INCERTEZA FISCAL E TRIBUTAÇÃO EM BANCOS DESCOLAM ATIVOS LOCAIS DE OTIMISMO EM NY

Blog, Cenário
O mercado global até experimentou a volta de algum apetite por risco nesta segunda-feira, mas o contínuo avanço dos T-notes e a desconfiança dos investidores com a política fiscal brasileira impediram os ativos locais de acompanharem mais de perto os pares internacionais. Para completar, a notícia, no fim do dia, de que o governo avalia aumentar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos para compensar a prometida desoneração de PIS/Cofins ao diesel trouxe ainda mais cautela. Os juros futuros, sobretudo os de médio e longos prazos, voltaram a subir e aceleram o movimento na sessão estendida, o que resultou em nova rodada de inclinação da curva a termo. Até porque, em meio às pressões inflacionárias que puxam as taxas, o clima é de pessimismo com a PEC Emergencial, prevista para ser votada na quarta-feira. Conforme informou mais cedo o Broadcast, a proposta que tramita no Senado deixa o acionamento de gatilhos para 2025 e abre brecha para gastos fora do teto. Nesse ambiente, e com a escalada da pandemia no País pesando no sentimento dos estrangeiros, que elevaram apostas contra o real no mercado futuro, a moeda brasileira voltou a se descolar dos pares emergentes e o dólar, que chegou a cair para a casa de R$ 5,55 no mercado à vista, terminou praticamente estável, a R$ 5,6006, com pequena baixa de 0,09%. O dólar futuro, que continuou sendo negociado após o fechamento do spot, já operava com alta firme. Enquanto isso, a Bolsa brasileira até tentou acompanhar o forte avanço dos índices americanos, mas esbarrou nas incertezas domésticas e, no fim do dia, na notícia envolvendo os bancos. As ações das instituições financeiras sentiram o golpe e passaram a renovar mínimas sequenciais. Com grande peso nos negócios, o recuo fez o Ibovespa se distanciar dos 112 mil pontos e voltar para a casa de 110 mil pontos, ao terminar com ganho de apenas 0,27%, aos 110.334,83 pontos. Em Wall Street, as principais bolsas ganharam entre 2% e 3%, em meio ao avanço da vacinação, com mais um imunizante aprovado no país e diante do otimismo com o pacote de estímulos de US$ 1,9 trilhão, que passou na Câmara e que, agora, será analisado pelo Senado.    
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  JUROS O mercado de juros começou março na mesma tendência com que terminou fevereiro, com taxas em alta pressionadas pela retomada do avanço no rendimento dos Treasuries, piora na percepção fiscal e política e aumento dos riscos inflacionários. As máximas foram atingidas no fim da tarde, com maior pessimismo sobre o encaminhamento da PEC Emergencial e também a informação de que o governo avalia aumentar a tributação de bancos para compensar ao menos em parte a isenção de impostos federais sobre combustíveis.   Os vencimentos intermediários e longos foram os mais afetados, o que inclinou mais a curva a termo, com a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 já de volta à marca de 8%, não vista desde abril. Em meio à tensão com o presidente Jair Bolsonaro, a Petrobras anunciou mais uma rodada de reajustes nos preços de combustíveis, reforçando os receios com a inflação. No exterior, a aprovação do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão na Câmara dos Representantes dos EUA ajudou as bolsas, mas pesou sobre o mercado de títulos, reverberando na curva local.   A taxa do DI para janeiro de 2022 encerrou em 3,805% (regular) e 3,875% (estendida), de 3,769% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2023 fechou em 5,72% (regular) e 5,80% (estendida), de 5,598% no ajuste anterior. A do DI para janeiro de 2025 subiu de 7,226% para 7,37% (regular) e 7,47% (estendida), e a do DI para janeiro de 2027 encerrou em 7,97% (regular) e 8,07% (estendida), de 7,854% no ajuste, sendo o pico desde 27/04/2020 (8,42%).   Na sexta-feira, a ponta longa até havia tido alívio assegurado pela pausa no rali dos Treasuries, mas hoje os yields voltaram a subir, com a T-Note projetando 1,45% nas máximas da manhã, em reação ao pacote. "O clima melhorou para as ações, mas continua muito negativo para o mercado de juros. Temos essa pressão externa há algumas semanas e aqui o imbróglio político bate mais forte no DI e no câmbio", avalia o estrategista-chefe da CA Indosuez Brasil, Vladimir Caramaschi.   Ele destaca as crescentes apostas de aperto monetário na curva nos últimos dias como efeito da maior desconfiança do mercado em relação à política fiscal. "O mercado vê o BC tendo de fazer esse trabalho de estabilidade macro", afirmou. "Para seguir com uma política monetária tão frouxa é preciso ter credibilidade na área fiscal", explicou, ponderando, contudo, que após as sinalizações recentes, o governo terá muito trabalho em resgatar a confiança dos agentes.   Não à toa, a aposta de que o aperto da Selic terá de começar em março com uma dose mais forte, de 0,75 ponto porcentual, ganhou espaço desde sexta-feira, mas ainda é minoritária, com probabilidade ao redor de 15% na precificação contra 85% de chance de ser 0,5 ponto. Além do ceticismo quanto ao fiscal, economistas vêm paulatinamente piorando seus cenários para a inflação, dada a alta das commodities e do dólar. A Ativa Investimentos elevou mais uma vez a projeção IPCA de 2021, de 3,9% para 4,1% - já bem acima do centro da meta (3,75%).   No fim da sessão regular, as taxas ampliaram a alta e bateram máximas, com o dólar reduzindo as perdas e tocando novamente R$ 5,60 e maior cautela com a PEC Emergencial. O mercado acompanha com certo ceticismo as negociações em torno do texto que vai permitir a retomada do auxílio, mas com compensações fiscais. E teme novo adiamento da votação, marcada para quarta (03). "O receio com a possível votação da PEC Emergencial na quarta-feira, ainda sem contrapartida e com a possibilidade de poder ser novamente prorrogada, segue deixando os ativos locais mais pressionados, especialmente a curva de juros", disse o operador de renda fixa da Renascença DTVM Luis Felipe Laudisio dos Santos.   A PEC pode fazer com o que o governo federal acione gatilhos para contenção de despesas apenas em 2025 e abre brecha para gastos fora do teto ainda neste ano, na avaliação de diferentes técnicos e consultores do Congresso Nacional, ouvidos pelo Broadcast Político.   No meio da sessão estendida, houve nova rodada de máximas, atribuídas à notícia de que o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos está na mesa de negociação para compensar a desoneração do diesel e dos combustíveis, segundo apurou o Estadão/Broadcast. "Afetou primeiro a bolsa, puxou o dólar e o DI, que já estava estressado, andou também", comentou o gerente da Mesa de Reais da CM Capital, Jefferson Lima. (Denise Abarca - [email protected])     18:23   Operação   Último CDB Prefixado dias (%a.a) 2.12 Capital de Giro (%a.a) 5.28 Hot Money (%a.m) 0.56 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90   CÂMBIO O dólar reduziu o ritmo de queda nos negócios da tarde, voltando para a casa dos R$ 5,60. Com isso, o real passou a operar bem descolado de seus pares, com a moeda americana caindo 1,1% no México e África do Sul e quase 2% na Turquia, e também do Ibovespa, que chegou a subir mais de 2%. Incertezas domésticas acabaram prevalecendo. O foco dos investidores é a votação da PEC Emergencial, prevista para a quarta-feira, e a dúvida é se vai contemplar cortes de gastos. Há ainda preocupações sobre o avanço acelerado da pandemia e a possibilidade da adoção de novas medidas restritivas pelo País. Nem mesmo o superávit comercial de US$ 1,152 bilhão em fevereiro trouxe algum alívio.   No final da tarde, o dólar futuro para abril foi a R$ 5,63 com a notícia de que o governo pode compensar a desoneração do diesel com aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos. O reflexo geral desse ambiente de mais incerteza é uma nova rodada de reforço de posições defensivas por grandes investidores no mercado futuro. Só os estrangeiros elevaram posições compradas, que ganham com a valorização do dólar, em US$ 1,3 bilhão na sexta-feira.   No primeiro fechamento de março, o dólar terminou em leve queda de 0,09% no mercado à vista, cotado em R$ 5,6006. No futuro, o dólar para abril era negociado em alta de 0,58% às 18h15, aos R$ 5,6415.   Pela manhã, a notícia da aprovação do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão proposto por Joe Biden na Câmara em Washington fez o dólar cair para a mínima do dia, a R$ 5,55, com o real acompanhando seus pares emergentes. A queda dos retornos ("yields") dos títulos do Tesouro americano também ajudou a retirar pressão das moedas de emergentes e exportadores de commodities.   Pela tarde este movimento continuou nos demais emergentes e moedas como os dólares da Austrália, Canadá e Nova Zelândia. A redução dos yields hoje, ainda que se mantenha em patamares altos, e o aumento nos preços das commodites estão ajudando estas moedas, observa o analista sênior de mercados do banco Western Union, Joe Manimbo. Mas o real segue na contramão.   "A deterioração das expectativas persiste", comenta o economista-chefe da JF Trust Gestão de Recursos, Eduardo Velho. O foco agora é a votação, adiada da semana passada para esta quarta-feira (3), da PEC Emergencial. O economista avalia que um texto desidratado, sem contrapartidas de cortes do mesmo montante que o aumento do auxílio, pode levar a uma nova piora das expectativas dos agentes, incluindo para inflação e os juros.   "Auxílio sem sustentabilidade fiscal é tiro no pé", comentam os estrategistas da Blueline Asset Management. "O desarranjo financeiro, que pode ser desencadeado caso o auxílio não tenha nenhum tipo de contrapeso fiscal, tornaria a ajuda de renda inócua ao longo do tempo, pois traria aumento de inflação, contração das condições financeiras e menor crescimento." Bolsonaro disse hoje que está quase tudo pronto para recriar o auxílio, que será de R$ 250 e vai durar 4 meses.   O JPMorgan mudou "significativamente" seu cenário para o Brasil, por conta do aumento da incerteza recente no mercado doméstico, em meio a recriação do auxílio, dúvidas sobre o avanço do ajuste fiscal, à ingerência do governo na Petrobras e os rumos da pandemia. O banco americano prevê inflação mais alta (4,3% de IPCA) este ano e a Selic indo a 5,5% em dezembro, com piores indicadores fiscais. A dívida bruta em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) deve bater em 90,3% este ano, um dos maiores níveis dos emergentes, prevê o JP.   Com a maior cautela, grandes investidores fizeram fortes reforços de posições em busca de proteção no mercado futuro. Estrangeiros aumentaram posições compradas em 26 mil contratos, o equivalente a US$ 1,3 bilhão na sexta, enquanto bancos elevaram em US$ 1,5 bilhão, de acordo com números da B3 monitorados diariamente pela corretora Renascença.   Os estrangeiros, entre os dias 22 e 26, elevaram suas posições compradas em 56 mil contratos, ou US$ 2,8 bilhões, considerando as apostas em dólar futuro e cupom cambial (DDI). Com isso, o total da posição comprada chegou a 621 mil contratos - US$ 31 bilhões, nível semelhante a antes da eleição de 2018.   Já os fundos nacionais seguem na contramão e continuam aumentando posição vendida, que ganham com a queda do dólar. Na sexta-feira elevaram as apostas em US$ 756 milhões em dólar futuro. (Altamiro Silva Junior - [email protected])     18:25   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.60060 -0.0874 5.60890 5.55690 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL 5641.000 0.56155 5648.500 5562.000 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5639.000 0.82246 5639.000 5639.000   BOLSA O Ibovespa chegou a mostrar ganhos acima de 2% no melhor momento da tarde, em máxima a 112.445,12 pontos, mas não conseguiu segurar a linha de 112 mil no fechamento, nem mesmo a de 111 mil, em alta bem moderada a 0,27%, aos 110.334,83 pontos, saindo de abertura a 110.035,82, praticamente na mínima do dia. O discreto avanço ocorre após o índice ter cedido 8,4 mil pontos na semana passada, quando acumulou perda de 7,09%, a maior desde o fim de outubro. Retomada mais forte na sessão era favorecida até o fim da tarde pela melhora do humor global, com aprovação do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão nos EUA e de vacina contra covid-19 da Johnson & Johnson. Em Nova York, os ganhos chegaram a 3,01% (Nasdaq) no fechamento desta segunda-feira.   Na B3, a alta sofreu moderação pouco antes das 17h, com relato da Broadcast, baseado em fontes em Brasília, de que está em consideração no governo a possibilidade de aumento da tributação de bancos para compensar a desoneração de impostos federais sobre o diesel. As ações do segmento, que já vinham na maioria em baixa, acentuaram as perdas, chegando a 3,01% para Itaú PN e a 3,30% para Bradesco PN, enquanto BB ON, que se recuperava de quedas recentes, também foi para o negativo, em baixa de 0,68% no encerramento. Na B3, o giro financeiro ficou em R$ 39,3 bilhões e, no ano, o Ibovespa cede 7,30%.   "Agora que os EUA têm três vacinas altamente eficazes, as expectativas para a (obtenção de) imunidade de rebanho em algum momento do verão (no hemisfério norte) devem liberar poder de compra que estava reprimido", observa em nota o analista Edward Moya, da OANDA em Nova York, observando que a progressão dos rendimentos dos Treasuries pode ser conciliada a mercado acionário em alta, em ambiente de crescimento econômico - leitura favorecida hoje por dados sobre a atividade industrial no país em fevereiro, em desempenho sólido.   "Após uma verdadeira novela que teve início ainda no mandato de Donald Trump, o pacote de US$ 1,9 trilhão foi aprovado na Câmara e agora segue para o Senado, o que reduz parte da incerteza sobre o horizonte dos mercados. E não é apenas o mercado acionário que foi impactado positivamente: os (yields dos) Treasuries (de 10 anos), depois de 'rali' dos rendimentos a 1,6%, tiveram queda a 1,4%", diz Lucas Collazo, especialista da Rico Investimentos. "Por aqui, o foco segue na votação da PEC Emergencial, esperada para esta semana. O presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou que o auxílio emergencial será pago até junho deste ano em parcelas de R$ 250, apesar da PEC Emergencial ainda não ter acordo para votação. A leitura do parecer deve ocorrer amanhã", acrescenta Collazo.   "Caminhávamos para uma correção técnica hoje, vindo o Ibovespa de uma série negativa, que abre espaço para o índice buscar recuperar a linha de 115 mil pontos, possivelmente ainda nesta semana. Vale (ON +4,28%, a R$ 98,57) foi fundamental para o desempenho de hoje, nesta circunstância perfeita para a empresa, de dólar e minério de ferro em alta - é uma ação que pode buscar os R$ 100, R$ 105. Banco do Brasil também chegou a mostrar bom desempenho após ter sofrido na semana passada com os rumores sobre troca de comando em estatais", diz Marcio Gomes, analista da Necton Investimentos.   Assim como BB, as ações PN (-1,08%) e ON (-0,63%) da Petrobras também perderam força e viraram no fim da sessão, no dia em que a empresa anunciou o quinto aumento de combustíveis no ano, mesmo após a recente decisão do presidente Jair Bolsonaro de afastar Roberto Castello Branco do comando da estatal. O novo reajuste foi interpretado a princípio como sinal de resiliência da empresa à tentativa de interferência em sua política de preços, antes da efetivação de mudança na presidência da empresa, que precisará ser submetida à Assembleia Geral Extraordinária.   No dia de estreia do Assaí na B3, houve extrema volatilidade dos papéis resultantes da cisão com o Grupo Pão de Açúcar. Enquanto o Assaí chegou a subir mais de 400%, a ação do Pão de Açúcar mostrava perda de 65,84% no fechamento desta segunda-feira, bem à frente de Cielo (-6,11%) e de Yduqs (-4,61%). No lado oposto, Assaí (+385,73%), com PetroRio em alta de 5,53% e Hapvida, de 5,29%. (Luís Eduardo Leal - luis.leal@estadão.com)     18:21   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 110334.83 0.27233 Máxima 112445.12 +2.19 Mínima 110035.72 0.00 Volume (R$ Bilhões) 3.93B Volume (US$ Bilhões) 7.04B         18:25   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 110295 0.4051 Máxima 112660 +2.56 Mínima 110070 +0.20     MERCADOS INTERNACIONAIS As bolsas de Nova York fecharam o primeiro pregão de março em alta. Após as perdas da semana passada, desencadeadas pela apreensão dos investidores com o aumento dos juros de longo prazo, o foco do mercado acionário se voltou novamente para a vacinação contra a covid-19 e o pacote fiscal dos Estados Unidos. A proposta de US$ 1,9 trilhão em estímulos será analisada agora pelo Senado, depois de passar na Câmara. Os rendimentos dos Treasuries até recuaram no começo da sessão, mas voltaram a subir. O movimento deu força ao dólar, que se valorizou ante os pares. Pressionado pelo câmbio, o petróleo recuou. A atenção do mercado também se voltou para a possível reação dos bancos centrais à volta da inflação e à inclinação das curvas de juros, mas dirigentes do Federal Reserve continuaram a negar que haja riscos de superaquecimento da economia.   Indicadores macroeconômicos divulgados hoje deram mais força à recuperação das bolsas americanas. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria dos EUA, por exemplo, passou de 58,7 em janeiro para 60,8 em fevereiro, segundo o Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês). O resultado veio acima do esperado por analistas.   Com menos tensão no mercado de títulos, o índice acionário Dow Jones avançou 1,95%, a 31.535,51 pontos, o S&P 500 subiu 2,38%, a 3.901,82 pontos, e o Nasdaq teve ganho de 3,01%, a 13.588,83 pontos. O impulso já era sustentado pelo avanço do pacote fiscal no Congresso e pela aprovação nos EUA do uso emergencial da vacina contra covid-19 da Johnson & Johnson, que requer apenas uma dose.   "Agora que os EUA têm três vacinas para covid altamente eficazes, as expectativas de imunidade de rebanho em algum momento do verão [do Hemisfério Norte] devem liberar muito poder de compra reprimido do consumidor americano", afirma o analista de mercado financeiro Edward Moya, da OANDA.   O avanço na imunização contra o coronavírus e a perspectiva de mais expansão fiscal nos EUA, que garantiram o apetite por risco hoje, são os mesmos fatores que têm alimentado as expectativas inflacionárias e levado à inclinação da curva de juros. Após uma trégua, os rendimentos dos Treasuries voltaram a subir. Perto do horário de fechamento em NY, o juro da T-note de 2 anos avançava a 0,121%, o da T-note de 10 anos, a 1,429% e o do T-bond de 30 anos, a 2,210%.   "Esta semana oferece às autoridades do Fed a última oportunidade de afiar sua mensagem aos mercados", dizem analistas do banco de investimentos Brown Brothers Harriman, em referência à proximidade do chamado "período de silêncio", que antecede as decisões de juros, quando os dirigentes ficam sem comentar a política monetária.   Na visão de analistas da Oxford Economics, o Fed mudará a tática e fará intervenções verbais para desacelerar a alta dos rendimentos de longo prazo. A consultoria britânica ressalta que esse movimento tem aumentado a especulação no mercado sobre uma elevação da taxa básica de juros. No entanto, até agora, os dirigentes da instituição têm apenas minimizado os possíveis riscos. O chefe da distrital de Richmond, Thomas Barkin, disse hoje que a inclinação da curva é uma reação "natural" à melhora da perspectiva econômica. Ele, contudo, afirmou que as expectativas inflacionárias continuam abaixo da meta do Fed.   Como juros mais altos nos EUA aumentam a atratividade do dólar, a moeda americana se valorizou em relação aos pares hoje. O índice DXY, que mede a variação da divisa americana contra seis rivais, registrou ganho de 0,18%, a 91,039 pontos. No final da tarde em NY, o euro recuava a US$ 1,2046 e a libra caía a US$ 1,3922.   A alta do dólar, por sua vez, pressionou o petróleo, em semana de reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) para definir o nível da produção. Na New York Mercantile Exchange (Nhmex), o barril do WTI para abril recuou 1,40%, a US$ 60,64, enquanto o do Brent para maio cedeu 1,13%, a US$ 63,69, na Intercontinental Exchange (ICE). (Iander Porcella - [email protected])          
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