O discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, no início da tarde, tentando colocar panos quentes na nova polêmica política - agora com o presidente Jair Bolsonaro enterrando o Renda Brasil por não aceitar o congelamento de aposentadorias e pensões para abrir espaço fiscal - até que amenizou o clima de cautela entre os investidores na segunda etapa dos negócios. No entanto, não impediu que os ativos domésticos seguissem bem descolados do movimento de relativo bom humor visto no exterior. Guedes procurou, durante sua fala no evento online "Painel Tele Brasil 2020", afastar rumores sobre desentendimentos entre ele e Bolsonaro. Após afirmar que o "cartão vermelho" citado pelo presidente mais cedo não foi para ele, o ministro disse que estava com Bolsonaro no momento da gravação do vídeo que foi publicado nas redes sociais do presidente. Com esse clima, muito embora em Nova York os índices do mercado acionário tenham fechado a maioria em alta, por aqui, o Ibovespa não saiu da linha da estabilidade, ora oscilando em terreno negativo ora no positivo, para encerrar o dia em leve alta de 0,02%, aos 100.297,91 pontos. Com a ampliação da percepção do risco político, o mercado de juros também mostrou dinâmica própria com maior inclinação da curva e as taxas curtas, mais uma vez, ficando de lado no aguardo da decisão do Copom amanhã. No exterior, o compasso também é de espera, principalmente, para o pronunciamento do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, após a decisão de juros da instituição. Na fala, os investidores vão buscar mais detalhes sobre a flexibilização da meta de inflação nos Estados Unidos. Com o euro em correção após a recente escalada, o dólar operou quase estável na comparação com divisas rivais. Na reta final dos negócios, a força da divisa americana pressionou o real, que já vinha enfraquecido pelos ruídos domésticos, e fez com que a cotação encerrasse perto da máxima do dia, a R$ 5,2890, no mercado à vista, em alta de 0,26%.
- BOLSA
- JUROS
- CÂMBIO
- MERCADOS INTERNACIONAIS