O humor dos investidores teve alguma melhora na reta final de negócios, tanto aqui quando no exterior, o que fez os juros futuros terminarem em queda por mais um pregão e o Ibovespa encerrar a semana nos 115 mil pontos. Ainda que a cautela tenha prevalecido ao longo do pregão, diante do aumento de casos de covid, das negociações emperradas por um pacote de estímulos nos EUA e das chances cada vez maiores de que União Europeia e Reino Unido não alcancem um acordo pós-Brexit, fatores pontuais sustentaram alguns ativos. No caso dos juros, a despeito do pequeno avanço do dólar, a perspectiva de continuidade de entrada de fluxo de estrangeiros na renda fixa, após a grande participação relatada no leilão do Tesouro na véspera, sustentou a baixa. Além disso, a mudança na comunicação do Banco Central, indicando o fim próximo do forward guidance, continuou trazendo ajustes, sobretudo no miolo da curva. Em Wall Street, o salto de 15% das ações da Disney, após a companhia anunciar novidades em seu serviço de streaming, o Disney+, fez o Dow Jones terminar com leve alta, descolado dos demais índices, que também reduziram as perdas à tarde. Essa melhora pontual de Nova York aliada ao avanço de alguns papéis importantes para a Bolsa brasileira, como Banco do Brasil e Eletrobras, e declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, no Congresso Nacional reforçando o cumprimento do teto de gastos, fizeram o Ibovespa ganhar força. No entanto, em seguida, a exposição de uma briga política com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, envolvendo o adiamento de votações como a reforma Tributária e a PEC emergencial, reduziram o ímpeto de compras e o Ibovespa fechou estável (0,00%), aos 115.128,00 pontos. No caso dos papéis da companhia elétrica, o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes, disse que a desestatização da Eletrobras estará na agenda do Congresso no primeiro semestre de 2021. Por fim, o dólar passou por uma realização ante o real, que também esteve alinhado ao comportamento dos demais pares. Assim, a moeda dos EUA teve leve valorização de 0,16% no mercado à vista, a R$ 5,0461. E a despeito da perspectiva de que o fluxo de recursos siga positivo ao País e da atuação mais firme do Banco Central no mercado, via swaps, hoje prevaleceu o desconforto fiscal após o adiamento da PEC Emergencial para 2021. Mas o avanço da moeda hoje não impediu a queda de 1,5% na semana, a quarta consecutiva em baixa.
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