O apetite por risco voltou a predominar nos mercados globais na maior parte do dia, ainda devido à queda dos casos de coronavírus na Europa, mas favorecido também por novos pacotes de estímulos, passando por Japão, Europa e Estados Unidos. Porém, os ganhos mais consistentes vistos mais cedo, sobretudo nos mercados acionários, foram perdendo fôlego até se transformarem em queda das bolsas americanas. Dois componentes pesaram na segunda metade do dia: o forte aumento de casos de coronavírus nos Estados Unidos, de mais de 43 mil em apenas 24 horas, com o maior número diário de mortes em Nova York até agora, e a queda do petróleo, em meio ao impasse envolvendo produtores e diante de um relatório indicando a maior recuo anual na demanda em 30 anos. A desaceleração das bolsas em Nova York e a consequente virada também afastaram o Ibovespa das máximas, perto dos 80 mil pontos. Mesmo assim, o principal índice doméstico conseguiu engatar o segundo dia de ganhos, ao subir 3,08%, aos 76.358,09 pontos, com Vale e Petrobras ainda em território positivo. Apesar dessa piora dos ativos mais arriscados no fim da sessão, o dólar manteve a queda firme diante do real e demais emergentes, em um dia marcado, no Brasil, por nova intervenção do Banco Central, dessa vez ofertando 10 mil contratos de swap, mas vendendo apenas 3,3 mil (US$ 165 milhões). A moeda terminou com desvalorização de 1,25%, a R$ 5,2264 no mercado à vista de balcão. Nos juros futuros, a piora externa também pesou, o que fez a queda moderada das taxas, sustentada até então pelos eventos positivos no exterior, pelo câmbio mais acomodado e pela permanência do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, diminuir. Ainda assim, a curva perdeu um pouco de inclinação em relação à véspera e os agentes seguem divididos sobre o tamanho do afrouxamento monetário na próxima reunião do Copom.
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