O clima de aversão ao risco generalizada deu o tom aos mercados nesta primeira sessão de abril, o que significou novo recuo consistente das bolsas, aqui e em Nova York, dólar em novo recorde nominal e importante inclinação da curva de juros. Tais movimentos ocorrem em meio ao aumento de casos de coronavírus, sobretudo nos EUA, resultando em um pessimismo cada vez mais intenso sobre o impacto na economia global. O número de infectados no mundo já supera os 900 mil, com mais de 200 mil apenas no território americano. Tudo isso junto com as cotações historicamente baixas do petróleo e, no caso do Brasil, com as dificuldades de diálogo entre o Executivo e o Legislativo, bem como a demora na implementação de medidas que garantam renda a empresas e às pessoas mais necessitadas. Assim, depois de um primeiro trimestre de perdas históricas, os principais índices de Wall Street começaram abril com perdas superiores e 4%, em um dia em que o presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren, previu aumento "dramático" no desemprego nos EUA por causa da pandemia. O Ibovespa não escapou dessa piora de percepção e, no momento de queda mais aguda do dia, chegou a abandonar os 70 mil pontos. No fim, contudo, teve desempenho "menos pior" do que seus pares em Nova York, ao ceder 2,81%, aos 70.966,70 pontos. Enquanto isso, o dólar também seguiu em sua toada recente, de valorização ante divisas emergentes e ligadas a commodities. Ante o real, a moeda dos EUA chegou a tocar em R$ 5,27, mas terminou a R$ 5,2628, com valorização de 1,27%, elevando o avanço acumulado no ano para 31,18%. E desta vez, os juros não conseguiram passar incólumes ao cenário de deterioração de expectativas e dólar elevado. Depois de uma manhã mais tranquila, as taxas longas ampliaram a alta para até 30 pontos-base e as curtas, que cediam na primeira metade do dia, passaram a exibir viés de alta. Com isso, as apostas de corte de 0,50 ponto porcentual na Selic no Copom de maio, que na primeira etapa chegaram perto de 80%, arrefeceram para 50% no fechamento da sessão regular.
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