Diante da continuidade do impasse em relação ao pacote de estímulos nos EUA, o grande destaque do dia foi o IPCA-15 de outubro, que ficou acima do teto das projeções, mostrou alguma pressão em itens além de alimentos e já causou algumas revisões em alta para a inflação deste e do próximo ano. Como resultado, justamente na semana que antecede a reunião do Copom, os juros futuros engataram o terceiro pregão consecutivo de alta, movimento concentrado no trecho curto e intermediário da curva a termo. Isso demonstra que os investidores começam a jogar suas fichas num aperto monetário mais importante para a Selic em 2021 e, em meio às incertezas com a situação fiscal do Brasil, deixa os agentes atentos ao comunicado do Banco Central, que tinha se comprometido com a manutenção da taxa de juros em níveis estimulativos por um período prolongado. Enquanto isso, o Ibovespa, apesar da queda de 0,65% hoje, aos 101.259,75 pontos, conseguiu emendar a terceira semana seguida de ganhos, que foram invariavelmente conduzidos por ações do setor financeiro. Além disso, como o otimismo com um acordo nos EUA se sobrepôs à cautela, ainda que nada tenha sido efetivamente anunciado, o apetite por risco acabou prevalecendo em alguns momentos dos últimos dias. Em Nova York, que adentrará na última semana antes das eleições, a indefinição das negociações entre democratas e republicanos deixou os principais índices acionários em direções distintas e tirou força do dólar ante moedas fortes na reta final do pregão. Por aqui, no entanto, a moeda dos EUA subiu 0,63% no mercado à vista de balcão, a R$ 5,6295. E apesar de uma semana de muitas oscilações, a cotação não se distanciou do nível visto na segunda-feira, com os investidores apenas monitorando a situação fiscal brasileira e de olho na possibilidade de medidas nos EUA.
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