CONFUSÃO SOBRE POSSÍVEL FURO AO TETO DE GASTOS AZEDA HUMOR DO MERCADO NA RETA FINAL

Blog, Cenário
Os investidores criaram, ao longo dos últimos dias, a expectativa de que o Congresso retomasse a agenda de reformas e de que governo e Parlamento tratariam a questão fiscal com prioridade. Mas hoje o mercado teve uma amostra de que a alta política e a equipe econômica estão longe de falar a mesma língua, o que resultou em piora imediata dos ativos. Até então descolados da cautela externa, com fluxo de entrada de recursos e visão otimista sobre as contas públicas e a vacinação no Brasil, bastou uma linha, já na reta final dos negócios, para mudar tudo e fazer com que alguns ativos chegassem a ficar pior do que os pares internacionais. Segundo apurou o Broadcast, o relatório da PEC Emergencial que deve ser apreciado pelo Congresso prevê que despesas financiadas com receitas desvinculadas fiquem fora do teto de gatos por um ano. Duas fontes resumiram o entendimento do mercado: "o governo pedalou" e "furaram o teto". O Ministério da Economia reagiu imediatamente: disse ser contra qualquer proposta que trate da flexibilização do teto de gastos, mesmo que de forma temporária. Na sequência, começaram a surgir notícias de algumas casas que procuraram o senador Marcio Bittar, relator da PEC, e que receberam a informação de que o relatório não prevê exceção nenhuma ao teto de gastos. Para completar, o ministro da Economia, Paulo Guedes, veio a público dizer que falou com os senadores e com o presidente Jair Bolsonaro, os quais garantiram que não haveria flexibilização do teto. Tudo isso até reduziu os danos, mas foi insuficiente para recobrar o tom otimista visto ate então. O Ibovespa, beneficiado pelo fluxo de recursos para o País, subia cerca de 0,50%, negociado ao redor de 114 mil pontos pouco antes das 17h, mas terminou com recuo de 0,14%, aos 113.589,77 pontos, após chegar a cair para a casa de 112 mil pontos. O dólar à vista saiu de R$ 5,08 para encerrar, às 17h, quase estável, a R$ 5,12 (-0,09%). O dólar futuro para janeiro, que seguiu em negociação, sai de R$ 5,08 para perto de R$ 5,14, até terminar em R$ 5,10 (-1,08%). Os juros futuros, que encerraram a sessão regular com viés de queda e aprofundaram a baixa no começo do pregão estendido, viraram para cima e terminaram perto da estabilidade. Lá fora, as incertezas em relação a um acordo pós-Brexit entre Reino Unido e União Europeia continuaram suscitando cautela. Além disso, ainda que haja expectativas otimistas em relação a um pacote de estímulos nos EUA, o crescimento dos casos de coronavírus e os índices americanos em níveis recordes abriram espaço para correção. O Nasdaq, porém, foi exceção e fechou em novo recorde histórico, sustentado por papéis de serviços de comunicação e tecnologia.  
  • BOLSA
  • CÂMBIO
  • JUROS
  • MERCADOS INTERNACIONAIS
  BOLSA A percepção de que o teto de gastos pode ser 'furado' no ano que vem azedou o dia positivo do Ibovespa, que vinha sustentando a quinta alta consecutiva na marca dos 114 mil pontos. Após apontar o golpe, que veio do Congresso Nacional quase no fim da tarde, o principal índice acionário da B3 inverteu o sinal e chegou a perder 2 mil pontos, para 112.629,18 pontos na mínima, encerrando a sessão de negócios em queda de 0,14%, 113.589,77 pontos. O giro financeiro foi de R$ 33,5 bilhões.   Minuta do substitutivo da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) emergencial, enviada hoje pelo relator, senador Márcio Bittar (MDB-AC), a lideranças do Senado após meses de impasse, a qual o Broadcast teve acesso, indica que o Congresso quer abrir caminho para despesas fora do teto de gastos pelo período de um ano, desde que sejam bancadas com receitas vindas da desvinculação de fundos públicos. "Furaram o teto", afirmou uma fonte do mercado financeiro ouvida assim que o Ibovespa inverteu a mão.   A partir daí, os investidores dispararam ordens de venda e as ações de primeira linha de bancos, que vinham dando sustentação à alta durante todo o dia, arrefeceram o ímpeto de alta, ainda que tenham encerrado o pregão com ganhos. Os papéis de Itaú Unibanco PN subiram 0,59%, Bradesco PN, 0,66%, Banco do Brasil ON, 1,45% e as units do Santander, 2,31%.   A partir daí, houve recado formal do Ministério da Economia de que é contra qualquer proposta que trate da flexibilização do teto de gastos, mesmo que temporária, e o próprio ministro Paulo Guedes veio a público para dizer que conversou com o senador Bittar e que ele afirmou que não havia flexibilização do teto. De acordo com o ministro, o próprio presidente Jair Bolsonaro também negou a intenção. "Conversei com Bolsonaro, que também disse que não há flexibilização do teto", afirmou Guedes.   No entanto, ainda assim, o Índice Bovespa não teve forças para reagir, muito embora o índice futuro tenha conseguido voltar ao positivo encerrando com avanço de 0,22%, aos 113.750 pontos.   Para Juan Espinhel, consultor de investimentos da Ivest Consultoria, em relação às finanças do governo federal, existe um alerta no mercado sobre como serão conduzidos os pacotes de auxílio para o próximo ano e qual será o impacto nas contas públicas. "O risco fiscal existe", ressaltou.   Durante o dia, o fluxo de recursos estrangeiros foi fator determinante para manter o Ibovespa na contramão do movimento de baixa na maioria dos seus pares no exterior. "Há um movimento muito forte para emergentes, que deve seguir até fevereiro, quando os olhares se voltarão mais firmes para as movimentações no Congresso Nacional", ressalta Luis Sales, analista de mercado da Guide Investimentos.   Ainda, as notícias de recuperação da economia que seguem vindo da China, mantém o apetite para as ações de empresas ligadas a commodities metálicas. Vale ON encerrou o dia com ganho de 1,18%.   No início da segunda etapa dos negócios, a notícia sobre o início da imunização contra o coronavírus no estado de São Paulo, a partir de 25 de janeiro próximo, ajudou no humor interno. Aliado a isso, declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) sobre a expectativa de avanço das negociações e votação da reforma tributária ainda este ano também contribuíram.   Segundo ele, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e o relator da reforma tributária, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), devem avançar no texto entre hoje e amanhã, para que o texto possa ser apresentado às lideranças. Segundo Maia, os pontos do relatório já estão "ajustados com o governo". (Simone Cavalcanti - [email protected])     18:32   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 113589.77 -0.14105 Máxima 114531.04 +0.69 Mínima 112629.18 -0.99 Volume (R$ Bilhões) 3.34B Volume (US$ Bilhões) 6.56B         18:33   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 113750 0.21585 Máxima 114570 +0.94 Mínima 112510 -0.88       CÂMBIO Na reta final dos negócios de hoje, o mercado de câmbio teve momentos de forte volatilidade, em meio ao noticiário sobre a PEC Emergencial. O dólar emendou a terceira queda seguida, mas desacelerou rapidamente o ritmo de desvalorização na reta final do mercado à vista. Após cair a R$ 5,05 no início dos negócios, encerrou em R$ 5,12. A razão para o dólar ganhar força ante o real é o risco fiscal e o temor de descumprimento do teto em 2021 após o Broadcast publicar a notícia, apurada com fontes em Brasília, de que na PEC Emergencial, despesas financiadas com receitas desvinculadas ficarão de fora do teto por um ano.   Com o mercado à vista já fechado, o ministério da Economia afirmou ser contra "qualquer tipo de proposta que trate da flexibilização do teto", o que ajudou a acalmar o mercado. Além disso, gestoras e corretoras, como a Guide Investimentos, contataram Brasília e ouviram que o relatório do senador não prevê exceção nenhuma ao teto de gastos.   O dólar futuro, que recuava abaixo de R$ 5,10, chegou a bater em R$ 5,13 com a notícia do <b>Broadcast </b>e voltou a cair para a casa dos R$ 5,10 com a declaração da economia. O dólar futuro fechou em queda de 1,08%, a R$ 5,1000, com volme de negócios de US$ 15 bilhões.   Em meio ao noticiário fiscal, o real deixou de ser a moeda com melhor desempenho internacional hoje, posto alcançando mais cedo em meio à promessa de avanço de reformas fiscais pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em novo dia com relatos de fluxo externo para o Brasil.   "Hoje foi um dia típico que a gente estava com saudade, Brasília aprontou, depois voltou atrás, fortes emoções", disse o responsável pela mesa de futuros da Genial Investimentos, Roberto Motta, em live há pouco. "Mais uma manobra à la Brasil para tentar escapar do teto de gastos por um ano", disse ele, falando que houve tentativas de desmentido pelo governo, mas fica o ruído.   Como destaca Motta, a reação inicial à minuta da PEC Emergencial nas mesas de operação foi de descontentamento geral, com operadores usando termos como "pedalada" e "novo malabarismo" para se referir à medida das despesas fora do teto. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que conversou com Jair Bolsonaro e ele afirmou "que não há flexibilização do teto".   "Não sei se as dúvidas fiscais vão ser dirimidas tão cedo", disse no final da manhã o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita. "O que aprendemos em 2020 é que viver com o teto pode ser difícil, mas manter o teto também é muito difícil. Requer um grau de articulação", disse ele live do jornal Valor Econômico. O banco projeta o dólar em R$ 5,25 este ano, influenciada pelo desmonte da proteção em excesso dos bancos no exterior, o overhedge. Mas em um cenário com a questão fiscal corretamente encaminhada, Mesquita avalia que o dólar por caiar para níveis entre R$ 4,50 e R$ 5,00.   No momento atual, Mesquita destaca que "estamos tendo um movimento global do aumento do apetite por risco". Para ele, isso tem muito a ver com a postura de política monetária atual e esperada dos bancos centrais, que devem seguir expansionistas, com o Federal Reserve sinalizando que os juros não sobem tão cedo e o Banco Central Europeu (BCE), não só está com juros negativos, mas provavelmente deve injetar ainda mais estímulo na economia. O BCE faz sua última reunião de 2020 na quinta-feira.   Com a liquidez em alta e perspectiva de enfraquecimento do dólar, investidores fizeram nova redução em Chicago de posições vendidas em contratos futuros de real na Bolsa de Mercadorias e Futuros (CME, na sigla em inglês). Estas posições passaram de 18,1 mil contratos na semana anterior para 17,8 mil, o menor nível desde final de setembro, de acordo com relatório semanal da CFTC (Commodity Futures Trading Commission).   Na B3, os fundos nacionais aumentaram na sexta-feira em mais 3,2 mil contratos suas posições vendidas em dólar futuro ante o real, ou seja, seguem acreditando na queda da moeda americana. O total de contratos chegou a 165,6 mil, de acordo com dados da B3 monitorados diariamente pela corretora Renascença. Já os estrangeiros cortaram posições compradas em dólar futuro (apostam na alta da moeda americana) de 77 mil na quarta-feira para 70 mil na sexta. (Altamiro Silva Junior - [email protected])     18:32   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.12000 -0.0898 5.17010 5.05780 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL 5100.000 -1.07652 5170.000 5057.500 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5140.000 04/12       JUROS Após um dia relativamente tranquilo, os juros passaram por um estresse na sessão estendida da B3, zerando a queda vista na etapa regular e passando a operar em alta, renovando máximas em vários pontos da curva. O gatilho foi a informação, apurada pelo Broadcast, de que a minuta do substitutivo da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) emergencial traz autorização para que receitas desvinculadas banquem despesas fora do teto por um ano após a aprovação do texto. A medida foi lida como "pedalada" e possível ameaça à manutenção do forward guidance do Banco Central, que indica manutenção dos juros em níveis estimulativos por um período prolongado desde que cumpridas determinadas condições, às vésperas do Copom. Até então, a perspectiva de manutenção de fluxo firme para mercados emergentes e notícias domésticas positivas, como a de que a vacinação contra a Covid em São Paulo começa em janeiro e perspectiva de avanço nas reformas já nesta semana, asseguraram recuo das taxas no fechamento da sessão regular.   A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou a sessão regular em 3,06% e a estendida em 3,075%, de 3,094% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2023 fechou a regular em 4,42% e a estendida em 4,475%, de 4,505% no ajuste de sexta-feira. A do DI para janeiro de 2025 fechou a regular a 6,08% e a estendida em 6,14%, de 6,134% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2027 passou de 6,923% para 6,91% (regular) e 6,96% (estendida).   A realização de lucros que começou na sexta-feira perdeu força no fim da manhã de hoje, quando as taxas zeraram a alta e passaram a oscilar inicialmente com viés de baixa, mas ampliaram a queda perto do fechamento da sessão regular. No fim do dia, o detalhe da minuta da PEC, obtida pelo Broadcast, provocou uma reviravolta no sentimento do mercado, que passou a recompor prêmios com a leitura de piora no risco fiscal e ameaça ao teto de gastos. Dado o estrago, o Ministério da Economia se manifestou dizendo ser contra qualquer proposta que trate da flexibilização do teto de gastos, mesmo que temporária.   Na avaliação dos players, se a regra for aprovada, não se descarta mudança no forward guidance da política monetária já no Copom desta semana. "Eu diria que põe em risco sim. Fábio Kanczuk falou que estava por um triz, embora não que caindo o forward guidance teria alta da Selic imediatamente", disse um gestor, lembrando que a manutenção do teto de gastos é uma das condições para a sustentação da orientação futura.   Na maior parte da segunda-feira, porém, houve otimismo. "O mercado lá fora segue bastante favorável a ativos emergentes, com perspectiva de liquidez global farta, e aqui temos a sinalização de que o auxílio emergencial não será prorrogado. São coisas que induzem à compressão dos prêmios na curva e ganhos no real e na Bolsa", disse Rogério Braga, diretor de Gestão de Renda Fixa e Multimercados da Quantitas Asset.   O estrategista da XP Investimentos, Fernando Ferreira, disse que os programas de estímulos devem ser mantidos pelo mundo no ano que vem, o que de alguma forma deverá beneficiar o Brasil, citando o esperado pacote de estímulos os Estados Unidos e lembrando que o Japão anunciou hoje um programa de estímulo hoje, disse.   O mercado ainda testava uma correção das quedas recentes quando, no fim da manhã, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), informou que o início do Plano Estadual de Imunização (PEI) contra a covid-19 será em 25 de janeiro, com a CoronaVac. Segundo Doria, qualquer brasileiro que estiver em São Paulo e pedir para ser vacinado dentro do Plano, apresentado hoje, será imunizado gratuitamente.   A CoronaVac está na fase final de análise de eficácia e ainda não recebeu aval da Anvisa, mas, de todo modo, o mercado olhou o copo meio cheio. "Até data para vacina vira motivo para comemoração", diz Braga, acrescentando que o mercado está mais otimista com a parte fiscal.   À sinalização de que o "coronavoucher" não deverá ser estendido, soma-se ainda informação de que o governo desistiu de apresentar um programa de renda mínima, mantendo o orçamento do Bolsa Família. Ao Broadcast Político, o relator do Orçamento, Marcio Bittar (MDB-AC), disse que prepara um parecer da PEC com a previsão de gatilhos, como corte de salário no funcionalismo público, para União, Estados e municípios, que poderá ser apresentado ainda hoje se receber o aval das bancadas do Senado. (Denise Abarca - [email protected])     18:33   Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 1.92 Capital de Giro (%a.a) 4.98 Hot Money (%a.m) 0.56 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90     MERCADOS INTERNACIONAIS O Reino Unido e a União Europeia voltaram a dizer nesta tarde que ainda não há acordo entre as partes e o risco de um Brexit sem pacto comercial continua a impor certa cautela, o que tem pressionado a libra. A moeda britânica caiu em relação ao dólar, mas a divisa americana tampouco mostrou grande fôlego, em leve alta frente a outras moedas principais. Nos EUA, a perspectiva de um acordo fiscal por mais estímulos apoiou o humor, enquanto o avanço da covid-19 continuava e colocar um freio no otimismo. Com as bolsas próximas de máximas históricas recentes, houve sinal misto nos índices em Nova York. O Nasdaq terminou em alta, com novo recorde histórico de fechamento, sustentado por papéis de serviços de comunicação e tecnologia. Entre os Treasuries, a demanda pela segurança dos bônus levou os retornos para baixo, enquanto no caso das commodities o petróleo recuou, pressionado pelos riscos à demanda diante da pandemia. Hoje, a Fitch revisou suas projeções para a economia global e passou a projetar contração menor neste ano - de 3,7%, de 4,4% em setembro -, e maior crescimento em 2021 (de 5,2% a 5,3%), com a perspectiva de vacinas contra o novo coronavírus e menos distanciamento social no decorrer do próximo ano.   A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e o premiê britânico, Boris Johnson, conversaram nesta tarde por telefone, mas notaram em comunicado que anda não há condições para um acordo entre as partes, com "divergências significativas" em pesca, governança e na busca por um campo justo de disputa entre as economias. A Capital Economics diz que neste momento pode haver cerca de 50% de chance de um acordo e lembra que, mesmo que ele se concretize, deve haver problemas num primeiro momento nos negócios entre as partes, já que as empresas precisarão se adaptar ao que for decidido. Para a consultoria, há mais riscos de baixa para a libra do que de alta, no quadro atual.   A Western Union destacou em relatório os riscos do Brexit para a libra. Além disso, citou como outro fator a reduzir o apetite por risco hoje a imposição, pelo Tesouro dos EUA, de sanções contra 14 funcionários da China por ações relacionadas a Hong Kong, sem dar detalhes de sua motivação, no mais recente episódio de tensão bilateral entre as potências.   O dólar, por sua vez, subiu ante outra moedas principais. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras divisas fortes, avançou 0,10%, a 90,792 pontos. No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 104,04 ienes, o euro recuava a US$ 1,2114, quase estável, e a libra tinha baixa a US$ 1,3383.   O avanço da covid-19 nos EUA continuou no radar, mas a perspectiva de mais estímulos melhorava atenuava as preocupações dos investidores. Assessor econômico do governo atual, Larry Kudlow disse que as chances de um acordo por um pacote fiscal antes do fim deste ano "estão melhorando". A IHS Markit prevê um acordo bipartidário em Washington por uma extensão de três meses nos programas de emergência para desempregados, com pagamento de US$ 300 por semana aos que não têm trabalho, e calcula que esse estímulo pode mais que compensar o impacto negativo nos gastos do recente salto nos casos da doença, junto com notícias "promissoras" sobre vacinas. A Fitch, nesse quadro, atualizou previsões, esperando agora que o PIB global recue 3,7% em 2020 e avance 5,3% em 2021, com a retomada ganhando fôlego a partir do segundo semestre de 2021, em contexto de vacinas e menos distanciamento social.   Nas bolsas de Nova York, o dia foi misto, com o tom negativo predominando após os três índices terem tido fechamento recorde de alta na sexta-feira. O Nasdaq ainda assim subiu, com papéis de serviços de comunicação e tecnologia destoando do sinal predominante. O Dow Jones fechou em baixa de 0,49%, em 30.069,79 pontos, o S&P 500 recuou 0,19%, a 3.691,96 pontos, e o Nasdaq subiu 0,45%, a 12.519,95 pontos.   Entre os Treasuries, houve demanda pela segurança dos bônus. O MUFG lembrou em relatório que a economia dos EUA ainda tem um longo caminho até a recuperação e que cerca de 10 milhões de trabalhadores americanos estão sem emprego. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos caía a 0,136% e o da T-note de 10 anos, a 0,931%.   Já entre as commodities, o petróleo WTI para janeiro fechou em baixa de 1,08%, a US$ 45,76 o barril, na Nymex, e o Brent para fevereiro caiu 0,93%, a US$ 48,79 o barril, na ICE. O temor de uma segunda onda da covid-19 continuou a pesar, enquanto as movimentações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) para ajustar sua oferta seguiram em foco. O grupo deve voltar a se reunir no início de janeiro para um eventual novo ajuste em seu acordo conjunto de produção, mas com margem de 500 mil barris por dia para cima ou para baixo no já combinado para a partir de 2021. A expectativa é que a Opep+ passe a realizar reuniões mensais para definir esses ajustes. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])          
Gostou do post? Compartilhe:
Receba nossos conteúdos por e-mail
Captcha obrigatório
Seu e-mail foi cadastrado com sucesso!

Copyright © 2023 Broker Brasil. Todos os direitos reservados

Abrir bate-papo
Olá!
Podemos ajudá-lo?