Em um pregão de prevalência da aversão ao risco no exterior, catalisadores domésticos fizeram a Bolsa e os juros futuros se descolarem desse sentimento. No caso do Ibovespa, que teve ganho de 1,49%, fechando na máxima de 78.835,82 pontos, agentes citaram, inclusive, a disputa entre "comprados" e "vendidos" para o vencimento de opções e do Ibovespa futuro, na próxima quarta-feira, como um fator que contribuiu para o desempenho positivo na sessão. Mas a perspectiva de menor deterioração fiscal, após indicação de ajustes no projeto de socorro aos Estados, também contribuiu, especialmente no caso dos juros futuros. As taxas, que passaram a manhã coladas aos ajustes, se consolidaram em baixa à tarde, também com a ajuda da desaceleração da alta do dólar e num ambiente de liquidez bastante reduzida, tanto pela agenda mais esvaziada como pelo feriado na Europa. A moeda dos EUA ante o real, por sinal, esteve o dia todo alinhada a suas pares emergentes, mas em movimento amplificado pela realização de ganhos, após a queda de 4,3% do dólar na semana passada, e em pregão marcado por aumento da cautela em meio aos ruídos políticos domésticos. No pior momento do dia, a divisa americana chegou a superar R$ 5,20 no mercado à vista. Mas o Banco Central voltou à carga à tarde e ofereceu US$ 500 milhões em novos contratos de swap, absorvidos integralmente, o que tirou fôlego do dólar e o levou a terminar com valorização de 1,75%, a R$ 5,1833. Enquanto isso, as bolsas de Nova York fecharam com S&P 500 e Dow Jones em queda, mas com o Nasdaq em alta. Apesar dos sinais de estabilização do coronavírus na Europa, a cautela com a pandemia ainda prevalece, ainda mais às vésperas da temporada de balanços nos Estados Unidos, que começa amanhã. O petróleo, em meio a informações desencontradas sobre o real tamanho do corte na produção, também ficou sem direção única: o WTI recuou 1,54% e o Brent avançou 0,95%.
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