A sexta-feira foi de recuperação para os ativos de risco em geral, aqui e no exterior. Mas nada que tenha sido o suficiente para apagar as perdas acumuladas na semana, diante de receios com o avanço da variante delta da covid-19 e, no caso do Brasil, em meio às incertezas fiscais e políticas. Nenhuma dessas variáveis saiu do radar hoje, tampouco houve notícias que reforçassem a cautela. Assim, os investidores aproveitaram os preços atrativos após os últimos dias majoritariamente negativos e ajustaram algumas posições. Um dos gatilhos veio de declarações de um dirigente do Fed, Robert Kaplan, tido como hawkish. Ele disse que, se a variante delta afetar a economia americana, pode rever sua defesa de redução do 'tapering' já em outubro. Por aqui, membros do governo, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, defenderam responsabilidade fiscal, o que sempre é bem visto. Foi nesse ambiente que o Ibovespa, alinhado aos ganhos dos pares em Nova York, terminou o dia com alta de 0,76%, aos 118.052,77 pontos, engatando o segundo pregão seguido de ganhos. Mas as perdas no começo da semana haviam sido tão intensas que o saldo desse período ainda foi negativo em 2,59%. Dólar e juros futuros experimentaram dinâmica semelhante. A moeda americana perdeu força ao redor do globo e, ante o real, cedeu 0,70%, a R$ 5,3848, após subir por duas sessões consecutivas. Mas, assim como no caso da Bolsa, a deterioração recente foi tão intensa que a semana ainda terminou com valorização de 2,66% para o dólar, com alta de 3,78% no ano. No caso dos DIs, a queda das taxas, após pequeno alívio na véspera, acompanha o desempenho dos demais ativos, só que não apaga a alta dos juros na semana e a inclinação da curva no período.
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