A volta dos negócios no Brasil, após o feriado de ontem, teve os ativos com movimentos totalmente díspares. Enquanto o mau humor global puxou o dólar e obrigou o BC a intervir no câmbio, a Bolsa subiu, sustentada pelo ganho dos pares na véspera, e os juros tiveram jornada própria. O mercado de renda fixa se ajustou em queda à mudança de estratégia anunciada por Banco Central e Tesouro, na noite de sexta-feira. Enquanto a autoridade monetária irá limitar o tamanho da compromissada pós-Copom, o Tesouro anunciou a emissão de papéis mais curtos. A mudança, que tende a fazer sobrar liquidez no mercado, aumentar os negócios no secundário e reduzir os prêmios sobre as emissões de papéis novos, teve resultado, ainda não se sabe se momentâneo, na percepção dos investidores, que retiraram prêmios da curva de juros. E isso ocorreu a despeito do câmbio. O real voltou a sofrer com a cautela em relação à política fiscal doméstica, mas o pacote de estímulos empacado no Congresso americano, o crescimento de casos de coronavírus na Europa e a interrupção dos testes de vacinas e tratamentos contra a covid, da Johnson & Johnson e da Eli Lilly, respectivamente, foram determinantes para o movimento da moeda. No fim, mesmo com um leilão de venda feito pelo BC quando o dólar batia na máxima de R$ 5,62, a moeda dos EUA subiu 0,94% no mercado à vista, a R$ 5,5783. Enquanto isso, apesar da queda dos principais índices acionários dos EUA, o Ibovespa sustentou ganhos, amparado no avanço dos pares ontem, quando o Nasdaq, por exemplo, teve alta de 2,56%. Assim, o principal índice da B3 fechou no maior nível desde 16 de setembro, com avanço de 1,05%, aos 98.502,82 pontos. As notícias negativas sobre vacinas e tratamentos reforçaram a cautela nos mercados internacionais, embora o Nasdaq tenha mostrado queda modesta, com ganhos em alguns papéis, mas recuo da Apple ao anunciar novo modelo de iPhone.
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