COM RISCO POLÍTICO DE VOLTA E EXTERIOR RUIM, DÓLAR CAI E BOLSA VOLTA A 99 MIL PTS

Se o exterior já não vinha ajudando, diante do aumento de casos de covid-19 e sem um pacote de estímulos nos EUA, o cenário doméstico apenas contribuiu para piorar o clima dos mercados nesta terça-feira. Assim, os ativos locais performaram pior do que os pares internacionais, com o dólar em R$ 5,68, o Ibovespa abaixo dos 100 mil pontos e juros futuros em alta. A deterioração do humor ganhou corpo à tarde, depois que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, criticou a obstrução de projetos de interesse econômico pela própria base aliada do governo. Tal fato trouxe de volta a percepção de que as reformas necessárias para ajudar reverter a frágil situação fiscal do País terão dificuldade em andar no Congresso. O resultado não poderia ser outro: fuga do risco. Não por acaso, o real teve o pior desempenho ante o dólar dentro de uma cesta de 34 moedas. A divisa americana no mercado à vista subiu 1,20%, a R$ 5,6827, muito perto da máxima da sessão. E o Ibovespa, que vinha defendendo os 100 mil pontos nos últimos dias, a despeito da piora externa, também não resistiu e cedeu 1,40%, aos 99.605,54 pontos. Os investidores aproveitaram a alta recente dos papéis do setor financeiro e realizaram lucros. Por fim, os juros futuros subiram na véspera da decisão do Copom e apenas ratificaram o aumento do risco local, em meio à falta de medidas para suavizar o quadro fiscal e com o aumento recente das pressões inflacionárias. No exterior, praticamente sem chances de estímulo fiscal nos Estados Unidos antes da eleição, os agentes ficaram divididos entre balanços mistos e o aumento das restrições na Europa, devido ao recrudescimento do surto de covid-19. Assim, os principais índices acionários em Wall Street terminaram sem direção única, enquanto o petróleo subiu, apoiado pelo câmbio e pelo risco de que o furacão Zeta possa prejudicar áreas produtoras no Golfo do México.

 

 

CÂMBIO

O real teve novo dia de descolamento das principais moedas de países emergentes, com o crescente risco fiscal do Brasil voltando a incomodar os investidores. No final do dia, passou a lira turca, moeda que sofre um derretimento este mês, e teve o pior desempenho no mercado internacional, considerando uma lista de 34 moedas mais líquidas. O dólar acabou recuando ante divisas fortes e de emergentes como México, Chile, África do Sul e Colômbia. No mercado doméstico, fechou no maior nível desde 20 de maio, quando encostou em R$ 5,69.

 

Profissionais das mesas de câmbio comentam que a inércia do governo na questão fiscal, sobretudo após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, acusar a base do Planalto de obstruir o avanço das reformas, teve peso decisivo hoje para a alta do dólar, dia marcado por fuga de ativos no exterior, em meio ao aumento de casos de covid ao redor do mundo e a percepção de que um pacote de estímulos nos Estados Unidos só vem depois das eleições. A expectativa é que novidades concretas sobre o ajuste fiscal só virão depois das eleições em novembro.

 

No fechamento, o dólar à vista terminou o dia em alta de 1,20%, cotado em R$ 5,6827. No mercado futuro, o dólar para novembro, que vence na sexta-feira, era cotado em alta de 1,05% às 17h, em R$ 5,6855. O volume de negócios foi um pouco melhor que ontem, com giro de US$ 11 bilhões.

 

“As preocupações fiscais persistem e os preços vão variar a depender das ações do governo nesta área”, afirma a economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte. Neste ambiente, o dólar pode ir de R$ 4,00 para mais de R$ 6,00, a depender de como fica a responsabilidade fiscal do governo. Para 2021, ela projeta a taxa entre R$ 4,80 e R$ 5,00, com o governo cedendo a certas pressões para mais gastos. “Vai ser difícil ver o governo 100% empenhado em compromisso fiscal.”

 

A economista do Ourinvest observa que a taxa de câmbio, além de mostrar a relação de preços entre duas moedas, se tornou importante medida de risco. E o fato de o real ter se desvalorizado o dobro este ano quando comparado a outras moedas emergentes mostra que há fatores internos contribuindo para aumentar a percepção de risco do País. Entre estes fatores, o principal é o fiscal, disse ela em conversa com jornalistas. Por isso, a previsão é que a divisa dos EUA não volta tão cedo no Brasil ao nível pré-pandemia.

 

O Bradesco também alertou nesta terça-feira para os riscos fiscais e vê um cenário de incerteza persistindo pela frente. “A situação das contas públicas ainda inspira cautela, já que existem riscos voluntários e involuntários de rompimento do teto dos gastos”, ressaltam os economistas do banco em relatório de revisão do cenário. O banco leva em conta que não haverá flexibilização do teto, postergação do estado de calamidade ou eventual extensão do auxílio emergencial fora do teto de gastos, mas observa que o clima de dúvidas vai prosseguir. Com isso, o dólar deve encerrar o ano em R$ 5,40.

 

Para 2021, com “teto de gastos mantido, avanço em agenda de reformas, distribuição da vacina e algum crescimento”, o Bradesco espera leve apreciação do real, com o dólar encerrando em R$ 5,20.

 

As mesas de câmbio monitoram também a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que começou hoje, e a dúvida é o que o BC vai falar dos riscos fiscais e da aceleração da inflação. O consenso no mercado é por manutenção dos juros. Mas enquanto o Bank of America espera um tom mais ‘hawkish’ no texto final, com os dirigentes reconhecendo riscos, o ING não vê essa guinada. O argumento é que ainda é cedo para alguma mudança material no texto, uma vez que a pressão nos preços pode se mostrar temporária, ressalta o economista do ING para a América Latina, Gustavo Rangel.

 

“Esperamos que as incertezas fiscais permaneçam elevadas no futuro previsível, ajudando a justificar um prêmio maior na ponta longa da curva de juros e em um real mais fraco”, alerta Rangel em relatório nesta terça-feira. (Altamiro Silva Junior – [email protected])

 

 

17:35

 

Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima

Dólar Comercial (AE) 5.68270 1.2039 5.68370 5.60050

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5690.000 1.12859 5698.500 5600.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5691.500 1.13727 5702.000 5607.000

 

 

BOLSA

 

A política em Brasília voltou ao radar do mercado nesta terça-feira, ainda negativa no exterior com a incerteza em torno do desenlace da eleição nos EUA, na próxima semana, e sobre as consequências da segunda onda de Covid-19 na Europa. Tanto os juros como o câmbio e as ações acentuaram o ajuste após declarações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nesta tarde, que contribuíram para colocar o Ibovespa a 99.413,93 pontos na mínima do dia, com fechamento a 99.605,54 pontos, em queda de 1,40%, a terceira perda consecutiva. Foi também o pior nível de fechamento desde o dia 19, tendo sustentado o patamar de seis dígitos no encerramento desde 20 de outubro, nas cinco sessões.

 

Mais forte do que no dia anterior, o giro financeiro totalizou hoje R$ 24,2 bilhões – na semana, o índice cede 1,63%, limitando o avanço no mês a 5,29%; no ano, o recuo é de 13,87%. Na máxima desta terça-feira, o Ibovespa foi aos 101.660,37 pontos, com abertura a 101.017,38 pontos.

 

Após intervalo tranquilo na frente política, especialmente desde a reaproximação entre Maia e o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente da Câmara criticou hoje a obstrução de sessão pela base aliada. “Se o governo não tem interesse nas medidas provisórias, eu não tenho o que fazer. Eu pauto, a base obstrui, eu cancelo a sessão. Infelizmente, é assim”, afirmou o deputado, convocando nova sessão para 3 de novembro.

 

“As declarações do Maia mostram que as coisas, na política, não estão tão joinhas como se chegou a fazer crer – assim, o político é algo que volta ao preço, bem como nos EUA, com a falta de avanço no pacote fiscal”, diz Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset. “Na política americana, há tantos fatores de incerteza imediata, não só sobre quem vencerá a eleição, como também sobre a composição da Câmara e do Senado, e uma Suprema Corte com mais uma integrante conservadora, em vitória de última hora de Trump.”

 

A partir de amanhã, a atenção do mercado doméstico tende a se dividir entre as incertezas externas e os sinais do BC ao final da reunião do Copom. “Há complicações de cenário que precisarão ser endereçadas na comunicação. A inflação está bem pressionada no curto prazo; não é desprezível e parte dela ficará por período indeterminado. Há choques de oferta que permanecem em aberto. E, em termos fiscais, há uma incerteza completa, inclusive sobre as reformas e sobre como vai ficar o auxílio (emergencial)”, observa Vieira.

 

“O Maia não falou algo muito diferente do que já se sabia. Basta olhar o VIX (índice de volatilidade de NY) para ver que há uma aversão a risco que vem de fora, com muitas incertezas pendentes, como a eleição nos EUA e a evolução da Covid. Aqui, nos balanços de bancos, o do Santander não trouxe muita melhora (no terceiro trimestre), o que ajuda a entender o comportamento observado hoje nas ações do setor”, aponta Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura.

 

Após terem contribuído nas últimas sessões para ao menos limitar as perdas do Ibovespa, o dia foi de realização de lucros nas ações de bancos, setor de maior peso na composição do índice e que vinha sendo favorecido pelo ingresso de recursos estrangeiros na B3 em outubro, bem como pela busca por ações com desconto, ainda muito atrasadas no ano. Assim, a Unit do Santander fechou hoje em queda de 4,73%, com Itaú PN em baixa de 2,85% e Bradesco PN, de 2,79%. Petrobras (PN -1,83% e ON -1,68%) seguiu em terreno negativo na sessão, enquanto Vale ON fechou praticamente estável (+0,05%).

 

Na ponta negativa do Ibovespa, Embraer encerrou hoje em baixa de 6,25%, à frente de Santander (-4,73%) e B3 (-4,06%). Na face oposta, Cosan subiu 2,81%, Localiza, 2,67%, e Gerdau PN, 2,39%. (Luís Eduardo Leal – [email protected])

 

 

17:23

 

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 99605.54 -1.39721

Máxima 101660.37 +0.64

Mínima 99413.93 -1.59

Volume (R$ Bilhões) 2.42B

Volume (US$ Bilhões) 4.28B

 

 

 

 

17:35

 

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 99575 -1.75136

Máxima 101945 +0.59

Mínima 99450 -1.87

 

 

JUROS

Após experimentar ontem um certo alívio, os juros retomaram o que tem sido considerada a tendência “natural”, de alta nas taxas, em meio à falta de medidas para suavizar o risco fiscal e aos sinais de aumento das pressões inflacionárias. Nesse contexto, na véspera de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), a expectativa é de um comunicado com tom conservador, embora o consenso em torno de manutenção da Selic em 2% amanhã siga intacto. O Tesouro realizou leilão de NTN-B, vendendo praticamente todo o lote de até 1,350 milhão, e à tarde, o coordenador-geral de operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, destacou que a flutuação dos prêmios nos títulos públicos diminuiu em outubro.

 

A taxa do contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 3,44%, de 3,435% ontem no ajuste e a do DI para janeiro de 2023 subiu de 4,886% para 4,93%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 6,670%, de 6,605% ontem, e a do DI para janeiro de 2027 passou de 7,434% para 7,49%.

 

O estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, diz não ter havido nada específico para justificar a abertura da curva hoje, atribuída ao contexto geral negativo para a área fiscal. “Ao mesmo tempo, não temos nenhum fator positivo. O tempo está passando, o calendário vai ficando apertado e está evidente que o Congresso está voltado para as eleições. O debate sobre as reformas deve ficar para depois”, disse.

 

Não por acaso, as taxas tocaram máximas à tarde, com declarações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que reforçam a percepção de que a agenda de reformas deve ficar parada nas próximas semanas.

 

Maia cobrou interesse do governo para se avançar com as pautas e criticou a obstrução da sessão pela base aliada. “Se o governo não tem interesse nas medidas provisórias, eu não tenho o que fazer. Eu pauto, a base obstrui, eu cancelo a sessão. Infelizmente, é assim”, disse. Maia encerrou a sessão sem analisar as medidas provisórias (MPs) e o projeto de lei que trata do transporte de cabotagem, conhecido como Br do Mar. Uma nova tentativa está prevista para o dia 3.

 

O ritmo lento dos trabalhos no Congresso induz à percepção de que, mesmo sem mudança na Selic, o comunicado do Copom amanhã já deve ter ajustes em relação ao anterior, por exemplo fechando de vez a porta para um eventual corte futuro na taxa. “Há enorme expectativa quanto ao comunicado do colegiado, num momento em que as pressões inflacionárias de curto prazo e as incertezas no campo fiscal aumentam as apostas de que algum aperto do juro básico poderá já ocorrer no encontro de dezembro”, disseram os economistas da Renascença DTVM.

 

Na curva, a precificação de Selic para o Copom de amanhã mostrava praticamente 100% de chance de estabilidade. Para a reunião de dezembro, indicava 68% de probabilidade de alta de 0,25 ponto porcentual. Os cálculos são do Banco Mizuho.

 

Enquanto isso, na gestão da dívida pública, o Tesouro vendeu 1.341.500 NTN-B, quase toda a oferta de até 1,350 milhão, no leilão de hoje. A emissão maior seguiu o padrão recente ficou com o papel mais curto, a NTN-B 2025, no qual foram vendidos 1.082.500.

 

Em entrevista para comentar o relatório da dívida de setembro, Luis Felipe Vital afirmou que em outubro a volatilidade diminuiu e que os papéis “que estavam com prêmio maior caminham para a estabilidade”, citando como exemplo as LFTs e prefixados. Disse ainda que há indicadores positivos nos mercados internacionais, com uma percepção de risco um pouco melhor para emergentes, mas que mesmo assim os juros de mais longo prazo praticamente não se mexeram e continuaram em nível mais alto. “Já os títulos mais curtos e no meio da curva tiveram uma ligeira alta refletindo indicadores de inflação, reduzindo a inclinação”, avaliou.

 

O aumento das ofertas de NTN-F nas últimas semanas tem chamado a atenção dos players, em meio à entrada de fluxo estrangeiro vistas nas ações na B3. Vital afirmou que o aumento da emissão se deve a uma demanda maior por esse papel, não necessariamente da parte de estrangeiros. “No momento, não sabemos perfil do investidor”, afirmou. Em setembro, a participação dos não-residentes voltou a subir, para 9,44%, de 9,40% em agosto. “Esse fluxo pode indicar um movimento pontual. Quando há aumento nos juros ou flutuações no câmbio, os investidores não-residentes encontram momentos favoráveis para essas aplicações”, afirmou. (Denise Abarca – [email protected])

 

 

17:34

 

Operação   Último

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 1.92

Capital de Giro (%a.a) 5.23

Hot Money (%a.m) 0.60

CDI Over (%a.a) 1.90

Over Selic (%a.a) 1.90

 

 

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

Com a possibilidade de estímulo fiscal nos Estados Unidos antes da eleição de 3 de novembro praticamente enterrada, investidores se voltavam para a temporada de balanços e seguiam atentos ao noticiário da pandemia. Novos surtos da covid-19 em vários países da Europa, como na França, reforçam o temor de mais medidas para restringir a circulação, com consequente impacto sobre a economia, enquanto alguns analistas alertam para novo avanço do vírus em alguns Estados americanos. Pesquisas eleitorais dos EUA também são monitoradas com especial atenção, uma semana antes da disputa. Nesse quadro, as bolsas de Nova York fecharam na maioria em baixa, o dólar recuou ante outras moedas fortes e, com a busca por segurança, os juros longos dos Treasuries recuaram. O petróleo, porém, destoou e subiu, apoiado pelo câmbio e pelo risco de que o furacão Zeta possa prejudicar parte da produção no Golfo do México.

 

O ING olhou o recuo da confiança do consumidor dos EUA em outubro, revelada mais cedo pelo Conference Board, e alertou em relatório que a queda modesta do dado principal não dá conta de retração mais pronunciada na série sobre as expectativas, na pesquisa, “particularmente em Estados cruciais para a eleição”, os chamados Estados-pêndulo (“swing states”), que costumam decidir quem ficará com a Casa Branca.

 

Para o ING, a pesquisa do Conference Board não é positiva para as chances de reeleição de Donald Trump e nem para o quadro econômico, com a renda de milhões de americanos pressionada pela retirada de estímulos, enquanto os casos da covid-19 aumentam. O banco comenta que não houve grande mudança na expectativa sobre a renda na pesquisa, mas sim um corte importante na proporção dos que pensavam em comprar um carro ou um eletrodoméstico maior, como geladeiras ou fogões. Em linha similar, a Oxford Economics diz suspeitar que a falta de um pacote de estímulos fiscais no curto prazo e “um surto nacional nas infecções de covid” no momento em que o país caminha para o outono e o inverno, têm pesado sobre a perspectiva dos consumidores americanos.

 

Enquanto isso, na Europa a imprensa francesa alertava que o governo do presidente Emmanuel Macron não descarta a imposição de novo confinamento total para conter uma nova onda da covid-19. A Eurasia lembra em relatório que haverá reunião de Macron com importantes ministros na manhã desta quarta-feira e que o presidente fará pronunciamento na televisão do país na noite do mesmo dia. “Considerado inconcebível até poucos dias atrás, um segundo lockdown é possível”, adverte a consultoria. O mais provável para ela, porém, é a adoção de restrições sociais “duras”, junto com um alerta de que haverá restrição mais generalizada se a pandemia não for controlada. A Eurasia aponta que um lockdown na França facilitaria medidas mais duras em outras nações, como o Reino Unido, e poderia inspirar outros países do continente com segundas ondas de contágio, como Espanha e Itália. Na Alemanha, o ministro das Finanças, Olaf Scholz, pediu hoje restrições temporárias para controlar a pandemia, de acordo com a Reuters.

 

Em Nova York, porém, o mau humor não dominou todas as bolsas, com investidores atentos também a balanços. Altas dos setores de tecnologia e serviços de comunicações apoiaram o Nasdaq: o Dow Jones fechou em baixa de 0,80%, em 27.463,19 pontos, o S&P 500 caiu 0,30%, a 3.390,68 pontos, e o Nasdaq subiu 0,64%, a 11.431,35 pontos.

 

Entre os Treasuries, a busca por segurança pressionou os retornos, mas também sem sinal único. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 0,145%, o da T-note de 10 anos recuava a 0,776% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 1,564%.

 

No câmbio, o índice DXY, que mede o dólar ante outras moedas principais, caiu 0,11%, a 92,940 pontos. No horário citado, o dólar recuava a 104,50 ienes, o euro operava estável, a US$ 1,1813, e a libra subia a US$ 1,3057. Analistas têm notado que a incerteza eleitoral tende a pressionar o dólar na reta final da corrida pela Casa Branca nos EUA, com a BK Asset citando o risco de que a disputa se arraste na apuração para além do dia 3. Em seu monitoramento de pesquisas, a TD Securities vê Biden com “liderança significativa em nível nacional”, mas com perda de impulso recente, lembrando também que o quadro é mais disputado nos Estados cruciais para o pleito. A TD Securities diz que os democratas podem ganhar uma cadeira no Senado e ampliar a vantagem na Câmara dos Representantes, mas esse quadro manteria os republicanos no comando da Câmara Alta, restringindo planos de um eventual governo Biden.

 

Entre as commodities, o petróleo WTI para dezembro fechou em alta de 2,62%, a US$ 39,57 o barril, na Nymex, e o Brent para janeiro avançou 1,96%, a US$ 41,61 o barril, na ICE. Além do câmbio, os contratos foram apoiados pela passagem do furacão Zeta, que pode prejudicar parte da produção no Golfo do México nesta semana. (Gabriel Bueno da Costa – [email protected])

 

 

 

 

 




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