Em mais um pregão de apetite por risco, aqui e no exterior, o comportamento do dólar ante o real foi o destaque. A moeda brasileira teve o melhor desempenho, quando comparada a pares emergentes, e o dólar chegou a ser negociado na casa de R$ 5,13 nos últimos minutos de negócios, antes de fechar com desvalorização de 1,60%, a R$ 5,1430 - menor valor desde 27 de março. Alinhado ao exterior, o mercado de câmbio no Brasil teve um empurrão de mais uma intervenção do Banco Central, ao ofertar 10 mil novos contratos de swap e vender 5.930 contratos (US$ 296,5 milhões), e do presidente da instituição, que voltou a dizer que, se necessário, a autoridade monetária pode atuar com mais força no mercado. No exterior, o ânimo todo estampado nas bolsas e nas moedas veio de um conjunto de fatores: a desistência do democrata Bernie Sanders à Casa Branca deu impulso às ações, em um dia em que as petroleiras também acompanharam o avanço do petróleo após a Argélia mencionar um possível corte de até 10 milhões de barris na produção da Opep+, como resultado da reunião de amanhã. Além disso, há sinais de que os Estados Unidos podem estar próximos do pico da pandemia de coronavírus, embora Nova York tenha registrado recorde de mortes de ontem para hoje. Para fechar, na ata da reunião extraordinária do Fed no mês passado, os dirigentes da instituição disseram que os impactos do coronavírus podem não ser tão duradouros quanto os da crise financeira de 2008. Assim, Dow Jones e S&P 500 ganharam ao redor de 3,5%, acompanhados de perto pelo Ibovespa, que subiu 2,97%, aos 78.624,62 pontos, atingindo o maior nível de fechamento desde 13 de março, então aos 82.677,91 pontos. Na semana, o principal índice da B3 acumula agora ganho de mais de 13% e, no mês, de 7,68%. Petrobras, com alta próxima a 5,5%, deu uma boa contribuição ao desempenho do dia. Esse aumento do apetite por risco no exterior e a queda do dólar fizeram os juros futuros de longo prazo caírem ainda mais na etapa vespertina. Ao mesmo tempo, declarações de Campos Neto, vistas como indicativos de que o BC não deve cortar tanto a Selic, seguraram as taxas curtas, que terminaram nos ajustes, resultando em desinclinação da curva.
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