BOLSA CAI APÓS VAREJO FRACO SINALIZAR ECONOMIA LENTA E DIS TÊM ALÍVIO COM GUEDES

O tombo das vendas do varejo em dezembro, mais de três vezes maior do que a pior das estimativas, direcionou o ajuste dos ativos brasileiros nesta quarta-feira, enquanto as incertezas sobre a solução fiscal para o auxílio emergencial adicionaram alguma volatilidade aos negócios. O resultado fraco do comércio, na sequência do IPCA de janeiro perto do piso das projeções, afastou a possibilidade de um ajuste mais firme da Selic no curto prazo e trouxe a percepção de uma freada na retomada da economia. Esse quadro mexeu com os mercados. Os DIs curtos e intermediários caíram, fazendo a curva de juros ganhar inclinação, uma vez que os longos ficaram colados nos ajustes. Aliás, o desenho da curva só não foi pior porque, à tarde, após declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre responsabilidade fiscal, os agentes devolveram os prêmios embutidos, até então, nos vencimentos mais distantes. Ainda no âmbito de notícias positivas, a Câmara aprovou o texto-base do projeto de autonomia do Banco Central. Ao mesmo tempo, num cenário em que os juros demoram mais para subir ou têm aperto menor, o real perde atratividade, o que fez o dólar se aproximar de R$ 5,44 pela manhã. Depois, contudo, agentes relataram um fluxo de entrada de divisa, que aliado à melhora de percepção com as negociações sobre o auxílio em Brasília, fizeram a moeda terminar com leve baixa de 0,22%, a R$ 5,3711, em movimento alinhado com o exterior. No caso da Bolsa, que engatou a terceira sessão negativa, pesou a leitura de que a economia está perdendo ritmo. E isso ocorre em meio ao lento processo de vacinação no Brasil e à cautela com o quadro fiscal. Assim, puxado pelo recuo de bancos e ações de varejo, o Ibovespa cedeu 0,87%, aos 118.435,33 pontos, novamente na contramão dos pares em Wall Street. Por lá, depois que o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que o balanço da instituição “terá o tamanho que tiver”, sinalizando suporte indefinido à economia, o Dow Jones conseguiu pequeno ganho, alcançado no fim da tarde, suficiente para garantir mais um recorde histórico de fechamento, ainda que os outros índices tenham sofrido uma realização de lucros. A probabilidade de o Fed apertar a política monetária mais cedo do que se imaginava, por sinal, já havia se reduzido com a estabilidade do núcleo da inflação dos Estados Unidos em janeiro.

 

 

JUROS

A expectativa de que Executivo e Legislativo entrem em consenso sobre a retomada do auxílio emergencial sem ferir a responsabilidade fiscal trouxe alívio à curva de juros no período da tarde. As taxas curtas e, principalmente as intermediárias, tiveram queda firme, enquanto a ponta longa zerou a alta para encerrar perto dos ajustes de ontem, com algum ganho de inclinação. Na primeira parte do dia, prevaleceu o tombo das vendas do varejo, que enfraqueceu ainda mais as apostas de alta da Selic, pressionando os longos, afetados também pelas preocupações fiscais. À tarde, declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, demonstrando confiança no bom senso dos parlamentares se somaram às do vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), dadas durante live nesta tarde, segundo as quais as contrapartidas pedidas pela equipe econômica para resgatar o auxílio seriam razoáveis.

 

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 4,86% (regular) e 4,885% (estendida), de 4,992% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 encerrou a regular em 6,39% e a estendida em 6,41% (6,465% ontem). O DI para janeiro de 2022 terminou com taxa de 3,36% (regular) e 3,375% (estendida), de 3,412% ontem, e a do DI para janeiro de 2027 passou de 7,114% para 7,09% (regular)e 7,10% (estendida).

 

As que mais caíram foram as do miolo, onde estão as grandes posições do mercado e que são influenciadas em parte pela expectativa para o próximo ciclo da Selic e em parte pelas atuais decisões de política fiscal. A queda inesperada de 6,1% em dezembro ante novembro das vendas do varejo – quando a estimativa mais pessimista era retração de 3,20% – reforçou a importância do auxílio emergencial para a economia, pois dezembro foi o último mês do pagamento e já com valor mais baixo. Porém, dado o imbróglio em torno das fontes de financiamento do programa, os vencimentos longos subiram pela manhã.

 

“A pressão para a volta de algum programa emergencial de transferência de renda vai se tornar insuportável. Melhor seria uma mudança minimamente organizada, a partir de uma postura crível do governo, ou melhor, do Ministério da Economia”, afirma o Banco Fator, em relatório assinado pelo economista-chefe José Francisco Lima Gonçalves.

 

À tarde, o mercado gostou da postura de Guedes após reunião com a presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso, Flávia Arruda (PL-DF), e o relator do Orçamento de 2021, Marcio Bittar (MDB-AC). “Se estamos em guerra com o vírus, temos de arcar com essa guerra e não simplesmente empurrar irresponsavelmente esses custos para as gerações futuras”, disse. Já o presidente Jair Bolsonaro, em agenda com prefeitos, afirmou que o governo não tem “dinheiro no cofre” para bancar a retomada do benefício, o que deve afetar o endividamento do País. Por fim, em live realizada pela CM Capital, participantes teriam ouvido do vice-presidente da Câmara “que as medidas fiscais que a Economia pede em contrapartida do novo auxílio são bastante razoáveis”.

 

“Esse cenário de ‘seguem as conversas’ parece estar sendo positivo para o mercado”, disse um gestor. Esse conjunto deu a senha para o mercado descarregar um pouco dos prêmios acumulados e agora aguarda a definição do auxílio ou para dar sequência ao movimento ou para recompor. Na avaliação do economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, o mercado também coloca nos preços o avanço do projeto de autonomia do Banco Central, cujo texto-base foi aprovado pela Câmara nesta tarde, ainda que, na sua avaliação, o que dá autonomia de fato a uma autoridade monetária é a sua credibilidade. “E isso o BC vem tendo desde os tempos de Gustavo Franco”, disse.

 

De acordo com Perfeito, a curva embute alta de 33 pontos-base para a Selic em março, ou seja em torno de 35% de chance de aperto de 0,5 ponto e 65% de probabilidade de alta de 0,25 ponto. O varejo fraco embolou a discussão sobre o início do ciclo de contração já na próxima reunião, mas na visão do economista o ajuste da taxa básica atenderia mais ao problema da inclinação da curva de juros e do câmbio depreciado do que fomentar a economia em si. “Vimos que o juro na mínima histórica não conseguiu aquecer a atividade, que precisa de um canal mais direto, que no caso hoje é o auxílio emergencial”, disse. (Denise Abarca – [email protected])

 

 

18:27

 

Operação   Último

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 1.96

Capital de Giro (%a.a) 5.17

Hot Money (%a.m) 0.56

CDI Over (%a.a) 1.90

Over Selic (%a.a) 1.90

 

 

BOLSA

O Ibovespa manteve viés negativo pela terceira sessão, retornando hoje aos níveis de terça-feira passada, abaixo dos 119 mil e chegando mesmo a perder a linha dos 118 mil pontos no pior momento do dia. A retração de 6,1% nas vendas do varejo em dezembro, anunciada pela manhã, combinada à leitura abaixo do esperado para o IPCA em janeiro, divulgada ontem, faz acender a luz amarela quanto à recuperação da demanda em meio à pandemia. As conversas sobre a retomada de auxílio emergencial, sem vinculação a reformas, também continuam a afetar o humor dos investidores, deixando em segundo plano a expectativa para a aprovação da autonomia do BC, do agrado do mercado.

 

Assim, o índice da B3 fechou nesta quarta-feira em baixa de 0,87%, aos 118.435,33 pontos, tendo oscilado entre mínima de 117.969,94 e máxima de 119.738,13 pontos, com giro financeiro a R$ 36,2 bilhões. Na semana, o Ibovespa acumula perda de 1,50%, limitando os ganhos no mês a 2,93%. No ano, volta a terreno negativo, em baixa de 0,49%. O desempenho positivo das ações de commodities (Petrobras ON +1,23%, Vale ON +0,48%), alinhadas à alta nas cotações de petróleo (oitava consecutiva) e minério, foram o contraponto a um dia amplamente negativo em outros setores importantes, como siderurgia (CSN -2,99%), bancos (BTG -4,37%, Santander -1,64%), utilities (Eletrobras ON -1,88%) e varejo (Via Varejo -3,88%, Magazine Luiza -3,58%).

 

O tom amargo veio logo cedo: vendas do varejo em declínio superior ao pior prognóstico para dezembro. “Desvio de tamanha magnitude fora observado apenas nos primeiros meses da pandemia. A queda foi tão grande que o mais pessimista dos agentes projetava contração de apenas 2,0%”, observa em nota Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

 

“Por ser bem pulverizado entre setores – tirando supermercados que voltou a exibir resultado positivo -, as hipóteses de que apenas o ‘fade out’ do auxílio emergencial causou o dano é falaciosa”, acrescenta o economista. Segundo Sanchez, embora a redução do auxílio tenha contribuído para o resultado, “setores associados a crédito também tiveram desempenho ruim, bem como outros itens vinculados a renda, que afetam faixa mais elevada do que a dos elegíveis ao programa social.”

 

“O dado mais fraco de dezembro aumenta as incertezas com relação aos próximos passos das políticas fiscal e monetária, com a pressão maior pela volta do auxílio e um consequente receio pelo risco de elevação da inflação”, aponta em nota a equipe de Research do Banco Inter. “O início deste ano pode ser bastante fraco para as vendas no varejo em meio ao aumento da pandemia, interrupção do auxílio emergencial e alta inflação de alimentos, atingindo o poder de compra da população e os índices de confiança”, observa o Banco MUFG Brasil, em nota.

 

A sensação de que a economia continua debilitada, dependendo de estímulos para manter os sinais vitais em momento no qual a vacinação avança de forma bem gradual, acentua as preocupações sobre a situação fiscal do País. “Qualquer sinal sobre aumento de gastos, sem haver clareza quanto à origem dos recursos, tem causado estresse no mercado, afetando não apenas a Bolsa como também o câmbio e os juros. A perspectiva para os meses à frente está condicionada por uma série de ‘se’, o que tem resultado em tropeços após um início de fevereiro positivo, com a definição das presidências da Câmara e do Senado”, diz Yuri Cavalcante, sócio-fundador da Aplix Investimentos.

 

O mal-estar foi em parte amenizado ainda no começo da tarde por declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes. Em conversa com parlamentares, ele descartou a possibilidade de novo imposto e cobrou aprovação do Orçamento de 2021, bem como de regras fiscais para viabilizar o auxílio – a indicação contribuiu para que o dólar mudasse de direção, passando a cair, e que os juros fossem às mínimas do dia. “As intenções do Guedes sempre ajudam, mas o momento é de passar da intenção para o resultado concreto”, observa Cavalcante. “Enquanto não houver clareza sobre as reformas e sobre o custo fiscal do auxílio, a cautela vai prosseguir.”

 

Na ponta negativa do Ibovespa, BTG teve queda de 4,37%, à frente de Cogna (-4,07%) e Eztec (-3,91%). No lado oposto, Suzano subiu 2,25%, PetroRio, 2,17%, e Totvs, 1,88%. Destaque também para Petrobras ON (+1,23%) e PN (+0,94%), em recuperação parcial após dois dias de perdas nas ações da estatal, suscitadas por desconfiança sobre interferência em sua política de preços. (Luís Eduardo Leal – [email protected])

 

 

18:21

 

Índice Bovespa   Pontos   Var. %

Último 118435.33 -0.86739

Máxima 119738.13 +0.22

Mínima 117969.94 -1.26

Volume (R$ Bilhões) 3.61B

Volume (US$ Bilhões) 6.69B

 

 

 

 

18:28

 

Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. %

Último 118250 -1.04603

Máxima 119825 +0.27

Mínima 117835 -1.39

 

 

CÂMBIO

O dólar teve novo dia de instabilidade, oscilando de acordo com as notícias de Brasília sobre o auxílio emergencial, enquanto a moeda americana teve pregão de queda quase que generalizada no mercado internacional. Pela manhã, fluxo externo ajudou o dólar a cair, mas além da piora do risco fiscal, em meio ao aumento da pressão no Congresso por mais gastos do governo, os números fracos do varejo em dezembro, com as vendas mostrando a pior queda para o mês da série histórica, acabaram também pressionando o câmbio, ao sinalizar que o aumento dos juros pelo Banco Central pode demorar mais um pouco. O resultado foi volatilidade, com a moeda oscilando entre a mínima de R$ 5,35 e a máxima de quase R$ 5,44.

 

No fechamento, o dólar à vista encerrou a quarta-feira com baixa de 0,22%, a R$ 5,3711. No mercado futuro, o dólar para março tinha leve alta de 0,06% às 18h10, a R$ 5,3850.

 

Em meio a discussão de retorno do auxílio emergencial, um dos consensos observados hoje foi o de que não haverá aumento de impostos para bancar a medida. “Vamos buscar solução sem criação de impostos”, disse o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no final da tarde. O Broadcast apurou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, em conversa com parlamentares, também descartou um novo imposto e ainda falou da necessidade de disciplina fiscal. Contudo, pela manhã, o relator do Orçamento de 2021, senador Márcio Bittar (MDB-AC), declarou que a necessidade das pessoas não pode esperar a agenda fiscal.

 

Para o sócio da Acqua Investimentos Bruno Musa, a prorrogação do auxílio traz alívio para parte da população no curto prazo, mas pode gerar um problema muito maior pela frente, de juro mais alto e inflação maior, que vai prejudicar mais as pessoas. “É um remédio de curtíssimo prazo com pouco efeito, para um problema duradouro mais lá na frente.” Em sua avaliação, faria sentido ter o auxílio desde que houvesse cortes no Orçamento, mas os parlamentares parecem não querer essa contrapartida.

 

Além da questão fiscal, Musa ressalta que os indicadores também estão contribuindo para pressionar o câmbio. “As vendas no varejo, abaixo do esperado em dezembro, basicamente são uma chancela de que o Banco Central não vai subir os juros em março”, disse ele, citando ainda o IPCA de janeiro mais fraco. “Mantendo os juros a 2%, continua pressionando o câmbio.” Para Musa, os juros podem subir só no segundo semestre, a depender do avanço das reformas e próximos indicadores.

 

No exterior, o dia foi de dólar fraco, ajudado pela divulgação da inflação ao consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês), que veio abaixo do esperado, com alta de 0,3% em janeiro. Para os analistas do TD Bank, o número sinaliza que o Federal Reserve não terá pressa para retirar seus estímulos extraordinários, mantendo as compras de ativos por mais tempo, o que ajuda a enfraquecer o dólar.

 

Em meio a piora da percepção fiscal no Brasil, investidores estrangeiros, que já vinham elevando posições contra o real no mercado futuro da B3 neste começo de 2021, aceleraram a movimentação ontem. As apostas compradas em dólar futuro (contratos normais e minicontratos), cupom cambial e swap, que ganham com a valorização da moeda americana, aumentaram em US$ 2,4 bilhões apenas no pregão da terça-feira, dia em que o Banco Central injetou US$ 1 bilhão no mercado, de acordo com dados da B3 monitorados diariamente pela corretora Commcor.

 

A piora fiscal estimula a busca por hedge e segurança na moeda americana, ressaltam profissionais das mesas de câmbio. O sócio da gestora Armor Capital, Alfredo Menezes, ex-tesoureiro do Bradesco, avalia que o fato mais preocupante é que, ontem, os estrangeiros aumentaram suas posições compradas sem que houvesse diminuição de investidor vendido. “Ou seja, nossa moeda virou funding de outros ativos”, comentou ele no Twitter, ressaltando que o juro no Brasil está errado.

 

A expectativa de que os juros fossem começar a subir em março, que vem se reduzindo desde ontem com a divulgação do IPCA abaixo do previsto, levou fundos nacionais a elevarem nas últimas semanas as apostas vendidas em dólar futuro e cupom cambial, que ganham com a queda da moeda americana. Ontem, as apostas vendidas em dólar futuro chegaram a 270 mil contratos – US$ 13,5 bilhões. No começo de 2021, eram de 148 mil contratos – US$ 7,4 bilhões. Os números são da B3, acompanhados diariamente pela corretora Renascença. (Altamiro Silva Junior – [email protected])

 

 

18:28

 

Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima

Dólar Comercial (AE) 5.37110 -0.2192 5.43750 5.35060

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5385.000 0.05574 5440.000 5353.000

DOLAR COMERCIAL 5390.000 -1.0101 5390.000 5390.000

 

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

O discurso dovish do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, chegou a animar as bolsas de Nova York, mas os índices acionários encerraram o pregão sem direção única, em uma realização de lucros, e apenas o Dow Jones fechou na máxima histórica. O dirigente disse que o balanço do Fed “terá o tamanho que tiver” para apoiar a economia. A probabilidade de a instituição apertar a política monetária mais cedo do que se imaginava já havia se reduzido com a estabilidade do núcleo da inflação dos Estados Unidos em janeiro. Essa percepção levou a uma desvalorização do dólar ante os pares e a um achatamento da curva de juros dos Treasuries. O setor de cannabis do mercado acionário americano, por sua vez, se tornou o novo alvo de movimentos especulativos, enquanto a criptomoeda Dogecoin disparou após uma publicação do CEO da Tesla, Elon Musk, no Twitter.

 

“Não esperamos salto grande e sustentável para inflação neste momento”, declarou Powell durante um evento do Clube Econômico de Nova York. O presidente do Fed também disse que há riscos de baixa para a atividade dos EUA e apontou para o papel “essencial” da política fiscal no combate à crise. Ele reforçou que a autoridade monetária apoiará a economia “pelo tempo que for necessário”.

 

As bolsas de Nova York, que haviam firmado alta durante o discurso de Powell, acabaram fechando sem direção única, com uma realização de lucros. O índice acionário Dow Jones subiu 0,20%, a 31.437,74 pontos, na máxima histórica, o S&P 500 recuou 0,03%, a 3.909,88 pontos, e o Nasdaq registrou perda de 0,25%, a 13.972,53 pontos.

 

Na visão do analista de mercado Joe Manimbo, da Western Union, um mercado de trabalho “fraco” e uma inflação “morna” mostram que a economia americana ainda depende da política de juros baixos do Fed. “É uma receita para um dólar mais fraco”, diz o economista. Com esse cenário, o índice DXY, que mede a variação da moeda americana contra seis pares, recuou 0,08%, a 90,371 pontos.

 

Os juros dos Treasuries também foram pressionados pela percepção de que o Fed manterá a política monetária acomodatícia. No final da tarde em NY, o rendimento da T-note de 2 anos caía a 0,105%, o da T-note de 10 anos recuava a 1,128% e o do T-bond de 30 anos cedia a 1,916%.

 

A divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA já havia impactado os mercados de renda fixa e câmbio. O núcleo da inflação americana, que exclui itens voláteis como os preços de alimentos e energia, ficou estável em janeiro ante dezembro, contrariando a previsão de alta de 0,2%. Segundo o economista sênior para EUA da Capital Economics, Andrew Hunter, o indicador ilustra que as pressões inflacionárias “continuam fracas”.

 

No mercado acionário americano, os especuladores que alavancaram a ação da GameStop na última semana de janeiro encontraram um novo alvo: o setor de cannabis. A ação da Tilray saltou 50,91% e a da Aphria avançou 10,74%, após uma publicação de um operador em um fórum da rede social Reddit. Um tuíte do CEO da Tesla, Elon Musk, por sua vez, impulsionou a criptomoeda Dogecoin, cujo preço chegou a subir 13% durante o pregão.

 

O petróleo foi beneficiado por uma queda de 6,645 milhões de barris nos estoques em solo americano. Com isso, a commodity fechou em alta pelo oitavo pregão consecutivo. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para março avançou 0,55%, a US$ 58,68 o barril, enquanto o Brent para abril subiu 0,62%, a US$ 61,47 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

 

A tramitação do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão do presidente dos EUA, Joe Biden, também seguiu no foco do mercado. De acordo com dados divulgados hoje, o déficit orçamentário do país totalizou US$ 3,47 trilhões nos 12 meses encerrados em janeiro, o equivalente a 16,2% do PIB, com um aumento após a aprovação do mais recente pacote de estímulos à economia, em dezembro de 2020. (Iander Porcella – [email protected])

 

 

 

 

 




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