BOLSA E DIS SEGUEM OTIMISMO EXTERNO, MAS REAL PIORA COM CAUTELA LOCAL E FATOR TÉCNICO

Os indicadores de atividade positivos em diversos países se sobrepuseram ao aumento de casos de covid-19 nos Estados Unidos e ao aumento das tensões entre a China e outras nações. Em meio a isso, fatores adicionais trouxeram ânimo, tanto aqui quanto lá fora. Um rali acionário na China, com a Bolsa de Xangai subindo 5,71% em meio a comentários da mídia chinesa sobre a expectativa de um “bull market”, já fez o dia começar bastante positivo nas bolsas, fôlego que foi ampliado com a volta às compras de ativos por parte da companhia de Warren Buffett. Por aqui, alguns agentes viram com bons olhos as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, no fim de semana, tanto sobre aprovar uma reforma tributária ainda neste ano quanto sobre anunciar a privatização de quatro ativos do governo em breve. Nesse ambiente majoritariamente otimista, as bolsas em Wall Street terminaram o pregão com ganhos entre 1,59% e 2,21%, com o Nasdaq novamente em patamar recorde. O Ibovespa não apenas seguiu Nova York como foi além e chegou a testar momentaneamente o nível de 99 mil pontos durante o pregão, encerrando o dia acima de Wall Street, com alta de 2,24%, aos 98.937,16 pontos – maior nível desde 5 de março. Vale notar que, também hoje, Jim O’Neil, criador do acrônimo BRICS e atualmente presidente da Chatham House, afirmou acreditar na possibilidade em uma recuperação econômica global em “V”, além de dizer que o Brasil ainda tem condições de atingir um crescimento sustentável de 4% a 5% no futuro. Os juros futuros também pegaram carona nessa onda global positiva e os vencimentos de longo prazo começaram a semana como terminaram a anterior: devolvendo prêmios. Já a ponta curta, que reflete melhor as expectativas para a política monetária, fechou perto da estabilidade, mas com viés de alta, diante do avanço do dólar. Com isso, as apostas para a Selic em agosto passaram a ser majoritárias para manutenção da taxa básica em 2,25% ao ano. Na contramão disso tudo, o real voltou a ter comportamento negativo ante a moeda dos EUA. A divisa brasileira embute, além da cautela com a dinâmica fiscal e as relações entre Congresso e Executivo, fatores técnicos. Com a política monetária estimulativa e os juros reais ao redor de zero, investidores usam o real como hedge de outras operações de risco, o que ajuda a explicar o movimento do dólar, que subiu 0,61% no mercado à vista, a R$ 5,3518, mesmo com informações positivas, como a captação de US$ 1,5 bilhão da Vale no exterior.

 

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

O otimismo predominou nos mercados globais nesta tarde, com as bolsas de Nova York fechando com ganhos superiores a 1%. Sinais de retomada na economia, um rali acionário na China e a volta às compras de ativos da companhia de Warren Buffett compuseram o quadro positivo, embora a pandemia da covid-19 continue a se disseminar pelos Estados Unidos. Nesta tarde, o presidente americano, Donald Trump, destacou o fato de que as mortes têm diminuído no país e voltou a criticar a China, responsabilizando-a pelo novo coronavírus. Além disso, Jim O’Neil, criador do acrônimo BRICS e atualmente presidente do “think tank” Chatham House, afirmou acreditar na possibilidade de uma recuperação econômica global em “V”. Nesse ambiente, os juros dos Treasuries subiram na maioria e o dólar caiu ante outras moedas principais. O petróleo, porém, terminou sem sinal único, em dia de ajustes após o feriado na sexta-feira nos EUA.

 

As bolsas americanas voltaram a mostrar força, com investidores mais atentos ao noticiário da retomada econômica e ao contínuo apoio fiscal e da política monetária. A ação da Amazon se destacou, ultrapassando a marca de US$ 3 mil e fechando em alta de 5,77%. Entre os setores, serviços de comunicação, tecnologia e o financeiro foram os destaques. O índice Dow Jones fechou em alta de 1,78%, em 26.287,03 pontos, o Nasdaq subiu 2,21%, a 10.433,65 pontos, em nova máxima histórica de fechamento, e o S&P 500 teve ganho de 1,59%, a 3,179,72 pontos. O quadro foi apoiado também pela notícia de que a Berkshire Hathaway, de Buffett, comprou ativos da Dominion Energy por US$ 9,7 bilhões.

 

Entre os Treasuries, a menor busca por segurança levou os juros em geral para cima. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos operava estável, a 0,152%, o da T-note de 10 anos avançava a 0,684%, e o do T-bond de 30 anos subia a 1,444%. O BMO Capital comenta em relatório que a maior questão no mercado de dívida americana é como conciliar a força das ações com o bem documentado avanço da covid-19 pelos EUA. O banco dá cinco razões possíveis: o mercado acredita que o Federal Reserve (Fed) manterá a liquidez ante qualquer sinal de problemas; é improvável que exista disposição política para um novo shutdown agressivo como em março e abril; há diferenças demográficas e nas estatísticas de mortalidade no atual episódio; a trajetória dos dados aponta claramente para recuperação; e o risco de uma segunda onda de casos já estaria incorporado nas avaliações.

 

O diretor do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, afirmou que o estado atual da pandemia nos EUA “não é bom”, destacando o fato de que há em média 50 mil novos casos ao dia da doença. Ao mesmo tempo, ele comentou que no fim deste ano ou no início do seguinte será possível saber se as vacinas em desenvolvimento são seguras e eficazes.

 

Já o presidente americano, Donald Trump, foi ao Twitter nesta tarde para destacar que a taxa de mortalidade nos EUA seria uma das menores do mundo, além de voltar a responsabilizar a China pela pandemia, ao chamar a covid-19 de “vírus chinês”. Trump ainda afirmou que a economia americana aponta para uma recuperação “forte”.

 

O quadro, porém, não é nada garantido. A IHS Markit, por exemplo, comenta em relatório que novos surtos de casos da doença afetam vários Estados americanos. Além de impor pausas ou recuos na reabertura econômica, isso reforça a cautela dos consumidores e das empresas, diz a consultoria. Após dados recentes, ela alterou a previsão para a economia americana de uma contração de 8,1% para um recuo de 6,1%. Ao mesmo tempo, com os novos casos cortou a previsão para o crescimento em 2021: de 5,2% para 3,7%.

 

Durante evento virtual do BTG Pactual, Jim O’Neil mostrou otimismo quanto à possibilidade de haver retomada em “V”. Criador do acrônimo BRICS, O’Neil também mostrou esperança quanto a uma vacina para a covid-19, destacando o grande esforço global em andamento para esse fim. Sobre os emergentes, ele disse acreditar que o Brasil ainda pode atingir seu potencial de crescimento de cerca de 4% a 5%, mas notou que, nos últimos anos, o País e a Rússia tiveram “uma década muito desapontadora”.

 

No mercado cambial, o dólar recuou ante outras moedas fortes com a menor busca por segurança. No fim da tarde em Nova York, a moeda americana recuava a 107,37 ienes, o euro subia a US$ 1,1311 e a libra avançava a US$ 1,2495. O índice DXY, que mede o dólar ante outras moedas principais, caiu 0,46%, a 96,725 pontos.

 

Entre as commodities, o petróleo não teve sinal único: o WTI para agosto fechou em queda de 0,05%, a US$ 40,63 o barril, na Nymex, e o Brent para setembro subiu 0,70%, a US$ 43,10 o barril, na ICE. Além de ajustes após o feriado na sexta-feira nos EUA, influenciou a expectativa de retomada econômica após dados positivos recentes em EUA, China e Europa. (Gabriel Bueno da Costa – [email protected])

 

BOLSA

Além de encadear a quarta sessão em terreno positivo, o que não ocorria desde o intervalo entre 16 e 19 de junho, o Ibovespa deu nestasegunda-feira um passo importante para recuperar a linha psicológica dos 100 mil pontos, cedida no início de março. Com o retorno de Wall Street aos negócios após o feriado pela Independência dos EUA, o índice de referência da B3 renovou fôlego no fim da sessão para fechar com seu maior ganho diário desde 8 de junho, em alta hoje de 2,24%, aos 98.937,16 pontos, tendo chegado a 99.256,85 pontos na máxima pela manhã, saindo de mínima a 96.767,64 pontos. Em Nova York, os ganhos ficaram entre 1,59% (S&P 500) e 2,21% (Nasdaq), com o índice de tecnologia renovando máximas históricas intradia e de fechamento.

 

Em seu maior ganho diário desde 2015, o avanço de 5,71% na Bolsa de Xangai nesta segunda-feira, nutrido por comentários da mídia chinesa sobre a expectativa de um “bull market” superado o pior momento da pandemia no país, induziu o apetite por risco especialmente na primeira metade da sessão na B3, que chegou a perder vigor à tarde, recuperado no final. Após a sessão de sexta-feira ter registrado o menor giro financeiro desde novembro de 2019, o volume desta segunda-feira foi a R$ 26,8 bilhões, alinhado ao observado na semana passada. Em julho, o Ibovespa acumula até aqui ganho de 4,08%, buscando sustentar o quarto avanço mensal consecutivo. No ano, limita as perdas a 14,45%.

 

Na máxima de hoje, o índice da B3 atingiu o maior nível intradia desde 6 de março, quando saiu de 102.230,50 pontos na abertura daquela sessão para fechar então aos 97.996,77 pontos, pela primeira vez no ano abaixo dos 100 mil – assim, o nível de encerramento de hoje foi o melhor desde o de 5 de março, quando o índice estava aos 102.233,24 pontos.

 

“O Ibovespa rompeu hoje (os 98 mil pontos) e é importante terminar o dia neste patamar. Embora a marca dos 100 mil pontos tenha um efeito psicológico grande, graficamente começamos a olhar para os 105-107 mil pontos, que deve ser o novo alvo do índice”, diz Fernando Góes, analista técnico da Clear, para quem o espaço permanece “bem mais livre para cima”, a considerar as indicações gráficas do momento.

 

“A perspectiva para a Bolsa ainda é positiva em julho, com os progressos sobre as vacinas dando um grau maior de confiança aos investidores que, nesse ambiente de juros muito reduzidos, não contam com alternativas de retorno fora do risco. Quando se tiver clareza maior quanto às vacinas, a recuperação econômica se firmará, em forma de V”, diz Ari Santos, operador de renda variável da Commcor. “Mesmo notícias não positivas, como a possibilidade de o governo tributar dividendos (de aplicações financeiras e sobre operações digitais na reforma tributária), não estão causando ruídos, inclusive a segmentos que seriam afetados, como os bancos”, acrescenta.

 

Nesta segunda-feira, o setor de bancos, de grande peso no Ibovespa, mostrou ganhos de até 6,69% (Bradesco ON) no fechamento. Destaque também para as ações de commodities (Petrobras ON +2,89%, Vale ON, +2,37%) e de siderurgia (CSN+4,58%). Na ponta do Ibovespa, CVC subiu 10,55%, seguida por B2W (+8,63%) e Qualicorp (+7,38%). No lado oposto, IRB cedeu 1,76%, Natura, 1,55%, e WEG, 1,48%. (Luís Eduardo Leal, com Maria Regina Silva – [email protected])

 

 

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 98937.16 2.24494

Máxima 99256.85 +2.58

Mínima 96767.64 0.00

Volume (R$ Bilhões) 2.67B

Volume (US$ Bilhões) 5.04B

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 99180 2.27906

Máxima 99495 +2.60

Mínima 98305 +1.38

 

 

JUROS

Os juros futuros começaram a semana dando sequência ao movimento de queda nos contratos de longo prazo, enquanto a ponta curta fechou perto da estabilidade, mas com viés de alta. A despeito da virada do dólar para cima no começo da tarde, as taxas longas continuaram se beneficiando do aumento do apetite ao risco no exterior, que também embalou os mercados de ações, e da melhora do sentimento em relação ao crescimento da economia e às reformas. Ainda que a agenda e noticiário no dia tenham sido fracos, o quadro de apostas para a Selic agosto hoje “andou” um pouco, com as expectativas para manutenção da taxa básica em agosto agora já claramente majoritárias. Tudo isso, porém, se deu num ambiente de liquidez ainda fraca.

 

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 subiu de 2,882% para 2,90% e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 5,553% para 5,52% (mínima). O DI para janeiro de 2027 fechou com taxa na mínima de 6,38%, de 6,443% no ajuste anterior. Com base nos DI para janeiro de 2027 e janeiro de 2022, o diferencial entre os dois contratos ficou em 348 pontos-base, nível inclinação mais baixo desde 20 de abril (346 pontos).

 

“Os juros curtos oscilaram entre margens estreitas com o afunilamento das apostas para a decisão do Copom, enquanto os médios e longos estão mais ligados ao quadro internacional, com o ambiente lá fora com maior apetite pelo risco ajudando a fechar”, afirmou o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa. O bom humor no exterior foi definido logo cedo com um rali das bolsas na Ásia, sustentado pelos sinais de recuperação da economia da China, firmando-se depois com dados favoráveis da economia norte-americana.

 

Esse quadro prevaleceu ante novos números negativos sobre a expansão da Covid pelos Estados Unidos e informações de retrocesso nas fases de reabertura das economias. “Os mercados financeiros continuarão ignorando os aumentos nos casos de coronavírus em mais de 30 estados até que os números de mortalidade nos EUA aumentem”, disse Edward Moya, analista de mercado financeiro da Oanda em Nova York.

 

No Brasil, os recentes dados de atividade têm sugerido que o pior impacto da Covid na economia já passou, o que pode pesar contra um novo corte da Selic, ainda mais com a inflação dando sinais de normalização. Segundo o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, a precificação para a taxa básica no Copom de agosto era de apenas -9 pontos-base esta tarde, apontando 64% de chance de manutenção e 36% de probabilidade de corte de 0,25 ponto porcentual. Na pesquisa Focus de hoje, porém, a mediana das estimativas para a Selic é de 2% no fim deste ano, ou seja, redução de mais 0,25 ponto no atual nível de 2,25%.

 

Como a agenda do dia não trouxe nada de impacto, Rostagno atribuiu esse quadro mais conservador na curva a “movimentos de mercado”. No entanto, não se pode descartar uma antecipação aos números previstos para esta semana, a começar amanhã com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC). Segundo o Projeções Broadcast, as vendas do varejo devem voltar ao terreno positivo na margem de maio. Com o relaxamento do isolamento social em algumas cidades e a fraca base de comparação de abril, o setor deve crescer 5,90% (restrito) e 7,70% (ampliado), de acordo com as medianas das estimativas. Na quarta-feira tem a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e na sexta, IPCA de junho.

 

Na avaliação dos profissionais da Eurasia Group, depois que o Congresso votou as principais propostas para lidar com a pandemia, parlamentares começam a olhar para a agenda do segundo semestre e pensar em assuntos não relacionados ao novo coronavírus. Deputados e senadores ainda discutem quando voltarão às sessões presenciais, mas já começam a retomar planos para reformas econômicas.

 

Ainda, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou no fim de semana que o governo quer aprovar ainda este ano a reforma tributária, já sinalizando alguns detalhes do que vai propor como por exemplo a tributação sobre dividendos, o que seria ruim para a Bolsa mas pode ser positivo para a curva de juros, do ponto de vista fiscal. Em entrevista à CNN Brasil na noite de ontem, o ministro prometeu ainda a realização de quatro “grandes” privatizações em um prazo de 90 dias. (Denise Abarca – [email protected])

 

 

Operação

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 2.14

Capital de Giro (%a.a) 7.02

Hot Money (%a.m) 0.82

CDI Over (%a.a) 2.15

Over Selic (%a.a) 2.15

 

 

CÂMBIO

As preocupações com a dinâmica fiscal, em um momento no qual o próprio o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que a dívida bruta/PIB vai a 100%, ao mesmo tempo em que a política monetária segue bastante estimulativa mantém os investidores usando o real como hedge de outras operações de risco e, com isso, destoa do movimento da maioria das moedas de seus pares que se valorizaram frente ao dólar na etapa vespertina dos negócios.

 

“Risco é precificado no mercado, se não tem prêmio no juro básico, vai buscar prêmio em outros lugares, no caso, o real”, diz Marcos de Callis, estrategista da Hieron Patrimônio Familiar e Investimento.

 

Assim, a divisa americana no mercado à vista fechou o dia cotada a R$ 5,3518, em alta de 0,61%, mesmo em dia de busca do investidor por risco e em um ambiente de enfraquecimento visto no exterior em dia de rali nos mercados acionários motivados pelos indicadores de retomada da economia nos Estados Unidos, Europa e China. Entre pares que perderam valor hoje frente ao dólar, como o rublo e a lira turca, o real superou, ainda que a Vale tenha captado US$ 1,5 bilhão em bonds de dez anos.

 

O dólar abriu em queda, tendo chegado a R$ 5,2636, na mínima do dia no segmento spot. No entanto, no início da tarde, inverteu a trajetória e, sem mais novidades no front, os fundamentos – que são de políticas fiscal e monetária de estímulos à economia – acabaram prevalecendo, ressalta de Callis, observando que Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil estava em 225 pontos, ou seja, não havia nesta tarde sinal de estresse em nenhum outro mercado.

 

Segundo o estrategista, a estrutura atual de juros muito baixos faz com que os investidores acabem escolhendo o real como proteção em relação a outras operações de risco, pois se tornou uma forma barata de fazer hedge. Assim, diz, acabam comprando bolsa e dólar, por exemplo.

 

Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, argumenta que os investidores estão vendo alguma divergência entre o ministro Paulo Guedes, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre a questão fiscal. “Enquanto Guedes bate na continuidade do ajuste e quer que o Orçamento de Guerra se estenda até ano que vem”, diz, lembrando que estamos a pouco mais de um mês para o início das discussões da peça orçamentária de 2021.

 

Ontem à noite, Guedes disse que, durante a pandemia da covid-19, o governo “não perdeu o rumo com perspectiva de ataque às principais despesas”. E ressaltou que o descontrole de gastos continua sendo inimigo no pós-pandemia. No entanto, adiantou que o déficit nominal deve chegar a 16% do PIB neste ano.

 

De acordo com Cruz, nesse contexto em que não há ainda um entendimento muito claro sobre as próximas parcelas do auxílio emergencial, aumentam as dúvidas sobre a volta à trajetória do equilíbrio fiscal no ano que vem. “Por outro lado, o mercado também já está olhando para o deputado Arthur Lira (PP-AL), um dos principais candidatos para suceder Rodrigo Maia. Ele parece comprometido com ajuste fiscal, mas há um longo caminho de dúvidas até fevereiro”.

 

De Callis diz ainda que há uma discussão no mercado financeiro não bem sobre o nível do dólar, mas sobre a volatilidade. “O real está realmente destoando do padrão de volatilidade de outras moedas emergentes. O governo está atuando de forma estimulativa e o Brasil vai dar um salto na sua relação entre a dívida e o Produto Interno Bruto (PIB), que sempre foi mais altas que seus pares. Esse risco é precificado pelo mercado”, afirmou o estrategista. (Simone Cavalcanti – [email protected])

 

 

Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima

Dólar Comercial (AE) 5.35180 0.6148 5.35680 5.26360

Dólar Comercial (BM&F) 5.3586 0

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5356.000 0.64831 5363.500 5268.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5324.500 01/07




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