DIS PIORAM À TARDE E INDICAM CHANCE DE SELIC SUBIR 1 PP EM AGOSTO E SETEMBRO

O tom mais firme do Banco Central em relação à inflação e ao aperto monetário determinaram o rumo dos ativos domésticos hoje, sobretudo dos juros futuros e do real. As taxas curtas dos DIs, que acumularam ainda mais prêmios à tarde devido à piora externa, passaram a indicar chances majoritárias de alta de 1 ponto porcentual da Selic em agosto e setembro, após o Copom sinalizar que pode elevar a Selic para além do ritmo de 0,75 ponto porcentual, a depender da dinâmica dos preços. Mas os juros longos também subiram, ainda que menos, e terminaram nas máximas do dia, influenciados pelos riscos locais, como o imbróglio envolvendo a Medida Provisória que permite a privatização da Eletrobras. Tal fato, aliás, ajudou a piorar ainda mais o desempenho do Ibovespa, uma vez que os papéis da estatal tombaram cerca de 3%, depois que senadores incluíram novos “jabutis” no texto do projeto, mas mesmo assim ainda não conseguiram chegar a um acordo. Para piorar, caso haja aprovação com as mudanças do Senado, a MP, que caduca já no próximo dia 22, precisaria voltar para a Câmara, aumentando o risco de o texto perder a validade. Esse quadro num dia de forte queda das commodities, o que afetou papéis importantes como Vale, siderúrgicas e Petrobras, fez o Ibovespa recuar 0,93%, para 128.057,22 pontos. O desempenho negativo das matérias-primas derivou do aumento global do dólar, após o Federal Reserve sinalizar que antecipará a alta de juros nos EUA, de 2024 para 2023, o que significa que uma redução na compra de ativos, que já está sendo debatida, também não deve demorar. O real, no entanto, contrariou esse movimento e teve o melhor desempenho dentro de uma cesta de 34 moedas. A possibilidade de uma Selic maior ao fim do ciclo de ajuste monetário no Brasil deve aumentar a atratividade do País para operações de carry-trade, o que gerou um fluxo positivo ao longo do dia, a ponto de levar o dólar novamente para a casa de R$ 5. No fim, contudo, a divisa cedeu um pouco menos, para R$ 5,0225 no mercado à vista, com desvalorização de 0,74%.

JUROS

A curva de juros teve sensível piora à tarde, quando as taxas de curto prazo ampliaram a alta e as longas saíram da estabilidade e também passaram a subir para fechar a sessão regular nas máximas. Aos ajustes ao comunicado do Copom que já pressionavam parte das taxas desde manhã, somou-se na etapa vespertina o aumento da aversão ao risco no exterior, traduzido pelo tombo no rendimento dos Treasuries longos e queda nos preços das commodities, além de perdas nas moedas emergentes, sendo o real a exceção. No fim do dia, a curva continuava perdendo inclinação, mas no formato do chamado “bear flattening”, no qual toda a curva se desloca para cima. Em meio a isso, o dia ainda foi de leilão de prefixados do Tesouro, que reduziu a oferta dos papéis longos, evitando adicionar pressão às taxas.

A taxa do contrato de DI para janeiro de 2022 encerrou em 5,59%, de 5,445% no ajuste de ontem, e a do DI para janeiro de 2023 subiu de 7,019% para 7,15%. O DI para janeiro de 2025 fechou com taxa na máxima de 8,14% (7,995% ontem) e o janeiro de 2027 passou de 8,434% para 8,56% (máxima).

O comunicado do Copom impôs correção pesada à curva, catapultando o volume dos contratos negociados de curto prazo. Sozinho, o de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 girou mais de 1,5 milhão. A leitura do texto, considerado hawk, acelerou o ritmo das apostas de alta de 1 ponto porcentual da Selic no Copom de agosto e no de setembro, empurrando a precificação para o fim do ciclo ainda mais acima do nível considerado neutro (6,5%). Casas como Citi e Credit Suisse a anunciaram hoje revisão em suas previsões no fim de 2021, de 5,75% para 6,75% e de 6,5% para 7,25%, respectivamente. O BNP Paribas elevou a projeção para a taxa ao fim do ciclo de ajuste, de 6,5% para 7,5%.

Os diretores não somente retiraram o termo “parcial” na referência do processo de normalização monetária e indicaram novo aperto de 0,75 para a reunião seguinte, mas avisaram que, na hipótese de as expectativas para 2022 continuarem piorando, pode haver “redução mais tempestiva dos estímulos monetários”, o que foi lido automaticamente com aceleração nas doses de aperto e/ou ampliação do orçamento.

Para o economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano, pode ter havido um certo exagero na reação do mercado hoje, pois a precificação na curva “está muito forte”. “Existem condicionantes para acelerar o ritmo. Não é um cenário dado ainda”, afirmou Serrano, que não descarta a ideia de que o Copom aproveite a ata que sai na terça-feira para corrigir o tom.

De acordo com seus cálculos, pela precificação, a probabilidade de alta de 1 ponto para a reunião de agosto subiu de 30% ontem para 80% hoje, e para setembro já é levemente majoritária – 60% de chance de 1 ponto e 40%, de 0,75 ponto. Para o fim de 2021, a curva aponta Selic de 7,50%.

Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Renascença DTVM, também vê como excessivos os prêmios, ainda mais considerando o comportamento das commodities nos últimos dias e do câmbio nos últimos meses. “Se isso continuar, o cenário de inflação para o Brasil fica mais benigno”, disse, destacando que itens como soja e milho, por exemplo, têm queda de 13% em cinco dias e que o real acumula valorização de 11% em três meses.

Ainda pela manhã, o mercado recebeu bem as condições para o leilão do Tesouro. Ao reduzir a oferta de papéis prefixados longos no leilão, o Tesouro Nacional evitou adicionar pressão. A oferta de NTN-F, que na semana passada era de 5 milhões, hoje ficou em 1,150 milhão. Já o lote total de LTN foi pouco maior, de 15 milhões, ante 13 milhões na semana passada. De acordo com a Necton Investimentos, o risco da operação (DV01) caiu 36%, passando de R$ 4,92 milhões no leilão anterior para R$ 3,13 milhões hoje. (Denise Abarca – [email protected])

17:34

DI DE 1 DIA   DI DE 1 DIA   DI DE 1 DIA

5.570 7.150 7.810

17:34

Operação   Último

CDB Prefixado 32 dias (%a.a) 4.15

Capital de Giro (%a.a) 6.69

Hot Money (%a.m) 0.62

CDI Over (%a.a) 4.15

Over Selic (%a.a) 4.15

BOLSA

Com um olho nas idas e vindas de ‘jabutis’ na proposta final de votação da MP da Eletrobras no Senado, e reagindo aos sinais de que a inflação entrou com vigor no radar de preocupações do Federal Reserve e do Copom, o Ibovespa anotou hoje perda de quase 1%, em seu maior ajuste negativo desde a queda de 2,65% registrada no fechamento de 12 de maio. Perspectiva de juros mais altos ao longo do tempo, aqui e no exterior, não fere de morte o otimismo que ainda endereça o índice da B3 em junho ao quarto mês de ganho consecutivo – embora possivelmente menor do que o visto em cada um dos três anteriores. Inflação, crise hídrica, negociações políticas debilitantes para propostas modernizadoras contribuem, no entanto, para mitigar parte do entusiasmo que se viu desde as revisões sobre PIB e contas públicas.

Nesta quinta-feira pós-Copom e pós-Fed, o Ibovespa fechou em baixa de 0,93%, aos 128.057,22 pontos, no menor nível do mês. Em junho, o índice havia fechado a primeira sessão do período a 128.267,05 pontos, vindo de 126.215,73 no encerramento de maio. Agora, os ganhos no mês se resumem a 1,46%, limitando os do ano a 7,60% – na semana, cede 1,07%. Nesta véspera de vencimento de opções sobre ações, o giro na B3 foi de R$ 38,0 bilhões.

“Na decisão do Copom, o que mais chamou atenção, no comunicado, foram as preocupações relacionadas à inflação, em que cita especialmente a questão do risco hídrico, por conta do aumento das tarifas de energia. Menciona também os preços das commodities e uma preocupação mais para frente, que é a continuidade das reformas estruturantes, como a tributária e a administrativa, que estão sendo negociadas agora no Congresso”, diz Roberto Indech, estrategista-chefe da Clear Corretora.

“Pra próxima decisão, daqui a 45 dias, (o BC) coloca aumento de 0,75 (ponto porcentual). No entanto, se a inflação permanecer mais elevada do que as expectativas, eles podem aumentar esse número, então é preciso estar bastante atento a isso, pra ver se será o quarto aumento consecutivo de 0,75 (pp) ou se ficará acima”, acrescenta o estrategista.

“De maneira relevante, o comitê retirou a referência à normalização parcial da taxa de juros, indicando que encerrará esse ciclo com a Selic no patamar neutro. O movimento vai em linha do nosso cenário base, que inclui um ritmo continuado de altas de 0,75 pp nas próximas duas reuniões, seguidos de 0,5 pp e 0,25 pp, até atingir o nível neutro em 6,5% ao ano”, diz Rachel de Sá, chefe de Economia da Rico Investimentos.

“Após a decisão (de ontem), dentro do esperado, o ponto mais relevante do comunicado talvez tenha sido a indicação de que o ajuste na taxa de juros pode ser maior do que o BC vinha indicando anteriormente, com a retirada da menção a ajuste parcial”, diz Fernando Siqueira, gestor de renda variável da Infinity Asset. “Apesar disso, o impacto tende a ser pequeno no mercado financeiro. Renda fixa pós-fixada pode ser beneficiada, com aumento dos rendimentos, como CDBs e LFTs, assim como o real tende a se fortalecer, com ‘carry trade’. As ações de empresas do setor financeiro tendem também a ser marginalmente beneficiadas, especialmente as de seguradoras.”

Para Thiago Nemézio, líder de alocação da Blue3, o comunicado do Copom deixou desta vez bem clara a “preocupação com a inflação”, mostrando alguma surpresa com sua “resiliência”. Ainda assim, mesmo com a perspectiva aberta para Selic mais alta ao fim do ano, as revisões para o PIB tendem a continuar contribuindo para o apetite por renda variável, notadamente Bolsa, diz o especialista. “Os preços (dos ativos em Bolsa) não estão esticados se considerarmos o Preço/Lucro em relação às médias históricas”, acrescenta.

Ainda assim, o Ibovespa teve hoje desempenho abaixo do observado em Nova York, no fechamento, com Dow Jones em queda de 0,62% e o Nasdaq, em alta de 0,87%. Refletindo a acentuação do ajuste em Eletrobras, assim como o desempenho negativo dos setores de mais peso no índice, como commodities, bancos e siderurgia, o Ibovespa aprofundou perdas depois do meio da tarde, renovando mínima desta quinta-feira a 127.576,44 pontos, em queda então de 1,30% – na máxima de hoje, foi aos 129.919,47, com abertura a 129.259,44 pontos.

Entre outros pontos, o parecer da MP da Eletrobras apresentado pelo relator, senador Marcos Rogério (DEM-RO), aumenta a quantidade de energia que o governo terá que contratar de térmicas a gás, de 6 mil megawatts (MW) para 8 mil MW. A alteração beneficia Estados do Sudeste e demonstra que o governo não está confiante de que o texto passará com folga, relataram nesta tarde as repórteres Marlla Sabino e Anne Warth, da Agência Estado em Brasília.

“Considero importante a privatização da Eletrobras, mas ela não pode ser feita a qualquer custo – e a negociação política, para aprovação, envolve custos que podem distorcer a finalidade a que se propunha a MP. Se o custo for muito alto, talvez o melhor a fazer é deixar para outro momento”, diz Nemézio, da Blue3. “Quando os investidores começam a se frustrar por vários motivos, vem essa correção. A inclusão de novos trechos, novas regras, que não estavam previstos, resulta nisso. O principal é que precisa votar até dia 22, pode caducar sem que se chegue à votação. A expectativa de capitalização vai indo por água abaixo, frustrando os investidores”, diz Marcus Araújo, economista e sócio da Valor Investimentos.

Nesta quinta-feira, Eletrobras ON e PNB fecharam, respectivamente, em baixa de 3,05% e 3,18%, entre as de pior desempenho na carteira Ibovespa nesta sessão – na ponta do índice da B3, destaque para Braskem (-5,38%), CSN (-4,95%) e PetroRio (-4,54%). A queda de preço do petróleo também colocou pressão sobre Petrobras PN e ON, em baixa de 3,47% e 3,08% no fechamento, enquanto Vale ON mostrava perda de 2,08%. Dia também negativo para as ações de bancos, após os ganhos do dia anterior: hoje, sob liderança de BB ON (-2,38%). Na ponta positiva do Ibovespa, destaque para Banco Inter (+5,35%), Magazine Luiza (+4,92%) e Locaweb (+4,79%). (Luís Eduardo Leal – [email protected])

17:32

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 128057.22 -0.93012

Máxima 129919.47 +0.51

Mínima 127576.44 -1.30

Volume (R$ Bilhões) 3.79B

Volume (US$ Bilhões) 7.54B

17:34

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 129055 -0.6505

Máxima 130740 +0.65

Mínima 128325 -1.21

CÂMBIO

O aceno do Banco Central para a chance de elevar os juros em ritmo mais intenso em agosto ajudou o real a ter o melhor desempenho no mercado internacional nesta quinta-feira, com relatos de ingressos de capital externo no País. O dólar testou os maiores níveis em dois meses ante moedas rivais, mas operou em queda durante todo o dia no Brasil, se aproximando novamente dos R$ 5,00. O ritmo de baixa da moeda americana se reduziu um pouco nos negócios da tarde, na medida em que outros mercados pioravam, e o Ibovespa recuou a 127 mil pontos, mas a divisa ainda seguiu distantes das máximas do dia. No mercado externo, predominou a cautela após a maioria dos dirigentes do Federal Reserve sinalizar que altas de juros podem ocorrer a partir de 2023.

No fechamento, após cair para a mínima de R$ 5,0090 no começo da tarde, o dólar terminou o dia em baixa de 0,74%, a R$ 5,0225. No mercado futuro, o dólar para julho cedia 0,61% às 17h, a R$ 5,0275.

O comunicado mais duro, ou hawkish, do Banco Central pode levar o dólar a cair abaixo de R$ 5,00, avaliam participantes do mercado. Mas a dúvida é se o movimento vai durar ou será de curto prazo.

Para o economista-chefe da JF Trust Gestão de Recursos, Eduardo Velho, o BC mais firme na elevação de juros favorece o dólar abaixo de R$ 5,00, mas a dinâmica de alta no exterior pode limitar esse movimento, na medida em que o Fed também passou a adotar um tom mais duro na sinalização de sua estratégia, o que pode desacelerar o fluxo de recursos para economias emergentes.

No mercado internacional, o dólar teve o dia de maior alta desde 20 de março, chegando ao maior valor ante o euro desde meados de abril, ressalta o analista sênior de mercados do Western Union, Joe Manimbo. A moeda americana subiu ao maior nível em seis semanas ante a libra e o dólar canadense, na medida em que os dirigentes do Fed sinalizaram antecipação da alta de juros, em meio à preocupação de que a inflação alta nos EUA pode demorar mais tempo para se dissipar. O índice DXY, que mede o dólar ante divisas principais, bateu em 92 pontos na máxima do dia.

A curva a termo de juros passou a precificar maior chance de elevação de 1 ponto porcentual na Selic em agosto. Ao mesmo tempo, bancos como BNP Paribas e Credit Suisse elevaram suas projeções para a taxa básica, que deve superar os 7% ao final do ano.

Neste ambiente, como ressalta um ex-diretor do Banco Central, mesmo com o real tendo registrado o melhor desempenho global ante o dólar nas últimas semanas, hoje teve valorização adicional e o movimento pode prosseguir. Este profissional ressalta que será ainda mais importante monitorar nos próximos dias as declarações de dirigentes do Fed, além de observar a ata das reuniões tanto do Copom quanto do Fomc.

As mesas de operação monitoraram ainda a votação no Senado da Medida Provisória que abre caminho para a privatização da Eletrobras. O diretor de um banco de investimento destaca que há algum tempo não se contava com essa possibilidade de venda da estatal, mas agora já faz parte do cenário-base do banco, o que pode trazer capital estrangeiro ao Brasil. Ele também ressalta que haverá grandes ofertas de ações até o final de julho, para aproveitar a atual janela de captação antes das férias de verão no Hemisfério Norte, que podem movimentar R$ 15 bilhões, dos quais perto de 30% a 40% de capital estrangeiros.

Na próxima semana haverá a precificação de duas ofertas subsequentes: a da EcoRodovias, no dia 22, que pode movimentar R$ 1,8 bilhão, e a do Banco Inter, dia 24, que pode girar US$ 5,5 bilhões. Há ainda algumas emissões externas de títulos de dívida para sair, ressalta este executivo. A perspectiva melhor para a economia em meio ao avanço da vacinação, com a média diária superando 1 milhão de doses, ajuda a tornar empresas brasileiras mais atrativas aos investidores, ressalta ele. (Altamiro Silva Junior – [email protected])

MERCADOS INTERNACIONAIS

O dólar mostrou força, ainda na esteira dos anúncios de ontem do Federal Reserve (Fed), o que levou analistas a debater, sem consenso, sobre se o movimento da moeda terá um ajuste adiante ou se esse impulso prosseguirá. A força do dólar levou o petróleo a recuar, enquanto nas bolsas de Nova York o setor de energia foi o mais penalizado, mas houve fechamento misto, com altas em tecnologia e serviços de comunicação apoiando o Nasdaq. Entre os Treasuries, houve recuo nos retornos mais longos, com ajuste após o movimento mais forte de ontem, mas o juro da T-note de 2 anos ganhou fôlego à tarde e subiu.

O Fed manteve a política, mas projetou maior crescimento e mais inflação, com os dirigentes prevendo elevação de juros mais cedo – em 2023 segundo o gráfico de projeções, de 2024 anteriormente. Isso fortaleceu o dólar ontem, movimento que prosseguiu no dia de hoje. Ao analisar o movimento da quarta-feira, a Capital Economics nota que a valorização do dólar foi generalizada, considerando que o Fed afetou as moedas por meio de dois canais: “um declínio em ativos ‘arriscados’, e retornos mais altos de bônus dos EUA”. Em outro relatório, a consultoria diz que os juros dos Treasuries devem subir mais até o fim do ano, com o da T-note de 10 anos superando 2% nos próximos meses, o que apoiará a divisa dos EUA.

O Wells Fargo, por outro lado, acredita que o movimento de fortalecimento do dólar tende a ser temporário. Para o banco, no médio e no longo prazo a divisa perderá força diante de melhores perspectivas de crescimento em outras nações, apoiando outras moedas, o que provocaria “gradual depreciação do dólar”. Já a Western Union destacou que hoje o dólar deixou de lado um dado fraco de pedidos de auxílio-desemprego, que tiveram alta inesperada na semana. O Erste Group, por sua vez, acredita que o dólar pode seguir apoiado, opinando que o mercado ainda estaria “precificando muito baixo os riscos de inflação nos EUA”.

Hoje, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras divisas principais, subiu 0,83%, a 91,889 pontos. No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 110,29 ienes, o euro recuava a US$ 1,1908, e a libra caía a US$ 1,3925.

A força do dólar pressionou o petróleo, que também passou por um ajuste após ganhos recentes. O contrato do WTI para julho fechou em baixa de 1,54%, a US$ 71,04 o barril, na Nymex, e o Brent para agosto recuou 1,76%, a US$ 73,08 o barril, na ICE. O Commerzbank destaca a provável eleição do conservador Ebrahim Raisi na eleição presidencial de amanhã do Irã e vê o fato político como negativo para as chances de um entendimento entre Teerã e as potências em relação ao acordo nuclear. “Qualquer retorno das exportações de petróleo iranianas é questionável, em outras palavras”, acredita o banco.

A fraqueza do petróleo penalizou o setor de energia em Nova York, com bancos em baixa diante da queda majoritária nos retornos dos Treasuries. Já papéis de tecnologia e serviços de comunicação avançaram, amparando o Nasdaq. O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,62%, em 33.823,45 pontos, o S&P 500 caiu 0,04%, a 4.221,86 pontos, e o Nasdaq avançou 0,87%, a 14.161,35 pontos.

Entre os Treasuries, os retornos caíram na maioria, após os ganhos de ontem amparados pelo Fed, mas hoje o retorno da T-note de 2 anos, mais influenciado pela política monetária, voltou a ganhar força. No horário citado, o juro da T-note de 2 anos subia a 0,217%, no maior nível em um ano, o da T-note de 10 anos recuava a 1,523% e o do T-bond de 30 anos caía a 2,119%.

Ainda no noticiário, a Casa Branca informou que doses de vacinas contra a covid-19 dos EUA devem ser enviadas ao Brasil “nas próximas semanas”, mas sem precisar datas ou volumes. O embarque é parte de um total de doação de 80 milhões de doses a vários países, anunciada anteriormente pelos americanos. (Gabriel Bueno da Costa – [email protected])




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