A semana, que já era positiva para a maioria dos ativos, terminou com recordes em Nova York e a quebra de marcas importantes para os mercados domésticos, depois que o relatório do mercado de trabalho nos EUA, o payroll, contrariou todas as expectativas e mostrou a criação de 2,5 milhões de vagas em maio. O dado, além de sinalizar uma antecipação do crescimento da atividade americana, reacendeu as discussões sobre uma retomada em 'V' da maior economia do planeta. Para além disso, o presidente dos EUA, Donald Trump, falou em reduzir tributos para empresas do país, o que levou os agentes a relevarem as ameaças de tarifas conta União Europeia e China. Como resultado, o Nasdaq atingiu máxima histórica intraday e todos os principais índices acionários de Wall Street terminaram com ganhos superiores a 2%, com destaque para o Dow Jones, que subiu 3,15%, aos 27.110,98 pontos. Esse otimismo impôs forte viés de baixa ante moedas emergentes e, no caso do real, disparou ordens de 'stop loss' no mercado de derivativos cambiais, aprofundando o tombo do dólar ante a moeda local, a ponto de levá-lo à cotação mínima de R$ 4,93. No fim, a divisa norte-americana terminou valendo um pouco mais, a R$ 4,9909, com baixa de 2,73%, resultando no maior tombo semanal da moeda em quase 12 anos, de 6,52%. Enquanto isso, a Bolsa, que já vinha de uma sequência de cinco altas, engatou a sexta, algo que não ocorria desde outubro do ano passado. Hoje, o Ibovespa voltou a subiu menos que seus pares em Nova York, mas ao ganhar 0,86%, aos 94.637,06 pontos, manteve o maior nível de fechamento desde 6 de março e garantiu a melhor semana (+8,28%) desde a encerrada em 9 de abril. Nesse ambiente de busca por risco, os juros futuros contrariaram um pouco a lógica e deram sequência ao movimento de realização de lucros iniciado ontem. Assim, passaram o dia em alta, com apenas os curtos perto da estabilidade e mantendo as chances levemente majoritárias de corte de 0,75 ponto porcentual da Selic neste mês. Mais cedo, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Fábio Kanczuk, pontuou que sua visão sobre "lower bound" está longe de ser consensual no Copom. Ele é tido como uma das vozes 'dovish' do BC e avalia que se a autoridade monetária seguir baixando a Selic, continuará a ter efeito de aumento da inflação.
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