Em um pregão de poucos indicadores, tanto aqui quanto lá fora, prevalece a cautela em praticamente todos os mercados, com fatores pontuais gerando movimentos dissonantes em alguns ativos, como no caso dos juros futuros e do Nasdaq. De resto, o aumento de casos de coronavírus em alguns estados americanos, como na Flórida, continuou pesando sobre os negócios, causando queda nas bolsas e alta do dólar. O Ibovespa chegou a superar os 100 mil pontos no começo do pregão, algo que não ocorria há mais de 4 meses. Mas o movimento foi fugaz e, poucos minutos depois, o principal índice do mercado acionário brasileiro já oscilava em queda, alinhado à maioria dos pares norte-americanos. Essa toada negativa foi mantida até o fim e a Bolsa cedeu 0,61%, aos 99.160,33 pontos, com as ações de Petrobras e bancos sendo porta de saída. Em Wall Street, o avanço dos papéis de empresas de tecnologia garantiu ao Nasdaq mais um pregão positivo e de recorde, mantendo o índice descolado dos temores em relação a uma segunda onda de covid nos EUA e de um revés na Justiça sofrido pelo presidente Donald Trump em relação à apresentação de seus dados financeiros. Mas o Dow Jones foi além e tombou 1,39%, puxado para baixo pela Boeing, após a abertura de uma investigação sobre supostas pressões da fabricante de aviões em reguladores. Mesmo com esse quadro mais negativo, os juros futuros se mostraram resilientes e a curva voltou a exibir desinclinação, com viés de alta nas taxas curtas e de baixa nas longas. Antes do IPCA de junho, que será conhecido amanhã, os agentes seguiram reagindo a sinais de retomada da economia doméstica, que aumentam, na prática, as chances de interrupção no processo de afrouxamento monetário. E o dólar também não foi parâmetro para os DIs, visto que, sem um gatilho definido, experimentou bastante volatilidade ao longo do pregão: abriu em queda diante do real, virou e passou a subir no começo da tarde e, na reta final, voltou a cair, até terminar com pequena baixa de 0,21%, a R$ 5,3383 no mercado à vista de balcão.
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