COMPRA DE VACINA E LIRA GARANTINDO O TETO REVERTEM TOMBO DE ATIVOS BRASILEIROS

Blog, Cenário
Os ativos brasileiros tiveram uma reviravolta no fim do dia. Faltando pouco mais de uma hora para o encerramento dos negócios, veio a público a informação de que o Ministério da Saúde decidiu comprar as vacinas de Pfizer e Janssen. Ainda que a maior fatia das doses vá chegar apenas na segunda metade do ano, a notícia conseguiu reverter uma parte da forte aversão ao Brasil que prevalecia até então, com a Bolsa derretendo mais de 3%, o dólar perto de R$ 5,75 e os juros futuros disparando. Até porque, praticamente ao mesmo tempo, o presidente da Câmara, Arthur Lira, usou o Twitter para amenizar outro risco que vinha sendo embutido nos ativos, ao garantir que qualquer decisão sobre o auxílio emergencial e o Bolsa Família seria tomada respeitando o teto. Naquele momento, os investidores olhavam para um quadro nada animador, composto pela combinação de mais medidas restritivas em São Paulo, diante da disparada da pandemia no Estado e no País, com o aumento do risco fiscal, em meio às incertezas que rondam a votação da PEC Emergencial, prevista para hoje. O mercado reagia negativamente à informação, publicada pelo Broadcast, de que deputados e senadores indicaram um total de R$ 47 bilhões em emendas parlamentares para 2021 e que articulavam tirar os recursos do Bolsa Família do teto de gastos neste ano para abrir espaço a essas emendas. Em meio a isso, o Banco Central já tinha despejado, sem muito sucesso, mais US$ 2 bilhões em leilões de swap cambial no mercado para tentar conter a escalada do dólar. Mas a moeda brasileira, que teve a pior performance ante a americana em grande parte da sessão, terminou perto do zero a zero. A divisa dos EUA fechou com pequena desvalorização de 0,03%, a R$ 5,6643. O Ibovespa, que operava na casa de 107 mil pontos antes de Lira e da compra das vacinas, foi renovando máximas saltou para o nível de 112 mil pontos em pouco minutos, até também terminar não muito longe da estabilidade, com baixa de 0,32%, aos 111.183,95 pontos. Enquanto isso, os juros futuros fecharam a sessão regular em alta, a sexta consecutiva, influenciados pelo quadro doméstico e pelo avanço do rendimento dos Treasuries. Mas na sessão estendida, já sob efeito da declaração do presidente da Câmara e da notícia sobre vacinas, tiveram alívio e caíram. Nesse vaivém, tanto a queda histórica do PIB em 2020, porém menor do que o esperado, quanto o exterior ficaram em segundo plano. Em Wall Street, o avanço da vacinação seguiu impulsionando o otimismo com a retomada da economia e, consequentemente, com a inflação, o que puxou o rendimento dos T-notes, deixando as bolsas americanas em queda.  
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  BOLSA O Ibovespa teve fim de tarde em ritmo de montanha-russa, saindo de perdas superiores a 3% no pior momento, a caminho então do menor nível de fechamento desde 23 de novembro, aos 107.465,78 pontos na mínima da sessão, para tocar máxima a 112.398,24 pontos, em alta de 0,77%, então levemente acima do encerramento da última quinta-feira. Ao fim, o índice da B3 mostrava leve baixa de 0,32%, aos 111.183,95 pontos, com giro financeiro a R$ 48,8 bilhões. Na semana, o índice acumula ganho de 1,04%, com perdas a 6,58% no ano.   Tuíte do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que são infundadas as especulações de que o teto de gastos será furado, e a sinalização de que o governo federal pretende comprar vacinas da Pfizer e da Janssen ocorriam durante este abrupto movimento. "Por si, é pouco para justificar tamanha oscilação. O que temos é muita volatilidade, inclusive no exterior", observa Pedro Paulo Silveira, gestor da Nova Futura Investimentos. "As notícias, o pano de fundo, ainda são os mesmos: ruins."   Este começo de março dá continuidade ao padrão visto a partir da segunda quinzena de fevereiro, quando o Ibovespa iniciou correção que o tiraria dos 120 mil pontos, no fechamento do dia 17, para 107,3 mil na mínima intradia de ontem, acompanhando a combinação de agravamento da pandemia no País - desconectado da melhora no exterior, especialmente EUA - e de incerteza sobre as finanças públicas, acentuada por falta de avanço nas reformas e por ensaio de populismo na gestão econômica, com intervenção em estatal e possível furo no teto de gastos.   Assim, no dia em que foi anunciado o retorno do Estado de São Paulo à fase vermelha, a mais restritiva, o avanço acima do esperado na margem para o PIB do quarto trimestre foi recebido como evento passado, e o Ibovespa tendeu entre os 107 mil e os 109 mil pontos durante boa parte da tarde.   Hoje, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo federal fez todo possível para evitar que "tivéssemos um caos no Brasil" e que, "instalando-se um caos, a gente não sabe o que pode acontecer". O infectologista americano Anthony Fauci, conselheiro do governo Joe Biden, demonstrou preocupação com a escalada da pandemia no País. "É muito difícil a situação em que o Brasil se encontra", afirmou o médico ao ser questionado sobre o assunto durante coletiva de imprensa. O cientista também se mostrou disposto a discutir com autoridades brasileiras medidas para enfrentar a crise sanitária. Fauci frisou que a imunidade temporária que os indivíduos adquirem após serem infectados pelo vírus não protege contra as novas cepas.   "O Brasil está aparecendo como fator de risco pandêmico, em situação fora de controle. Isso num momento em que o mercado tem exigido mais prêmio de risco para financiar a maior economia do mundo, inclinando a curva de juros nos EUA", o que afeta a atratividade dos emergentes, observa Jefferson Laatus, estrategista do Grupo Laatus. O avanço do populista Bolsonaro sobre o liberal Paulo Guedes obscurece a percepção do mercado para esta segunda metade de governo, afetando os ativos brasileiros de forma conjunta, acrescenta Laatus. "O 'Chicago boy" não existe mais, é como se tivesse virado um soldado que segue o general como se fosse a Lei. O mercado está precificando, cada vez mais, a teimosia e incoerência de Bolsonaro."   "Tivemos dia um pouco mais pesado lá fora, com esta pressão sobre os yields dos Treasuries, e aqui estamos navegando mares bravios, com muitas informações desencontradas sobre como ficará o fiscal: a cada hora é uma coisa, há muita informação cruzada sobre isso", diz Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.   Entre os carros-chefes do Ibovespa, Petrobras ON e PN chegaram a mostrar perdas acima de 6%, para fechar respectivamente em baixa de 4,29% e 3,64%, com a decisão de quatro conselheiros de deixar a empresa após o governo ter encaminhado a substituição do economista Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna, em meio à insatisfação de Bolsonaro com os reajustes nos preços de combustíveis, especialmente o diesel. Embora sem o mesmo peso sobre os preços da ação, chegou à atenção do mercado a volumosa operação com opções de venda da Petrobras depois de reunião palaciana em Brasília na qual a substituição teria sido definida, o que pode resultar em investigação pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).   Ontem à noite, em entrevista à Jovem Pan, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a demissão de Roberto Castello Branco da presidência da Petrobras foi a "satisfação política" que Jair Bolsonaro deu aos caminhoneiros, grupo considerado fiel ao presidente. Guedes reconheceu que a decisão teve impactos econômicos ruins e disse ter deixado clara sua posição em conversas com Bolsonaro.   "É quase uma tempestade perfeita: o mundo a caminho de melhora, e nós não, o que se reflete no dólar, na Bolsa e na curva de juros. O pacote inclui regressão de fase em São Paulo, com piora simultânea da pandemia em todo o País, sistema de saúde à beira de colapso, e um presidente que diz não ter nada a ver com isso, disposto a passar por cima de quem o desagrada, mesmo em empresas como a Petrobras, que agora tem esta questão do 'insider trading'", diz uma fonte de mercado. Hoje, o dólar à vista fechou perto da estabilidade (-0,03%), a R$ 5,6643, mas, em dia volátil como na Bolsa, chegou na máxima da sessão aos R$ 5,7725.   Na ponta do Ibovespa nesta quarta-feira, destaque para alta de 4,61% para PetroRio, à frente de Magazine Luiza (+3,50%) e de Bradesco ON (+2,02%). Maior perda do Ibovespa na sessão, Pão de Açúcar caiu 5,61%, com CVC em baixa de 4,53% e Petrobras ON, de 4,29%. (Luís Eduardo Leal - [email protected])     18:23   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 111183.95 -0.31903 Máxima 112398.24 +0.77 Mínima 107465.78 -3.65 Volume (R$ Bilhões) 4.88B Volume (US$ Bilhões) 8.51B         18:27   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 111400 -0.51795 Máxima 112780 +0.71 Mínima 107545 -3.96     CÂMBIO Não foi a injeção de US$ 2 bilhões de recursos hoje pelo Banco Central que ajudou a conter a disparada do dólar, que bateu em R$ 5,77, mas a notícia de que o governo federal fechou a compra de lotes de 100 milhões da vacina da Pfizer e da Janssen. Em poucos minutos, em virada surpreendente, o dólar zerou a alta e saiu da casa dos R$ 5,75 para R$ 5,63, nas mínimas do dia. Declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira, quase em paralelo ao anúncio das vacinas, prometendo respeitar o teto de gastos também tiveram peso importante na melhora do câmbio.   No fechamento de hoje, o dólar encerrou perto da estabilidade, em leve queda de 0,03%, a R$ 5,6643. No mercado futuro, o dólar para abril recuava 1,16%, a R$ 5,6195 às 18h15. Novamente o giro financeiro foi alto, de US$ 23 bilhões.   "Tudo vai depender de vacina, vacina é fundamental. Se a gente conseguir ter uma quantidade suficiente de vacina até o primeiro semestre, pode dar uma acelerada no segundo semestre e ter um crescimento maior, caso contrário, pode ter crescimento menor", comentou o economista-chefe da Genial Investimentos, José Marcio Camargo, em live nesta tarde. A projeção do economista é de crescimento de 3% em 2021." "Essa segunda onda está sendo muito poderosa", disse Camargo.   Camargo observa, porém, que está havendo falta de vacinas no mundo, com países que compraram e ainda não conseguiram as doses. "Na hora em que os países desenvolvidos conseguirem vacinar a maior parte de sua população, vai sobrar vacina no mundo." Em um horizonte de tempo, isso pode ocorrer no segundo semestre. "O problema do Brasil é conseguir a vacina agora." A dúvida é quando a Pfizer vai disponibilizar estas vacinas do contrato com o Brasil, ressaltou o economista. Do ponto de vista de reativação da atividade econômica, o quanto antes o País tiver as doses, melhor.   "Se a gente conseguir trazer essas 100 milhões de doses, é algo já relevante. Quanto mais rápido a gente andar, traz fôlego maior para a atividade econômica", comentou a sócia-diretora da Tendências Consultoria, Alessandra Ribeiro, na mesma live. "O quadro pandêmico está pior do que se imaginava e as dúvidas em relação ao quadro fiscal estão muito fortes", disse ela, prevendo Produto Interno Bruto (PIB) negativo no primeiro trimestre.   "Estamos vendo o câmbio em outro patamar, em R$ 5,75, o Banco Central tentando brigar, colocando dinheiro no mercado, e claro, é super difícil. Os fatores que estão por trás o BC não consegue mudar", afirma a economista. Em seu cenário, ainda está a manutenção do pilar fiscal no Brasil, com o teto respeitado e sem gastos fora, além da aprovação da PEC Emergencial.   Com a premissa da PEC Emergencial aprovada e vacinação avançando, Alessandra Ribeiro vê o PIB ganhando força no segundo semestre. O pior cenário é o não andamento do ajuste fiscal e a retirada de gastos do teto, o que obrigaria o Banco Central a ser mais agressivo na elevação dos juros. A previsão da Tendências para o dólar ao final do ano está em R$ 4,85, mas o número deve subir para a casa dos R$ 5,20 ou um pouco mais, disse ela.   "Tirar o Bolsa Família do teto de gastos seria péssimo", disse Camargo. No final da tarde, o presidente da Câmara dos Deputados afirmou que "são infundadas todas as especulações sobre furar o teto. Tanto o Senado quanto a Câmara votarão as PECs sem nenhum risco ao teto de gastos, sem nenhuma excepcionalidade ao teto."   Com o aumento da incerteza doméstica, o dólar vem sofrendo pressão adicional pela saída de recursos de investidores estrangeiros do país. Na semana entre os dias 22 e 26, ou seja, já pegando o episódio de ingerência na Petrobras, saíram US$ 1,403 bilhão pelo canal financeiro, segundo dados do Banco Central divulgados hoje. Com isso, apenas nesta semana, o BC já injetou US$ 4 bilhões em dinheiro novo no mercado, ontem fez dois leilões de dólar à vista e hoje dois de swap cambial.   "O real ficou completamente descolado", afirma a economista da Tendências, ressaltando que no passado recente, a correlação da divisa brasileira com outras moedas era bem mais estreita. "O grosso dessa história é o fiscal. Essa percepção de que o Brasil não vai dar conta da situação e garantir a sustentabilidade das contas públicas", disse ela, citando ainda o diferencial de juros, que se reduziu muito nos últimos meses. (Altamiro Silva Junior - [email protected])     18:27   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.66430 -0.03 5.77250 5.63830 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL 5623.500 -1.11658 5780.000 5587.500 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5755.000 0.7528 5755.000 5755.000     JUROS Os juros fecharam a sessão regular em alta, a sexta consecutiva, movimento que vem sendo determinado desde a semana passada pelo agravamento das preocupações fiscais e com a pandemia; pelo avanço do rendimento dos Treasuries, que hoje voltaram a flertar com a marca de 1,50% no caso da T-Note de dez anos; e pelo reforço nas apostas de elevação da Selic. Na etapa estendida, porém, declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reafirmando o compromisso com o teto de gastos e a notícia de que o Ministério da Saúde vai comprar vacinas contra a Covid da Pfizer e da Janssen trouxeram forte alívio. O PIB de 2020 e do quarto trimestre melhor do que a mediana das estimativas até ajudou a melhorar os cálculos de carry over para 2021, mas pouco foi capaz de mexer com as taxas, na medida em que o atual contexto da pandemia deve pesar sobre a atividade nos primeiros meses de 2021.   Após encerrarem a regular nas máximas, as taxas devolveram mais de 40 pontos na estendida no caso dos vencimentos intermediários e longos. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou a regular em 4,01%, de 3,884% ontem no ajuste, fechando a estendida em 3,81%. A do DI para janeiro de 2025, após terminar a regular em 7,77%, terminou a estendida em 7,31%, de 7,496% ontem no ajuste. As taxas para janeiro de 2027 e janeiro de 2031 encerraram a regular em 8,42% e 9,05% (de 8,124% e 8,763% nos ajustes), tendo fechado a estendida em 7,93% e 8,59%.   Ao longo da quarta-feira, o cenário de cautela foi endossado pelo pessimismo com a PEC que vai assegurar o pagamento do auxílio emergencial, dia em que também o governo de São Paulo anunciou a entrada do Estado na fase vermelha a partir de sábado. O mercado temia a possibilidade de o Bolsa Família ser retirado da regra do teto de gastos, diante da pressão de lideranças no Congresso. O alívio veio após Lira afirmar, no Twitter, que "são infundadas todas as especulações sobre furar o teto". "Tanto o Senado quanto a Câmara votarão as PECs sem nenhum risco ao teto de gastos, sem nenhuma excepcionalidade", disse. O relator da PEC, Márcio Bittar (MDB-AC), protocolou novo parecer, que prevê limite à despesa com auxílio a R$ 44 bilhões.   Com isso, a inclinação, que na etapa regular era de 442 pontos-base - considerando o diferencial entre o DI para janeiro de 2022 e janeiro de 2027 - caiu para 412 pontos na estendida, ante 425 pontos ontem. Favoreceu o movimento também a decisão do Ministério da Saúde de comprar as vacinas da Pfizer e da Janssen, após meses rejeitando propostas destas empresas. Segundo a Pasta, o ministro Eduardo Pazuello pediu para a sua equipe "acelerar" os contratos e a compra com a Pfizer poderia ser concluída ainda hoje.   De todo modo, a devolução de prêmios foi pequena e a curva segue muito empinada, com os vencimentos longos tendo subido quase 100 pontos desde a última terça-feira. Segundo o Banco Fator, o andamento instável da PEC, com dúvidas sobre o teto de gastos e o programa de emergência, se mistura com as incertezas da pandemia, da vacinação, do distanciamento, das ações de Bolsonaro que aumentam a incerteza, uma certa sensação de que o Copom está atrás da curva, de que o Fomc vai ter que mudar de ideia. "Tudo somado, sobe o dólar, sobem os juros", afirma o relatório do banco, elaborado pelo economista-chefe José Francisco Lima Gonçalves.   André Alírio, operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos, atribuiu a piora nos últimos dias à percepção de um processo gradual de mudança no perfil da orientação da política econômica, de liberal para desenvolvimentista, a partir do episódio da mudança no comando da Petrobras. "O cenário envolve uma preocupação em grande escala com as questões reformistas e ajuste fiscal", afirmou.   Ele observa que alguns vencimentos da curva têm sido mais penalizados, como o DI para janeiro de 2025 que, segundo ele, "é onde tudo vai desembocar". Este trecho recebe influências tanto da percepção da política fiscal e do exterior como também das expectativas para a política monetária de médio prazo, na medida em que não se sabe quanto tempo pode durar o ciclo de aperto da Selic. "A decisão do BC não é simples, pois vai ter de antecipar elementos que ainda são nebulosos, como os efeitos da nova onda da Covid na atividade. Não se sabe o quanto disso será deflacionário, mas há pressão do mercado por um aperto imediato", comentou. (Denise Abarca - [email protected])       18:27   Operação   Último CDB Prefixado 33 dias (%a.a) 2.22 Capital de Giro (%a.a) 5.28 Hot Money (%a.m) 0.56 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90       MERCADOS INTERNACIONAIS A curva de juros dos Treasuries voltou a inclinar. Apesar de indicadores econômicos divergentes nos Estados Unidos, a perspectiva de avanço na vacinação contra a covid-19 segue impulsionando o otimismo de investidores e empresas, como mostrou o Livro Bege do Federal Reserve. Ao mesmo tempo, também retornou ao foco a preocupação com uma escalada inflacionária. No mercado de ações americano, esse temor gerou novamente uma rotação. As bolsas de Nova York recuaram, mas as maiores perdas foram do Nasdaq, já que o índice concentra grandes empresas de tecnologia que seriam impactadas negativamente pela retomada econômica. Papéis dos setores bancário e de energia, por outro lado, encerraram com ganhos. No câmbio, o dólar se fortaleceu ante os pares, apoiado pela alta nos juros de longo prazo.   De acordo com o Livro Bege do Fed, divulgado nesta quarta-feira, a maioria das empresas consultadas continua otimista com o cenário econômico nos próximos 6 a 12 meses, tendo em vista a campanha de imunização contra a covid-19 nos Estados Unidos. Ontem, o presidente americano, Joe Biden, adiantou de julho para maio a previsão de ter vacinas suficientes para todos os adultos do país.   Essa perspectiva de retomada da economia, também reforçada pela tramitação no Congresso do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão, tem aumentado as expectativas de inflação. A alta nos juros dos Treasuries de longo prazo, que resulta desse cenário, voltou no pregão de hoje, depois de ter arrefecido. No final da tarde em NY, o rendimento da T-note de 2 anos subia a 0,144%, o da T-note de 10 anos avançava a 1,469% e o do T-bond de 30 anos registrava ganho a 2,251%.   "Apesar do tremendo progresso nas vacinas contra covid, a recuperação econômica ainda é frágil e os rendimentos crescentes podem desencadear falta de liquidez no mercado, e isso pode ter efeitos colaterais e um impacto negativo em outros mercados", alerta o analista de mercado financeiro Edward Moya, da Oanda.   Com esse cenário no horizonte, mais uma vez a renda fixa ditou o rumo dos mercados hoje. "As ações devolveram os ganhos anteriores e abriram perto da estabilidade. Os rendimentos crescentes dos Treasuries estão pesando nos índices na abertura", escreveram analistas da LPL Financial no começo do pregão. No fechamento, o Nasdaq acabou recuando 2,70%, a 12.997,75 pontos, o S&P 500 cedeu 1,31%, a 3.819,72 pontos, e o Dow Jones caiu 0,39%, a 31.270,09 pontos.   Papéis de big techs, como Apple (-2,45%) e Facebook (-1,39%), estiveram entre os mais impactados. Ontem, a rede social chegou a dizer que a taxa de crescimento da publicidade pode ser afetada pelo avanço da vacinação, já que, com a reabertura da economia, os consumidores direcionariam seus gastos para outros serviços.   No mercado cambial, o dólar avançou contra outras moedas fortes, graças à inclinação da curva de juros, que torna a moeda americana mais atrativa para os investidores. O índice DXY, que mede a variação da divisa dos EUA ante seis rivais, registrou ganho de 0,18%, a 90,947 pontos.   A força do dólar se sustentou apesar da geração de empregos abaixo do esperado no setor privado americano em fevereiro, segundo a ADP. O índice de atividade do setor de serviços medido pelo ISM também ficou aquém da expectativa de analistas no mês passado, mas o PMI de serviços calculado pela IHS Markit subiu ao maior nível desde 2014 no período.   O petróleo, por sua vez, fechou em alta, um dia antes da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) que definirá os rumos da produção do grupo. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI para abril avançou 2,56%, a US$ 61,28, enquanto o do Brent para maio subiu 2,19%, a US$ 64,07, na Intercontinental Exchange (ICE). Os ganhos ocorreram apesar de um salto histórico de 21,563 milhões de barris nos estoques da commodity nos EUA, que, segundo operadores, ocorreu por questões técnicas, devido à tempestade de frio no Texas. (Iander Porcella - [email protected])          
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