A piora vista nas bolsas americanas à tarde, devido a notícias sobre tributação de ganho de capital, contaminou o Ibovespa, mas não abalou o forte desempenho do real e a queda firme dos juros futuros. Em meio a relatos de entrada de recursos no País, investidores aproveitaram o aparente fim do impasse sobre o Orçamento, restando apenas a sanção do presidente Jair Bolsonaro, ainda hoje, para desmontar posições defensivas contra a moeda brasileira, que teve a melhor performance do dia dentro de uma cesta de 34 divisas. O dólar terminou a sessão perto das mínimas e com recuo de 1,73%, a R$ 5,4546 no mercado à vista, o menor nível desde 24 de fevereiro, depois de comentários nas mesas sobre até R$ 20 bilhões em vetos no orçamento, sendo boa parte em emendas. Com o câmbio descomprimido e os yields dos T-notes comportados, a curva de juros perdeu bastante inclinação, com as taxas dos DIs fechando nas mínimas e as de longo prazo devolvendo perto de 20 pontos em prêmios. Na visão dos agentes, com a sanção do projeto que permite uma série de gastos da pandemia fora do teto, a questão orçamentária deve ser página virada e deixa espaço para que a discussão sobre reformas seja retomada no Congresso. Nada disso, contudo, conseguiu sustentar o Ibovespa, que cedeu 0,58%, aos 119.371,48 pontos, a despeito de, em alguns momentos, ter se firmado em território positivo, de olho nos ganhos dos pares ontem, quando o mercado local estava fechado. Prevaleceu, no entanto, a deterioração do clima em Nova York, após a imprensa americana noticiar que o presidente dos EUA, Joe Biden, pretende propor um aumento do imposto sobre ganhos de capital da parcela mais rica da população. O mercado não gostou e os principais índices acionários de Wall Street, mistos até então, firmaram-se em queda e assim seguiram até o fechamento. O primeiro dia da Cúpula do Clima foi apenas monitorado e não chegou a fazer preço, nem lá fora nem aqui, ainda que o discurso de Bolsonaro tenha recebido elogios do enviado especial do clima americano, John Kerry.
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