Em um pregão marcado pela cautela, com indicadores fracos ao redor do mundo, decepção com a ausência de medidas mais fortes pelo Banco Central Europeu (BCE) e véspera de feriado em alguns mercados, como no Brasil, os investidores partiram para a realização de lucros desde o começo do pregão. E tal movimento foi, inclusive, aprofundado à tarde em Nova York, com a notícia do jornal The Washington Post de que o governo de Donald Trump poderia retaliar a China, culpando-a pela pandemia de coronavírus.
Houve negativa por parte do diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, mas prevaleceu o mau humor. Nesse ambiente de aversão, o dólar voltou a subir ante o real, encerrando o dia em R$ 5,4387, com avanço de 1,56%. E apesar de uma queda de 3,9% na semana, a moeda terminou abril com valorização de 4,66%, elevando a salto no ano para 35,57%, no que foi o quarto mês consecutivo de alta. O real é a moeda com pior desempenho ante o dólar quando comparado a uma cesta de 34 divisas. Alinhado aos principais índices de Wall Street, que cederam mais de 1%, o Ibovespa foi ainda mais penalizado depois de três dias consecutivos de ganhos firmes. Cautelosos com o fim de semana prolongado, os investidores embolsaram ganhos e a Bolsa cedeu 3,20%, aos 80.505,89 pontos. Apesar disso, o ganho semanal foi expressivo, de 6,87%, e depois de três meses no vermelho, o Ibovespa fechou abril com alta de 10,25%, melhor desempenho para o mês desde 2009. Os juros futuros, por sua vez, passaram o dia pressionados, mas o vencimentos curtos tiveram alívio na reta final, mesmo com o dólar em alta. Enquanto isso, os longos mantiveram o acúmulo de prêmios, o que resultou em mais inclinação para a curva. Apesar disso, a semana foi positiva, depois do estresse de sexta-feira, quando as taxas explodiram em reação à saída de Sérgio Moro do governo. No mês também houve queda de prêmios, mas como as curtas caíram mais, o desenho da curva piorou, com ganho de inclinação.
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