A indicação de bancos centrais de que os juros devem permanecer no mesmo nível atual em um horizonte, ao menos, de médio prazo, o que implicaria aceitar um pouco mais de inflação nas principais economias do mundo, deu o tom aos negócios nesta quinta-feira. Hoje o presidente do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda, disse que a nova meta de inflação do Federal Reserve (Fed), de uma taxa média de 2%, é semelhante ao compromisso do BC japonês de permitir que a inflação ultrapasse 2% e se estabilize acima do objetivo oficial. No Brasil, o comunicado do Copom, que indicou manutenção da Selic em 2%, seguido pela menor quantidade de títulos prefixados ofertada no leilão de hoje do Tesouro garantiram a queda das taxas para toda a curva de vencimentos da renda fixa e, de alguma maneira, o recado trouxe perspectivas um pouco mais positivas para a Bolsa. Já no exterior, a manutenção do grau de política monetária principalmente nos Estados Unidos, onde ainda se espera pelo pacote fiscal de US$ 1 trilhão, pesou negativamente, com foco nas incertezas dos investidores em relação ao ritmo de recuperação da economia. O conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, relatou avanços nas negociações bipartidárias para um novo pacote fiscal, mas não animou o mercado. Investidores migraram do mercado acionário - que mostrou nova derrocada das 'big techs', levando a Nasdaq a fechar em baixa de 1,27% - para a segurança dos Treasuries, cujos juros longos caíram. Já o petróleo fechou em alta acima de 2% com foco nas restrições de oferta pela Opep+. A forte oscilação desta commodity influenciou as ações de Petrobras, que juntamente com os papéis de siderurgia, colocaram o Ibovespa em campo positivo a partir do meio da tarde, recuperando a marca dos 100 mil pontos. O principal índice da B3 encerrou em alta de 0,42%, aos 100.097,83 pontos. O dólar até chegou a beirar os R$ 5,30 na etapa matutina, mas com a virada do Ibovespa e a melhora do petróleo, a moeda zerou a alta, encerrando o dia em queda de 0,13%, a R$ 5,2314. Na vizinha Argentina, o reforço do controle cambial gera cautela.
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