeto, tendendo a contribuir para alguma convergência com a economia dos EUA a partir deste segundo trimestre; o início de nova temporada de balanços corporativos, na Europa e nos Estados Unidos; e as próximas leituras sobre a inflação americana, embora o Federal Reserve já tenha “tranquilizado o mercado sobre isso”.
“O índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA em março, a 0,6%, foi mais intenso do que a estimativa de consenso, de 0,5%, e a leitura anterior, de 0,4%. Todos sabiam que os preços iam subir, e levará meses de aumentos significativos para que se tenha reação maior no mercado. O aumento dos rendimentos dos Treasuries permanecerá limitado até descobrirmos se as pressões (inflacionárias) nos próximos meses são exageradas”, observa em nota Edward Moya, analista da OANDA em Nova York.
Aqui, além das dúvidas sobre o Orçamento de 2021 e a situação fiscal, a pandemia ainda preocupa, com elevadas médias móveis de óbitos. “É provável que o mercado esteja esperando alguma clareza, e que talvez tenha embutido um prêmio esperando uma turbulência maior, agora sendo revisto”, diz Attuch. O quadro político, contudo, segue obscuro, em meio ao início formal do processo de criação da CPI da Covid, com a leitura do requerimento em plenário pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), hoje, abrindo prazo para que os partidos indiquem participantes.
Nesta terça-feira, como no dia anterior com poucos novos catalisadores para os negócios, prevaleceu não apenas o fraco giro financeiro, mas também a busca por gatilhos que ajudassem a levar o Ibovespa um pouco mais adiante, na véspera do vencimento de contratos futuros. Assim, o destaque foi o setor siderúrgico, “com a alta de 3% do minério de ferro após a divulgação da balança comercial chinesa de março”, aponta Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. “As importações da maior consumidora global da commodity subiram 19%, frente a março do ano passado. O resultado superou a expectativa do mercado, refletindo os bons dados industriais apresentados no começo de abril”, acrescenta.
Vale ON, que vem de máximas recentes, fechou a sessão em leve alta de 0,17%, a R$ 103,58, enquanto os ganhos no setor de siderurgia chegaram a 2,89% (Usiminas). Os bancos devolveram em parte os ganhos do dia anterior, em ajuste moderado, limitado a -1,24% (Santander). Na ponta do Ibovespa, Lojas Americanas em alta de 9,31% no encerramento, à frente de B2W (+8,97%) e Cogna (+5,87%), três papéis com exposição à economia doméstica que acumulam perdas no ano. No lado oposto, Eneva fechou em baixa de 7,09%, MRV, de 2,76%, e Cielo, de 2,09%. Com ganho em torno de 1% para o petróleo na sessão, Petrobras PN fechou em alta de 0,33% e a ON, estável. (Luís Eduardo Leal – [email protected], com Maria Regina Silva)
17:26
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 119297.13 0.40854
Máxima 119529.16 +0.60
Mínima 118041.14 -0.65
Volume (R$ Bilhões) 2.92B
Volume (US$ Bilhões) 5.12B
17:29
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 119135 0.42993
Máxima 119565 +0.79
Mínima 117880 -0.63
JUROS
Os juros fecharam a terça-feira em alta, novamente descolados do desempenho dos demais ativos locais e se movendo a partir de dinâmica própria. Mais do que sentir a ausência de notícias positivas do lado fiscal, o mercado seguiu reagindo mal à solução estudada pelo governo para resolver o impasse do Orçamento, por meio de uma PEC para destravar programas de combate aos efeitos econômicos da covid-19 que prevê até R$ 18 bilhões em obras patrocinadas por parlamentares fora do teto de gastos. Adicionalmente, a CPI da Covid no Senado, que deve começar a tomar forma ainda hoje, eleva o desconforto, vista como mais um entrave para a evolução da agenda de reformas. O dia teve ainda as vendas do varejo de fevereiro acima do consenso e aumento da oferta de NTN-B pelo Tesouro no leilão.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027, que encerrou a sessão regular em
9,02%, não batia em 9% no fechamento desde 24/3/2020 (9,16%), ainda no começo da pandemia no Brasil. Ontem, o ajuste foi de 8,904%. O DI para janeiro de 2022 fechou em 4,78%, de 4,731% ontem, e a do DI para janeiro de 2025 avançou de 8,286% para 8,39%. O spread entre os DIs para janeiro de 2022 e janeiro de 2027 subiu de 418 pontos-base ontem para 424 pontos hoje.
O desenho da curva reflete o receio dos agentes em montar posições de risco na renda fixa diante de um cenário tão conturbado. “O tempo está passando e as soluções que se apresentam para o Orçamento não agradam. A curva vai ficando cada vez mais inclinada”, afirmou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, citando ainda outras notícias no campo da política que ajudam a gerar ruídos, como a proposta para que Jair Bolsonaro viaje ao exterior para que o Orçamento seja sancionado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
O diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, Felipe Salto, escreveu no Twitter ser “inacreditável o que estamos vendo na gestão fiscal e orçamentária”. Para ele, a PEC, se confirmada, será um equívoco em cima de outro. “Abre-se a caixa de pandora da contabilidade criativa. É preciso ter claro: risco altíssimo”, resumiu.
Não por acaso, a sensibilidade da curva a outros fatores que não o fiscal fica comprometida enquanto não houver o desfecho para o Orçamento, que tem de ser sancionado até 22 de abril. As taxas hoje chegaram a reduzir pontualmente o ritmo de aumento no começo da tarde, na medida em que o rendimento dos Treasuries, sobretudo o papel de dez anos, acelerava o recuo, mas sem força para sustentar a melhora até o fechamento. Para a equipe do Citi, as discussões do Orçamento, a CPI e a PEC “oferecem riscos significativos de headlines nas próximas semanas”. “Mesmo se finalmente chegarmos a soluções aceitáveis, o atrito ao longo do caminho pode resultar em instabilidade no real e nas taxas”, escreveram os estrategistas.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), deve ler o requerimento para a abertura da CPI nesta tarde. Por ora, o mercado não vê na CPI riscos que desemboquem num impeachment de Bolsonaro, que dependeria muito mais da queda na sua popularidade para níveis abaixo de 20%, segundo especialistas. “O que a CPI afeta mais são as chances de avanço das reformas, além de aumentar o capital político do Congresso para aprovar o Orçamento como está”, explicou Rostagno.
A agenda da terça-feira trouxe as vendas do varejo, que no conceito ampliado subiram 4,1% em fevereiro ante janeiro, bem acima da mediana das estimativas (1,30%). Apesar disso, parte dos analistas vê o dado como retrovisor na medida em que em março o quadro deve se reverter, refletindo restrições maiores de mobilidade e o fechamento das atividades em várias cidades do País. “Embora não altere a perspectiva de tombo em março, acho que para o dia foi sim uma surpresa”, disse o estrategista do Mizuho.
Diante das expectativas cada dia mais pessimistas para a inflação, o Tesouro encontrou espaço para ampliar a oferta de NTN-B, para 4,3 milhões no leilão, tendo vendido em torno de 3,9 milhões e reforçando a percepção de que o papel tem sido a principal opção de financiamento para a dívida pública. Na semana passada, foram 2,750 milhões e na anterior, 1,8 milhão. (Denise Abarca – [email protected])
17:28
Operação Último
CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 2.93
Capital de Giro (%a.a) 6.29
Hot Money (%a.m) 0.64
CDI Over (%a.a) 2.65
Over Selic (%a.a) 2.65
CÂMBIO
Após uma manhã de terça-feira volátil, o dólar firmou queda nos negócios da tarde, reduzindo o ritmo apenas perto do fechamento. O real e as moedas de emergentes foram beneficiadas pela queda das taxas dos juros longos dos Estados Unidos, que foram as mínimas após megaleilão de títulos públicos, com forte demanda, levando as taxas de 10 anos para o menor nível em quase um mês. Mas o imbróglio envolvendo o orçamento de 2021 persiste e segue limitando valorização maior do real, ainda mais em meio a duas novas fontes de incerteza, a proposta de uma PEC, que vem sendo chamada de “fura-teto”, para tentar viabilizar o orçamento e a CPI da pandemia. Com isso, a moeda americana não se sustentou abaixo dos R$ 5,70 durante os negócios.
Após cair na mínima do dia a R$ 5,66, o dólar à vista fechou cotado em R$ 5,7176, em leve baixa de 0,08%. No mercado futuro, o dólar para maio cedia 0,49% às 17h05, em R$ 5,7165, hoje com volume de negócios bem melhor que ontem, acima dos US$ 13 bilhões, mas ainda abaixo da média recente (US$ 17 bilhões).
O sócio e fundador da gestora SPX Capital, Rogério Xavier, avalia que o orçamento de 2021 é uma “cara de pau sem tamanho”, ao reduzir despesas obrigatória e incluir emendas, mostrando total falta de compromisso fiscal em Brasília. “Pelo contrário, você está comprometido em piorar o fiscal, estourar o teto, criar novas despesas burlando o teto.” Nesse ambiente, ele vê o câmbio seguindo pressionado, do nível atual para cima, e o investidor estrangeiro cada vez mais distante do Brasil. “No tratamento do coronavírus, o Brasil é visto como o pior do mundo, como um risco”, disse hoje no podcast RadioCash, da Empiricus. “Não vai vir dinheiro mesmo para o Brasil.”
Neste ambiente de deterioração fiscal e com o tema persistindo no foco por muito tempo, o economista-chefe para América Latina do BNP Paribas, Gustavo Arruda, avalia que não há muito espaço para valorização do real. “Pelas medidas mais tradicionais, nosso câmbio está bastante desvalorizado e acreditamos que tem espaço para valorização. Mas não acreditamos que isso vai acontecer no curto prazo”, disse ele. Neste primeiro trimestre, a tendência é de câmbio muito ruim e suscetível a choques, para começar alguma melhora no segundo semestre, com o avanço mais rápido da vacinação e a atividade ganhando fôlego, avalia ele. O BNP prevê o câmbio a R$ 5,00 no final do ano.
Sobre o orçamento de 2021, Arruda destaca que é um ruído de curto prazo que atrapalha as decisões dos investidores. “Essa dinâmica vai acabar se resolvendo, de uma maneira que mais gastos vão ser incorporador porque a pandemia está muito pior do que se esperava”, disse em evento pela internet com jornalistas. “O ideal para não gerar impactos mais duradouros era que não tivesse tantos ruídos.”
Pesquisa do Bank of America com gestores e investidores de América Latina mostra que aumentou o temor com a situação fiscal do Brasil. Subiu para 63% dos entrevistados o total que vê a possibilidade de descontrole fiscal como o maior risco para o Brasil neste momento. Na pesquisa feita em março, esse porcentual era cerca de 50%. Mas a expectativa é de avanço da vacinação e fôlego maior da atividade. Com isso, 75% dos participantes veem o dólar abaixo de R$ 5,60 em dezembro.
Nos Estados Unidos hoje, além do leilão de US$ 24 bilhões de títulos de 30 anos, foi divulgada a inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de março, que subiu 0,6%, pouco acima do esperado por Wall Street (0,5%). Mas a visão dos analistas é que a aceleração inflacionária não muda, por enquanto, o quadro para a política monetária, o que ajudou a não pressionar os juros longos e o dólar.
“Os dirigentes do Fed provavelmente vão ver o aumento como temporário”, comenta o estrategista do TD Bank, Jim O’Sullivan, em nota a clientes. Com isso, o dólar caiu ante moedas fortes e boa parte dos emergentes hoje, com o real ficando com o melhor desempenho, considerando as 34 divisas mais líquidas. (Altamiro Silva Junior – [email protected])
17:29
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.71760 -0.0839 5.75650 5.66410
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5714.000 -0.53094 5762.500 5669.000
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5714.000 -0.5396 5714.000 5712.500