CAUTELA COM FED PREDOMINA, ATIVOS TÊM PIORA, MAS JUROS ESCAPAM COM AJUDA DO TESOURO

Blog, Cenário
A aversão a risco ganhou ainda mais corpo nos mercados globais à tarde, na medida em que os investidores aguardam sinais do Fed sobre o 'tapering', amanhã, no simpósio de Jackson Hole, depois de três dirigentes da instituição terem defendido, nesta quinta-feira, a redução dos estímulos ainda neste ano. Além disso, as tensões geopolíticas completam o cenário de cautela, após um ataque terrorista em Cabul, no Afeganistão, ter deixado americanos mortos, às vésperas da saída dos Estados Unidos do país. Nesse cenário, enquanto as bolsas em Wall Street aprofundaram as perdas, levando o Ibovespa a renovar mínimas e terminar abaixo dos 119 mil pontos, o dólar ganhou força ante a maioria das demais moedas, inclusive em relação à divisa brasileira. No caso dos ativos locais, com incertezas sobre impactos do preço da energia na inflação e PEC dos Precatórios, a leitura é de que, após a alta recente, tanto da Bolsa quanto do real, havia espaço para correção. E no caso do mercado acionário, ela foi forte, com o Ibovespa cedendo 1,73%, aos 118.723,97 pontos, com queda generalizada entre os papéis que compõem o índice, incluindo Petrobras, na esteira das perdas do petróleo. Já o dólar teve valorização de 0,87%, a R$ 5,2568 no mercado à vista. A leitura dos agentes, contudo, é de que o movimento do câmbio já é limitado pela perspectiva de aumento de juros, o que favorece algum fluxo para o País. Os juros futuros, no entanto, conseguiram escapar dessa espiral negativa, após o Tesouro repetir a estratégia dos últimos dias ao antecipar a divulgação das portarias dos leilões de títulos e reduzir as ofertas de prefixados. E, mesmo sem influir diretamente na devolução de prêmios da curva a termo, não deixa de ser bem-vinda a manutenção da autonomia do Banco Central, em julgamento no STF.
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MERCADOS INTERNACIONAIS O dólar se fortaleceu nesta tarde, ainda em reação a declarações hawkish de dirigentes do Federal Reserve (Fed), que defenderam a redução gradual nas compras de bônus ("tapering") para breve. A sinalização do BC americano também apoiou os juros dos Treasuries, embora alguns retornos tenham oscilado perto da estabilidade. Há expectativa pelo discurso desta sexta-feira do presidente do Fed, Jerome Powell, com analistas esperando uma sinalização mais clara sobre o tapering, embora o consenso seja de que um anúncio oficial virá apenas em uma das próximas reuniões de política monetária. O câmbio pressionou o petróleo, que teve ajuste após ganhos recentes, e as bolsas de Nova York também exibiram sinal negativo, depois de alguns recordes históricos dos índices e com o setor de energia puxando as baixas. Esther George (Kansas City), James Bullard (St. Louis) e Robert Kaplan (Dallas) deram mensagens em linha similar, em suas declarações de hoje, defendendo que o Fed comece em breve a reduzir suas compras de bônus e alertando para, por exemplo, a tomada excessiva de riscos nos mercados diante da postura do BC. Kaplan, por exemplo, comentou que o tapering poderia começar em outubro "ou um pouco depois disso" e se estender por oito meses "mais ou menos". O BMO Capital comentou o quadro e, em relatório a clientes, notou que a aposta do mercado é que esse processo seja anunciado ainda neste ano. Mas o BMO também apontou que os três dirigentes ouvidos, parte da ala mais hawkish do Fed, não têm direito a voto em 2021. Segundo ele, o balanço do Simpósio de Jackson Hole, nesta sexta-feira, "poderia se mostrar mais equilibrado, se não francamente dovish", advertiu. Amanhã, as atenções estarão voltadas para qualquer sinalização de Powell ao tapering. A Oanda acredita que o presidente do Fed irá caminhar mais para o lado hawkish, em suas declarações, enquanto o Citi destacou que o mercado de Treasuries parecia precificar um "risco hawkish" no evento desta sexta-feira. No mercado de renda fixa, o sinal de alta nos retornos prevaleceu durante boa parte da sessão, mas alguns deles oscilaram. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos estava estável, em 0,234%, o da T-note de 10 anos avançava a 1,347% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 1,938%. No mercado cambial, o dólar se fortaleceu mais à tarde, também com foco nos sinais do Fed. A Western Union comenta que uma postura favorável a um aperto monetário deve impulsionar a demanda por dólar, mas acredita que mesmo um Fed dovish poderia motivar a compra da moeda americana, em um quadro de incertezas no mercado, como a variante delta da covid-19 e seus impactos. Hoje, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras moedas fortes, subiu 0,26%, a 93,062 pontos. No horário citado, o dólar subia a 110,05 ienes, praticamente estável ante a divisa japonesa, o euro caía a US$ 1,1752, tendo perdido fôlego após o Banco Central Europeu (BCE) divulgar ata de sua mais recente reunião de política monetária, e a libra tinha baixa a US$ 1,3699. A força do dólar pressionou o petróleo, mas este caiu também com um ajuste, após três sessões consecutivas de ganhos. O contrato do WTI para outubro fechou em baixa de 1,38%, em US$ 67,42 o barril, e o Brent para novembro, contrato agora mais líquido, caiu 1,54%, a US$ 70,18 o barril, na ICE. Entre as bolsas de Nova York, o sinal também foi negativo, um dia após o S&P 500 e o Nasdaq terem novamente renovado recorde histórico de fechamento. Entre os setores, energia foi o mais penalizado, mas as baixas predominaram, com a exceção de papéis ligados ao setor imobiliário, com ganho modesto. O Dow Jones fechou em queda de 0,54%, em 35.213,12 pontos, o S&P 500 recuou 0,58%, a 4.469,92 pontos, e o Nasdaq cedeu 0,64%, a 14.945,81 pontos. Na arena geopolítica, um duplo atentado no Afeganistão tinha americanos entre as vítimas e relatos sobre dezenas de mortos no total. O presidente Joe Biden alterou a agenda para se concentrar na crise, em meio à retirada de pessoas do país após a saída militar americana e a volta do Taleban ao poder local. Analistas já especulam sobre o potencial impacto do episódio para os democratas, que poderiam perder fôlego na eleição de meio de mandato do ano que vem, dificultando o avanço da agenda da Casa Branca no Legislativo. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected]) BOLSA O Ibovespa perdeu o nível de 119 mil pontos em correção que limita os ganhos da semana a 0,57%, vindo de recuperação nas duas sessões anteriores, que o havia devolvido aos 120 mil pontos, em seus dois melhores níveis de fechamento desde o último dia 13. Hoje, a referência da B3 encerrou em baixa de 1,73%, a 118.723,97 pontos, bem perto da mínima de 118.718,56, após ter fechado o dia anterior no pico da sessão. Na máxima, foi hoje a 120.833,24 pontos, saindo de abertura aos 120.817,47. O giro financeiro foi de R$ 31,1 bilhões. No mês, o Ibovespa acumula perda de 2,53%, com ganho no ano mais uma vez zerado, de volta ao negativo (-0,25%) Com perdas mais visíveis em Nova York após a confirmação da morte de miliares americanos em duas explosões em Cabul, Afeganistão, o Ibovespa acentuou o ajuste à tarde, aprofundado à medida que S&P 500 e Nasdaq renovavam mínimas, nesta véspera de aguardado discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no encontro anual promovido pelo BC americano em Jackson Hole - a expectativa por novas sinalizações sobre retirada de estímulos monetários nos EUA justificava a cautela vista desde cedo no exterior. Cautela agravada pela morte de americanos no Afeganistão, a dias da data final para a retirada, em 31 de agosto. Assim, desdobramentos até positivos no cenário doméstico, como o início de costura de solução legal para os precatórios e sinais de que a autonomia do BC será mantida por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), ficaram em segundo plano, com a aversão a risco observada desde o exterior. "Hoje o mercado realizou, tirando o pé, ajustando-se à possibilidade de Powell entrar amanhã com sinalização de 'tapering' [retirada de estímulos monetários], tendo precificado antes que não viria nada em Jackson Hole. Localmente, pesou a insistência do Lira [presidente da Câmara, Arthur Lira] de colocar em votação a reforma (do IR)", diz Daniel Miraglia, economista-chefe do Integral Group, lembrando que a priorização sinalizada recentemente por Lira à reforma administrativa, e não à fiscal, havia animado o mercado. Miraglia chama atenção também para a contagem regressiva para o 7 de setembro, evento que ganhou relevância como há muito não se via, em função da crise entre os Poderes. No fim da tarde, contudo, Lira recuou da disposição de recolocar a reforma do IR em votação na próxima semana, ao dizer que o assunto só voltará à pauta quando houver conversa e cada partido expressar o que defende. "O Ibovespa ainda reage às pressões fiscais, mesmo com certo arrefecimento de tom entre os Poderes nos últimos dias e com o dado positivo do Caged, hoje, com criação de 316 mil empregos (em julho). Além da expectativa amanhã para o Powell, os dados americanos de hoje, sobre o PIB [segunda leitura do segundo trimestre] e os pedidos semanais de auxílio-desemprego, vieram pior do que o esperado", diz Breno Bonani, especialista da Valor Investimentos, destacando que a Bolsa brasileira segue muito descontada em relação as de outros países que voltam a crescer, entre os emergentes. "Brasil está sendo negociado com desconto de 64% frente ao P/L dos Estados Unidos, um desconto que historicamente fica em 33%", acrescenta. O clima de 'tapering' ganha força já nesta véspera de Powell, nos comentários de outras autoridades do Federal Reserve, inclusive da anfitriã da reunião anual de Jackson Hole, a presidente do Fed de Kansas City, Esther George, da ala "hawk" do BC americano. "Ela defendeu que a autoridade monetária inicie em breve a retirada de estímulos, enquanto James Bullard, presidente do Fed de St. Louis, reforçou o discurso 'hawkish' ao afirmar que 'provavelmente não precisamos das compras de ativos neste momento'", observa Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. "De qualquer forma, o mercado está à espera da fala de Powell, que deverá trazer uma visão mais clara sobre o programa de estímulos e, em especial, sobre a expectativa de inflação, que vem sendo um gatilho importante para as perspectivas de juros", acrescenta o analista. Em meio a tanta expectativa desde o exterior, e às incertezas domésticas, a correção desta quinta-feira na B3 se espalhou por empresas e setores ao longo da tarde, enquanto o Ibovespa intensificava o ajuste. Setores de maior peso como o financeiro (Itaú PN -2,42%, Bradesco ON -1,99%), commodities (Petrobras ON -0,81% e PN -0,87%), mineração e siderurgia (Vale ON -1,28%, na mínima do dia no fechamento, a R$ 98,23; Usiminas PNA -3,46%) deram escala à correção do índice, com um número limitado de papéis conseguindo escapar da tendência do dia, como Banco Inter (+4,56%), Lojas Americanas (+2,41%), Americanas ON (+1,91%) e WEG (+1,07%), na ponta do Ibovespa na sessão. No lado oposto, Cyrela (-5,94%), Iguatemi (-5,28%) e Ultrapar (-5,25%). (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:27 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 118723.97 -1.73297 Máxima 120833.24 +0.01 Mínima 118718.56 -1.74 Volume (R$ Bilhões) 3.11B Volume (US$ Bilhões) 5.93B 17:30 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 119175 -1.83278 Máxima 121555 +0.13 Mínima 119030 -1.95 CÂMBIO Depois de quatro pregões seguidos de queda, com perdas acentuadas nas duas últimas sessões, o dólar avançou nesta quinta-feira, escorado no fortalecimento global da moeda americana, em meio à expectativa pela fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, amanhã no Simpósio de Jackson Hole. Também jogou contra o real a cautela dos investidores locais, que monitoram os impactos econômicos da crise hídrica e as negociações em torno da questão dos precatórios. Com mínima R$ 5,2189 e máxima a R$ 5,2673, registrada à tarde, o dólar à vista encerrou o pregão a R$ 5,2568, em alta de 0,87%. Apesar do avanço hoje, a moeda americana acumula queda de 2,38% na semana. Em agosto, o dólar registra leve alta, de 0,90%. Nas mesas de operação, a avaliação é a de que a moeda brasileira, mesmo perdendo um pouco mais que outras divisas emergentes, até que teve um desempenho razoável. A percepção no mercado é que as altas taxas de juros internas já atraem capitais para a renda fixa e diminuem o fôlego do dólar, ao tornar mais custoso o carregamento de posições contra o real por parte de investidores locais. Isso impediria uma deterioração rápida e acentuada da taxa de câmbio, mesmo em dias negativos no exterior. Lá fora, a sessão foi marcada por aversão ao risco, com perdas das Bolsas em Nova York e do petróleo. O índice DXY - que mede o desempenho do dólar em relação a seis moedas fortes - avançava mais de 0,20% e operava acima da linha dos 93 pontos. Discursos duros de três dirigentes regionais do Federal Reserve - Robert Kaplan (Dallas), Esther George (Kansas City) e James Bullard (St. Louis) - a favor do início da retirada dos estímulos monetários nos próximos meses colocaram os investidores na defensiva e aumentaram as expectativas para a fala do presidente do BC americano em Jackson Hole. O CIO da Legend, Rodrigo Santin, não espera que Powell mude o tom das últimas comunicações do Fed, de que há uma melhora na economia e se estuda o início da retirada de estímulos monetários nos próximos meses. Ele considera natural, porém, que o mercado reduza as posições em ativos de risco à espera da fala de Powell, já que sempre existe a possibilidade de uma mudança de discurso. "A direção do dólar hoje está sendo definida pelo exterior. Esse movimento é um pouco mais intenso aqui uma questão mais técnica, já que o mercado está mais sensível por causa dessa bagunça toda na política", afirma. O sócio e economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, descarta uma "ruptura" nos mercados amanhã, já que espera uma fala cautelosa do presidente do Fed. "O discurso de Powell ainda será de 'espera', ou seja, a redução da compra de títulos deverá ser adiada para a próxima reunião de setembro, com o Fed tendo acesso aos números da inflação e emprego de agosto", afirma Velho, que vê um suporte para a taxa de câmbio de R$ 5,22 no curto prazo, com a perspectiva de mais altas da taxa Selic e o fluxo cambial positivo beneficiando o real. Em relatório, o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, afirma que, caso Powell indique que não terá pressa em reduzir as compras de ativos, haverá uma rodada de queda do dólar, com a taxa de câmbio indo em direção a R$ 5,15. Apesar da diminuição dos temores quanto a uma degringolada da taxa de câmbio, não se vislumbra, porém, uma rodada de apreciação do real, já que a questão fiscal permanece no radar. Ainda se busca uma solução que acomode o pagamento de precatórios e o reajuste do Bolsa Família (rebatizado de Auxílio Brasil) dentro da regra do teto de gastos. Também não estão descartados novos solavancos na crise político-institucional, em meio à expectativa para as manifestações do dia 7 de setembro. O Broadcast apurou com fontes que integrantes dos três Poderes costuram uma solução para os precatórios, com a eventual criação de um sublimite para a despesa com dívidas judiciais. A ideia é partir do valor dessa despesa em 2016 (R$ 30,3 bilhões) e aplicar a mesma lógica de correção do teto de gastos, isto é, atualizar o limite pela inflação de 12 meses. Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou hoje à tarde que a Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2022 será enviada ao Congresso prevendo o pagamento de R$ 90 bilhões em precatórios, caso uma solução não seja aprovada até o dia 31 de agosto. "Ou seja, vai desaparecer o dinheiro todo. Se não tiver sido resolvida ainda essa questão dos precatórios, será um dia depois do envio do Orçamento. Todos verão a dramaticidade dessa questão", disse. Na B3, o dólar futuro para setembro era negociado a R$ 5,2620, alta de 0,85%, com giro na casa de US$ 12,3 bilhões. (Antonio Perez - [email protected]) 17:30 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.25680 0.8731 5.26730 5.21890 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5262.500 0.86248 5270.500 5220.500 DOLAR COMERCIAL 5283.500 0.38951 5283.500 5267.500 JUROS Os juros futuros resistiram à perda de força do apetite ao risco no exterior e também ao viés negativo dos outros ativos locais, enquanto o mercado aguarda uma série de eventos amanhã e para os próximos dias. A estratégia do Tesouro de mais uma vez antecipar a divulgação das portarias dos leilões e reduzir as ofertas de prefixados contribuiu para ancorar a curva, aplacando a espera pela definição de uma solução do governo para os precatórios, pelo discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, amanhã no Simpósio de Jackson Hole e pela decisão da Aneel sobre a bandeira tarifária em setembro, esperada para amanhã, em meio à discussão sobre aumento da tarifa da bandeira vermelha 2. No fechamento, as taxas estavam perto da estabilidade. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 encerrou em 8,47%, de 8,46% ontem no ajuste, e a do DI janeiro de 2025 fechou em 9,42%, de 9,415%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 9,80%, ante ajuste anterior de 9,794%. De modo geral, as taxas oscilaram perto dos ajustes durante todo o dia, tendo a curva chegado a ensaiar uma perda de inclinação mais firme no começo da tarde, com os longos em baixa em torno de 8 pontos-base, mas o movimento não se sustentou, dado o compasso de espera pelos eventos aqui e no exterior. Lá fora, a expectativa é pela sinalização de Powell amanhã em relação ao 'tapering'. Hoje vários dirigentes do Fed defenderam o início ainda este ano, mas há falta de consenso sobre o assunto dentro do board. Com isso, a autoridade monetária deve deixar o anúncio oficial para a reunião de setembro, ganhando tempo para avaliar os dados econômicos. O estrategista-chefe da CA Indosuez Brasil, Vladimir Caramaschi, afirma que o ambiente internacional é altamente favorável aos emergentes, com as bolsas americanas em níveis históricos, o que representa uma boa oportunidade para os ativos brasileiros que, no seu entender, estão muito "descontados". "Qualquer acalmada nos ruídos internos, abre espaço para o fluxo", diz. Internamente, as atenções estão em várias frentes. A da inflação tem a crise hídrica no foco, preocupando bem mais os efeitos nos preços do que no crescimento. Os novos reajustes da bandeira vermelha 2 estudados pelo governo têm o potencial de elevar em até 1 ponto porcentual a inflação de 2021, segundo cálculos de economistas do mercado. O impacto tende a ser desinflacionário para 2022, embora uma eventual continuidade da crise hídrica no País imponha riscos ao cenário. Pelo lado fiscal, a questão dos precatórios segue em aberto, ameaçando o Orçamento do ano que vem, que tem de ser enviado ao Congresso até o dia 31. Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, a proposta, em função do pagamento dos precatórios, será "espartana". A esperança, porém, é de que se chegue a uma solução que não pareça calote como a que consta da PEC nem contabilidade criativa. Conforme apurou o Broadcast, Executivo, do Legislativo e Judiciário costuram uma saída para o "meteoro" das dívidas judiciais, que envolve a criação de um sublimite para essa despesa (veja detalhes em matéria publicada às 13h17). Essa solução deixaria de lado, ainda, a criação do fundo para abater as dívidas, que incomodou os agentes por ter potencial de ser "fura-teto". Para Caramaschi, é preciso aguardar a solução a ser adotada, mas é sabido que uma saída boa "não existe" e muito disso já está precificado nos ativos. Na avaliação de Luis Sthulberger, sócio-gestor do fundo Verde, a questão deve se resolver de forma satisfatória. Ele aponta que a maioria dos indicadores do Brasil melhoraram após um início de ano muito ruim, exceto a inflação, e que o valuation para o País neste momento não se justifica. Nos aspectos mais técnicos, o Tesouro voltou a ofertar lotes pequenos de LTN (450 mil) e de NTN-F (100 mil), evitando adicionar volatilidade à curva e, ainda, manteve a prática dos últimos leilões de informar os volumes antes da abertura do mercado. Fernando Cervi Ferez, estrategista de renda fixa da Necton Investimentos, afirma que, com a sequência de cinco leilões bem pequenos, o Tesouro deixou de adicionar entre R$ 18 milhões e R$ 19 milhões de DV01 (risco). Os lotes de prefixados foram integralmente absorvidos, ao contrário da oferta de LFT, vendida parcialmente. O Tesouro elevou a quantidade de até 1,250 milhão para até 1,5 milhão, tendo vendido 1.381.750. A agenda desta quinta teve ainda os dados do Caged, com criação líquida de 316.580 vagas no mês passado, acima da mediana de 300 mil da pesquisa do Produto Interno Bruto (PIB), mas que não chegou a influenciar os negócios. Tampouco houve reação ao julgamento da autonomia do Banco Central pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Como esperado, formou-se maioria para manter a lei sancionada em fevereiro. (Denise Abarca - [email protected]) 17:28 Operação   Último CDB Prefixado 32 dias (%a.a) 5.41 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 5.15 Over Selic (%a.a) 5.15
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