Volatilidade. Esse foi o nome do jogo para os ativos brasileiros nesta terça-feira. Exceção feita ao dólar, que subiu o dia todo com uma grande influência externa, Bolsa e juros experimentaram os dois sinais ao longo do pregão. Entre as idas e vindas do noticiário sobre a PEC dos Precatórios, prevaleceu a percepção de que os ajustes no texto estão perto de convencer o Senado a aprová-lo. E como Executivo e Câmara acompanham essas negociações, a avaliação é de que a tramitação possa ser rápida, o que tiraria o fator incerteza, com a possibilidade de soluções ainda piores, dos negócios. Não que o texto agrade aos investidores, uma vez que prevê que o Auxílio Brasil será um programa permanente e que não precisará respeitar limites legais para aumento de despesa, nem mesmo a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), mas em um dia de diversas pressões de alta, a possibilidade de que a PEC ande fez os juros futuros mudarem de direção nos minutos finais do pregão. As taxas devolveram um pouco dos prêmios acumulados nos últimos dias no fim da sessão regular, ainda que tenham retomado alguns na estendida. Até então, os DIs subiam com certa aversão aos emergentes e a possibilidade de o Fed antecipar a alta de juros nos EUA, diante das persistentes pressões inflacionárias. Esse conjunto de fatores e o avanço da Covid-19 na Europa também deixaram os mercados externos mais cautelosos, com yields dos Treasuries em alta e bolsas sem sinal único. O Nasdaq, aliás, foi o que mais sofreu, ao cair 0,50%. O Ibovespa passou o pregão dividido entre o avanço das commodities, que deu fôlego a papéis como Vale, siderúrgicas e Petrobras, pressões negativas do exterior e a cautela em torno da PEC dos Precatórios. Até por isso, ficou bastante volátil antes de terminar com alta de 1,50%, aos 103.653,82 pontos, movimento que só foi definido do meio da tarde em diante, depois de sinais alvissareiros sobre o texto que muda o teto de gastos e viabiliza o Auxílio Brasil. No câmbio, uma boa parte da desaceleração do dólar ante o real, durante a etapa vespertina, veio dessa percepção positiva sobre a PEC. Mas a forte desvalorização da lira turca e o fortalecimento da moeda americana com o surgimento de apostas numa antecipação de aperto monetário nos EUA prevaleceram, o que colocou o dólar a R$ 5,6087 no fechamento, com alta de 0,27%.
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