DIS SOBEM E DÓLAR CAI COM CHANCE DE SELIC MAIOR, ENQUANTO BOLSA SEGUE MAU HUMOR EM NY

O dia negativo no exterior, diante da combinação de preços elevados com temores de desaceleração da economia chinesa, se somou a declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e direcionou os ativos domésticos, com juros futuros em alta, enquanto dólar e Bolsa recuaram. Logo na abertura, o mercado já se deparou com um dado de inflação acima do esperado na China, ao mesmo tempo em que o país adota lockdowns para tentar conter o avanço da Covid-19. A leitura dos investidores é de que esse quadro, por si só, pode resultar na desaceleração da economia global, o que explica a queda de commodities como petróleo e minério de ferro. Mas essa é apenas parte da história. No Brasil, depois de a autoridade monetária ter contratado o encerramento do ciclo de ajuste da Selic para maio, com mais um aperto de 1 ponto, Campos Neto disse hoje que a inflação por aqui está muito alta, assim como os núcleos, e que o BC está “analisando a surpresa no IPCA para ver se muda algo na tendência”. Tais palavras trouxeram a interpretação de que os juros podem continuar subindo para além de maio, o que provocou ajuste em alta nas taxas dos DIs. Ao mesmo tempo, essa possibilidade de uma Selic final mais forte garantiu o fechamento do dólar abaixo de R$ 4,70. Em um dia volátil, mas de ganho para algumas divisas emergentes, a moeda dos EUA teve desvalorização de 0,39%, a R$ 4,6904. Na Bolsa, o efeito de todo esse cenário foi negativo. Afinal, a baixa das commodities impacta diretamente papéis como Petrobras e Vale, enquanto a possibilidade de juros mais elevados enfraquece ações de empresas ligadas ao mercado doméstico, como o setor varejista. Assim, o Ibovespa recuou 1,16%, ao 116.952,85 pontos, na mínima da sessão no fechamento. E o exterior também não ajudou em nada. Até porque, em meio às incertezas sobre a guerra na Ucrânia, os dirigentes do Fed seguiram indicando, hoje, uma aceleração no ritmo de aperto monetário nos EUA, pressionando o mercado acionário em Nova York, sobretudo o setor de tecnologia, espelhado no recuo de 2,18% do Nasdaq.

•JUROS

•CÂMBIO

•BOLSA

•MERCADOS INTERNACIONAIS

JUROS

Os juros futuros subiram nesta segunda-feira, completando cinco sessões consecutivas de alta. O gatilho para o movimento de hoje foram as declarações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, vistas já como um primeiro ajuste na comunicação sobre o plano de voo da política monetária, depois da surpresa negativa do IPCA de março, na sexta-feira. A chance de encerrar o ciclo de ajuste da Selic com apenas mais uma alta de 1 ponto porcentual, a 12,75%, em maio parece cada vez menos provável. A curva passou a precificar aperto um pouco mais firme, sobretudo na reunião de junho, com taxa terminal a 13,30%, de 13,25% na sexta-feira. Dada a percepção de elevação mais forte no curto prazo, a ponta longa subiu menos, com alta atribuída ao comportamento de abertura das curvas no exterior.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 voltou aos 13%, fechando em 13,085%, de 12,967% no ajuste de sexta-feira. A do DI para janeiro de 2024 avançou mais de 20 pontos-base, para 12,65%, de 12,432% no ajuste anterior. A do DI para janeiro de 2025 fechou em 11,97%, de 11,77%, e a do DI para janeiro de 2027, em 11,64%, de 11,50%.

Após saltarem na sexta-feira com o IPCA (1,62%) acima do teto das estimativas (1,44%), as taxas ensaiaram melhora, com queda na abertura, mas que teve vida curta depois que Campos Neto começou a falar, em evento organizado pela Arko e Traders Club (TC). Na leitura dos agentes, o presidente do BC aproveitou a oportunidade para começar a corrigir a sinalização dada no último Copom, de que a Selic subiria somente em mais 1 ponto.

“Ele deu a entender que o BC está reavaliando levar o ciclo até 12,75%”, disse o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa, segundo o qual o Copom deve promover mais um ajuste de 1 ponto, conforme sinalizado, e deixar os próximos passos em aberto.

Campos Neto alertou que a inflação e seus núcleos “estão muito altos” e que a “surpresa do IPCA” está sob análise para ver se algo muda na tendência. “Temos comunicado com a maior transparência possível o nosso processo de enfrentamento a essa inflação mais alta e persistente”, completou.

Segundo os analistas Alvaro Mollica e Dirk Willer, do Citi, as falas soaram um pouco mais hawkish ao não minimizar o IPCA de março e deixar a porta aberta para reavaliar o aperto monetário para além do Copom de maio, como inicialmente constava do plano de voo do BC.

Nas apostas para a Selic, não houve alteração na precificação para o Copom de maio, com 100% de chance para alta de 1 ponto, mas cresceu a probabilidade de um aperto maior em junho, com deslocamento de prêmio da reunião de agosto. Na sexta-feira, o quadro estava em 60% para alta de 0,5 ponto e 40% para 0,25 ponto e, hoje, a curva projetava 60% de chance para 0,75 ponto e 40% para 0,5 ponto. Para o Copom de agosto, a precificação de 33 pontos na sexta hoje caiu para apenas 15 pontos. Os números são da Greenbay Investimentos.

Com o mercado apostando numa postura mais agressiva do Copom no curto prazo, a curva perdeu inclinação, mas ainda assim as taxas longas subiram mais de 10 pontos, influenciadas pelo exterior. O rendimento da T-Note de dez anos marcava 2,78% no fim da tarde, ante 2,71% na sexta-feira, ainda refletindo a perspectiva de atuação hawkish do Federal Reserve. Os juros dos Gilts, como são conhecidos os bônus soberanos de longo prazo do Reino Unido, também avançaram, após a divulgação de indicadores econômicos fracos no país. O juro do bônus de 10 anos da Alemanha (bund) atingiu hoje o maior nível desde 2015, chegando a 0,820%. (Denise Abarca – [email protected])

17:26

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 11.96

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 11.65

Over Selic (%a.a) 11.65

CÂMBIO

A volatilidade deu o tom aos negócios no mercado de câmbio doméstico na sessão desta segunda-feira (11), embora o sinal de baixa tenha prevalecido no fim do pregão, com o dólar à vista fechando novamente abaixo de R$ 4,70, diante da perspectiva de extensão do ciclo de alta da taxa Selic após declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

O dia lá fora foi marcado por temores de perda de fôlego da atividade global em meio a um quadro de inflação elevada, a chamada estagflação. Na China, que enfrenta um lockdown em Xangai, seu centro financeiro, índices de inflação ao consumidor e produtor vieram acima do esperado. Bolsas e petróleo caíram, com o barril tipo Brent, referência para a Petrobras, abaixo dos US$ 100 o barril. Na expectativa por um ajuste mais intenso da política monetária americana, em meio a discursos de dirigentes do Federal Reserve, a taxa da T-note de 10 anos subiu a 2,78% e o índice DXY – que mede o desempenho dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes – chegou a superar os 100,00 pontos na máxima.

Por aqui, o dólar não conseguiu firmar tendência pela manhã e no início da tarde, apresentando trocas constantes de sinais, embora tenha oscilado apenas cerca de cinco centavos entre a mínima (R$ 4,6799) e a máxima (R$ 4,7399). Apesar do clima externo avesso ao risco, divisas emergentes pares do real – como o peso mexicano e o rand sul-africano – se fortaleceram.

Ao mau humor externo também se contrapôs a possibilidade de que o Banco Central estenda o ciclo de aperto monetário para além de maio e jogue a Selic para perto de 14% – o que contribui para manter a atratividade do carry trade (operações que exploram diferencial de juros entre países.

Em evento pela manhã, Campos Neto afirmou que a “inflação está muito alta”, incluindo os núcleos, e que o BC está “analisando a surpresa no IPCA para ver se muda algo na tendência”, em referência a alta de 1,62% do índice em março. O BC havia sinalizando anteriormente, tanto em documentos como em falas do próprio Campos, encerramento do ciclo com alta final da Selic em 1 ponto porcentual, para 12,75% em maio.

Após idas e vindas, nas duas últimas horas da sessão, o dólar se firmou em baixa e rompeu o piso de R$ 4,70, para fechar a R$ 4,6904, recuo de 0,39%. A divisa acumula queda de 1,49% em abril e de 15,88% no ano. À 17h12, o dólar futuro para maio descia 0,24%, a R$ 4,71200, com giro na casa de US$ 10 bilhões.

O economista Bruno Mori atribui a máxima do dólar na sessão às incertezas em torno de uma desaceleração da economia global, espelhada na queda das commodities. A sinalização de Campos Neto de que o aperto monetário pode se estender acabou, contudo, se sobrepondo aos preocupações externas na formação da taxa de câmbio. “Com esse cenário de alta adicional de juros, o mercado precificou o dólar um pouco mais para baixo. O fluxo parece que continua positivo e deve permanecer assim por conta da taxa de juros elevada”, afirma Mori, planejador financeiro pela Planejar.

O economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, observa que a queda do dólar, induzida pela perspectiva de taxa Selic mais alta, poderia ter sido maior não fosse a o ambiente adverso para commodities e a alta da moeda americana. Na fala de Campos Neto, Velho destaca o reconhecimento de que a inflação ficou acima do esperado e que os núcleos estão elevados. O economista estima que, com uma taxa Selic de 13,5% no fim do ciclo de aperto, o IPCA ainda superaria 8% neste ano. “O aperto monetário deveria levar a Selic para mais de 13,75% este ano para reduzir esse risco inflacionário”, afirma.

Lá fora, as expectativas estão voltadas a divulgação, amanhã, do CPI de março, que deve ratificar o quadro de inflação elevada nos EUA. Em evento, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, defendeu hoje uma elevação da taxa básica em 50 pontos-base em maio. Sem direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, Evans afirmou que seria interessante chegar à faixa de juros entre 2,25% e 2,50% no fim deste ano. (Antonio Perez – [email protected])

17:27

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.69040 -0.3929 4.73990 4.67890

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4714.000 -0.21169 4763.500 4701.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4781.000 -0.70613 4781.000 4781.000

BOLSA

Embora em movimento mais discreto do que o visto lá fora nesta segunda-feira, mas acentuado ao fim do dia com a piora em Nova York, o Ibovespa se alinhou à aversão a risco que prevaleceu desde a sessão asiática (Hong Kong -3,03%) e se estendeu à de NY (Dow Jones -1,19%, S&P 500 -1,69%, Nasdaq -2,18%), após dados de inflação ao consumidor e ao produtor na China além do esperado para março, leitura que reforça as preocupações globais quanto à escalada de preços. Nos EUA, os juros longos seguiram em alta, para vencimentos de 10 e 30 anos, enquanto os de 2 anos cederam.

Na B3, o Ibovespa fechou a sessão na mínima do dia, em baixa de 1,16%, a 116.952,85 pontos, saindo de máxima a 118.320,39 pontos, da abertura, com giro ainda moderado, a R$ 25,9 bilhões no encerramento. No mês, o índice cede 2,54%, mas acumulando ganho de 11,57% no ano.

Hoje, o índice DXY – que contrapõe o dólar a uma cesta de moedas de referência, como euro, iene e libra – aproximou-se e tocou a marca de 100, tendo a moeda americana sido negociada, no Brasil, perto da estabilidade ao longo da tarde, com baixa de 0,39%, a R$ 4,6904 no fechamento desta segunda-feira. A correção foi forte no petróleo, em queda superior a 4% para Brent e WTI na sessão, ambas negociadas abaixo de US$ 100 por barril – respectivamente, nas casas de US$ 98 e de US$ 94.

“O Brent veio hoje a US$ 98,2 [na mínima, US$ 97,57], tendo sido negociado nos últimos três dias entre US$ 100 e US$ 103 por barril. Nossa gasolina pode ficar um pouco mais barata, há essa esperança, dado que o câmbio também tem se depreciado, na região de R$ 4,73 (por dólar). Se continuar essa tendência, Petrobras pode anunciar alguma redução, como a da semana passada, do GLP. Ainda que a defasagem de nossa gasolina esteja se equiparando a níveis internacionais, se (o barril) ceder a US$ 95, Petrobras pode anunciar algum ajuste no preço da gasolina”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.

Nesta segunda-feira, as ações de Petrobras fecharam no negativo (ON -1,32%, PN -0,76%), enquanto Vale ON cedeu 1,21%, em sessão também negativa para o setor de siderurgia, com queda de 4,56%, a US$ 136,35 por tonelada, para o minério de ferro na bolsa de Dalian, na China, reporta em nota a Nova Futura Investimentos. No país asiático, o índice de preço ao produtor teve alta de 8,3% e o do consumidor, de 1,5% em março, e “o número elevado de infectados pelo coronavírus, aliado às restrições impostas pelo governo, gera receios quanto ao crescimento econômico da principal economia da região”, acrescenta a gestora.

Na B3, os grandes bancos tiveram desempenho misto no fechamento, com destaque, num lado, para BB ON (+0,63%) e Bradesco ON (+0,17%), e, no outro, para Itaú PN (-0,38%) e Santander (Unit -0,59%). Na ponta do Ibovespa, Braskem (+1,88%), à frente de Ambev (+1,81%), Cielo (+1,46%) e Carrefour Brasil (+1,12%). No lado oposto, BRF (-7,11%), Cogna (-5,65%), WEG (-4,66%) e B3 (-4,62%).

“Depois de uma semana de bastante cautela e de ‘gangorra’ nos mercados internacional e doméstico, começamos esta, mais curta (pelo feriado da Sexta-Feira Santa), falando novamente de inflação, que segue como principal destaque no Brasil e no mundo”, aponta Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos. Para controlar inflação “rodando em 8% ao ano”, e diante de um mercado de trabalho “bastante apertado”, com pressão de alta nos salários, as sinalizações do Federal Reserve continuarão “impactando os mercados nos próximos meses”, acrescenta a economista.

O Ibovespa, depois do início da correção no dia 5, “ainda não mostrou definição muito clara de força, nem para retomada da tendência de alta (com resistência a 121 mil pontos), nem de correção mais profunda (com suporte a 115 mil pontos)”, observa Pam Semezzato, para quem “um ‘candle’ que mostre rompimento da máxima ou mínima do dia 6 de abril pode nos trazer um sinal melhor”. (Luís Eduardo Leal – [email protected])

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 116952.85 -1.15736

Máxima 118320.39 -0.00

Mínima 116952.85 -1.16

Volume (R$ Bilhões) 2.59B

Volume (US$ Bilhões) 5.51B

17:27

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 116885 -1.23785

Máxima 117830 -0.44

Mínima 116755 -1.35

MERCADOS INTERNACIONAIS

Um dia antes da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, os mercados internacionais operaram com cautela. Presidente do Federal Reserve (Fed) de Chicago, Charles Evans afirmou que aumento de 50 pontos-base na próxima reunião de política monetária é “altamente provável”, alimentando as expectativas do mercado. Assim, o dólar se fortaleceu e os juros mais longos dos Treasuries subiram, o que pressionou os papéis de tecnologia em Nova York e levou o Nasdaq a cair mais de 2%. Com os sinais de enfraquecimento econômico na China e sem previsão para fim do conflito na Ucrânia, os ativos do petróleo ficaram no negativo no mercado futuro. Enquanto a União Europeia não chega a uma decisão sobre sanções ao combustível russo, a Organização dos Países Exportadores do Petróleo (Opep) diz não ser possível substituir a potencial perda de petróleo da Rússia. Sobre o gás russo, a Fitch avalia que a substituição só é possível no médio prazo para o bloco europeu.

Em Nova York, o Nasdaq caiu 2,18%, a 13.411,96 pontos, o S&P 50, 1,69%, a 4.412,53 pontos, e o Dow Jones, 1,19%, a 34.308,08 pontos. Papéis ligados a tecnologia e comunicação, como Apple (-2,55%), Amazon (-2,16%), Tesla (-4,83%), Microsoft (-3,94%) e Alphabet (-3,35%) recuaram nesta sessão, assim como Chevron (-2,57%) e ExxonMobil (-3,44%) no setor de energia.

As expectativas de um aperto monetário mais rápido pelo Fed pesam sobre as ações na véspera da publicação do CPI de março. A CMC Markets aponta que a leitura deve bater recorde em vários anos. O Citi diz esperar avanço de 1,4% na comparação mensal e de 8,6% na base anual, com um resultado sólido que deve consolidar a ampla projeção de alta de 50 pontos-base nos juros na reunião em maio.

Dirigente da distrital de Chicago, Evans afirmou que um aumento desse nível “talvez seja altamente provável” no cenário atual. Sem voto nas decisões monetárias, ele defendeu que a faixa de juros fique entre 2,25% e 2,5% até o fim do ano e que a política do Fed caminhe para uma postura “neutra”.

A posição mais hawkish do Fed impulsiona ainda o mercado de Treasuries, avalia a Stifel, com investidores ainda digerindo a ata divulgada na quarta-feira passada. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos caía a 2,487%%, enquanto o da T-note de 10 anos tinha alta a 2,775% e o do T-bond de 30 anos, a 2,820%.

Já o petróleo teve forte queda nesta sessão, com os temores sobre a demanda chinesa pela commodity. O Julius Baer diz que, ainda que o governo tente minimizar os impactos, alguns gargalos na China e nas cadeias de suprimentos globais são inevitáveis. Autoridade da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse ser necessário avaliar se os severos lockdowns, impostos em Xangai e outras cidades, são realmente eficazes contra as cepas do coronavírus consideradas mais transmissíveis. O contrato do WTI para maio fechou no menor nível desde 25 de fevereiro, um dia após a Rússia invadir a Ucrânia, com queda de 4,04% (US$ 3,97), a US$ 94,29 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). E o Brent ficou abaixo de US$ 100 pela primeira vez desde o último dia 17, com o contrato para junho tendo caído 4,18% (US$ 4,30), a US$ 98,48 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Ainda na questão energética, o representante da política externa da UE, Josep Borrell, disse que nenhuma decisão foi adotada sobre a proibição de importação de petróleo e gás russo pelos Estados-membros, mas que tal medida segue sendo considerada. De acordo com discurso visto pela Reuters, o secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo, afirmou que as sanções atuais e futuras podem criar um dos piores choques de petróleo na história e que seria impossível substituir tais volumes. Quanto ao gás, a Fitch projeta que a importação de tal combustível russo seria viável no médio prazo, mas não no curto, dadas as infraestruturas limitadas de gasodutos para entregas a Alemanha e alguns países da Europa Central e Oriental.

No mercado cambial, o índice DXY avançou 0,14%, a 99,932 pontos. No horário citado, o dólar se fortalecia a 125,45 ienes, depois que o presidente do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda, reafirmou a postura relaxada da política monetária da instituição. O euro subia a US$ 1,0887 e a libra caía a US$ 1,3029. No radar das mesas de operação esteve o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais da França, que confirmou o avanço do presidente Emmanuel Macron e da candidata Marine Le Pen. O segundo turno ocorre no próximo dia 24. Em nota, a Capital Economics destaca que a disputa ainda segue acirrada. (Ilana Cardial – [email protected])