INVESTIDOR FOGE DO RISCO COM BCS HAWK, ÔMICRON E CAUTELA ANTES DE FIM DE ANO

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CENÁRIO-2: INVESTIDOR FOGE DO RISCO COM BCS HAWK, ÔMICRON E CAUTELA ANTES DE FIM DE ANO

A sexta-feira foi marcada pela cautela global. Afinal, se esse já é um movimento que poderia ocorrer em uma sexta-feira que antecede as duas últimas semanas do ano, quando a liquidez dos ativos começa a secar e o investidor evita posições mais arriscadas, o tom hawkish dos bancos centrais ao longo da semana, que culminou hoje com retirada de estímulos pelo Banco do Japão, reforçou a busca por segurança. Ainda mais diante do avanço da ômicron pelo mundo. O resultado foi queda das bolsas, em dia de vencimentos de opções aqui e em Nova York, juros futuros em alta e real um pouco mais fraco. No caso do avanço dos DIs, sobretudo dos mais longos, além do ambiente externo desafiador, a piora de percepção de risco fiscal, diante do pacote eleitoral de benesses do governo e da derrubada, à tarde, do veto presidencial ao fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, ajudou no acúmulo de prêmios. No caso da bolsa brasileira e do câmbio, o investidor até aparou um pouco do pessimismo visto mais cedo. Mas foi insuficiente para reverter totalmente as perdas. Até porque, o Ibovespa vinha, nos últimos dias, se descolando parcialmente de movimentos mais agudos no exterior e, hoje, passou por correção, ao cair 1,04%, aos 107.200,56 pontos. E o recuo só não foi maior por causa do noticiário corporativo, que puxou os papéis do setor de proteínas, por exemplo. Na semana, houve pequena perda de 0,52%. O comportamento das ações por aqui esteve mais ou menos alinhado com Nova York ao longo do dia. Por lá, o Nasdaq até tentou se safar após o tombo de cerca de 2,5% na véspera, quando os papéis de tecnologia, os que mais subiram e de maior valor, sofreram uma onda de vendas diante da tendência de aumento dos juros globais. No fim, porém, também acabou no vermelho, assim como Dow Jones e S&P 500. Por fim, em meio ao aumento da desconfiança fiscal, o real não conseguiu acompanhar alguma melhora dos pares emergentes, mesmo com as intervenções do BC nos últimos dias, quando vendeu, em quatro leilões à vista, US$ 3,372 bilhões, além de US$ 500 milhões em linha, para rolagem. Mesmo assim, depois de bater em R$ 5,71 pela manhã, o dólar terminou num nível menor, com valorização de 0,10%, a R$ 5,6850, acumulando alta de 1,26% na semana.

•JUROS

•BOLSA

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•CÂMBIO

JUROS

A curva de juros ganhou um pouco de inclinação nesta sexta-feira, com as taxas longas subindo em ritmo mais acelerado do que as curtas, revertendo movimento de desinclinação que prevalecia nos últimos dias em função da postura hawkish demonstrada pelo Banco Central desde o comunicado do Copom. Mas o recado também firme dos demais bancos centrais contra a inflação desde que o Federal Reserve confirmou a aceleração do tapering na quarta-feira acabou por estimular um movimento de realização de lucros nos longos, que vinham caindo muito até a reunião do Fed. O ajuste também teve contribuição da piora na percepção de risco fiscal com o pacote eleitoral de benesses do governo e, à tarde, a derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões pelo Congresso.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 11,79% (regular) e 11,75% (estendida), de 11,72% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 10,672% para 10,755% (regular) 10,750% (estendida). O DI para janeiro de 2027 fechou em 10,62% (regular) e 10,65% (estendida), de 10,491% ontem. O spread entre os vencimentos de janeiro de 2027 e janeiro de 2023 ficou em -110 pontos-base, de -122 pontos ontem e -109 pontos na última sexta-feira.

Nas mesas de renda fixa, profissionais destacam que, com a agenda mais esvaziada, o mercado redobrou as atenções ao exterior, hoje com o Banco do Japão (BoJ) anunciando o início da retirada de medidas emergenciais ligadas à Covid. Ainda que o mercado acredite que o BC japonês tenda a ser um dos mais dovish no processo de redução de estímulos, a decisão reforça a percepção de aperto nas condições de liquidez global já estabelecida pelas ações do Fed, do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra nesta semana. Entre os emergentes, hoje Rússia e Colômbia anunciaram aperto em suas taxas de juros.

Ao mesmo tempo, no Brasil, o Banco Central deixou claras as suas preocupações com a desancoragem das expectativas de inflação, inclusive as de longo prazo, turvando o cenário sobre até onde a Selic pode chegar, num contexto também de permanência das incertezas fiscais. "O que temos hoje na curva é um movimento de realização a partir do que o BC poderá fazer na política monetária num ano de pressão fiscal pela eleição", afirmou o operador de renda fixa da Terra Investimentos Paulo Nepomuceno. Segundo ele, nesta reta final do ano, a tendência é o investidor apenas gerenciar seu portfólio, sem abrir grandes posições. "Ninguém vai ficar fazendo aposta, quem queria fazer alguma coisa, já fez."

Preocupa o mercado o pacote de bondades lançado pelo governo em meio ao desempenho fraco do presidente Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto para a corrida eleitoral - ontem a pesquisa Datafolha indicou vitória do ex-presidente Lula já no primeiro turno. As medidas, que incluem o Auxílio Brasil, vale gás e possíveis aumentos ao funcionalismo, entre outras, podem superar R$ 90 bilhões, o dobro do déficit de 2022. À tarde, também pegou mal a derrubada do veto ao fundo eleitoral pelo Congresso, dando a sensação de que a equipe econômica perdeu o controle do orçamento.

O economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, lembra que o cenário apresentado pelo Banco Central foi o de que não haveria mais piora no cenário fiscal. "Mas consideramos probabilidade elevada de novas ações expansionistas, que podem ainda não ter receita garantida, visando a eleição presidencial", disse, listando o reajuste dos salários da polícia federal, com impacto estimado de R$ 3 bilhões com aval da Economia, isenções fiscais que tendem a ser renovadas; e pressões de outras categorias do setor público para reajustes, além da pressão pela redução das dívidas pelo Refis. (Denise Abarca - [email protected])

18:23

 Operação   Último 

CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 9.16

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 9.15

Over Selic (%a.a) 9.15

BOLSA

A cautela externa após uma semana de decisões monetárias duras ao redor do mundo deu o tom para a bolsa brasileira hoje. Nem mesmo o leilão do excedente da cessão onerosa, que arrecadou R$ 11,1 bilhões, o aumento do preço do minério na China ou o bom desempenho do setor de alimentos conseguiu segurar o efeito que o combo bolsas globais e petróleo em queda, risco ômicron e vencimento de opções sobre ações ,aqui e nos EUA, tiveram sobre o Ibovespa hoje. No entanto, serviram para segurá-lo longe das mínimas do dia, alcançadas logo após a abertura do mercado americano, quando o índice tocou os 106 mil pontos.

Assim, o Ibovespa terminou a última sexta-feira útil do ano em queda de 1,04%, aos 107.200,56 pontos. Na mínima do dia, chegou aos 106.517,80 pontos, em queda de 1,67%. No pico, que coincidiu com a abertura, foi aos 108.324,34 pontos. Na semana, o balanço foi de estabilidade, com o índice acumulando queda de 0,52%.

"A inflação acabou vindo mais rápida e num volume muito acima do que se esperava e isso obrigou os BCs a antecipar a redução de estímulos monetários. Ela já ocorreria, mas não esperávamos que fosse tão rápida. O que estamos vendo hoje é um reflexo disso", explica Zeller Bernardino, da Valor Investimentos.

Além da aceleração da redução de estímulos e previsão de três altas nos juros nos Estados Unidos em 2022, anunciada na quarta pelo Federal Reserve (Fed), o mercado viu ainda decisões mais duras na Zona do Euro e no Reino Unido, ontem, e do Japão, que anunciou nessa madrugada que encerrará seu programa de estímulos no ano que vem. Com a onda de aperto pelos bancos centrais, o mundo se preocupa agora com os efeitos práticos sobre a quantidade e o fluxo de investimentos, com a liquidez do mundo mais enxuta e ativos de menor risco mais atraentes, o que prejudica emergentes.

Lá fora, Dow Jones e S&P 500 encerram o dia em queda de 1,48% e 1,03%. Já Nasdaq, que chegou a operar no azul, encerrou o pregão perto da estabilidade, em baixa de 0,07%.

"Os investidores seguem bastante cautelosos e ainda digerindo as decisões de política monetária dos bancos centrais mundo afora, que seguem a prioridade de lutar contra a inflação alta, restringindo flexibilizações monetárias. Ao mesmo tempo em que a gente vê possíveis impactos da variante ômicron mundo afora", completa Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos.

A nova variante da covid-19 voltou aos holofotes hoje, após dados preocupantes, sobretudo na Europa. No Reino Unido, o governo prevê que os casos devem dobrar a cada dois dias. Ontem o país teve 88 mil casos de coronavírus - recorde desde o início da pandemia - e estima-se que 41% das infecções sejam pela nova variante. Além disso, na África do Sul, um dos primeiros países a registrar casos da ômicron, houve aumento de 70% das pessoas hospitalizadas.

Além de inserir cautela nas bolsas globais, as notícias derrubaram o preço do barril de petróleo. A queda ocorre sobretudo porque, caso novos lockdowns ou restrições sejam impostas, há um impacto na demanda. Assim, o barril do Brent terminou o dia em queda de 2,00%, e o WTI, de 1,98%.

Com isso, as ações da Petrobras terminaram o dia em queda de 2,44% (ON) e 2,36% (PN). Nem mesmo o leilão do excedente da cessão onerosa, que teve a petroleira arrematando as duas áreas leiloadas - Sépia e Atapu - por meio de consórcios com outras empresas, conseguiu mudar o sentimento. Movimento similar ocorreu com as siderúrgicas e metalúrgicas, que não conseguiram emplacar bom desempenho mesmo com alta de 3,05% no preço do minério de ferro no porto de Qingdao, na China. A Vale, papel de maior peso no Ibovespa, encerrou o dia com recuo de 1,58%.

"Mesmo com o avanço do minério na China, as nossas siderúrgicas e mineradoras não conseguiram segurar. Hoje também é dia de exercício, aqui de opções e lá fora tem o exercício triplo. E isso traz mais volatilidade", aponta Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.

No setor financeiro, os bancos também contribuem com forte desempenho negativo, com Banco do Brasil liderando as perdas e caindo mais de 3%. Por outro lado, o setor de alimentos destoa do comportamento da bolsa, embalado pelo noticiário corporativo favorável e por notícias de demanda na China. Destaque para a BRF, que subiu 5,39% após anunciar, ontem, aumento de capital por meio de oferta pública de distribuição primária, que tem potencial de movimentar R$ 6,6 bilhões, A Marfrig, que detém parte da BRF, também subiu 3,71%.

Apesar do desempenho negativo essa semana, as duas outras primeiras semanas do mês, de alta firme, levam o Ibovespa a acumular alta de 5,19% em dezembro. As próximas semanas, que antecedem o Natal e o Ano Novo, devem ser de liquidez mais fraca, o que pode inserir alguma volatilidade no índice. Hoje, o giro financeiro foi de R$ 37,8 bilhões. (Bárbara Nascimento - [email protected])

18:23

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 107200.56 -1.03924

Máxima 108324.34 -0.00

Mínima 106517.80 -1.67

Volume (R$ Bilhões) 3.79B

Volume (US$ Bilhões) 6.66B

18:24

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 108470 -1.31016

Máxima 109470 -0.40

Mínima 107915 -1.82

MERCADOS INTERNACIONAIS

A cautela predominou nos mercados internacionais nesta tarde, enquanto investidores absorvem a virada hawkish na postura dos principais bancos centrais ao longo da semana. Em Nova York, os principais índices fecharam no vermelho, enquanto os juros dos Treasuries também ficaram sem sinal único. Dirigentes do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller disse esperar alta do juros básico já em março de 2022, enquanto Mary Daly considerou a três aumentos no próximo ano. O índice DXY do dólar avançou, com a divisa americana se fortalecendo ante rivais. De olho no noticiário da ômicron, os ativos do petróleo recuaram no mercado futuro.

O Danske Bank observa que as decisões dos bancos centrais nesta semana, que inclui Fed, Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE), demonstram que as autoridades monetárias estão cada vez mais preocupadas com a possibilidade de que a atual alta na inflação seja tão marcante que não possa mais ser descrita como apenas transitória. "No que diz respeito ao BCE, a lição de 2021 do Fed é que precisamos ser um pouco cautelosos ao basear nossas próprias expectativas no que os bancos centrais dizem sobre o futuro", afirma o banco alemão em relação ao abandono da palavra "transitória" para a inflação pelo Fed e manutenção pelo BCE.

Hoje, o banco central da Rússia e da Colômbia também decidiram aumentar seus juros básicos anuais. De 7,5% para 8,5% e de 2,5% para 3,0%, respectivamente. Já no Japão, o banco manteve a taxa de juros a 0,1%, mas anunciou que vai encerrar a compra emergencial de ativos em março de 2022.

Membro do Conselho do Fed, Christopher Waller defendeu hoje que a elevação do juros básico nos Estados Unidos se dê logo após o fim do tapering, já em março de 2022, mesmo mês no qual está previsto o fim do programa de compra de ativos. Para Waller, apenas um impacto significativo da cepa ômicron sobre o mercado de trabalho faria com que o calendário fosse atrasado.

Na mesma linha, a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, garantiu que a instituição está pronta para responder a mudanças na economia do ano que vem. Para isso, é possível que uma adequação exija duas ou três elevações em 2022, disse. Presidente do Fed de Nova York, John Williams afirmou não ver necessidade de uma nova aceleração do tapering. Tanto Daly quanto Williams esperam que a inflação americana desacelere no próximo ano.

Também hoje, um estudo da Universidade de Washington mostrou que vacinas para covid-19 produzidas pela estatal chinesa Sinopharm, pela americana Johnson & Johnson (J&J) e a russa Sputnik produziram poucos ou nenhum anticorpo contra a nova variante do cornavírus. A informação é da Bloomberg. Paralelamente, a vacina para crianças já está permitida em ao menos 31 países em quatro continentes.

Neste cenário, bancos e petroleiras pesaram sobre os índices em Wall Street. O Dow Jones caiu 1,48%, a 35.365,44 pontos, o S&P recuou 1,03%, a 4.620,64 pontos e o Nasdaq, depois de operar no azul a maior parte do pregão, fechou em queda de 0,07%, a 15.169,68 pontos. Na renda fixa, os retornos dos Treasuries ficaram mistos. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 0,633%, enquanto o da T-note de 10 anos caía a 1,405% e o do T-bond de 30 anos recuava a 1,814%.

Em meio ao quadro de cautela, o dólar se fortaleceu ante rivais. No horário citado, o euro caía a US$ 1,1246 e a libra, a US$ 1,3246, enquanto o dólar subia a 113,72 ienes. O índice DXY, que mede a divisa americana ante um cesto de seis rivais, subiu 0,54%, a 96,565 pontos. Com a postura hawkish do Fed, o Wells Fargo disse estar mais otimista em relação ao dólar, mas ponderou que os mercados podem já ter precificado uma onda de aperto monetário nos bancos centrais pelo mundo.

A alta do dólar encarece o preço das commodities para quem opera outras moedas. Com isso, além dos temores em relação à ômicron sobre a demanda, os contratos do petróleo fecharam em baixo no mercado futuro. Ainda assim, de acordo com o Rabobank, o petróleo cresceu 57% ao longo deste ano e o Brent registrou o maior ganho acumulado desde o fim da década de 1990. Hoje, porém, o barril do petróleo WTI com entrega prevista para fevereiro recuou 1,98% (US$ 1,43), a US$ 70,72, Na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o do Brent para o mesmo mês caiu 2,0%, a US$ 73,52, na Intercontinental Exchange (ICE). Na semana, o recuo acumulado foi de 1,52% e 2,0%, respectivamente.

Ao presidir o Conselho de Monitoramento da Estabilidade Financeira, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, avaliou que a vulnerabilidade atual dos bancos é pequena e que há um trabalho sendo feito para fortalecer o mercado de Treasuries. (Ilana Cardial - [email protected])

Volta

CÂMBIO

Depois de correr até a casa de R$ 5,70 pela manhã, em meio à pressão de saída de recursos e ao ambiente externo negativo diante do avanço da variante ômicron, o dólar perdeu força e operou ao longo da tarde ao redor da estabilidade, encerrando o dia em leve alta. Operadores atribuíram a moderação do dólar na etapa vespertina à contratação de câmbio por exportadores e ao recuo firme da moeda americana frente a divisas emergentes pares do real, como o peso mexicano e o rand sul-africano.

Com máxima a R$ 5,7154 (+0,64%) pela manhã e mínima a R$ 5,6624 (-0,30%), registrada no início da tarde, o dólar à vista encerrou o pregão a R$ 5,6810, em leve alta, de 0,10%.

Segundo Ricardo Gomes da Silva, diretor da corretora Correparti, a percepção de que o fluxo de ingresso estrangeiro poderá aumentar por conta do resultado de leilões de campos de petróleo realizados hoje abriu a porta para que exportadores vendessem moeda tanto no mercado à vista como no futuro. Isso explica a perda de fôlego do dólar ao longo da tarde, embora ainda a moeda tenha fechado em alta.

Dado o comportamento de seus pares emergentes, o real poderia ter tido um desempenho melhor hoje. Pesou contra a moeda brasileira certa cautela com a questão fiscal, diante da possibilidade de aumento dos gastos em 2022 por conta corrida eleitoral. Pesquisa de intenção de voto mostrou liderança folgada do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, que já se declarou contra a manutenção da regra do teto de gastos.

"A preocupação fiscal se acentuou hoje com pesquisa sinalizando que Lula venceria já no primeiro turno, o que indica uma fraqueza das candidaturas da terceira via e também do governo atual. Há o risco de o governo querer aumentar os gastos para tentar angariar votos", afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.

Segundo revelou o Estadão/Broadcast, o pacote eleitoral do presidente Jair Bolsonaro para buscar a sua reeleição em 2022 pode ter um custo superior a R$ 90 bilhões, mais do que o dobro previsto para o rombo nas contas do governo no ano que vem. À tarde, o Congresso derrubou veto do governo ao aumento do fundo eleitoral e garantiu verba de R$ 5,7 bilhões para as campanhas em 2022.

No acumulado da semana, a moeda registra alta de 1,26%, que poderia ter sido maior não fossem as intervenções do Banco Central. Desde sexta-feira passada (10) até ontem, o BC vendeu US$ 3,372 bilhões em quatro leilões à vista e US$ 500 milhões em leilão de linha para rolagem, além da oferta de swaps para rolagem de vencimentos e cobertura do overhedge dos bancos.

Analistas atribuem o avanço do dólar ao longo da semana à pressão sazonal de remessas de lucros e dividendos, como no caso da Petrobras, e de pagamentos de dívidas - eventos típicos de fim de ano e que teriam motivado a intervenção do Banco Central.

Ao fluxo pesado de saída de recursos somou-se um ambiente externo mais desafiador para ativos de risco e moedas emergentes, por conta das decisões de política monetária dos bancos centrais dos países desenvolvidos. A fila foi liderada pelo Federal Reserve - que acelerou a redução das compras mensais de bônus (tapering), cuja conclusão se dará em março, e acenou com três altas de juros em 2022.

Em seguida, o Banco Central Europeu (BCE), embora com a promessa de manter postura acomodatícia, deu início ao seu processo de retirada de estímulos. Já o Banco da Inglaterra elevou a taxa básica de 0,10% para 0,25%, tornando se o primeiro BC desenvolvido a subir os juros. Hoje foi a vez do Banco do Japão (BOJ) anunciar que o fim, em março, das compras emergenciais de ativos (comercial papers e bônus corporativo).

"A questão de aumento dos juros nos Estados Unidos pode pesar nas moedas emergentes na próxima semana", afirma Quartaroli, do Ourinvest. (Antonio Perez - [email protected])

18:24

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.68500 0.1021 5.71540 5.66240

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 5712.000 0.1227 5732.000 5676.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5725.500 16/12    

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