DÓLAR TEM TRÉGUA NO BRASIL APESAR DE DXY, ENQUANTO IPCA-15 TRAZ ALÍVIO A DI E BOLSA

Embalado em uma alta superior a 8% no acumulado dos últimos dias, o dólar teve uma tarde de queda ante o real mesmo depois de ter rompido logo cedo a casa de R$ 5. Além da realização de lucros, a retomada do apetite ao risco aqui no Brasil e no exterior deu impulso à baixa da moeda americana, que na sessão à vista terminou em R$ 4,9671, recuo de 0,47%. Mas o investidor seguiu, nesta sessão, num intenso monitoramento das questões relativas à inflação global, à tensão no Leste Europeu e à potencial desaceleração da China com a política de ‘covid zero’. Neste ambiente, lá fora, o dólar teve uma trajetória de escalada. O DXY, cesta que compara a moeda americana com os seis pares mais fortes, atingiu o maior nível em cinco anos, tendo subido além dos 103 pontos no momento mais tenso do dia. A queda livre do euro, aliás, foi determinante para subida tão expressiva do DXY. A moeda do bloco comum penou diante de um recrudescimento no conflito bélico e econômico entre a Rússia e o Ocidente. O regime de Vladimir Putin começou a cortar o fornecimento de energia a países da União Europeia, dando a senha de que não está disposto a desescalar. Ainda assim, Dow Jones e S&P 500 subiram, dando fôlego também ao Ibovespa. Depois de uma sequência de sete baixas seguidas, o índice subiu aos 109.349,37 pontos no fechamento (+1,05%), com mineração e siderurgia à frente. O mercado espera ainda os números do balanço da Vale e do relatório de produção da Petrobras, ambos marcados para após o encerramento da sessão. Na cena local, o IPCA-15 seguiu reverberando entre os agentes de Bolsa e, principalmente, de renda fixa. Com um índice inflacionário que surpreendeu para baixo, o investidor viu espaço para queimar prêmios dos contratos de Depósito Interfinanceiro. Ainda assim, as apostas quanto à política monetária seguem quase inalteradas, com a curva apontando 100 pontos de alta na próxima e algo residual em junho e agosto. Mesmo assim, analistas pontuam que os preços seguem incomodando, e grandes bancos internacionais, como JPMorgan e Citi, revisaram para a estimativa para o IPCA de 2022.

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•JUROS

•BOLSA

CÂMBIO

Após uma sequência de três pregões de alta firme, em que acumulou valorização de 8,01% e esboçou fechar acima de R$ 5,00, o dólar à vista recuou na sessão desta quarta-feira (27), marcada pela divulgação de dados do fluxo cambial e do IPCA-15 de abril. Segundo operadores, a recuperação parcial dos ativos de risco no exterior, depois de uma forte onda de depreciação, abriu espaço para ajustes e realização de lucros no mercado doméstico de câmbio. Uma vez mais, o giro no mercado futuro de dólar foi elevado, o que pode sugerir tanto um rearranjo de posições quanto aumento de movimentos especulativos.

Não por acaso, a trajetória da taxa de câmbio ao longo do pregão foi sujeita a solavancos. Com trocas de sinais, o dólar chegou a operar acima do patamar de R$ 5,00, registrando máxima a R$ 5,0402 pela manhã. Na mínima, ao longo da tarde, a divisa desceu até 4,9284 (-1,24%). No fim do dia, o dólar à vista era negociado a R$ 4,9671, em baixa de 0,47%. A divisa ainda acumula alta de 3,37% na semana e de 4,32% em abril.

No exterior, o dólar teve comportamento misto em relação a divisas de países emergentes e exportadores de commodities. As mínimas da divisa por aqui coincidiram que as perdas mais fortes da moeda americana frente ao peso mexicano e ao dólar australiano. Já índice DXY – que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes – chegou a superar os 103,000 pontos (maior nível desde janeiro de 2017), sobretudo em razão da fraqueza do euro, que caiu ao menor nível em cinco anos na comparação com a moeda americana.

O pano de fundo que contribuiu para deterioração dos ativos globais nos últimos dias permanece intocado: ajuste mais rápido da política monetária americana, com provável alta de 0,50 ponto base na taxa básica dos EUA na próxima semana, escalada nas tensões geopolíticas em torno do conflito na Ucrânia (a Rússia confirmou corte de fornecimento de gás para Polônia e Bulgária) e preocupações com a economia chinesa diante de lockdowns para combater a Covid-19.

Para a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest, a queda do dólar hoje pode ter sido um fenômeno pontual, em um ambiente marcado por volatilidade exacerbada. “A expectativa de que o Fed vai aumentar mais os juros e os ruídos políticos internos devem continuar a pressionar a nossa taxa de câmbio”, diz Quartaroli, em referência aos atritos entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Dados do fluxo cambial divulgados hoje pelo Banco Central mostram desaceleração da entrada de dólares no país. Após fluxo positivo de US$ 6,340 bilhões em fevereiro, o saldo foi de US$ 2,851 bilhões em março, graças à entrada liquida de US$ 6,854 bilhões via comércio exterior. O canal financeiro decepcionou ao apresentar saída líquida de US$ 4,004 bilhões no período.

Na semana de 28 de março até 1º de abril, o saldo foi positivo em US$ 583 milhões (entrada de US$ 3,198 bilhões via comércio exterior e saída de US$ 2,615 bilhões no canal financeiro). No acumulado do ano (até 1º de abril), o saldo total é positivo em US$ 10,552 bilhões, com entrada de líquida de US$ 4,507 bilhões do lado financeiro e de US$ 6,045 bilhões via pelo canal comercial.

Esses números foram divulgados graças a uma trégua na paralisação dos servidores do Banco Central, que voltaram a atualizar os dados do movimento cambial, embora ainda de forma defasada. Normalmente, já estariam disponíveis dados até 22 de abril, o que permitiria saber se houve um recrudescimento das saídas pelo canal financeiro nas últimas semanas.

Segundo dados da B3, os investidores estrangeiros retiraram US$ 854,989 milhões da Bolsa na segunda-feira (25), levando o saldo negativo em abril a R$ 1,824 bilhão. No acumulado de 2022, o capital externo soma entrada de R$ 63,504 bilhões.

“Já estamos vendo uma redução da entrada de recursos e até alguma saída de investidor estrangeiro, com realização de lucros acumulados da janela de oportunidade do início do ano”, diz o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, lembrando que o real se beneficiou da forte entrada de capital externo para a bolsa brasileira, em razão da alta das commodities no exterior e da rotação global de portfólios. “Agora esse quadro mudou. Tem muita incerteza no mercado. A China pode não voltar aos níveis de produção do passado com fechamento de Xangai e expectativa de medidas em Pequim. E o investidor pode migrar para os Estados Unidos com aumento dos juros americano”.

Divulgado pela manhã, o IPCA-15 de abril foi recebido sem sobressaltos. O índice acelerou de 0,95% em março para 1,73% em abril, mas ficou abaixo da mediana de Projeções Broadcast (1,82%). O mercado já trabalha com o fim do ciclo de aperto no mais tardar em junho. A perspectiva é que o Banco Central cumpra o que foi sinalizado e eleve a Selic em 1 ponto porcentual, para 12,75%, na semana que vem. Embora ainda haja possibilidade de uma alta residual no encontro seguinte, as apostas em taxa básica perto de 14% agora estão mais raras. (Antonio Perez – [email protected])

17:24

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.96710 -0.4689 5.04020 4.92840

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4960.500 -0.9287 5044.500 4932.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5006.500 -0.82211 5077.000 4981.500

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MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York ficaram perto da estabilidade, com destaque para empresas que publicaram resultados, caso da Microsoft. Ainda assim, o aperto de política monetária do Federal Reserve (Fed) segue sendo observado, com analistas projetando o provável aumento de 50 pontos base na taxa de juros durante a reunião da próxima semana. Neste cenário, os juros dos Treasuries avançaram, enquanto o dólar atingiu seu maior nível no índice DXY desde 2017, impulsionado também pelo menor patamar do euro, que chegou a recuar a seu valor mais baixo com relação à moeda americana desde o mesmo ano. O câmbio valorizado pressionou o petróleo, mas ainda assim a commodity registrou ganhos, apoiada pelas restrições de oferta de energia da Rússia à União Europeia.

As ações americanas tentaram se recuperar após fortes resultados da Microsoft e otimismo de que a maioria dos balanços corporativos ainda serão fortes, avalia Edward Moya, analista da Oanda. Impulsionado pelos serviços de nuvem, a Microsoft teve alta de 4,81%. Por outro lado, a Alphabet decepcionou com os resultados, pois a receita do YouTube ficou bem abaixo das expectativas e a ação recuou 3,67%. Meta caiu 3,32% com a expectativa para publicação de resultado após o fechamento do mercado. “Parece que Wall Street acha que o sell-off de tecnologia foi exagerado, apesar das preocupações com um Fed hawkish e da incerteza com o crescimento chinês”, aponta Moya. Já a Boeing registrou forte queda seguindo a publicação de seu balanço e o papel recuou 7,53%. Outro destaque foi a Tesla, que recuperou parte da queda superior a 10% de ontem, subindo 0,58%. Nesse cenário, o Dow Jones avançou 0,19%, o S&P 500 subiu 0,21% e o Nasdaq teve baixa de 0,01%. Na Europa, os principais índices também avançaram, com destaque para o ganho de 0,72% do FTSE 100, em Londres.

Enquanto isso, a Capital Economics avalia que a mudança do Fed para uma postura hawkish já está completa e deve ser ressaltada pela primeira alta de 50 pontos-base do juro básico e pelo começo do aperto quantitativo na semana que vem. Para a consultoria, o aumento de 0,5 ponto porcentual será o primeiro de uma série de três nessa mesma faixa que ocorrerão ao longo das próximas reuniões. Nesse quadro, os rendimentos dos Treasuries voltaram a subir depois de quedas recentes, com o juro de T-note de 2 anos avançando a 2,572%, o da de 10 anos subindo a 2,812% e o do T-bond de 30 anos com alta a 2,904%.

No câmbio, a Western Union aponta que novas incertezas geopolíticas levaram a outra rodada de compras de dólares, elevando a moeda a novos picos de vários anos. Além disso, a Rússia interrompeu o fornecimento de gás para a Polônia e a Bulgária, aumentando as tensões na região, destaca a análise. O DXY, que mede a moeda americana ante seis rivais e tem o euro como principal componente, fechou em alta de 0,64%, em 102,954 pontos, enquanto a moeda comum recuava a US$ 1,0556 no fim da tarde. Consequentemente, quanto mais o euro cai, mais inclinado o Banco Central Europeu (BCE) estaria a aumentar os juros mais cedo ou mais tarde, um cenário que veio para ajudar a moeda, aponta a Western Union.

Hoje, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, conversou com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e indicou que a chefe do órgão executivo do bloco europeu falou sobre um sexto pacote de sanções contra a Rússia, e que deve incluir o embargo ao petróleo. A produção russa da commodity pode diminuir 17% neste ano por causa das sanções impostas por países do Ocidente, disse hoje o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov.

Já o Instituto de Finanças Internacionais (IIF) acredita que a União Europeia manterá na pauta medidas contra o setor energético da Rússia. Um embargo completo ou parcial sobre as importações de petróleo teria um “impacto significativo” sobre os preços e poderia elevar o preço do barril do Brent para cerca de US$ 200, projeta o IIF. O WTI para junho fechou em alta de 0,31% (US$ 0,32), a US$ 102,02, na Nymex, e o Brent para o mês de julho subiu 0,32% (US$ 0,34), a US$ 104,95 o barril, na ICE. (Matheus Andrade – [email protected])

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JUROS

Os números do IPCA-15 foram a senha para uma forte desmontagem de posições na curva a termo de juros. O IBGE informou que o índice, na margem, foi de 1,73% em abril. Ainda que a mais alta para um mês desde fevereiro de 2003, a taxa veio abaixo dos 1,82% que eram a mediana do Projeções Broadcast. Por mais que não tenha mudado substancialmente as apostas do mercado para a Selic terminal, houve espaço para a queima de prêmios nos contratos, com queda mais forte concentrada no intervalo intermediário.

A surpresa positiva com a inflação não impediu, contudo, de revisões para cima nas projeções. O JPMorgan, por exemplo, elevou a estimativa de 7,6% para 8,0%. A do Credit Suisse passou de 7,8% para 8,3%.

No Banco Original, a previsão de 7,7% para o fechamento do ano ainda não foi alterada, mas o economista-chefe Marco Caruso admite que há um desconforto com o número e que o viés é de alta. “O IPCA-15 muda muito pouco a nossa visão para o IPCA fechado de abril e o do encerramento do ano”, afirma. Ele estima 0,92% para o índice este mês.

Caruso projeta que o pico da inflação em 12 meses ocorra em abril, com algo em torno de 12%, e que a partir daí haverá um processo lento de desinflação. “É razoável esperar que algum tipo de normalização venha, só não acho que ela será muito rápida. Até agosto, creio que teremos dois dígitos no índice”, disse.

O economista pontua que, em termos de política monetária, o IPCA-15 não trouxe grande alteração ao cenário-base do Banco Central. Isso porque o foco da autoridade é o índice de preços de 2023, que Caruso diz estar em aberto, dado o transbordamento da inflação alta deste ano para o próximo. Para o ano que vem, ele espera IPCA em 4,5%.

Mas de alguma forma, admite, há uma chancela ao discurso do BC de que o ajuste na Selic está próximo de acabar. “Eu acho que não vai muito longe. De agora adiante são ajustes finos. É muito menos na ponta do lápis e muito mais em termos qualitativos. O grosso do impacto deste ciclo de juros vai bater no segundo semestre de 2022 e começo de 2023”, diz.

Nas precificações do mercado, a tendência é semelhante. Com base no modelo do professor Alexandre Cabral, há 100% de chance de Selic a 12,75% em maio, tal como o telegrafado pelo BC. Para junho, as apostas se dividem entre 12,75% (60%) e 13,00% (40%). Há ainda residual para agosto – 80% das chances em taxa básica em 13% e 20%, em 13,25%. Para a virada do ano, a curva embute uma taxa básica entre 13,00% (52%) e 13,25% (48%).

No restante da curva, contudo, o IPCA-15 foi o gatilho para a queima de prêmios. O dólar em baixa na segunda etapa da sessão também contribuiu para esse movimento. Assim, o DI para janeiro de 2023 caiu de 13,028% ontem para 12,97% hoje. O janeiro 2024 mergulhou de 12,713% a 12,54%. O janeiro 2025 cedeu de 12,141% a 12,005%. E o janeiro 2027 encolheu de 11,98% a 11,87%.

A agenda para o investidor amanhã estará bastante carregada. Logo cedo, às 8h, tem os números do IGP-M de abril. Às 10h30 saem os dados da arrecadação de março. Às 13h, o Relatório Mensal da Dívida. E às 15h, o Governo Central.

No meio disso tudo, ainda há o leilão de prefixados do Tesouro. Haverá oferta de LTN para 1º/4/2023, 1º/4/2024 e 1º/7/2025 e a venda de NTN-F para 1º/1/2029 e 1º/1/2033.

Externamente, os Estados Unidos informam os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, às 9h30. (Mateus Fagundes – [email protected])

17:23

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 12.40

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 11.65

Over Selic (%a.a) 11.65

BOLSA

Em dia de alívio relativo pela leitura um pouco abaixo do esperado para o IPCA-15 em abril, o Ibovespa conseguiu interromper a sequência de sete perdas, a mais longa desde maio de 2016, e fechou o dia em alta de 1,05%, a 109.349,37 pontos, entre mínima de 108.214,13, da abertura, e máxima de 110.107,48 pontos, com giro a R$ 30,9 bilhões. O dia também foi de moderada recuperação na maioria dos mercados acionários da Europa e dos Estados Unidos, enquanto, no Brasil, o dólar se acomodou a R$ 4,96 no fechamento, após ter encerrado ontem a R$ 4,99 e chegado na máxima desta quarta-feira a R$ 5,0402.

Após perdas bem distribuídas no dia anterior nas ações e segmentos de maior peso no índice, a recuperação também se mostrava bem disseminada nesta quarta-feira, com o setor de mineração (Vale ON +5,35%) e siderurgia (Gerdau PN +6,01%, CSN ON +4,58%) à frente. Na ponta do Ibovespa, destaque para Gerdau PN, além de WEG (+5,50%) e Vale. No lado oposto, Hapvida (-5,84%), Azul (-3,19%), Positivo (-2,63%) e Méliuz (-2,58%). Ao fim, os bancos (Itaú PN -0,81%, Unit do Santander -0,40%) e Petrobras (ON +0,30%, PN estável) perderam força e encerraram sem sinal único.

“Por mais que o IPCA-15 tenha vindo um pouco abaixo do que projetava o mercado, é um patamar ainda extremamente alto, maior desde 1995 para o mês de abril, como o próprio IBGE ressalta. A pressão é grande sobre o BC para que não interrompa, não deixe a porta fechada no ciclo monetário, na semana que vem. Seria algo que o mercado penalizaria, em termos de câmbio e de curva de juros. Com o Focus de ontem e o IPCA-15 de hoje, a porta deve continuar aberta para eventual alta derradeira em junho ou mesmo além, dependendo do contexto interno e externo”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

“Se fizermos balanço dos últimos 45 dias, desde a última reunião do Copom, há fatores do Brasil e de fora que reforçam a necessidade de ir um pouco além, e o IPCA-15 vai nesse sentido, com difusão bem elevada, maior ainda do que em março, com muitos itens subindo ao mesmo tempo. A inércia é forte aqui no Brasil, e há muita pressão de fora”, acrescenta o estrategista.

“Esta foi a primeira vez em alguns meses que um número de inflação vem abaixo das expectativas. E, no IPCA fechado de abril, começará um alívio significativo com a bandeira verde e com altas menores nos preços de combustíveis. Ainda que os choques mais severos de preços de energia e alimentação tenham ficado para trás, o cenário para a inflação não está melhorando consistentemente”, aponta em nota a Terra Investimentos.

“O IPCA-15 de abril subiu 1,73% no mês, um pouco abaixo das projeções de mercado, alcançando 12,03% em 12 meses e muito provavelmente marcando o pico da inflação no Brasil após o choque de oferta vindo do conflito no Leste Europeu”, avalia Igor Barenboim, sócio e economista-chefe da Reach Capital. “O próximo número de inflação já deve levar em conta a deflação dos preços de energia, reduzidos pelo retorno à bandeira verde por conta da normalização do regime de chuvas”, acrescenta o economista, destacando um aspecto que considerou favorável na leitura do IPCA-15 em abril: “inflação de serviços mais baixa, principalmente por conta de alimentação fora de casa e empregados domésticos”.

“Essa desaceleração de serviços contribui para aumentar o conforto do BC para fazer o último movimento do ciclo em maio”, diz Barenboim, embora reconheça fatores de incerteza que dificultam ao BC o compromisso com determinado caminho para os juros, entre os quais o prosseguimento do conflito na Ucrânia, os lockdowns na China e o ajuste em curso nas políticas monetárias das principais economias.

No noticiário do exterior, a Guide Investimentos destaca, em nota, discurso do presidente da China, Xi Jinping, no qual reiterou intenção de aumentar gastos em infraestrutura, e os “sinais de que as autoridades chinesas estão conseguindo controlar os surtos de coronavírus em Xangai e Pequim”. (Luís Eduardo Leal – [email protected])

17:21

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 109349.37 1.05025

Máxima 110107.48 +1.75

Mínima 108214.13 0.00

Volume (R$ Bilhões) 3.09B

Volume (US$ Bilhões) 6.16B

17:24

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 110995 1.55078

Máxima 111700 +2.20

Mínima 110485 +1.08