A expectativa cada vez maior de uma vitória de Joe Biden nas eleições americanas, após a virada do democrata na Georgia e na Pensilvânia, se somou a sinalizações positivas sobre o andamento das reformas no Brasil para derrubar o dólar ao menor nível desde 18 de setembro ante o real. A moeda dos EUA, que chegou a subir pela manhã, renovou mínimas depois que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, falou em retomar as discussões sobre a agenda de reformas já na semana que vem. Depois foi a vez do ministro da Economia, Paulo Guedes, ir na mesma linha, empurrando a divisa americana ainda mais para baixo, até terminar com desvalorização de 2,74% no mercado à vista, a R$ 5,3937. Na semana, a moeda cedeu 6%, reduzindo o avanço acumulado no ano para pouco menos de 35%. Com o dólar acentuando o movimento de baixa e os palavras de Maia e Guedes, que também agradaram aos investidores do mercado de renda fixa, os juros abandonaram a direção de alta vista pela manhã, após o IPCA de outubro levemente acima da mediana das estimativas, e encerraram o dia com baixa expressiva e nas mínimas da sessão. Agora, inclusive, a curva de juros já precifica aposta levemente majoritária na manutenção da Selic em 2% na reunião do Copom em dezembro. Além disso, houve importante desinclinação na semana. Apesar desse movimento contundente no câmbio e nos juros, o mercado acionário teve um dia de instabilidade, marcado por realização dos lucros recentes, em alguns momentos, e pelo otimismo com a possível confirmação da vitória de Biden, em outros, ainda que o atual presidente Donald Trump prometa judicializar o resultado. Seja como for, a perspectiva positiva dos últimos dias segue valendo para as ações: vitória de Biden com o congresso dividido, o que deve significar um pacote de estímulos mais tímido, mas também menor chance de aumento de regulação e impostos para empresas. Com isso, os principais índices acionários em Wall Street terminaram o dia sem direção única, mas todos com variação curta. Na semana, contudo, dispararam entre 6,9% e 9%. O Ibovespa seguiu na maior parte do dia as bolsas em Nova York, oscilando entre altas e baixas, mas sempre perto da estabilidade, até terminar com leve ganho de 0,17%, aos 100.925,11 pontos. Na semana, avançou 7,42%, o que se configura como o maior ganho desde o intervalo entre 1º e 5 de junho.
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