FISCAL ACIMA DO ESPERADO E FITCH DERRUBAM DÓLAR A R$ 5,25 E DIS VÃO ÀS MÍNIMAS

Blog, Cenário
O exterior ficou em segundo plano para os ativos brasileiros nesta quinta-feira, que reagiram a dados e notícias positivas para a economia doméstica. Logo no começo da tarde, a Fitch reafirmou a nota do Brasil e teceu comentários positivos sobre o cumprimento do teto de gastos pelo governo. E se isso já havia recebido uma leitura favorável dos investidores, que passaram a "comprar" um pouco mais de Brasil, o superávit primário do governo central em abril, de R$ 16,492 bilhões e perto do teto das estimativas, reforçou o sentimento benigno em relação às contas públicas brasileiras, num momento de revisões em alta para a atividade. Resultado: o real teve o melhor desempenho ante as demais moedas, os juros futuros tiveram baixa firme e a Bolsa, que cedia no começo da etapa vespertina, virou para o azul e lá ficou. Com tudo isso, a alta dos yields dos Treasuries ficou em segundo plano e o dólar terminou o pregão com baixa de 1,09% ante a divisa brasileira, a R$ 5,2553 no mercado à vista. No caso dos juros, se o noticiário fiscal já era encorajador, o câmbio descomprimido deu pique adicional à queda das taxas, que terminaram perto das mínimas e chegaram a devolver quase 20 pontos nos vértices intermediários e longos. Já o Ibovespa avançou 0,30%, aos 124.366,57 pontos, muito mais perto dos pares em Wall Strett, que passaram grande parte do dia em alta e até perderam força à tarde, em meio a um recuo das ações de tecnologia.
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CÂMBIO O dólar aumentou o ritmo de queda ante o real na tarde de hoje, ajudado pela decisão da Fitch de manter o rating soberano do Brasil e o forte superávit primário do governo em abril, que traz algum alívio sobre a situação fiscal de curto prazo do País. Com isso, o real teve o melhor desempenho internacional nesta quinta-feira, considerando uma cesta das 34 moedas mais líquidas, testando as mínimas em 10 dias, na casa dos R$ 5,24. A moeda americana chegou a bater na máxima de R$ 5,31 pela manhã, mas engatou queda com operadores reportando fluxo externo e acabou fechando em queda de 1,09%, a R$ 5,2553. Em maio, o dólar acumula baixa de 3,8%. No mercado futuro, o dólar para junho, que vence na segunda-feira (31), feriado nos Estados Unidos, cedia 1,09% às 17h, a R$ 5,2570. O dia foi de forte giro, de quase US$ 17 bilhões, com investidores já antecipando parte de rolagem de contratos por conta do feriado americano. O momento é de "otimismo cauteloso" com o Brasil, avalia a consultoria inglesa TS Lombard. Seus analistas veem atividade mais forte do que se previa anteriormente e reformas andando no Congresso, com chance real de aprovação. Na atividade, hoje o Itaú elevou a previsão para o crescimento do Brasil de 4% para 5% este ano. O banco vê risco de recrudescimento da pandemia, fator que tem se mantido no radar do mercado, mas a avaliação é que o impacto seria mais moderado. "Estamos com perspectiva de momento melhor, com viés mais positivo", afirma um diretor de tesouraria, ressaltando que os desafios fiscais e políticos seguem importantes. No curto prazo, este executivo avalia que indicadores melhores da atividade e da arrecadação estão levando uma melhora das previsões fiscais. "Não vejo avanço estrutural significativo no ajuste fiscal, mas também não vejo um desarranjo", afirma ao Broadcast, destacando que este ambiente ajuda a retirar pressão do câmbio, ajudado também pelas contas externas melhores, juros em alta e dólar em baixa no exterior. Este cenário, diz ele, permitiu o não rebaixamento do rating do Brasil, completa ele, um temor que pairava nas mesas de operação. Na tarde de hoje, o Tesouro divulgou que o superávit primário do governo central ficou em R$ 16,5 bilhões, o melhor para o mês desde 2014 e o dobro do esperado pelos economistas consultados pelo Broadcast. O número corrobora a visão de que o país terá uma melhora fiscal em 2021 pelo próprio avanço da atividade. O economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, ex-secretário do Tesouro, afirmou em evento do banco que há cinco meses o mercado discutia sobre a dívida pública batendo em 100% do PIB. Agora, já se projeta que o indicador pode ficar em 85% este ano ou até abaixo. Ao manter o rating brasileiro, a Fitch disse esperar que o teto seja cumprido este ano e também prevê melhora fiscal com o déficit do governo central passando de 14% do PIB em 2020 para 7,4% este ano. Neste ambiente de melhora das contas externas e fiscais, o risco-país, medido pelo Credit Default Swap (CDS) de 5 anos do Brasil, caiu a 173 pontos na tarde de hoje, de 176 ontem. É o nível praticado em fevereiro, pouco antes de o impasse do orçamento de 2021 começar e levar as taxas para perto de 240 pontos. O Brasil pode ter este ano o primeiro superávit na conta corrente desde 2006, estimado pelo Citi em US$ 14,1 bilhões. Mas mesmo com este ambiente, o real tende a encerrar 2021 mais depreciado, avalia o banco americano nesta quinta-feira. A previsão é de dólar em R$ 5,58 ao final do ano, bem acima do nível atual, de R$ 5,25 de hoje. A razão é que a conta financeira do balanço de pagamentos, onde estão registrados os fluxos de entrada e saídas de capital, não deve ter a mesma melhora da conta corrente, destaca o banco americano. O ritmo mais fraco de recuperação da economia este ano, estimada pelo Citi em 3,5%, juros ainda baixos no Brasil na comparação com outros emergentes, aumento dos riscos domésticos e uma tendência de dólar mais forte pela frente na economia mundial, por conta do começo do debate sobre a retirada dos estímulos pelo Federal Reserve, devem limitar a melhora desta conta. (Altamiro Silva Junior - [email protected]) JUROS As taxas de juros encerraram a sessão desta quinta-feira em baixas expressivas, à medida que um conjunto de fatores provocou a retirada consistente de prêmios na curva. Primeiro, logo cedo, o dólar em queda ante o real, diminuindo o temor com pressões inflacionárias. Depois, o superávit primário de abril perto do teto do consenso corroborando com comentários benignos da Fitch sobre o cumprimento do teto de gastos este ano. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou com taxa de 4,99%, de 4,996% no ajuste de ontem. O janeiro 2023 recuou de 6,653% a 6,580%. O janeiro 2025 cedeu de 8,065% a 7,89%. E o janeiro 2027 caiu de 8,684% a 8,52%. O diferencial entre as taxas de 2022 e 2027, um indicativo de inclinação da curva, recuou de 369 pontos-base ontem a 353 pontos hoje. A queda do dólar vinha desde a manhã, em meio a comentários sobre a entrada de fluxo no País. Assim, uma fonte de pressão às taxas já estava descartada logo cedo. Depois, o primeiro leilão do Tesouro após a revisão do Plano Anual de Financiamento (PAF), no qual foi feito um ajuste para menor exposição em prefixado e maior em títulos atrelados à inflação e juro. No começo da tarde, enquanto o mercado esperava o resultado primário, a Fitch reafirmou o rating 'BB-' do Brasil e manteve a perspectiva negativa para a nota do País. Apesar de reconhecer que a dificuldade na consolidação fiscal do País, a agência sublinhou que enxerga um cenário de cumprimento do teto de gastos e vê espaço para queda do porcentual do déficit primário em relação ao Produto Interno Bruno (PIB) a 7,4%. De certa forma, a nota do Tesouro, publicada meia hora depois da ação de rating da Fitch, sustentou a visão da agência. Abril registrou superávit de R$ 16,492 bilhões, o melhor desempenho para o mês desde 2014. A mediana do mercado estava em R$ 8,5 bilhões, de um intervalo que ia de déficit de R$ 18,800 bilhões a saldo positivo de R$ 17,800 bilhões. O resultado se amparou em uma arrecadação forte de tributos federais. O primário em relação ao PIB cedeu de 9,5% no acumulado em 12 meses até março para 7,9%. Na visão do secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, o crescimento real de 52,2% das receitas em abril em relação a igual mês do ano passado não decorre apenas da base de comparação deprimida de 2020. No acumulado do ano, houve alta real de 16,6% nas receitas totais. "É inegável que há um componente expressivo de recuperação econômica nas receitas", argumentou. Para o economista-chefe da Guide Investimentos, João Mauricio Rosal, dado este cenário, a perspectiva fiscal brasileira melhorou substancialmente se comparado ao que era esperado no início de 2021. "Para o futuro próximo, temos a perspectiva de continuidade do cenário positivo, com a retomada da economia mais as receitas discricionárias derivadas de concessões", comentou. Olhando então a estas variantes, restou ao mercado de juros a redução forte das taxas. "As taxas andaram muito no primeiro trimestre e ainda havia prêmios na curva. É lógico que as preocupações (fiscais) permanecem, os riscos existem ainda e para os padrões são historicamente elevados, mas o mercado está tendo um melhor dimensionamento desses riscos e, por causa disso, está ocorrendo o arrefecimento na curva de juros", avaliou o operador de renda fixa e economista da Nova Futura, André Alírio. O economista pondera, contudo, que o mercado deve seguir observando a chance de uma terceira onda da covid-19, bem como os seus efeitos fiscais. Questionado na coletiva, o secretário do Tesouro disse que ainda é prematuro tratar do assunto. (Mateus Fagundes - [email protected]) 17:29 Operação   Último CDB Prefixado 32 dias (%a.a) 3.71 Capital de Giro (%a.a) 6.21 Hot Money (%a.m) 0.61 CDI Over (%a.a) 3.40 Over Selic (%a.a) 3.40 BOLSA O Ibovespa conseguiu sustentar leve ganho nesta quinta-feira, retomando a linha de 124 mil pontos, com leitura favorável sobre o desempenho das contas do Governo Central em abril, divulgadas nesta tarde pelo Tesouro. Após ter se mantido bem perto da estabilidade pela manhã, renovando à tarde mínima da sessão a 123.470,32 pontos, o índice da B3 fechou em alta de 0,30%, a 124.366,57, com máxima a 124.536,66 pontos nesta quinta-feira, saindo de abertura a 123.989,37. Na semana, os ganhos chegam agora a 1,45% e, no mês, a 4,60% - no ano, o índice avança 4,49%. Bem reforçado, o giro financeiro foi hoje a R$ 51,4 bilhões. Em outro desdobramento benéfico nesta tarde, a agência de classificação de risco de crédito Fitch reafirmou o rating "BB-", acrescentando que o governo conseguirá cumprir o teto de gastos em 2021. "As duas coisas - as contas fiscais e a manutenção do rating - contribuíram para melhorar o humor do mercado, o que se refletiu não apenas na Bolsa, mas também no câmbio e nos juros. O mercado brasileiro segue descontado, buscando se alinhar aos de fora. A atenção está nos dados econômicos e a sinais de avanço das reformas, uma combinação que pode ajudar nessa recuperação", diz Pedro Paulo Silveira, gestor da Nova Futura Investimentos. "Estamos vendo resultados fiscais melhores e em um momento de revisões para cima nas projeções de PIB e, consequentemente, de melhora nas receitas. O que está incomodando, porém, é a dinâmica inflacionária. Esse é o cuidado que se deve ter", avalia o economista-chefe da Necton, André Perfeito. O superávit primário de abril do Governo Central foi de R$ 16,492 bilhões, quase duas vezes maior do que a mediana de R$ 8,5 bilhões, conforme as estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast. O dado foi contraponto positivo à taxa de desemprego do primeiro trimestre, divulgada pela manhã, a 14,7%, no maior nível da série histórica iniciada em 2012. Nos Estados Unidos, "o número dos pedidos de bens duráveis decepcionou o mercado ao marcar queda de 1,3%, enquanto esperava-se alta de 0,8%, assim como não foi revisto para cima o resultado do PIB no primeiro trimestre, que ficou nos mesmos 6,4%. E as assinaturas de contratos de vendas de casas recuaram 4,4% em abril, enquanto o mercado projetava alta de 1,5%", observa Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. "Os dados revelam que, apesar de a economia norte-americana estar em processo de recuperação, não existe um superaquecimento como especulado ao longo do mês e isso abre espaço para o Fed seguir com sua política monetária expansionista", acrescenta o analista, destacando também a importância da leitura sobre inflação, amanhã, para a orientação do BC americano. Na ponta do Ibovespa, Yduqs fechou nesta quinta-feira em alta de 6,67%, à frente de Hering (+6,63%) e de Cogna (+6,19%). Na face oposta, Azul cedeu 4,58%, Localiza, 2,62%, e Fleury, 2,32%. Entre as blue chips, Petrobras (PN -0,69%, ON -0,79%) teve desempenho moderadamente negativo, enquanto Vale ON virou para o positivo na etapa final (+0,72% no fechamento), assim como parte das ações dos grandes bancos, à exceção de Santander (-1,40%) e Itaú PN (-0,85%). O dia foi em geral positivo para as ações de siderurgia, em recuperação de até 1,78% (Gerdau Metalúrgica) na sessão. (Luís Eduardo Leal e Maria Regina Silva - [email protected]; [email protected]) 17:27 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 124366.57 0.30438 Máxima 124536.66 +0.44 Mínima 123470.32 -0.42 Volume (R$ Bilhões) 5.13B Volume (US$ Bilhões) 9.71B 17:29 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 124510 0.49639 Máxima 124735 +0.68 Mínima 123630 -0.21 MERCADOS INTERNACIONAIS As bolsas de Nova York perderam força à tarde, em meio ao recuo das ações de tecnologia, e fecharam o pregão sem direção única. As 'big techs' foram impactadas pela alta nos juros dos Treasuries, enquanto investidores avaliavam uma bateria de indicadores econômicos dos Estados Unidos, na véspera da divulgação de esperados dados de inflação no país. Em compasso de espera por novas sinalizações da política monetária do Federal Reserve, o dólar recuou principalmente ante a libra, que foi apoiada por uma sinalização 'hawkish' do Banco da Inglaterra (BoE). O petróleo, por sua vez, encerrou a sessão com avanço. Em Washington, a Casa Branca viu "acréscimos construtivos" na contraproposta da oposição para os investimentos em infraestrutura, mas também fez críticas ao plano republicano. "Na esteira da conversa do Fed sobre 'tapering', a inclinação [na curva de juros] dos Treasuries tem algum suporte fundamental", dizem analistas do BMO Capital Markets. A expectativa agora é pela divulgação amanhã do índice de preços de gastos com consumo (PCE) de abril. Os indicadores informados hoje, segundo o banco canadense, vieram mistos, mas os detalhes foram consistentes com a retomada econômica. Perto do horário de fechamento do mercado em NY, o rendimento da T-note de 2 anos subia a 0,144%, o da T-note de 10 anos avançava a 1,597% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 2,278%. Segundo o BMO, o mercado também aguarda o orçamento de 2022 do governo Joe Biden. Conforme a imprensa americana, o montante deve ficar em US$ 6 trilhões. A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, defendeu hoje o aumento de gastos públicos. Biden, por sua vez, também fez a defesa de uma agenda fiscal abrangente. Além disso, após os republicanos apresentarem a contraposta de US$ 928 bilhões ao pacote de infraestrutura democrata, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, saudou o "trabalho árduo" da oposição, mas disse que o partido ainda precisa explicar como financiar os gastos sem elevar o imposto corporativo. O avanço nos juros dos Treasuries penalizou ações de tecnologia nas bolsas de Nova York. Depois de abrir em alta, os principais índices acionários perderam força à tarde. No fechamento, o Dow Jones subiu 0,41%, a 34.464,64 pontos, o S&P 500 avançou 0,12%, a 4.200,88 pontos, e o Nasdaq recuou 0,01%, a 13.736,28 pontos. O mercado de ações focou hoje especialmente nos indicadores do mercado de trabalho americano, com a queda registrada nos pedidos semanais de auxílio-desemprego. "A melhora nas solicitações de auxílio-desemprego nos últimos meses é encorajadora e aproximou os pedidos dos níveis pré-pandêmicos, mas a economia dos EUA ainda precisa criar outros 8 milhões de empregos para se recuperar, o que levará algum tempo para ser alcançado", dizem analistas da corretora LPL Financial. No mercado cambial, o destaque foi a libra. Após um comentário 'hawkish' do dirigente do BoE Gertjan Vlieghe, que sugeriu uma alta de juros em 2022, a moeda britânica disparou ante o dólar. O movimento pressionou o DXY, que mede a variação da divisa dos EUA contra seis pares, mas foi contrabalançado pela valorização do dólar em relação ao iene. No fechamento, o índice caiu 0,08%, a 89,971 pontos, enquanto a libra subia a US$ 1,4208 no final da tarde em NY. O petróleo, por sua vez, respondeu a fatores variados durante a sessão. O preço da commodity foi impulsionado por sinais de aumento da demanda nos EUA e ainda pela eleição de ativistas do clima para o conselho da ExxonMobil, o que tem potencial de alterar a estratégia da petroleira, focada em combustíveis fósseis. Por outro lado, as tratativas para a retomada do acordo nuclear de 2015 com o Irã também foram monitoradas. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI para julho subiu 0,97%, a US$ 66,85, enquanto o do Brent para agosto avançou 0,68%, a US$ 69,20, na Intercontinental Exchange (ICE). (Iander Porcella - [email protected])
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