O tombo dos índices acionários americanos, de 3,51% para o S&P 500 e quase 5% para o Nasdaq, não poupou todos os ativos brasileiros. Mas ao ocorrer no dia em que o governo entregou a reforma administrativa, e de um indicador positivo, como a produção industrial, fez o investidor olhar o País, mesmo que momentaneamente, como uma opção. O efeito disso se concentrou, principalmente, no real: a moeda com pior performance do mundo no ano foi, nesta quinta-feira, uma das poucas emergentes que escapou da aversão global ao risco. Com isso, o dólar no mercado à vista engatou a terceira baixa seguida, de 1,15%, a R$ 5,2960, no menor valor desde 5 de agosto. De olho no câmbio e no sinal positivo emitido com a reforma administrativa, os juros futuros também cederam, reduzindo a inclinação da curva, mesmo diante de mais um megaleilão do Tesouro, que vendeu quase 31 milhões de títulos prefixados. No exterior, indicadores negativos da economia americana e europeia, sinalizando um quadro ainda delicado na pandemia da covid-19, bem como um ou outro fato corporativo, se traduziram em motivo para uma realização de lucros importante, sobretudo após a sequência de recordes ímpar experimentada pelos principais índices acionários de Wall Street. E assim como a alta recente vinha sendo comandada por papéis de tecnologia, o mergulho visto hoje teve as ações do setor como protagonistas. Nesse ambiente, o Ibovespa caiu, mas menos esticado do que os pares americanos e respirando os ares menos pessimistas em relação ao Brasil, teve um recuo muito mais discreto, de 1,17%, aos 100.721,36 pontos. Pela manhã, antes da piora em Nova York, chegou a subir para os 103 mil pontos, cedendo à mínima na casa de 99 mil pontos na segunda etapa. O setor bancário, todo em alta, ajudou a limitar as perdas do mercado acionário local.
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